Vejo essa discussão desde que um garoto cegou o outro porque estavam querendo imitar o Shiryu (Cavaleiros do Zodíaco) há muuuito tempo atrás. Sem entrar no caso do Pica-pau, eu não tenho nada contra que desenhos (quadrinhos e jogos também, já que citaram) possuam recomendações de faixas etárias. Mas que seja uma recomendação e não uma obrigação. Acho que o pai (ou mãe) de uma criança de 10 anos é quem pode ter o melhor capacidade de discernimento para decidir se ela pode assistir um desenho cuja recomendação seja a partir de 12 anos. Se eu tivesse um filho de 10 anos não creio que me importaria tanto se ele começasse a jogar Doom ou algo nesse estilo (é claro que eu conversaria com ele sobre o jogo), mas de jeito nenhum eu permitiria que ele jogasse
RapeLay. Se tivesse 8 anos eu provavelmente não me importaria que ele assistisse Cavaleiros do Zodíaco (onde sobra violência e sangue) mas não gostaria de vê-lo assistindo Akira. Então, acho que essas recomendações serviriam como uma referência aos pais, até porque não dá para fiscalizar cada episódio de cada desenho. Depois, se o pai achar que um desenho pode ser liberado, ele permite.
O meu filho tem 5 anos e adora assistir o Pica-Pau seja em DVD seja na Record.
E ele já foi por mim informado que cigarros, bebidas alcóolicas e armas fazem mal às pessoas.
As cenas 'nonsense' como passar por um buraco de fechadura, sofrer a queda de um piano de cauda na cabeça e sair andando, entre outras; já foram totalmente entendidas pelo meu filho como sendo uma narrativa ficcional aplicável somente em desenhos animados mas não na vida real.
Meu filho de 5 anos, que mal começou o processo de alfabetização e está no início de seu processo cognitivo/racional, já tem estas informações e assim sabe como proceder.
Será que os "barnabés" de plantão do Ministério da Justiça consideram toda a população (pais e filhos) como um bando de estúpidos que não conseguem discernir o que é ficção do que é realidade.
A questão é a seguinte: se todos os pais educassem os filhos dessa maneira, acho que nem haveria tal necessidade de regulação (e de muitas outras, que não vêm ao caso agora). Mas sabemos que a realidade não é bem essa. Não é preciso esperar muito tempo para que saia uma notícia onde fica óbvio que o pai não educou o filho seja lá qual for a razão, ou simplesmente não tem responsabilidade para cuidar de um, quanto mais capacidade de educar. Isso faz com que eu não me espante em ver pessoas considerando os pais como "um bando de estúpidos", porque quando olho para bairros como o meu (periferia) e vejo a molecada ter filhos com menos de 18 anos, constato que não estão tão errados afinal.
E pior do que isto, será que eles não se recordam que os desenhos do Pica-Pau que ora estão passando na Record foram feitos no final dos anos 40 e início dos anos 50, representando portanto um tempo histórico específico da cultura estadunidense?
Não vejo que diferença isso possa fazer para o assunto.
Violação (sic) do Código de Defesa do Consumidor e do Estatuto da Criança e do Adolescente? Ora, por favor!!!!
A combinação de agir ideologicamente e não ter o que fazer de alguns "barnabés" realmente causam celeumas desnecessárias e transtornos para a sociedade.
Concordo que o pessoal MJ deve ter coisas mais importantes a fazer no momento que discutir esse assunto, mas não acho que a discussão seja desnecessária e não vejo que grande transtorno isso poderia causar.