Autor Tópico: Livros sobre ateísmo ou descrença em deus(es)  (Lida 8365 vezes)

0 Membros e 1 Visitante estão vendo este tópico.

Offline West

  • Nível 31
  • *
  • Mensagens: 1.888
  • Sexo: Masculino
  • "Como um grão de poeira suspenso num raio de sol"
Livros sobre ateísmo ou descrença em deus(es)
« Online: 26 de Agosto de 2010, 22:27:24 »
Gostaria de dar uma sugestão, que tal mantermos um tópico fixo sobre conteúdo impresso, principalmente livros, acerca do ateísmo e da descrença em deus(es) de uma forma geral. O tópico seviria tanto como material de referência para interessados em conhecer mais sobre o assuntos, como também em área de informação e de  perguntas dos usuários sobre obras específicas.

De início, gostaria que alguém quem tivesse o livro "O Espírito do Ateísmo", de André Comte-Sponville comentasse sobre o mesmo. É que estou interessado em adquiri-lo e gostaria de saber se vale a pena.
"Houve um tempo em que os anjos perambulavam na terra.
Agora não se acham nem no céu."
__________
Provérbio Iídiche.

"Acerca dos deuses não tenho como saber nem se eles existem nem se eles não
existem, nem qual sua aparência. Muitas coisas impedem meu conhecimento.
Entres elas, o fato de que eles nunca aparecem."
__________
Protágoras.Ensaio sobre os deuses. Séc. V a.C.

Offline uiliníli

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 18.107
  • Sexo: Masculino
Re: Livros sobre ateísmo ou descrença em deus(es)
« Resposta #1 Online: 27 de Agosto de 2010, 13:52:28 »
Eu li esse livro. Ele é dividido em três partes, uma fala sobre se podemos viver sem religião, outra trata da questão da existência de Deus e a última fala sobre o que seria uma espiritualidade ateísta. Nessa última parte eu acho que ele viajou um pouquinho, principalmente ao tratar de como experiências místicas podem ser aproveitadas por ateus, mas no geral e principalmente pelas duas primeiras partes é um livro bacana. Eu não diria que é um livro fantástico, porém, para falar a verdade eu ainda não achei um livro sobre ateísmo assim - mesmo de Deus, um Delírio eu não gostei. Acho que O Espírito do Ateísmo ainda ganha dele.

Offline Lakatos

  • Nível 35
  • *
  • Mensagens: 3.071
  • Sexo: Masculino
Re: Livros sobre ateísmo ou descrença em deus(es)
« Resposta #2 Online: 27 de Agosto de 2010, 14:25:22 »
Boa ideia fixar o tópico.

Offline West

  • Nível 31
  • *
  • Mensagens: 1.888
  • Sexo: Masculino
  • "Como um grão de poeira suspenso num raio de sol"
Re: Livros sobre ateísmo ou descrença em deus(es)
« Resposta #3 Online: 27 de Agosto de 2010, 15:16:15 »
Outro livro que sempre escuto falar é o Tratado de Ateologia, de Michel Onfray. Alguém já leu?
"Houve um tempo em que os anjos perambulavam na terra.
Agora não se acham nem no céu."
__________
Provérbio Iídiche.

"Acerca dos deuses não tenho como saber nem se eles existem nem se eles não
existem, nem qual sua aparência. Muitas coisas impedem meu conhecimento.
Entres elas, o fato de que eles nunca aparecem."
__________
Protágoras.Ensaio sobre os deuses. Séc. V a.C.

Offline Geotecton

  • Moderadores Globais
  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 28.345
  • Sexo: Masculino
Re: Livros sobre ateísmo ou descrença em deus(es)
« Resposta #4 Online: 27 de Agosto de 2010, 21:38:45 »
"Good Without God: What a Billion Nonreligious People Do Believe" de Greg Epstein.

Trata sobre o possível desenvolvimento da moral e da ética baseada em uma perspectiva humanista, e que inclui indivíduos sem uma religião formal e sem a crença em qualquer tipo de deus.
Foto USGS

Offline West

  • Nível 31
  • *
  • Mensagens: 1.888
  • Sexo: Masculino
  • "Como um grão de poeira suspenso num raio de sol"
Re: Livros sobre ateísmo ou descrença em deus(es)
« Resposta #5 Online: 29 de Agosto de 2010, 12:23:24 »
Citar
TRATADO DE ATEOLOGIA
Por Fábio de Oliveira Ribeiro 02/01/2008 às 09:16
Resenha do livro de Michel Onfray.

Foi realmente um prazer terminar 2007 lendo e resenhando o livro de Michel Onfray ( http://en.wikipedia.org/wiki/Michel_Onfray), publicado no Brasil pela MARTINS FONTES. No mínimo fiquei alheio à todas aquelas lorotas que o religiosos dizem dos dias que antecedem o natal ao início do novo ano fiscal. TRATADO DE ATEOLOGIA tem tudo para se tornar um clássico. Deveria ser leitura obrigatória nas escolas brasileiras, inclusive nas religiosas. Afinal, como o próprio autor afirma na introdução, uma ? ...introspecção bem conduzida obtém o recuo dos sonhos e dos delírios de que os deuses se nutrem. O ateísmo não é uma terapia mas uma saúde mental recuperada.? 


Na primeira parte do livro o autor se afasta deliberadamente da tradição nietzschiniana. ?...Deus não está morto nem moribundo - ao contrário do que pensam Nietzsche e Heine. Nem morto nem moribundo porque não mortal. Uma ficção não morre, uma ilusão não expira nunca, não se refuta um conto infantil. Nem o hipogrifo nem o centauro estão submetidos à lei dos mamíferos.? 


Um pouco adiante Onfray deixa claro que sua posição é bem parecida que a de alguns filósofos gregos, que diziam que todas as religiões são igualmente válidas porque servem ao propósito de ajudar os fiéis a suportarem seus males existenciais. ?...Deus criado pelos mortais à imagem deles hipostasiada só existe para tornar possível a vida cotidiana apesar da trajetória de todos e cada um em direção ao nada. Enquanto os homens tiverem que morrer, uma parte deles não poderá suportar essa idéia e inventará subterfúgios. Não se assassina, não se mata um subterfúgio. Seria antes ele, até, a nos matar: pois Deus mata tudo o que lhe resiste. Em primeiro lugar a Razão, a Inteligência, o Espírito Crítico.? 


Uma das coisas mais curiosas em matéria religiosa é o silêncio divino. Os ateus nunca escutam as palavras ditadas pelo altíssimo e sempre desconfiam daqueles que dizem que as escutaram. Afinal, porque Deus falaria a uns e não a outros? Além disto, raramente dois fiéis inspirados pela divindade escutam a mesma mensagem divina e raramente concordam quanto ao sentido do que foi dito a um deles. ?O silêncio de Deus permite a tagarelice de sues ministros que usam e abusam do epíteto: quem não crê no Deus deles, portanto, neles, torna-se imediatamente ateu. Portanto o pior dos homens: o imoralista, o detestável, o imundo, a encarnação do mal. Deve ser preso imediatamente torturado, deve ser morto.? 


Outra curiosidade das religiões é a estupidez de alguns de seus ritos. ?Aos que ainda duvidam das extravagâncias possíveis das religiões em matéria de suportes, lembremos a dança da urina entre os zunis do Novo México, a confecção de amuletos com excrementos do grande lama do Tibet, a bosta e a urina da vaca para as abluções de purificação entre os hinduístas, o culto de Stercorius, Crepitus e Cloacine entre os romanos - respectivamente divindades dos lixos, do peido e dos esgotos - as oferendas de estrume feitas a Siva, Vênus assíria, o consumo dos próprios excrementos por Suchiquecal, deusa mexicana mãe dos deuses, determinada prescrição divina de utilizar matérias fecais humanas para cozer alimentos no livro de Ezequiel e outros meios impenetráveis ou maneiras singulares de manter uma relação com o divino e o sagrado...? 


A referência ao deus romano Crepitus é importante. Quantos admitem a hipótese de que foi por piedade religiosa que um soldado romano peidou no Templo dos judeus e provocou a revolta que resultou na destruição de Jerusalém em 70 dC? Sabemos que os judeus se rebelaram por piedade religiosa, mas nunca consideramos a hipótese de que os próprios romanos estavam a defender a honra de seu deus do peido quando devastaram a Judéia. Os intolerantes filhos do Deus único não admitiam que Crepitus fosse reverenciado por um romano dentro do Templo. O resultado não poderia ser mais danoso. Ao final da revolta a casa do Deus judaico foi demolida. Prova que Crepitos era mais poderoso que o dono dela? 


Fiz esta pequena digressão histórica para demonstrar como religião e política sempre andaram de mãos dadas. O autor do TRATADO DE ATEOLOGIA admite expressamente isto. ?Embarcados numa empreitada de justificação do poder, os deuses - ou Deus - passam por ser os interlocutores privilegiados dos chefes de tribo, dos reis e dos príncipes. Essas figuras terrestres afirmam deter seu poder dos deuses que o confirmariam com ajuda de sinais evidentemente decodificados pela casta dos sacerdotes também ela interessada nos benefícios do exercício pretensamente legal da força. O ateísmo torna-se então uma arma útil para lançar este ou aquele, bastando que ele resista ou refugue um pouco, nas prisões, nas masmorras, até mesmo na fogueira.? 


Voltemos à revolta judaica. Já vimos que os romanos tinham razões para considerar os judeus ateus porque não admitiram que Crepitos fosse reverenciado no Templo. Os judeus, por sua vez, certamente julgaram os romanos impiedosos (ou seja, ateus) justamente porque o soldado peidou na casa do Deus judaico. O motivo da guerra que foi registrada pelo historiador Flávio Josefo não foi o peido, mas a conseqüência política da interpretação religiosa do mesmo pelos contendores. Portanto, se judeus e romanos fossem realmente ateus, Jerusalém não teria sido destruída em 70 dC e a moderna questão árabe/israelense provavelmente não existiria. 


Mas já que estamos falando das virtudes da ateologia, quem foi seu primeiro grande teórico? Onfray nos deu uma resposta satisfatória. ?Cura de Etrépigny em Ardennes, discreto ao longo de todo o seu ministério, salvo uma altercação com o senhor do povoado, Jean Meslier (1664/1729) escreveu um volumoso Testamento no qual achincalha a Igreja, a Religião, Jesus, Deus, mas também a aristocracia, a Monarquia, o Ancien Régime, denuncia com violência inominável a injustiça social, o pensamento idealista, a moral cristã dolorista e professa ao mesmo tempo um comunalismo anarquista, uma filosofia materialista autêntica e inaugural e um ateísmo hedonista de espantosa modernidade.? 


O esquecimento de Meslier e de outros teóricos da ateologia é deliberado. A Universidade se concentra em Rousseau, Diderot, Voltaire porque, segundo Onfray, eles constituem ?...um bando deísta pretensamente esclarecido....?. Nenhum dos três representa um perigo genuíno para o edifício judaico/cristão/estatal. ?Silêncio sobre Meslier, o imprecador (O testamento, 1729), silêncio sobre Holbach o desmistificador (O contágio sagrado data de 1768), silêncio na historiografia igualmente sobre Feuerbach o desconstrutor (A essência do cristianismo, 1841), terceiro grande momento do ateísmo ocidental, pilar considerável de uma ateologia digna do nome: pois Ludwig Feuerbach propõe uma explicação do que é Deus. Não nega sua existência, disseca a quimera. Não se trata de modo nenhum de dizer Deus não existe, mas sim O que é esse Deus em que a maioria crê? E de responder: uma ficção, uma criação dos homens, uma fabricação que obedece a leis particulares, no caso a projeção e a hipostase - os homens criam Deus à imagem deles invertida.? 


A retomada destes autores colocaria em evidência a necessidade de ensinar o fato ateu. E isto ?...suporia uma arqueologia do sentimento religioso: o medo, o temor, a incapacidade de olhar a morte de frente, a impossível consciência da incompletude e da finitude nos homens, o papel maior e motor da angústia existencial. A religião, criação de ficções, exigiria uma desmontagem em boa e devida forma desses placebos ontológicos - como em filosofia se aborda a questão da feitiçaria, da loucura e das margens para produzir e circunscrever uma definição da razão.? 


Onfray admite que desde moralidade judaico-cristã tem perdido sua influência nos últimos séculos. Ainda assim acredita que isto ainda isto ?...não modifica em nada seu poder e seu império sobre os territórios conquistados, conservados e administrados por elas há quase dois milênios. A terra é uma aquisição, a geografia um testemunho de uma presença antiga e de uma infusão ideológica, mental, conceitual, espiritual. Mesmo ausentes, os conquistadores continuam presentes pois conquistaram os corpos, as almas, as carnes, os espíritos da maioria. Seu recuo estratégico não significa o fim de seu império efetivo.? Portanto, segundo o autor é preciso persistir na tarefa de criar um mundo livre da domesticação conceitual imposta pelos monoteísmos. 


A maioria dos ocidentais vivem em Estados laicos, ou seja, desvinculados de qualquer religião. Contudo a ?...ausência da cruz na sala de audiências não garante a independência da justiça em relação à religião dominante.? Uma das razões desta permanência seria o império do livre-arbítrio. Como podemos ser livres de nossa herança genética? Como cada ser único pode se ajustar ao princípio geral definido pelo legislador e imposto à força pelo Judiciário? ?Essa máquina da colônia penitenciária de Kafka produz seus efeitos no cotidiano nos palácios ditos de justiça europeus e as prisões que lhes são adjacentes. Esse conluio entre livre-arbítrio e preferência voluntária do Mal ao Bem que legitima a responsabilidade, portanto a culpa, portanto a punição, supõe o funcionamento de um pensamento mágico que ignora o que a diligência pós-cristã de Freud esclarece com a psicanálise e outros filósofos evidenciam o poder dos determinismos inconscientes, psicológicos, culturais, sociais, familiares...? 


No caso específico do Brasil o caráter laico do Judiciário é quase inexistente. Afinal, em cada sala de audiência brasileira há uma cruz. Quando o Papa Bento XVI visitou São Paulo o Tribunal de Justiça decretou feriado em sua homenagem. Nem George W. Bush, o Presidente da potência que venceu a Guerra Fria, teve esta honra quando esteve em solo paulista. 


Livrar o mundo da prisão conceitual judaico-cristã não significa a destruição das religiões. Onfray defende a tese de que não é preciso ?...ajustar as Igrejas, nem as destruir, mas construir em outro lugar, de maneira diferente, outra coisa para os que não queiram continuar a residir intelectualmente em locais já muito usados.? A proposta dele é tentadora. Contudo, nunca é demais lembrar que todas as vezes que quiseram afrontar o poder político e econômico da Igreja a reação dela foi firme, decidida, intolerante e belicosa (Cruzada Albigense, Contra-Reforma, Guerra Civil Espanhola, etc). Para aceitar o risco da empresa sugerida no TRATADO DE ATEOLOGIA é preciso encarar a morte como um fato da vida. 


Pessoalmente acho que a proposta vale a pena. Afinal, já está mais do que na hora de desconstruir ?...os monoteísmos, desmistificar o judeu-cristianismo - mas também o islã, sem dúvida -, depois desmontar a teocracia, eis três empreendimentos inaugurais para a ateologia.? Onfray está rigorosamente certo ao dizer que é necessário criar ?...uma nova ordem ética e produzir no Ocidente as condições de uma verdadeira moral pós-cristã em que o corpo deixe de ser uma punição, a terra um vale de lágrimas, a vida uma catástrofe, o prazer um pecado, as mulheres uma maldição, a inteligência uma presunção, a volúpia uma danação.? 


Apesar de seu estilo elegante, o autor da obra resenhada é um demolidor. Na segunda parte da obra cada um dos monoteísmos (judaísmo, cristianismo e islamismo) foi detalhada e impiedosamente submetido às luzes da razão e descartado por causa de suas contradições internas. 

?Em terra de islã, a ciência não é praticada pela ciência em si mas pelo engrandecimento da prática religiosa. Depois de séculos de cultura muçulmana não se aponta nenhuma invenção ou nenhuma pesquisa, nenhuma descoberta notável no âmbito da ciência laica.? 


?Em matéria de ciência, a Igreja se engana sobre tudo desde sempre: diante de uma verdade epistemológica, ela persegue o descobridor. A história de sua relação com o cristianismo engendra uma soma considerável de besteiras.? 


Desde sempre a Igreja persegue os defensores do atomismo e do materialismo. ?Eis o perigo do atomismo e do materialismo: torna metafisicamente impossíveis as lorotas teológicas da Igreja! Nas aferições atômicas contemporâneas, encontra-se no pão e no vinho unicamente a predição de Epicuro: matérias. As escamoteações possibilitadas pelas logorréias sobre as substâncias e as espécies sensíveis tornam-se impossíveis com a teoria epicurista. Por isso é preciso abater os discípulos de Demócrito. Especialmente desacreditando suas vidas, suas biografias, travestindo sua ética ascética em licença, desvergonha e bestialidade.? 


Nesta segunda parte o autor disseca o ódio que os monoteísmos devotam a tudo que é feminino (a única função da mulher é procriar e cuidar dos filhos e do marido). ?A carne, o sangue, a libido, naturalmente associados às mulheres, fornecem para o judaísmo, o cristianismo e islã ocasiões de decretar o ilícito, o impuro, portanto de desencadear combates contra o corpo desejável, o sangue das mulheres liberadas da maternidade, a energia hedonista.? O Papa não é contra o preservativo por causa da procriação, mas porque o mesmo liberta na mulher sua melhor porção: a porção feminina. 


A terceira parte do livro o autor dedicou à (des)construção do mito de Jesus. ?Nada do que subsiste é confiável. O arquivo cristão decorre de uma fabricação ideológica, e mesmo Flávio Josefo, Suetônio ou Tácito nos quais um punhado de palavras indica a existência de Cristo e de seus fiéis no século I de nossa era obedecem à lei da falsificação intelectual. Quando um monge anônimo recopia as Antiguidades do historiador judeu preso e que se tornou colaborador do poder romano, quando ele tem diante dos olhos um original dos Anais de Tácito ou de A vida dos doze Césares de Suetônio e se surpreende com a ausência no texto de uma menção à história na qual acredita, de boa-fé, sem complexo, sem imaginar que está agindo mal ou fabricando uma falsificação, uma vez que na época não se aborda o livro com o mesmo olhar contemporâneo obcecado pela verdade, pelo respeito à integridade do texto e ao direito do autor...? 


Para Onfray ?Jesus designa a recusa judaica da dominação romana.? Se considerarmos a tragédia humana que se abateu sobre a Judéia quando da revolta que resultou na destruição de Jerusalém em 70 dC podemos dizer que Jesus designa uma recusa à intolerância judaica. Entretanto, sempre é bom frisar que nas mãos de Paulo o cristianismo se tornou tão ou mais intolerante que o próprio judaísmo. 


Segundo o autor ?...nascer de mãe virgem informada de sua sorte por uma figura celeste ou angélica, realizar milagres, dispor de um carisma que gera discípulos apaixonados, ressuscitar os mortos, esses são lugares-comuns que atravessam a literatura da Antiguidade. Evidentemente, considerar sagrados os textos evangélicos dispensa de um estudo comparativo que relativize o maravilhoso testamentário para o instalar na lógica do maravilhoso antigo, nem mais nem menos.? O Traité D' Athéologie foi publicado originalmente na França em 2005. Antes disto fiz um estudo comparativo como o sugerido por Onfray: 
 http://www.revistacriacao.net/notas_sobre_o_mito_crucificado.htm 


Ainda nesta terceira parte de seu TRATADO DE ATEOLOGIA o ateólogo faz uma análise detalhada da contaminação paulina e do estado totalitário cristão. A quarta e última parte do livro é especialmente esclarecedora. Contudo, serei obrigado a deixar o leitor com água na boca porque já me estendi muito. 



Fábio de Oliveira Ribeiro 
FONTE: http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2008/01/407306.shtml
"Houve um tempo em que os anjos perambulavam na terra.
Agora não se acham nem no céu."
__________
Provérbio Iídiche.

"Acerca dos deuses não tenho como saber nem se eles existem nem se eles não
existem, nem qual sua aparência. Muitas coisas impedem meu conhecimento.
Entres elas, o fato de que eles nunca aparecem."
__________
Protágoras.Ensaio sobre os deuses. Séc. V a.C.

Offline West

  • Nível 31
  • *
  • Mensagens: 1.888
  • Sexo: Masculino
  • "Como um grão de poeira suspenso num raio de sol"
Re: Livros sobre ateísmo ou descrença em deus(es)
« Resposta #6 Online: 29 de Agosto de 2010, 12:27:55 »
Esse daí acabei de comprar. Peguei uma promoção no submarino. Aproveitei e inclui a coleção completa do Guia do Mochileiro das Galáxias e mais um livro do Mario Novello - Do Big Bang ao Universo Eterno. Considerando tudo, cada livro saiu em média por R$ 10,00 . Uma pechincha. :)
"Houve um tempo em que os anjos perambulavam na terra.
Agora não se acham nem no céu."
__________
Provérbio Iídiche.

"Acerca dos deuses não tenho como saber nem se eles existem nem se eles não
existem, nem qual sua aparência. Muitas coisas impedem meu conhecimento.
Entres elas, o fato de que eles nunca aparecem."
__________
Protágoras.Ensaio sobre os deuses. Séc. V a.C.

Offline Lakatos

  • Nível 35
  • *
  • Mensagens: 3.071
  • Sexo: Masculino
Re: Livros sobre ateísmo ou descrença em deus(es)
« Resposta #7 Online: 30 de Agosto de 2010, 20:32:11 »
Esse daí acabei de comprar. Peguei uma promoção no submarino. Aproveitei e inclui a coleção completa do Guia do Mochileiro das Galáxias e mais um livro do Mario Novello - Do Big Bang ao Universo Eterno. Considerando tudo, cada livro saiu em média por R$ 10,00 . Uma pechincha. :)

Esse do Mário Novello eu achei muito interessante. Mas me pareceu, de certa forma, estranho. Parece uma ideia um pouco simples para que não tenha sido refutada... E ele é claro em dizer que, pelo contrário, é uma ideia que vem ganhando adeptos no meio científico. Alguém daqui já leu?

Offline Lion

  • Nível 35
  • *
  • Mensagens: 2.994
  • Sexo: Masculino
Re: Livros sobre ateísmo ou descrença em deus(es)
« Resposta #8 Online: 30 de Agosto de 2010, 20:54:04 »
“Ateísmo & Liberdade” é bacana.  http://ateismo.com.br/   

Offline Shinigami-Ateu

  • Nível 34
  • *
  • Mensagens: 2.666
  • Sexo: Masculino
  • "SILINCE, I KILL YOU!" Infidel
Re: Livros sobre ateísmo ou descrença em deus(es)
« Resposta #9 Online: 25 de Novembro de 2010, 20:34:26 »
“Ateísmo & Liberdade” é bacana.  http://ateismo.com.br/   


Eu comprei esse, eu gostei.
Comprei também:
"O Vazio da Máquina"
Esse não li ainda!
"Por que temer a morte? Enquanto eu sou, a morte não é; e, quando ela for, eu já não serei. Por que deveria temer o que não pode ser enquanto sou?”.

Offline Lion

  • Nível 35
  • *
  • Mensagens: 2.994
  • Sexo: Masculino
Re: Livros sobre ateísmo ou descrença em deus(es)
« Resposta #10 Online: 25 de Novembro de 2010, 20:42:10 »
"O Vazio da Máquina"
Esse não li ainda!
Ele é voltado para o niilismo, excelente. Eu gosto muito da escrita do André. 

Offline Shinigami-Ateu

  • Nível 34
  • *
  • Mensagens: 2.666
  • Sexo: Masculino
  • "SILINCE, I KILL YOU!" Infidel
Re: Livros sobre ateísmo ou descrença em deus(es)
« Resposta #11 Online: 25 de Novembro de 2010, 22:29:42 »
As vezes passo lá no site dele para ler alguma coisa. Muito bom!
"Por que temer a morte? Enquanto eu sou, a morte não é; e, quando ela for, eu já não serei. Por que deveria temer o que não pode ser enquanto sou?”.

Offline Geotecton

  • Moderadores Globais
  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 28.345
  • Sexo: Masculino
Re: Livros sobre ateísmo ou descrença em deus(es)
« Resposta #12 Online: 26 de Novembro de 2010, 23:27:06 »
Esse daí acabei de comprar. Peguei uma promoção no submarino. Aproveitei e inclui a coleção completa do Guia do Mochileiro das Galáxias e mais um livro do Mario Novello - Do Big Bang ao Universo Eterno. Considerando tudo, cada livro saiu em média por R$ 10,00 . Uma pechincha. :)

Esse do Mário Novello eu achei muito interessante. Mas me pareceu, de certa forma, estranho. Parece uma ideia um pouco simples para que não tenha sido refutada... E ele é claro em dizer que, pelo contrário, é uma ideia que vem ganhando adeptos no meio científico. Alguém daqui já leu?

Dele, estou terminando de ler "O que é Cosmologia?". E estou gostando.
Foto USGS

Offline uiliníli

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 18.107
  • Sexo: Masculino
Re: Livros sobre ateísmo ou descrença em deus(es)
« Resposta #13 Online: 30 de Novembro de 2010, 10:21:59 »
Alguém já leu "A Ilusão da Alma", de Eduardo Giannetti? Opiniões?

Offline Lion

  • Nível 35
  • *
  • Mensagens: 2.994
  • Sexo: Masculino
Re: Livros sobre ateísmo ou descrença em deus(es)
« Resposta #14 Online: 01 de Dezembro de 2010, 09:45:36 »
Alguém já leu "A Ilusão da Alma", de Eduardo Giannetti? Opiniões?
Não sei se já terminou, mas o Giga estava lendo....
Estou lendo A Ilusão da Alma - Biografia de uma Idéia Fixa do Eduardo Giannetti (Companhia das Letras)

Trata-se de uma discussão filosófica do problema da relação mente-cérebro feita pelo personagem de um professor de literatura especializado em Machado de Assis após a retirada de um tumor cerebral que o deixa parcialmente surdo. O livro discute Sócrates e Demócrito, um pouco das descobertas recentes da neurociência e algumas ilusões e crenças que já foram muito discutidas em vários tópicos aqui do fórum. Interessante.

Offline uiliníli

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 18.107
  • Sexo: Masculino
Re: Livros sobre ateísmo ou descrença em deus(es)
« Resposta #15 Online: 01 de Dezembro de 2010, 10:25:24 »
Valeu :ok:

Offline lusitano

  • Nível 35
  • *
  • Mensagens: 2.886
  • Sexo: Masculino
Re: Livros sobre ateísmo ou descrença em deus(es)
« Resposta #16 Online: 06 de Dezembro de 2010, 14:18:20 »
Caro - West

Citar
"Como um grão de poeira suspenso num raio de sol"

Não é mesmo "uma espécie de einstein", cavalgando um raio de luz?
  
Citar
Outro livro que sempre escuto falar é o Tratado de Ateologia, de Michel Onfray. Alguém já leu?

Pode ler à vontade, que se vai divertir imenso :!: :arrow:  :ideia:
Vamos a ver se é desta vez que eu acerto, na compreensão do sistema.

_______________________________________
Especulando realismo fantástico, em termos de
__________________________
paralogismo comparado - artur.

Offline Lightman

  • Nível 10
  • *
  • Mensagens: 139
  • Sexo: Masculino
Re: Livros sobre ateísmo ou descrença em deus(es)
« Resposta #17 Online: 08 de Dezembro de 2010, 20:19:28 »
O livro "Deus, Um Delírio" apesar de eu achar que ele abusa na citação de terceiros considero uma boa leitura, aqueles que tiverem a oportunidade não deixem de ler o "Sonhos De Uma Teoria Final" que não é exatamente sobre ateísmo mas dedica um capítulo do livro ao tema que é sensacional.
"Seja você a mudança que quer ver no mundo." Gandhi

Offline FZapp

  • Administradores
  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 6.943
  • Sexo: Masculino
  • El Inodoro Pereyra
    • JVMC
Re: Livros sobre ateísmo ou descrença em deus(es)
« Resposta #18 Online: 08 de Dezembro de 2010, 20:46:26 »
Eu recomendo 'O Passeio do Cético, ou As Alamedas' de Diderot; embora fale em 'cético', se refere ao filósofo agnóstico ou ateu, em contraposição ao católico e ao que não liga em filosofia nenhuma.
--
Si hemos de salvar o no,
de esto naides nos responde;
derecho ande el sol se esconde
tierra adentro hay que tirar;
algun día hemos de llegar...
despues sabremos a dónde.

"Why do you necessarily have to be wrong just because a few million people think you are?" Frank Zappa

Offline Adriano

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 8.672
  • Sexo: Masculino
  • Ativismo quântico
    • Filosofia ateísta
Re: Livros sobre ateísmo ou descrença em deus(es)
« Resposta #19 Online: 18 de Dezembro de 2010, 08:23:06 »


Citar
O livro negro do cristianismo. Dois mil anos de crimes em nome de Deus. - Laura Malucelli, Jacopo Fo e Sergio Tomat.

A história da religião monoteísta mais difundida no mundo passou, nos últimos 2000 anos, por muitos desmandos e apresentou inúmeros atos de abuso de poder. Caça às bruxas e aos hereges, Inquisição, escravidão, colonialismo, apoio a ditaduras européias e sul-americanas, pedofilia...Este é um livro que não se cala e que percorre a história cristã por meio de seus atos mais sanguinários e repressivos.

Alguém conhece?
Princípio da descrença.        Nem o idealismo de Goswami e nem o relativismo de Vieira. Realismo monista.

Offline Geotecton

  • Moderadores Globais
  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 28.345
  • Sexo: Masculino
Re: Livros sobre ateísmo ou descrença em deus(es)
« Resposta #20 Online: 18 de Dezembro de 2010, 08:51:36 »


Citar
O livro negro do cristianismo. Dois mil anos de crimes em nome de Deus. - Laura Malucelli, Jacopo Fo e Sergio Tomat.

A história da religião monoteísta mais difundida no mundo passou, nos últimos 2000 anos, por muitos desmandos e apresentou inúmeros atos de abuso de poder. Caça às bruxas e aos hereges, Inquisição, escravidão, colonialismo, apoio a ditaduras européias e sul-americanas, pedofilia...Este é um livro que não se cala e que percorre a história cristã por meio de seus atos mais sanguinários e repressivos.

Alguém conhece?

Sim, muito bom, apesar de, em alguns momentos, abusar do tom anticlerical.
Foto USGS

Offline Enio

  • Nível 24
  • *
  • Mensagens: 1.090
Re: Livros sobre ateísmo ou descrença em deus(es)
« Resposta #21 Online: 18 de Dezembro de 2010, 10:48:54 »
Olha, do ponto de vista moral, as religiões (pelo menos em parte, e tirando os costumes delas) já fazem seu papel de educar as pessoas. Mas o ponto aqui é que acho que moralidade não deveria ser sinônimo de religião, ou seja, moralidade não deveria depender somente de ensinamentos religiosos (que estão mais voltados à moral e crença). E não acho que moralidade tenha que depender de crenças também.

Não acho necessário eliminar as religiões por isso, só acho que deve-se ter a consciência de que moralidade nunca deveria ser uma coisa imposta. Moralidade nunca deveria estar em função do interesse de controlar populações, mas sim mais voltado para o crescimento individual e coletivo. Só assim é que a moralidade seria realmente mais proveitosa, do que instrumento de controle.

Offline Adriano

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 8.672
  • Sexo: Masculino
  • Ativismo quântico
    • Filosofia ateísta
Re: Livros sobre ateísmo ou descrença em deus(es)
« Resposta #22 Online: 18 de Dezembro de 2010, 11:04:11 »
Olha, do ponto de vista moral, as religiões (pelo menos em parte, e tirando os costumes delas) já fazem seu papel de educar as pessoas. Mas o ponto aqui é que acho que moralidade não deveria ser sinônimo de religião, ou seja, moralidade não deveria depender somente de ensinamentos religiosos (que estão mais voltados à moral e crença). E não acho que moralidade tenha que depender de crenças também.
A religião é entendida no ateísmo, geralmente, como uma doutrina imoral, devido principalmente ao seu dogmatismo. A moralidade só tem o sentido de religião para os crentes e por isso estes discriminam os ateus. Com base na descrença associam a falta de moralidade a esta. :(

Já a ciência é uma condição ética e democrática de busca da verdade devido ao ceticismo e a discussão institucional entre as grandes universidades, através dos seus pesquisadores espalhados pelo mundo todo.
Princípio da descrença.        Nem o idealismo de Goswami e nem o relativismo de Vieira. Realismo monista.

Offline Adriano

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 8.672
  • Sexo: Masculino
  • Ativismo quântico
    • Filosofia ateísta
Re: Livros sobre ateísmo ou descrença em deus(es)
« Resposta #23 Online: 18 de Dezembro de 2010, 11:06:19 »
http://t2.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcSSdXP7vHCAeuKxnNif6oxUILLC3PgsLBM9UI15N6zGB2PXec4u

Citar
O livro negro do cristianismo. Dois mil anos de crimes em nome de Deus. - Laura Malucelli, Jacopo Fo e Sergio Tomat.

A história da religião monoteísta mais difundida no mundo passou, nos últimos 2000 anos, por muitos desmandos e apresentou inúmeros atos de abuso de poder. Caça às bruxas e aos hereges, Inquisição, escravidão, colonialismo, apoio a ditaduras européias e sul-americanas, pedofilia...Este é um livro que não se cala e que percorre a história cristã por meio de seus atos mais sanguinários e repressivos.

Alguém conhece?

Sim, muito bom, apesar de, em alguns momentos, abusar do tom anticlerical.
Achei intessante a parte sobre a pornocracia. Que herança política perversa temos com o cristianismo  :susto:
Princípio da descrença.        Nem o idealismo de Goswami e nem o relativismo de Vieira. Realismo monista.

Offline lusitano

  • Nível 35
  • *
  • Mensagens: 2.886
  • Sexo: Masculino
Re: Livros sobre ateísmo ou descrença em deus(es)
« Resposta #24 Online: 19 de Dezembro de 2010, 07:55:18 »
Caro - West


Citar
"Como um grão de poeira suspenso num raio de sol"

Ou um motor aviónico, alimentado a luz, é praticamente a mesma coisa, não?


Citar
Citar: TRATADO DE ATEOLOGIA

Por Fábio de Oliveira Ribeiro 02/01/2008 às 09:16

Resenha do livro de Michel Onfray.


Pura e simplesmente fabuloso :!:
 
Vamos a ver se é desta vez que eu acerto, na compreensão do sistema.

_______________________________________
Especulando realismo fantástico, em termos de
__________________________
paralogismo comparado - artur.

 

Do NOT follow this link or you will be banned from the site!