Tá difícil o negócio, ultimamente o Jornal Povo tem sido melhor fonte de informações sobre o Flamengo do que o Lance, mas neste caso eu não deixo de me sentir na pele do Bruno e de lamentar ao mesmo tempo pela sua burrice e pela estúpida legislação/jurisprudência familiar brasileira.
Não, não justifica, nada justifica um homicídio, nem que a vítima seja uma clássica e inconfundível estelionatária e o autor seja um atleta milionário acuado por chantagens, nem que a vítima seja um traficante procurado e o assassino seja um policial miliciano, nem que a vítima seja um policial desonesto. Não é assim que as coisas funcionam (ou deveriam funcionar) na civilização.
Mas não consigo deixar de acreditar que se a jurisprudência e a lei neste ponto não fossem tão parciais e tacanhas o desfecho deste caso de golpe da barriga poderia ter sido outro e bem diferente.
É claro que um bicho com cara de pobre que nem o Bruno que vê gostosas caindo do céu de uma hora pra outra devia ter o simancol de perceber que há algum interesse maior do que a sua incrível beleza e garbo na repentina chuva de pererecas. É claro que um indivíduo safo na situação dele deveria no mínimo se munir da melhor camisinha do mercado e lambuzar o dito cujo de espermicida até ficar pingando, é claro que permitir que a vagaba tivesse qualquer contato com o líquido precioso deveria estar fora de cogitação (enquanto não chega às farmácias a bendita injeção anticoncepcional masculina, que deus a traga breve). É claro que ele não tomou estes cuidados para conseguir engravidar a "menina" tão rápido. Mas se isso isentasse a estelionatária em questão de culpa estariam absolvidos quase todos os estelionatários do planeta, aplicar o conto do vigário depende quase sempre da burrice da vítima.
De qualquer modo, quem sabe se estes casos fossem tratados de forma mais individualizada pelo judiciário, quem sabe se juízes preguiçosos não estipulassem 50 mil, 75 mil de pensão "alimentícia" mensal para os filhos dos otários que caem nos "lábios" destas caçadoras de pensão as coisas pudessem ter sido resolvidas na justiça? Quem sabe se o Bruno não tivesse visto há poucos meses um pobre diabo igualzinho a ele, colega de profissão inclusive, parar na cadeia por dever 89 mil reais de pensão alimentícia (referentes a apenas 3 meses de atraso: 30 mil reais por mês!!!!) ele talvez tivesse tentado outras vias, mais civilizadas.
Justifica? Não. Se forem confirmados os indícios os enormes o Bruno tem que ir pra cadeia? Tem que mofar nela, só sair de lá depois de cumprir uma longa pena. Depois da cagada o goleiro perdeu mais do que os 30% da renda mensal que o juiz daria de presente pra distinta "garota"? Sim, provavelmente vai ficar pobre de novo e nunca mais vai conseguir pegar uma "modelo".
Mas o mais triste é que isso me lembra de que por aqui há um tipo de estelionato que além de não ser criminalizado é estimulado e instrumentalizado pela legislação e pela jurisprudência, que contra este tipo de estelionato não existe dentro da legalidade qualquer apelação possível na nossa realidade jurídica e que depois de ter sido vítima dele ou você faz justiça com as próprias mãos ou vai chorar na cama, que é lugar quente.
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Levando em conta que esto falando de um suposto assassino de uma maria-chuteira supostamente morta tomara que as evidências não se confirmem, tomara que a distinta maria-chuteira apareça vivinha da silva e grávida de outro jogador famoso, tomara que surjam álibis incontestáveis que comprovem inegavelmente a inocência do melhor goleiro do Brasil, mas pelo jeito não vai rolar mesmo.