Não, realmente não acho que eu venha a ser um messias algum dia. Um messias como Jesus, ou melhor, Yeshua, como prefiro chamar, tem uma moral muito mais elevada que eu. E ele foi muito mais corajoso e extrovertido do que eu sou por toda a minha vida. Quero dizer, um messias não poderia ser inseguro ou tímido. Tá, Gandhi foi tímido, mas ele tem o carisma que eu não tenho. E um bom messias precisa de carisma, algo comum no populismo.
No máximo prefiria que me chamasse de conselheiro, e não messias de fato. Ainda não tenho moral pra isso. Teria que amadurecer muito mais.
Eu tenho mesmo boas intenções no desenvolvimento de uma filosofia que tente reduzir este conflito entre crentes em si e não crentes. Já seria uma forma de me defender contra um conflito maior que venha ocorrer algum dia, talvez, no campo filosófico. Não como o conflito de hoje, mas algo com um impacto social ainda mais forte, mais ou menos como um campo de batalha mental entre ateus e religiosos, ou entre religiosos. E claro, não só pra me defender, como também isso me ajudou a estar num estado de equilíbrio conceitual. E por meio desta filosofia, levar as pessoas a um estado entre a crença e ceticismo.
Quer dizer, seria mais ou menos assim, extrapolar o observável, mas manter o extrapolamento ligado ao observável para manter o sentido deste. Não tratar a espiritualidade de forma antropocêntrica ou como bengala, mas a algo que poderia ser teoricamente ligado às forças naturais. No caso das religiões, tentar igualá-las não no seu conteúdo, mas na sua essência. Quer dizer, fazer as pessoas verem as religiões de forma geral pela essência delas, e não pelo rótulo, pela forma da crença. Acho que existem religiões que tenham padrões diferenciados, mas o Islamismo, Cristianismo e Judaísmo ao menos seriam semelhantes. Espiritismo e Umbanda seriam semelhantes em essência, mas não no rótulo.
Ou seja, ver pela essência, pela semelhança entre elas, e não pelo rótulo, que gera discórdia.