Manifestantes pró e contra mesquita invadem ruas de Nova YorkProjeto de construir centro cultural islâmico a dois quarteirões de local de ataques do 11 de Setembro causa polêmica no paísCentenas de defensores e oponentes dos planos de construir uma mesquita a dois quarteirões do Marco Zero, onde ficavam as Torres Gêmeas do World Trade Center (WTC), em Nova York, atingidas pelos ataques do 11 de Setembro, realizaram manifestações pacíficas neste domingo nas proximidadas do local. O 11 de Setembro de 2001 deixou quase 3 mil mortos em ataques lançados com aviões em Nova York, Washington e Pensilvânia.
Os manifestantes se reuniram sob uma fina chuva no meio da manhã, sem ocorrência de distúrbios entre os dois lados. "Não deixe o Islã sair vitorioso com uma mesquita", dizia uma faixa estendida a dois quarteirões do Marco Zero.
Do outro lado, uma pequena multidão do mesmo tamanho pedia tolerância, com cartazes defendendo a liberdade de religião e aceitação de todas as fés. Seus cartazes diziam "Abaixo o egoísmo religioso" e "Não à islamofobia!".
Em 13 de agosto, o presidente dos EUA, Barack Obama, desatou uma polêmica ao defender a construção da mesquita e de um centro islâmico em um prédio privado perto do WTC. “O compromentimento dos Estados Unidos com a liberdade de religião é inabalável”, afirmou. “Como cidadão e como presidente, acredito que os muçulmanos têm o mesmo direito de praticar sua religião como qualquer um neste país.”
Muitos familiares de vítimas dos ataques criticaram as declarações. "O presidente declarou obsoletos nossas memórias do 11 de Setembro e o caráter sagrado do Marco Zero", criticou a organização "Famílias do 11/9 para uma América Forte e Segura".
Quatro dias depois de suas declarações iniciais sobre o assunto, Obama afirmou que não se arrependia de ter aprovado o projeto. O prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, também manifestou seu apoio ao plano. Ele afirmou que a mesquita é uma forma de provar que nos EUA prevalece a tolerância religiosa.
Pesquisas de opinião, porém, indicam que a maioria dos nova-iorquinos se opõe à ideia. Segundo levantamento da TV americana CNN, divulgado na semana retrasada, 68% dos entrevistados são contrários à iniciativa e 29% a favor.
No início do mês, a última barreira legal para a construção da mesquita foi revogada. Em 3 de agosto, a Comissão de Preservação de Monumentos Históricos de Nova York votou por unanimidade contra o tombamento do edifício. Na prática, a decisão autoriza sua demolição para a construção do centro islâmico.
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