Alguém aí, realmente versado em medicina, biologia, imunologia... poderia esclarecer para mim qual é, atualmente, a definição exata de vacina? E como o termo vacina é diferenciado de outros tais como soro, remédio, etc? É que tenho a impressão de que alguma coisa mudou.
...vacina é o nome dado ao que é usado para prevenção de doenças.
Veja que dentro desta definição que você apresentou cabe a inclusão de preservativos, antissépticos e, até mesmo (tomando, literalmente, suas palavras), de procedimentos de higiene como banho, lavagem de mãos e utensílios, etc. Todas estas coisas seriam vacinas então. Vacina seria, em resumo, sinônimo de profilaxia. É óbvio que não é tão simples assim.
Contudo, esta resposta simplória não muda a percepção que tenho de você (e digo isso sem sarcasmo ou capciosidade, saiba) como detentor de uma extraordinária inteligência espontânea, natural, inata. Você provou isso ao quase que completamente resolver a questão que propus da queda dos corpos. Sua única falha, penso que a percebeu (espero não estar enganado). Ao longo dos razoavelmente vários anos que já vivi desde aquele momento da minha infância, propus essa questão a *muitas* pessoas de diversas áreas e níveis de formação e *ninguém* aproximou-se tanto de uma resposta quanto você. Você me parece ter um potencial gigantesco. Dê vazão a ele e irá muito longe.
Quero fazer mais uma apreciação de um outro comentário seu:
Mesmo sendo 100% (ou quase) eficaz, há o problema das mutações, que são muitas em organismos como os vírus.
Observe que as mutações são, exatamente, uma das causas da não absoluta eficácia das vacinas. A pergunta do SnowRaptor:
E os 9% restantes? Não vão virar um Super-HIV nas próximas décadas?
é muito pertinente pois a relativa "(in)eficácia padrão" das vacinas pode até ser avaliada estatisticamente mas é baseada em imprevisibilidades (e incontrolabilidades) absolutas das exatas causas da ineficácia. São as incertezas inerentes à nossa apreensão dos dados da natureza. Não podemos medir grandezas com absoluta exatidão nem prever (também, com absoluta exatidão) o comportamento de sistemas e a evolução de processos naturais. Mas o título da notícia transcrita neste tópico já mostra, a princípio, que não é disto que se trata a questão. Há o conhecimento prévio de uma limitação objetiva, numericamente definida sem a necessidade de avaliação por algum modelo estatístico. Os 9% restantes não são um "desvio padrão". Por isso, há que se considerar os riscos pois, muitas vezes, os "mais fracos" de uma categoria mostram-se os mais competentes em combater ou, no mínimo, reprimir os "mais fortes" da mesma categoria, simplesmente, porque suas "necessidades" são as mesmas ou muito semelhantes. Tal é o exemplo do perigo que constituem os tratamentos para tuberculose não concluídos. Se você não possui uma estratégia que te permita, pelo menos em teoria, aniquilar *todos* os seus inimigos, é melhor pensar muito bem antes de empreender o ataque.
Logo em seguida,:
Acho que não dá pra pegar uma vacina como essa e soltar como o elixir da vida.
o SnowRaptor se "deixa levar pela maré" e (ainda que mostre sensatez quanto à preocupação que expressa) admite como vacina algo que a própria contradição do texto insinua ser uma imunização *transferida* (não autônoma) de um organismo a outro para "curar" a AIDS. Ora, vacinas não "curam" doenças. Se formos mais rigorosos (dentro da definição de vacina que conheço, pelo menos), vacinas nem mesmo "previnem" doenças. Elas *antecipam* a resposta imunológica do organismo. Desta perspectiva, uma doença como a AIDS é, pela sua própria definição, uma espécie de "antítese" de vacina. Destas (e outras) considerações é que surgem meus questionamentos.
Mas é um belo progresso
Tenho restrições quanto a considerar isto um "progresso" por razões obviamente dedutíveis do que eu já disse. Sem dúvida nenhuma é, no mínimo, mais um importante elemento de pesquisa.
O ideal é encontrar uma parte vulnerável do vírus (ou bactéria) que dificilmente varia com mutações. Algumas semanas atras eu li uma notícia de ter sido encontrado uma parte no vírus da gripe que seria comum a todas as cepas, se encontrar tal notícia eu posto aqui.
Parece interessante. Por acaso, você encontrou de novo essa tal notícia?
O problema é a alta taxa de mutação de vírus, especialmente dos lentivírus.
Mas é promissora uma vacina assim... A seleção de cepas mais fortes ocorre ao longo do tratamento com antivirais largamente empregados também.
Mas isto só é estatisticamente previsível. Em princípio, numa teorização idealizada, os antirretrovirais deveriam ser capazes de eliminar *todos* os vírus (assim como, em ideal teoria, uma vacina deveria ser 100% eficaz).