Penso que a queima dos livros não represente um problema tão grave. Não visualizei um desrespeito para com a educação, já que os livros, aparentemente, não são de boa qualidade - digo isso por ter uma amiga que é professora de história e literatura em SP e que já havia comentado comigo a respeito da péssima qualidade das informações trazidas nos livros.
O que, de fato, me deixou intrigada foi a seguinte informação:
Esses livros que estão sendo incinerados são guias dos professores, parte da correta e saudável unificação dos currículos implementada pela Secretaria de Educação. Vagabundos comuno-fascistóides queimadores de livros acreditam que a existência do currículo e do material didático lhe retira a “liberdade”. Vemos muito bem o que entendem por liberdade!
Concordo com a unificação dos currículos escolares, vez que a maior parte dos alunos caminha para um mesmo fim, que é o vestibular. Afirmar que a existência de um currículo retira a liberdade é, no mínimo, exagerado. Quem é ou foi professor sabe que precisamos de uma programação, de um direcionamento, sob pena de ensinar coisas que nada tem a ver com a realidade do aluno ou com suas reais necessidades. Adianto que sei o quanto o ensino atual peca pela superficialidade e acabou se tornando mero instrumento do vestibular, mas ainda assim, é essencial que haja certa homogeneidade no que se ensina em uma determinada região.
E para resumir: a greve deve sim ter conotação política, já que a intenção do pt e demais partidos a ele ligados é a desestabilizar o governo Serra. No mais, sou plenamente favorável à intenção dos professores em buscarem melhorias para a categoria. Não é possível que os responsáveis pela formação de todos nós sejam desvalorizados e recebam salários medíocres.