Autor Tópico: Jon Stewart, sobre a controvérsia da mesquita no "ponto zero"  (Lida 2870 vezes)

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Jon Stewart, sobre a controvérsia da mesquita no "ponto zero"
« Online: 17 de Agosto de 2010, 22:05:04 »
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Re: Jon Stewart, sobre a controvérsia da mesquita no "ponto zero"
« Resposta #1 Online: 18 de Agosto de 2010, 16:33:25 »
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Projeto de mesquita perto do Marco Zero faz ressurgir islamofobia

"Não glorifiquem os assassinos de 3.000 pessoas. Não à mesquita da vitória do 11 de Setembro." No cartaz brandido diante da Comissão de Conservação da Paisagem – que deve decidir sobre a situação do terreno previsto para abrigar um centro cultural islâmico, a duas ruas do local dos atentados de 2001 –, a mensagem revela a violência do debate que sacode os Estados Unidos. Manifestações públicas, batalhas na imprensa entre articulistas, compromisso pessoal do prefeito de Nova York. As tensões em torno do projeto de construção não deixaram de crescer.

O estabelecimento de uma mesquita próxima do chamado Marco Zero provocou um mal-estar imediato entre alguns setores. Alguns falam em "solo sagrado" ao referir-se a esse retângulo de terreno no sul da ilha de Manhattan, onde pereceram cerca de 3.000 pessoas no curso de algumas horas. Em um artigo chamado "Sacrilégio no Marco Zero", publicado no jornal Washington Post, o cronista político Charles Krauthammer escreve: "Por 'sagrado' entendemos aqui que esse lugar pertence a todos aqueles que sofreram e morreram lá, e que essa posse nos obriga, a nós vivos, a conservar a dignidade e a memória deste lugar". Continua Krauthammer: "Ninguém tem nada contra os centros culturais japoneses, mas construir um deles em Pearl Harbor seria uma ofensa". Em outras palavras, "o lugar escolhido tem sua importância".

As motivações dos opositores ao projeto se limitam, em grande medida, à islamofobia. Alguns deles vêm colocando cartazes com imagens agressivas nos ônibus da cidade, nos quais chamam o projeto de "mesquita do 11 de Setembro". Em artigo publicado no USA Today, Julia Vitullo-Martin, diretora do Centro para a Inovação Urbana da Associação Regional de Nova York - que luta para aumentar o gasto na infraestrutura na cidade a fim de reativar a economia local -, explica seu ponto de vista nestes termos: "Os nova-iorquinos ficaram impressionados ao descobrir, no momento dos atentados às Torres Gêmeas, que os valores que tanto defendem e valorizam – liberdade, espírito aberto, tolerância – contribuíram para que os ataques acontecessem. E alguns se perguntam por que deveriam ser generosos com um grupo de indivíduos filiados ao Islã, a quem também pertenciam os terroristas".

O debate já deixou de ser uma discussão local. Em vários estados do país se organizaram manifestações para protestar contra a instalação do centro e de projetos similares. Algumas reações foram extremadas. O diário britânico The Guardian informa que uma igreja na Flórida, o Centro de Extensão Mundial Dove, convidou os fiéis a queimarem exemplares do Alcorão no próximo 11 de setembro.

Para John Esposito, diretor do Centro para a Compreensão entre Cristãos e Muçulmanos, da Universidade de Georgetown, citado pelo Guardian, este tipo de reação revela tensões mais profundas. "O assunto em torno do World Trade Center demonstrou que o que até agora era um problema local se tornou algo mais geral e constitui um parapeito para que as pessoas ventilem livremente suas objeções contra o Islã. Sempre houve problemas onde quer que se tenha pretendido levantar uma mesquita, seja no Mississippi, na Geórgia e agora em Nova York."

Esta hostilidade, por mais profundas que sejam as suas raízes, vai contra os valores que nutrem a cultura americana: a liberdade de culto e o respeito pelas minorias religiosas. Um artigo do cronista Greg Sargent, no Washington Post, assinala "o absurdo daqueles que se opõem à mesquita", ainda que defenda a autorização para a campanha nos ônibus como "uma vitória da Constituição", em nome da liberdade de expressão. "Sim, da mesma Constituição que garante a liberdade religiosa."

A posição do prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, que apoia firmemente o projeto, se inscreve dentro dessa tradição. Ele encontra motivação em sua história pessoal, que é também a de uma boa parte dos americanos. Segundo o New York Times, na época em que se instalaram em Massachusetts, os pais do prefeito, de origem judia, pediram a seu advogado, que era cristão, que comprasse a casa da família em seu nome. Temiam ser mal recebidos em um estado hostil à comunidade judaica.

http://veja.abril.com.br/noticia/internacional/projeto-de-mesquita-perto-do-marco-zero-faz-ressurgir-a-fobia-do-isla
Apoio de Obama a mesquita no Marco Zero gera polêmica
Governador de NY sugere realocar polêmica mesquita mais longe do Marco Zero
Apoio do Hamas à mesquita no Marco Zero cria polêmica nos EUA

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Re: Jon Stewart, sobre a controvérsia da mesquita no "ponto zero"
« Resposta #2 Online: 18 de Agosto de 2010, 18:33:41 »
Situação complicada.

Mas realmente, uma mesquita não poderia ser usada pelos extremistas islâmicos como demonstração de "vitória" e servir como propaganda para estimular novos ataques?
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Re: Jon Stewart, sobre a controvérsia da mesquita no "ponto zero"
« Resposta #3 Online: 18 de Agosto de 2010, 21:17:44 »
Situação complicada.

Mas realmente, uma mesquita não poderia ser usada pelos extremistas islâmicos como demonstração de "vitória" e servir como propaganda para estimular novos ataques?
Não vejo que propaganda poderia sair daí. A de que o infiel teria se rendido a Alá? Nesse caso, porque outro ataque?

A mim ocorreu o contrário, de que com a construção os EUA poderiam passar a imagem de que eles não têm nada contra o islamismo em si, apenas contra aqueles que praticaram terrorismo, independente de qual tenha sido a desculpa para isso.

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Re: Jon Stewart, sobre a controvérsia da mesquita no "ponto zero"
« Resposta #4 Online: 18 de Agosto de 2010, 21:19:46 »
Mas eles tem algo contra o islamismo, porque deveriam dizer o contrario?
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Offline Buckaroo Banzai

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Re: Jon Stewart, sobre a controvérsia da mesquita no "ponto zero"
« Resposta #5 Online: 18 de Agosto de 2010, 21:28:55 »
Situação complicada.

Mas realmente, uma mesquita não poderia ser usada pelos extremistas islâmicos como demonstração de "vitória" e servir como propaganda para estimular novos ataques?

Na verdade, parece mais provável que a proibição inconstitucional que seria usada pelos Bin Ladens da vida para embasar a reprocidade do ódio que a América sente por eles.


Relacionado:

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[...]”Muslim-American communities have been active in preventing radicalization,” said Kurzman. “This is one reason that Muslim-American terrorism has resulted in fewer than three dozen of the 136,000 murders committed in the United States since 9/11.”
The research shows that denunciations of terrorism, internal self-policing, community building, government-funded support services and political engagement can all reduce risks of radicalization. Schanzer and fellow researchers came to these conclusions after analyzing interviews with more than 120 Muslim-Americans as well as websites and publications from Muslim-American organizations, data on prosecution of Muslim-Americans for terrorism-related offenses, and existing studies of Muslim-American communities.

“The general public as well as the Muslim community at large will get a better sense of what kinds of measures are being taken within the Muslim communities surveyed to prevent terrorism and advance integration,” Moosa said of the report. “Such experiences need to be shared with others in order to protect the communities from being undermined by subversive forces.”

The authors noted that Muslim-Americans “are feeling the strain of living in America during the post-9/11 era” and policies that alienate Muslim-American communities in an effort to crack down on terrorism are likely to exacerbate, not reduce, the threat of homegrown terrorism.
“Our research suggests that initiatives that treat Muslim-Americans as part of the solution to this problem are far more likely to be successful,” said Schanzer.
“Anti-Terror Lessons of Muslim-American Communities” is available on the websites of the Sanford School of Public Policy and the Triangle Center on Terrorism and Homeland Security, a research center co-sponsored by Duke, UNC and RTI International (www.tcths.org).

http://sanford.duke.edu/news/features/muslim_american_survey_nr010610.php

Offline Geotecton

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Re: Jon Stewart, sobre a controvérsia da mesquita no "ponto zero"
« Resposta #6 Online: 18 de Agosto de 2010, 22:23:21 »
A questão do simbolismo é importante, para os dois lados.

Se lá for edificada uma mesquita, para uns representará um sinal de maturidade dos EUA e para outros passará um sinal de fraqueza.

É uma questão delicada, principalmente em um país ultra-nacionalista, chauvinista mesmo, como os EUA.
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Re: Jon Stewart, sobre a controvérsia da mesquita no "ponto zero"
« Resposta #7 Online: 18 de Agosto de 2010, 22:25:08 »
Geo, porque tanta raiva dos EUA e do seu povo? Sempre vejo espetadas suas, sempre que aparece a oportunidade.
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Re: Jon Stewart, sobre a controvérsia da mesquita no "ponto zero"
« Resposta #8 Online: 18 de Agosto de 2010, 22:33:51 »
Geo, porque tanta raiva dos EUA e do seu povo? Sempre vejo espetadas suas, sempre que aparece a oportunidade.

Engraçada esta sua observação Barata, porque na graduação e na pós eu sempre fui declarado como sendo um "pró-americano", "capitalista e burguês", e outras adjetivações de muito baixo calão.

Então esclareço. Os EUA constituem o país que eu mais admiro em termos gerais, apesar "dos sinais contrários" emitidos por mim, mas há alguns senões que não posso deixar de mencionar.
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Offline Barata Tenno

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Re: Jon Stewart, sobre a controvérsia da mesquita no "ponto zero"
« Resposta #9 Online: 18 de Agosto de 2010, 22:38:26 »
Ok, esclarecido... Valeu....
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Re: Jon Stewart, sobre a controvérsia da mesquita no "ponto zero"
« Resposta #10 Online: 19 de Agosto de 2010, 08:20:11 »
Situação complicada.

Mas realmente, uma mesquita não poderia ser usada pelos extremistas islâmicos como demonstração de "vitória" e servir como propaganda para estimular novos ataques?
Não vejo que propaganda poderia sair daí. A de que o infiel teria se rendido a Alá? Nesse caso, porque outro ataque?

A mim ocorreu o contrário, de que com a construção os EUA poderiam passar a imagem de que eles não têm nada contra o islamismo em si, apenas contra aqueles que praticaram terrorismo, independente de qual tenha sido a desculpa para isso.

Mas a mensagem que chegaria nos rincões do Afeganistão seria a de tolerância e amizade, que apaziguaria ou a de submissão e derrota, que inflamaria os ânimos para "completarem o serviço"?
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Re: Jon Stewart, sobre a controvérsia da mesquita no "ponto zero"
« Resposta #11 Online: 19 de Agosto de 2010, 10:12:51 »
Vazio não pode ficar, parece uma ferida que não cicatrizou.

Se bem que os extremistas radicais estão pouco se lixando para eventuais mensagens de paz que partam dos EUA, façam o que fizerem eles sempre odiarão os norte-americanos.

Você é único, assim como todos os outros.
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Re: Jon Stewart, sobre a controvérsia da mesquita no "ponto zero"
« Resposta #12 Online: 19 de Agosto de 2010, 11:35:06 »
A questão do simbolismo é importante, para os dois lados.

Se lá for edificada uma mesquita, para uns representará um sinal de maturidade dos EUA e para outros passará um sinal de fraqueza.

É uma questão delicada, principalmente em um país ultra-nacionalista, chauvinista mesmo, como os EUA.

Será um centro multi-religioso, segundo alguns, com espaços de oração para muçulmanos, cristãos e judeus, segundo Reza Aslan, que debateu com o Sam Harris sobre o tema. (Bem, na verdade, seria sobre o tema, mas o Sam Harris ficou mais desviando do assunto para uma crítica geral ao islã e a uma postura exageradamente otimista dos liberais e dos moderados, do que qualquer outra coisa) Acho que isso mina bastante os já parcamente fundados temores de uma interpretação de "marco de vitória" para os radicais.

Sem contar que, mesmo que fosse visto quase que universalmente como uma vitória pelos radicais. E daí? Como eles se beneficiariam disso? Será que esse senso de satisfação os fará muito mais perigosos?

E outra, eu acho que se houver essa interpretação de "vitória" dos radicais, caso venha a ser construído o centro, 90% disso se deve à oposição enfrentada por aqueles que interpretaram isso dessa forma para começar, em vez de, "uma mesquita? E daí?" E tanto maior será quanto maior continuar sendo essa oposição idiota.


Eu não consigo deixar de ver a coisa toda como variando de positiva a insignificante insignificante para os EUA e para as relações do ocidente com os países muçulmanos, sem todo esse drama do aspecto negativo que uns (ou muitos) vêem.

Positivo porque acho que pouca coisa talvez fosse um símbolo melhor de cicatrização e até fortalecimento dos EUA e de tudo que os americanos prezam como sentido elevado de "espírito americano" do que algo assim. Do lado negativo, realmente não consigo nem perceber quais poderiam ser as terríveis consequências temidas pelos contrários. Na verdade, apesar do que o Sam Harris se esforçou para tentar defender, essa contrariedade não tem muito mais justificativa além de xenofobia e um sentido preconceituoso de que os muçulmanos, ao todo, são responsáveis pelos atentados de 11 de setembro, e que ter aquele centro lá é uma ofensa, uma vitória para "eles".

Por outro lado,talvez o lado negativo seja justamente que essa reação de medo exagerado como um sinal que esses ideais, esse espírito, não seja verdadeiro, ou não tenha resistido, ou ainda se recuperado, do atentado terrorista de 11 de setembro de 2001.

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Re: Jon Stewart, sobre a controvérsia da mesquita no "ponto zero"
« Resposta #13 Online: 19 de Agosto de 2010, 12:56:28 »
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Parentes de vítimas do 11 de Setembro divergem sobre mesquita

Construção perto de Marco Zero de Nova York confronta a liberdade religiosa nos EUA com a memória dos mortos em ataque

O debate sobre a construção de uma mesquita perto do chamado Marco Zero, local onde ficavam as Torres Gêmeas, em Nova York, coloca em confronto a questão da liberdade religiosa nos Estados Unidos e a dolorosa memória das vítimas que morreram nos atentados do 11 de Setembro de 2001.

Inúmeras pessoas classificam o projeto como uma decisão insensível, uma agressão desnecessária, uma celebração aos terroristas islâmicos que praticaram os ataques em nome do Islã.

Mas nem todos pensam assim. Há quem veja a iniciativa como uma oportunidade de aprofundar o diálogo inter-religioso no país e de esclarecer a diferença entre muçulmanos e fanáticos fundamentalistas. O iG conversou com alguns familiares e amigos de pessoas que morreram no atentado ao World Trade Center (WTC). Leia a seguir suas opiniões.

Neda Bolourchi

A mãe de Neda Bolourchi, Touri, de 69 anos, estava no voo 175 da United Airlines que se chocou contra a Torre Sul do WTC, a segunda a ser atingida no atentado. Ela voltava para casa, em Los Angeles, depois de visitar uma das filhas que morava em Boston.

Neda é naturalizada americana. Ela nasceu no Irã pouco antes da Revolução Islâmica, em 1979, que acabou levando os aiatolás ao poder.

“Não tenho aonde ir para levar flores para minha mãe. Tenho apenas o Marco Zero. Por isso não quero que esse lugar tenha nenhuma conotação política ou religiosa. Quero que ele seja um local neutro. Sei que a mesquita não ficará exatamente lá, mas será muito perto, apenas a dois quarteirões. Quando vou ao Marco Zero, não quero lembrar das pessoas que mataram a minha mãe. Não pratico o islamismo, mas nasci numa família muçulmana, conheço a religião. Sei que parte da ideologia é ruim, e é nessa parte que os terroristas que mataram a minha mãe acreditavam. Reconheço que os muçulmanos têm o direito legal de construir a mesquita ali, mas espero que respeitem a opinião dos parentes das vítimas como eu e escolham outro lugar.”

Terry Rockefeller

A documentarista Terry Rockefeller perdeu sua irmã Laura, de 41 anos, no atentado. Laura ajudava a organizar um evento no restaurante que funcionava no topo da Torre Norte do WTC. Ela trabalharia apenas dois dias ali.

Terry faz parte do grupo September Eleventh Families for Peaceful Tomorrows (Famílias do 11 de Setembro para Amanhãs Pacíficos, em tradução livre), formado por parentes de vítimas que são contra o uso da violência em resposta ao ataque terrorista.

“Não quero que ocorra nenhum tipo de violência e de violação constitucional em nome da memória da minha irmã. Não quero que nenhum direito civil seja negado. Ela ficaria devastada se isso acontecesse. A liberdade de religião foi uma das principais razões que fizeram tantas pessoas imigrar para os Estados Unidos. Todos, de qualquer crença, têm o direito de construir suas igrejas e templos em qualquer lugar. Como podemos definir se dois quarteirões de distância do Marco Zero ou dez, vinte são suficientes? É esse tipo de discussão que acontece quando a sociedade começa a discriminar pessoas. No passado, tivemos lugares que proibiam a presença de negros. Acho que a construção da mesquita ali pode ser uma grande oportunidade para de fato se iniciar um diálogo inter-religioso nos Estados Unidos.”

Susan

Susan perdeu um amigo de 26 anos no atentado. O jovem participava de uma reunião de trabalho em uma das empresas que funcionavam no WTC.

Susan, que prefere não revelar seu sobrenome, já fez parte do Partido Democrata, mas hoje pensa em se filiar ao Partido Republicano, conservador. Ela criou o blog Urban Infidel, no qual divulga protestos contra a construção da mesquita perto do Marco Zero.

“Acho que a decisão de construir uma mesquita tão perto do WTC é intencionalmente provocativa. É um desrespeito aos familiares das vítimas. Parece um tipo de glorificação aos autores do atentado. Se alguém na sua família é assassinado, você não convida o assassino para visitar sua casa. Se o objetivo dos muçulmanos é mesmo promover o diálogo entre diferentes religiões, por que começar provocando briga? Por que eles não usam os US$ 100 milhões previstos para a construção desse centro islâmico para erguer um centro de tolerância religiosa na Arábia Saudita, no Iraque ou na Síria? Se uma mesquita for mesmo construída ali, eu só espero que os nossos serviços de segurança acompanhem de perto essas pessoas que vão frequentar o local.”

John Leinung

O enteado do editor de vídeos John Leinung, Paul Battaglia, trabalhava há poucos meses como consultor de segurança em uma empresa cujo escritório funcionava no 100º andar da Torre Norte do WTC, a primeira a ser atingida no atentado.

Ele tinha 21 anos e havia acabado de se formar em administração de empresas pela Universidade do Estado de Nova York, na cidade de Binghamton.

“Não vejo nenhum problema em uma mesquita ser construída a dois quarteirões do Marco Zero. Conheço muçulmanos que perderam familiares no atentado. Morreram pessoas de todas as religiões. Tenho também amigos muçulmanos que ficaram tão chocados como qualquer outra pessoa com o que aconteceu naquele dia. Meu enteado não morreu por causa do islamismo, mas por causa do fanatismo. E fanatismo existe em todas as religiões. A nossa Constituição garante liberdade de crença. Isso quer dizer que o governo não pode dizer em qual religião podemos ou não acreditar, em qual local podemos ou não praticá-la. Se queremos que essa garantia permanença para todos, temos de concedê-la também a quem pensa diferente de nós.”

http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/parentes+de+vitimas+do+11+de+setembro+divergem+sobre+mesquita/n1237753041481.html

Erros iniciais alimentaram polêmica sobre mesquita em NY

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Re: Jon Stewart, sobre a controvérsia da mesquita no "ponto zero"
« Resposta #14 Online: 19 de Agosto de 2010, 20:59:28 »
Muçulmanos derrubam os prédios, matando milhares de pessoas, e um templo muçulmano é construído no local. É quase como se judeus pintassem a suástica na porta de suas casas, logo após a 2ª guerra.
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Re: Jon Stewart, sobre a controvérsia da mesquita no "ponto zero"
« Resposta #15 Online: 19 de Agosto de 2010, 21:15:08 »
Muçulmanos derrubam os prédios, matando milhares de pessoas, e um templo muçulmano é construído no local. É quase como se judeus pintassem a suástica na porta de suas casas, logo após a 2ª guerra.
Muçulmanos não, fanáticos terroristas. Não coloque todos no mesmo cesto.
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Re: Jon Stewart, sobre a controvérsia da mesquita no "ponto zero"
« Resposta #16 Online: 19 de Agosto de 2010, 21:53:09 »
Assim como a suástica não é, originalmente, um símbolo nazista. O problema é o que passa a representar aos olhos das pessoas. Elas vão ver a mesquita e lembrar que terroristas muçulmanos foram os responsáveis pelos ataques, e pouco importa se existem muçulmanos que não são malucos.
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Re: Jon Stewart, sobre a controvérsia da mesquita no "ponto zero"
« Resposta #17 Online: 19 de Agosto de 2010, 22:02:33 »
Quem coloca todos no mesmo cesto esta cometendo um erro, e o estado não pode compactuar com esse erro. Começa proibindo uma mesquita próximo ao ponto zero, depois pode ser proibido em NY, depois na costa oeste.... E assim por diante. 
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Re: Jon Stewart, sobre a controvérsia da mesquita no "ponto zero"
« Resposta #18 Online: 19 de Agosto de 2010, 23:31:20 »

Acho que a maior ofensa as vitimas do 11 de Setembro nao é a contruçao da mesquita e sim a maior maquina de guerra da historia nao conseguir apanhar um arabe de meia idade com insuficiencia renal


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Re: Jon Stewart, sobre a controvérsia da mesquita no "ponto zero"
« Resposta #19 Online: 23 de Agosto de 2010, 09:14:24 »
Manifestantes pró e contra mesquita invadem ruas de Nova York

Projeto de construir centro cultural islâmico a dois quarteirões de local de ataques do 11 de Setembro causa polêmica no país

Centenas de defensores e oponentes dos planos de construir uma mesquita a dois quarteirões do Marco Zero, onde ficavam as Torres Gêmeas do World Trade Center (WTC), em Nova York, atingidas pelos ataques do 11 de Setembro, realizaram manifestações pacíficas neste domingo nas proximidadas do local. O 11 de Setembro de 2001 deixou quase 3 mil mortos em ataques lançados com aviões em Nova York, Washington e Pensilvânia.

Os manifestantes se reuniram sob uma fina chuva no meio da manhã, sem ocorrência de distúrbios entre os dois lados. "Não deixe o Islã sair vitorioso com uma mesquita", dizia uma faixa estendida a dois quarteirões do Marco Zero.

Do outro lado, uma pequena multidão do mesmo tamanho pedia tolerância, com cartazes defendendo a liberdade de religião e aceitação de todas as fés. Seus cartazes diziam "Abaixo o egoísmo religioso" e "Não à islamofobia!".

Em 13 de agosto, o presidente dos EUA, Barack Obama, desatou uma polêmica ao defender a construção da mesquita e de um centro islâmico em um prédio privado perto do WTC. “O compromentimento dos Estados Unidos com a liberdade de religião é inabalável”, afirmou. “Como cidadão e como presidente, acredito que os muçulmanos têm o mesmo direito de praticar sua religião como qualquer um neste país.”

Muitos familiares de vítimas dos ataques criticaram as declarações. "O presidente declarou obsoletos nossas memórias do 11 de Setembro e o caráter sagrado do Marco Zero", criticou a organização "Famílias do 11/9 para uma América Forte e Segura".

Quatro dias depois de suas declarações iniciais sobre o assunto, Obama afirmou que não se arrependia de ter aprovado o projeto. O prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, também manifestou seu apoio ao plano. Ele afirmou que a mesquita é uma forma de provar que nos EUA prevalece a tolerância religiosa.

Pesquisas de opinião, porém, indicam que a maioria dos nova-iorquinos se opõe à ideia. Segundo levantamento da TV americana CNN, divulgado na semana retrasada, 68% dos entrevistados são contrários à iniciativa e 29% a favor.

No início do mês, a última barreira legal para a construção da mesquita foi revogada. Em 3 de agosto, a Comissão de Preservação de Monumentos Históricos de Nova York votou por unanimidade contra o tombamento do edifício. Na prática, a decisão autoriza sua demolição para a construção do centro islâmico.

http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/manifestantes+pro+e+contra+mesquita+invadem+ruas+de+nova+york/n1237756824853.html#5

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Offline Buckaroo Banzai

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Re: Jon Stewart, sobre a controvérsia da mesquita no "ponto zero"
« Resposta #20 Online: 23 de Agosto de 2010, 23:07:33 »
Assim como a suástica não é, originalmente, um símbolo nazista. O problema é o que passa a representar aos olhos das pessoas. Elas vão ver a mesquita e lembrar que terroristas muçulmanos foram os responsáveis pelos ataques, e pouco importa se existem muçulmanos que não são malucos.

Ainda em dezembro do ano passado, segundo matéria do NYT, esse projeto não despertava esses sentimentos de insulto e interpretações de monumento a vitória islamoterrorista. Uma mãe de um morto nos atentados disse ser um "nobre esforço" a construção do centro, havendo ainda depoimentos positivos de outras pessoas, incluindo um rabino e um porta-voz do FBI. A mulher do Imam é conselheira no memorial das vítimas do 11 de setembro. Ao mesmo tempo, já havia, até mais próximo do marco zero, uma mesquitinha subterrânea funcionando há tempos. No pentágono também. Sem protestos contrários, e sem terrorismo.

O que ocorreu é que, seja por puro gênio diabólico ou oportunismo, surgiu a idéia de enquadrar a coisa como "mesquita" do "marco zero", quando não é bem nenhuma das duas coisas, e quando essa seria realmente uma idéia que, ainda que não inerentemente terrível (no Japão há uma igreja cristã no marco zero da bomba que destruiu Nagasaki e matou muito mais gente), realmente tende muito mais a causar indignação, até revolta. E para isso esse enquadramento foi usado, para causar revolta. Propaganda de ódio que faria Goebbels sorrir se pudesse assistir de algum lugar.

http://www.salon.com/news/politics/war_room/2010/08/16/ground_zero_mosque_origins

Offline Buckaroo Banzai

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Re: Jon Stewart, sobre a controvérsia da mesquita no "ponto zero"
« Resposta #21 Online: 23 de Agosto de 2010, 23:08:22 »
Quem coloca todos no mesmo cesto esta cometendo um erro, e o estado não pode compactuar com esse erro. Começa proibindo uma mesquita próximo ao ponto zero, depois pode ser proibido em NY, depois na costa oeste.... E assim por diante. 

E de fato estão ocorrendo protestos contra novas mesquitas por todo o país.


Offline Diegojaf

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Re: Jon Stewart, sobre a controvérsia da mesquita no "ponto zero"
« Resposta #23 Online: 24 de Agosto de 2010, 07:48:43 »
Li que o projeto é a 8 quarteirões do "Groud Zero". É sério que esse fuzuê todopor conta disso?
"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto." - Rui Barbosa

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Offline _tiago

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Re: Jon Stewart, sobre a controvérsia da mesquita no "ponto zero"
« Resposta #24 Online: 24 de Agosto de 2010, 09:31:39 »
Só pela polêmica já acho um erro construir uma mesquita naquele lugar.

 

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