Existe uma coisa que vocês não estão levando em conta quando se analisa a questão das vítimas, que os juristas levam: O papel do Estado. Não interessa se essas pessoas queriam ou não implantar uma ditadura mais sanguinária (acredito que não, eles apenas eram jovens, idealistas e ingênuos), o que interessa é que eles morreram sob custódia do Estado, seja por execuções do Estado, seja por tortura pelo Estado. Se eles perderam empregos e tiveram de fugir seja de suas cidades, seja do País, isso foi causado pelo Estado. Então o Estado tem responsabilidade sobre o ocorrido e deve indenizar as vítimas ou seus parentes. Não importa se o Governo era outro (o militar), se era o FHC ou Lula, o Estado é o mesmo. Quanto às vítimas militares, lembrem-se que eram agentes do Estado. As indenizações são diferentes por causa disso e eles têm direito às suas pensões militares (o soldo passa para a viúva e a filha solteira continua a receber pelo resto da vida). Vítimas civis que foram pegas no fogo cruzado têm direito a uma indenização também por parte do Estado, mas novamente é diferente, já que foram vítimas circunstaciais, sem a responsabilidade direta do Estado, seria uma indenização semelhante ao que receberia uma vítima de bala perdida no Rio.
Pessoalmente, apesar de LEGALMENTE ser possível receber as indenizações, MORALMENTE acho que alguém que luta por um ideal como daquela época deveria assumir os riscos de então e não pensar em receber uma indenização futura, ainda que devida.