Autor Tópico: NAFTA e o México  (Lida 9318 vezes)

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Offline Rodion

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Re.: NAFTA e o México
« Resposta #25 Online: 05 de Agosto de 2005, 09:37:30 »
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Outra solução, os países da América Latina passam a formar um bloco, onde em comum acordo e sem uma superpotência para ditar as regras, eles convergem suas economias, adotam políticas comuns nos campos econômicos , fiscais e tributários. Ganham com a economia de escala, protegem suas industrias nascentes e se preparam para competir no comércio mundial.

Depois, já fortalecidos, os países da América Latina pode conversar de igual para igual com os Estados Unidos.

seguindo a lógica de que é impossível um desenvolvimento de igual para igual numa associação desigual de livre-comércio, a mesma coisa não aconteceria em um bloco latino americano? indústrias na américa latina só há no brasil, argentina e um pouco no chile. fora do mercosul, méxico e chile não há mais nenhum país que tenha condições sócio-econômicas similares às nossas. não seríamos nós, então, a explorar as republicas de bananas?

outra coisa: o nafta não "ter dado certo" não deveria nos desencorajar a procurar a alca. porque o que aconteceu com o nafta foi um acordo mal-feito onde falta livre comércio , e não o contrário. talvez sob as certas condições....
"Notai, vós homens de ação orgulhosos, não sois senão os instrumentos inconscientes dos homens de pensamento, que na quietude humilde traçaram freqüentemente vossos planos de ação mais definidos." heinrich heine

Offline Luis Dantas

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Re.: NAFTA e o México
« Resposta #26 Online: 05 de Agosto de 2005, 09:48:52 »
Qual é a diferença de haver ou não a Alca?  O comércio entre os países ocorre ou deixa de ocorrer por causa da simples existência dela?
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Em 18 de janeiro de 2010, ainda não vejo motivo para postar aqui. Estou nos fóruns Ateus do Brasil, Realidade, RV.  Se a Moderação reconquistar meu respeito, eu volto.  Questão de coerência.

Offline Rodion

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Re: Re.: NAFTA e o México
« Resposta #27 Online: 05 de Agosto de 2005, 10:54:24 »
Citação de: Luis Dantas
Qual é a diferença de haver ou não a Alca?  O comércio entre os países ocorre ou deixa de ocorrer por causa da simples existência dela?


o volume de comércio aumenta. por exemplo, suponha que seja um perfeito livre comércio, eles deixam de taxar nosso aço em 60% e nós deixamos de taxar os chrysler deles em 60% também. se eles fazem carros melhores e mais baratos, nossas montadoras são forçadas a fazer carros de igual qualidade e se possível a um menor preço. e assim vai indo... com carros, vinhos, uva, alfaces, computadores, laranjas...
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Offline Luis Dantas

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Re.: NAFTA e o México
« Resposta #28 Online: 05 de Agosto de 2005, 16:54:35 »
Eu queria entender por que alguém seria contra a Alca, então...
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Offline Rodion

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Re.: NAFTA e o México
« Resposta #29 Online: 05 de Agosto de 2005, 16:56:44 »
argumenta-se que a indústria norte-americana é muito mais forte que a nossa, e que a livre-concorrência iria esmagar nossos pequenos e médios empresários.
e muitos também são contra a alca por outro motivo: não é tão certo que os eua abririam mão de algum tipo de protecionismo (lobbys e lobbys).
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Offline n/a

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Re.: NAFTA e o México
« Resposta #30 Online: 05 de Agosto de 2005, 16:57:35 »
Pela idéia de que os americanos iriam deixar apenas o "resto" conosco, quebrando nossas indústrias, etc...

Offline n/a

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Re.: NAFTA e o México
« Resposta #31 Online: 05 de Agosto de 2005, 16:58:32 »
Bruno postou antes... rs...

Offline Claudio Loredo

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Re: Re.: NAFTA e o México
« Resposta #32 Online: 05 de Agosto de 2005, 17:13:34 »
Citação de: cínico
seguindo a lógica de que é impossível um desenvolvimento de igual para igual numa associação desigual de livre-comércio, a mesma coisa não aconteceria em um bloco latino americano? indústrias na américa latina só há no brasil, argentina e um pouco no chile. fora do mercosul, méxico e chile não há mais nenhum país que tenha condições sócio-econômicas similares às nossas. não seríamos nós, então, a explorar as republicas de bananas?


Realmente existem grandes diferenças econômicas entre os países da América Latina. Entretanto, os fatores que nos unem superam e muito essas diferenças e permitem uma maior integração entre esses países.

Temos com o restante da América Latina um língua similar, uma história comum e uma cultura comum. Além disso vivemos no mesmo continente. Não há discriminação entre seus povos que vivem em harmonia e sem guerras há mais de cem anos.

Do lado Brasileiro existe o desejo de eliminar os problemas que seus vizinhos mais pobres lhe causam. Caso países como o Paraguai, a Bolívia e a Colômbia fossem mais prósperos, grande parte dos problemas brasileiros estariam resolvidos. Por isso é interessante para o Brasil auxiliar o desenvolvimento desses países. Já que, diferentemente dos EUA, não temos como construir um muro na fronteira com essas nações.

Do lado dessas nações mais pobres existe o desejo do acesso ao mercado brasileiro. Sendo paises pequenos, e com economia pouco diversificadas, eles precisam muito do comercio exterior para importar o que não produzem e exportar o que produzem em excesso. O Brasil representa para eles um excelente mercado.

Eliminando-se o problema do contrabando e tráfico de drogas, não há problemas para o Brasil abrir suas fronteiras para a entrada de pessoas desses países para trabalhar no nosso território. Nosso povo não tem nada contra os povos desses países.

Assim, podemos construir junto com os outros países latinos americanos um mercado comum com livre circulação de bens, serviços, pessoas e capitais. Isso levará nossas economias a um ganho de mercado e potencial econômico que possibilitará uma maior independência econômica da região.


Citação de: cínico

outra coisa: o nafta não "ter dado certo" não deveria nos desencorajar a procurar a alca. porque o que aconteceu com o nafta foi um acordo mal-feito onde falta livre comércio , e não o contrário. talvez sob as certas condições....


Ocorre que a ALCA é apenas um projeto, enquanto o MERCOSUL é realidade. Não há interesses por parte dos EUA de transformarem a ALCA numa zona de livre comercio plena. Eles querem apenas uma zona de livre comércio parcial e segundo seus interesses. Por isso devemos investir no mercosul, que além de ser realidade, visa a formação de um mercado comum. Incialmente com os quatro países membros atuais, depois com Chile, Venezuela, Peru, Bolívia e México e no futuro com toda a América Latina.

O que mais falta para os países latino americanos é conseguir mercado para suas produções. O Mercosul é então uma forma de garantir este mercado que nossas empresas precisam para crescerem e evoluírem. Dentro de um aprendizado para torna-las competitivas a nível internacional.
Claudio Loredo

Offline Claudio Loredo

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Re: Re.: NAFTA e o México
« Resposta #33 Online: 05 de Agosto de 2005, 17:15:20 »
Citação de: Luis Dantas
Qual é a diferença de haver ou não a Alca?  O comércio entre os países ocorre ou deixa de ocorrer por causa da simples existência dela?


Já não dá mais para os países simplesmente comercializarem entre si. Pois, eles podem impor barreiras técnicas e afandegárias  que prejudicam o comércio. Para eliminar as distorções comerciais, entre outro objetivos, hoje os países formam blocos econômicos. Esses blocos podem ter as seguintes formas:

Zona de Livre Comércio – É o mais básico tipo de integração entre países. Nele os paises eliminam as tarifas alfandegárias entre si. O Nafta é um exemplo de zona de livre comercio incompleta, pois somente algumas barreiras alfandegárias foram eliminadas. Ou seja, as que interessavam aos EUA. Outro exemplo é o ASEA que reúne os países do sudeste da Ásia.

União Aduaneira – Neste tipo de bloco, os países além de eliminarem as barrareiras alfandegárias entre si, também adotam as mesmas alíquotas de importação em relação a países terceiros. O Mercosul atual é um exemplo de União Aduaneira incompleta. Neste estágio de integração já há a necessidade de organismos comuns.

Mercado Comum – Representa o futura pretendido pelo Mercosul. Nele há livre circulação de todos os fatores de produção: bens, serviços, pessoas e capitais. Exemplo de Mercado Comum é a CEE até 1994.

União Monetária – Tem tudo o que um mercado comum tem e ainda possui uma moeda comum. Exemplo de União Monetária é a União Européia. Numa união monetária, há organismo supranacionais e um banco central comum. O Mercosul um dia quer chegar lá.

Além dessas formas de formações de bloco ainda existe a União Política. Mas, só teoricamente.

A formação de blocos faz com que os países dêem preferência comercial aos participantes do mesmo bloco. Aumentando assim o comercio intra-bloco. Fato este ocorrido com sucesso no Mercosul desde sua criação.

Lembrando que a formação do blocos não reúne apenas interesses comercias. Interesses políticos também existem. Mas, isto é outra história.
Claudio Loredo

Offline Claudio Loredo

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Re: Re.: NAFTA e o México
« Resposta #34 Online: 05 de Agosto de 2005, 17:25:24 »
Citação de: Luis Dantas
Eu queria entender por que alguém seria contra a Alca, então...


Porque os Estados Unidos só aceitam fazer parte da ALCA se ela for segundo os seus interesses. Caso contrário eles ficam fora da ALCA.

Os EUA querem uma zona de livre comercio incompleta, e só, e mais nada além disso. Onde só serão liberados para comércio os produtos que eles quiserem liberar.

Para o Brasil não é interessante participar de uma Zona de Livre Comércio apenas. Ele precisa de muito mais do que isso. Ele precisa formar, pelo menos, uma Mercado Comum com seus vizinhos. Para assim garantir seu desenvolvimento econômico e ainda forçar o Brasil a fazer as reformas que ele tanto precisa: reforma política, reforma tributária, reforma fiscal etc.

A criação de um mercado comum forçará o Brasil a harmonizar sua legislação com a dos outros países. Dai, acabaremos tendo uma legislação e uma administração governamental muito mais moderna e avançada.  Aproximando o Brasil muito mais dos países desenvolvidos.

Se o Brasil se conformar com uma zona de livre comércio ele não será forçado a avançar no desenvolvimento político/economico que outros países foram forçados a avançar.
Claudio Loredo

Offline Luis Dantas

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Re.: NAFTA e o México
« Resposta #35 Online: 05 de Agosto de 2005, 18:05:22 »
Caramba, mas se vamos partir do princípio de que os Estados Unidos podem impor o que mais lhes convém, em que isso deixa de ser verdade SEM a Alca?
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Offline Claudio Loredo

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Re: Re.: NAFTA e o México
« Resposta #36 Online: 06 de Agosto de 2005, 11:43:38 »
Citação de: Luis Dantas
Caramba, mas se vamos partir do princípio de que os Estados Unidos podem impor o que mais lhes convém, em que isso deixa de ser verdade SEM a Alca?


Não é bem assim. Os EUA já não são tão donos do mundo quanto parece.

Até 1989 tinhamos duas superpotências que dominavam o mundo. Como fim da União Soviética , o mundo fica temporariamente unilateral.

Hoje, a história é outra. Vivemos num mundo multilateral, e esse multilateralismo deve aumentar para a própria segurança da humanidade.

Diversos novos atores comandam a cena mundial. Dentre eles se destacam quatro: os estados nacionais, as grandes corporações, os organismos internacionais (OMC, OIT, ONU etc.) e os blocos de integração (Mercosul, Nafta, União Européia, Asea etc.).

Cabe ao Brasil, como importante país continental e rico em recursos naturais, colaborar neste processo de formação de um mundo cada vez mais multilateral. Para isto, deve o Brasil buscar as melhores alternativas para o seu desenvolvimento e não se subordinar passivamente aos interesses estadunienses.

Felizmente, o Brasil já não depende tanto hoje dos EUA quanto no passado. Principalmente por causa do Mercosul. Só a título de exemplo, das exportações do Mercosul, 4,8% são para o restante da América do Sul, 26,8% para a União Européia, 10% para a Ásia, 15,5% para outras regiões e 19,3% para o NAFTA.

Nossas exportações estão, portanto, diversificadas. Poderiam estar bem mais. Entretanto, o nível atual já nos dá bastante independência da economia norte americana.
Claudio Loredo

 

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