Mórmons eu nunca recebi. Uma vez em Conquista eu recebi uma dupla inusitada: um católico junto com um evangélico. Eu era bem mais novo, mas já era ateu, e naquele dia eu estava sozinho em casa e encarregado de molhar as plantas do jardim, então o portão estava escancarado. Como não dava para dispensar os dois sem ser mal-educado eu fiquei conversando com eles. Eles perguntaram logo de cara "Família evangélica ou família católica?" eu disse nenhuma das duas.

Depois disso foi muito engraçado, porque conforme eles interpolavam as religiões a expressão nos rostos deles ia ficando mais assustada e desanimada "Espírita? Umbandista? Candomblista? Budista? Muçulmano?"

Quando eles ficaram sem opções eu disse que era ateu, e os dois ficaram chocados

Aí eles perguntaram a religião dos meus pais, e eu disse que eram espíritas. Posso jurar que nesse momento deve ter passado na cabeça deles "Essa família está perdida!" :cry: Aí eles passaram a meia hora seguinte tentando me convencer que Jesus me amava, que a Ciência não explicava tudo, que a Bíblia trazia as respostas, que eu não ia ser salvo... Até que foram bem simpáticos, mas sem conseguirem me convencer eles acabaram tendo que apelar para o tradicionalíssimo "Você ainda é muito jovem, tenho certeza de que um dia, quando você precisar de ajuda, você vai precisar de Deus!" Aí eu me despedi educadamente, agradeci pela conversa e toquei a vida.
Em São Carlos, quando eu morava em república eu já fui visitado em casa três vezes. Por azar, todas elas eram Domingo de manhã e eu estava dormindo, mas os desgraçados me acordaram fazendo eu ir até a campainha, pois freqüentemente no Domingo eu ficava sozinho e ninguém mais podia atender; então mal-humorado que ficava eu mandava eles irem embora. Mórmons me abordaram em São Carlos uma vez, mas eu estava no meio da rua e eles só me pediram informação de onde ficava tal rua e depois me deram um folder, mas não rolou muito papo. Um deles, naturalmente, era missionário americano.