A fé pode sim, ser fundamental à sobrevivência em condições extremas, embora não faça milagres e céticos não estão imunes - segundo um documentário interessante que assisti.
A tese é que em situações de grande risco o cérebro produz no indivíduo a sensação de uma presença amiga e protetora motivando-o a continuar quando a exaustão e o desespero começam a minar suas esperanças e capacidade de raciocínio.
Um dos casos narrrados era de uma mergulhadora de carvernas que havia perdido recentemente o marido, parceiro de trabalho. Por ser uma atividade de risco deve preferencialmente ser feita em dupla, com equipamento espacializado, anos de treinamento e habilitação. A pessoa mergulha amarrada a uma corda para o caso de se perder, já que perde completamente o referencial.
Como ela precisava dar continuidade ao trabalho decidiu mergulhar sozinha, e a certa altura sua corda partiu. Estava em um labirinto e com o oxigênio para não muito tempo. Ela narra que após várias tentativas de encontrar a corda ou uma fonte de luz que indicasse a saída sem sucesso, a exaustão e o desespero começaram a fazer com que se resignasse.
Nesse instante lembrou do marido e sentiu apenas raiva dele por ter morrido, com tanto trabalho ainda por fazer, deixando-a sozinha. Foi quando sentiu sua presença, como se ele estivesse ali para motivá-la a continuar e começou a nadar no sentido que aquela intuição apontava, achando a saída.
Parece-me que ela tinha consciência da explicação, pela forma como narrou a experiência, mas não posso afirmar com certeza se era um pessoa cética. Outros casos, que minha memória excluiu, narravam experiências semelhantes - com deus, anjos etc.
Assim, se em momentos de desespero você se pegar falando com deus, anjos ou fantasmas, não resista. É apenas o seu cérebro lutando para sobreviver. Isso vai passar!