Tópico: Direito da USP cria mestrado com cota

[Carlos Capuchinho]

Mestrado em direitos humanos terá também benefício a indígenas, deficientes e pessoas com baixa renda



USP cria curso de pós com reserva de vagas para negros


A Faculdade de Direito da USP criou um curso de mestrado em que destina um terço das vagas a negros, indígenas, deficientes físicos ou candidatos com dificuldade socioeconômica. É a primeira vez que a universidade adota medida desse tipo, diz sua assessoria.

Serão até 30 vagas para a pós-graduação em direitos humanos. O curso começa no ano que vem. As inscrições vão até sexta-feira.
Deficientes físicos e candidatos com dificuldade socioeconômica deverão apresentar atestado médico ou declaração de renda. Negros e indígenas serão entrevistados por uma comissão de antropólogos. Desses inscritos, 30 serão pré-selecionados para disputar as vagas reservadas. Os preteridos disputarão pela lista sem a cota.

A condição do candidato pesará na escolha desses 30: um concorrente negro, deficiente físico e de baixa renda terá prioridade na pré-seleção. Os critérios específicos ainda não foram definidos.
Todos os alunos farão a mesma seleção: língua estrangeira, conhecimento jurídico em direitos humanos e, por último, uma fase definida pelo orientador da área (pode ser entrevista, prova dissertativa e análise de currículo).

"Não poderíamos criar um curso de direitos humanos sem ação afirmativa", disse Eduardo Cesar Silveira Vita Marchi, diretor da faculdade. Para o frei Davi Santos, da ONG Educafro, "a USP deu um grande passo para a inclusão social. Agora, a universidade crescerá muito no debate da inclusão".

Apesar de defender o sistema, o jurista Fábio Comparato, um dos coordenadores do mestrado em direitos humanos, disse que a reserva de vagas é "um caso especial" e ocorreu porque a Fundação Ford propôs o sistema nesse molde em troca de ajuda financeira, que será revertida em bolsas.

Divergências

A reserva de vaga é polêmica na USP, especialmente o termo "cota". Institucionalmente, a universidade diz que não oferece cotas por entender que o sistema desconsidera o mérito acadêmico ao privilegiar uma parcela da população com a concorrência menor.
Por meio de assessoria, a pró-reitora de Pós-Graduação, Suely Vilela, afirmou que o sistema do mestrado não pode ser classificado como reserva de vagas, já que os candidatos passarão por todas as fases dos processos seletivos.

"Não é cota nem reserva de vaga. É uma ação afirmativa", diz Ignácio Maria Poveda Velasco, presidente da pós-graduação da faculdade. Coordenador do mestrado, Comparato diverge. "É, sim, um sistema de cotas." Marchi, diretor da Faculdade de Direito, defende a reserva de vagas. "Mas sou voz minoritária na USP."


fonte: FOLHA DE SÃO PAULO 27/07/05

[n/a]

Começou essa porcaria na USP.  

[Rodion]

se as cotas já eram um absurdo.. essa é mais ainda.
antes podia-se argumentar ainda que boa parte da população pobre é negra e não tem como concorrer com os estudantes de escola particular.
mas isso... pra fazer pós já se deve estar formado. tem condições de se preparar, tem seu dinheiro, enfim.
aii usp.....

[Südenbauer]

Colocaram negros e indígenas no mesmo saco dos portadores de deficiência física!  

Que absurdo!

[Rodion]

sabem quem é a verdadeira minoria excluída de que todos os intelectuais se esquecem?
os brancos pobres. quem se lembra deles?

[Luis Brudna]

Alguém vai argumentar... "é branco e ainda está pobre... tem que se ferrar mesmo!"      

  Sou contra cotas para etnias. Sou a favor de cotas para quem naõ tem condições financeiras.

[n/a]

Alguém vai argumentar... "é branco e ainda está pobre... tem que se ferrar mesmo!"      

     

[Nina]

Alguém vai argumentar... "é branco e ainda está pobre... tem que se ferrar mesmo!"      

  Sou contra cotas para etnias. Sou a favor de cotas para quem naõ tem condições financeiras.

Quando eu disse isso pra um professor negro das Sociais da UFSCar que implantou as primeiras cotas no Brasil (era do tal comitê que foi pra África do Sul na primeira reunião pra definirem a coisa) ele me disse que eu tinha um compromisso social com os negros, por causa da escravidão... Aí eu falei pra ele "mas minha família imigrou pro Brasil depois do fim da escravidão"... E ele disse "eerrr, não importa, pois todos contribuíram para a exploração dos negros"!!!

 :cry:

Faltou ele conseguir me dizer o que ia contecer com os pobre no Sul, que são na maioria brancos.  

[Südenbauer]

Putz, que absurdo o que esse cara disse. Para mim ele está puxando a sardinha para a raça dele...

Agora eu tenho compromisso com os índios também, porque possuo um pouco do sangue português. Também tenho compromisso com todos aqueles que os espanhóis mataram, porque tenho um pouco de espanhol em mim também.

Olha que raciocínio mais sem noção...

[Rodion]

Putz, que absurdo o que esse cara disse. Para mim ele está puxando a sardinha para a raça dele...

Agora eu tenho compromisso com os índios também, porque possuo um pouco do sangue português. Também tenho compromisso com todos aqueles que os espanhóis mataram, porque tenho um pouco de espanhol em mim também.

Olha que raciocínio mais sem noção...

penso que muitos dentre os partidários das cotas são negros ou descendentes puxando a sardinha para a própria raça. coisa repugnante como a compra de camisetas "100% negro". ou seja, "afrocentrismo"(pra perverter o termo tão adorado por essas gentes, eurocentrismo) travestido de teoria. RACISMO ACADÊMICO .
porque me dá nos nervos esse papo de dívida histórica. oh, então os italianos/romanos têm uma dívida histórica com o explorado povo da Lusitania? Galia? não temos dívida histórica alguma com os negros brasileiros, tanto porque a grande parte de nós aqui teve como ancestrais imigrantes que vieram depois da abolição quanto outros cujos ancestrais já viviam antes. mesmo que o tatatatataravô de alguém aqui tenha tido escravos, isso não é mais de responsabilidade de ninguém. então se meu vô assassinar uma criança, a responsabilidade é também minha? papo ridículo, coisa nojenta.
quero passar logo na usp e me formar antes que essa grande universidade perca o prestígio e caia o nível em decorrência dessa abominação que são as cotas "afrocêntricas".

[Südenbauer]

Exato, eu não sou responsável por aquilo que não fiz.

[Rodion]

Exato, eu não sou responsável por aquilo que não fiz.

e sabe donde origina-se toda essa palhaçada? é a tradição marxista nas nossas humanas, é a canalhice coletiva de rousseau(patife-mor) que abunda nas academias. é a mania de ver-nos como massa, como classe, ao invés de ver-nos como indivíduos. e a massa acaba por engolir o indivíduo, sufocado nesse mar rostos impessoais que acabam tornando-se pixels numa imensa tela monocolorida. nas artes, na tv, em todo lugar. individualismo no brasil é palavrão, é ofensa.

[Südenbauer]

Exato, eu não sou responsável por aquilo que não fiz.

e sabe donde origina-se toda essa palhaçada? é a tradição marxista nas nossas humanas, é a canalhice coletiva de rousseau(patife-mor) que abunda nas academias. é a mania de ver-nos como massa, como classe, ao invés de ver-nos como indivíduos. e a massa acaba por engolir o indivíduo, sufocado nesse mar rostos impessoais que acabam tornando-se pixels numa imensa tela monocolorida. nas artes, na tv, em todo lugar. individualismo no brasil é palavrão, é ofensa.

Brilhante, padrinho! Tirou  as palavras de minha boca!

[uiliníli]

Concordo, bruno, mas você está falando que nem político

[Poindexter]

...  Sociais ...

Para bom entendedor...

E ele disse "eerrr, não importa, pois todos contribuíram para a exploração dos negros"!!!

Ele pode provar isto? Se não pode, não é caracterizada calúnia? Quais são as penas para calúnia?

[uiliníli]

E ele disse "eerrr, não importa, pois todos contribuíram para a exploração dos negros"!!!

E eu, que sou neto de negra, mas sou aparentemente branco? Eu tenho dívida social para comigo mesmo?

[Atheist]

E ele disse "eerrr, não importa, pois todos contribuíram para a exploração dos negros"!!!

E eu, que sou neto de negra, mas sou aparentemente branco? Eu tenho dívida social para comigo mesmo?

Claro que não. Basta se autodeclarar afrodecendente. Afinal, é assim que eles julgam possível separar as "raças" num país mestiço como o Brasil.

[Nina]

Enquanto a ciência prova que não há raças, eles fazem questão que elas existam.

[uiliníli]

E ele disse "eerrr, não importa, pois todos contribuíram para a exploração dos negros"!!!

E eu, que sou neto de negra, mas sou aparentemente branco? Eu tenho dívida social para comigo mesmo?

Claro que não. Basta se autodeclarar afrodecendente. Afinal, é assim que eles julgam possível separar as "raças" num país mestiço como o Brasil.

Você também pode se declarar afro-descendente, esqueceu da vovó Lucy?

Exageros à parte, se essa moda pega acho que os italianos estariam em dívida com a Europa inteira em virtude da escravidão a que o Império Romano submeteu outros povos da antigüidade. E obviamente você, que nasceu mais de um milênio e meio depois da queda de Roma, teria que arcar com as conseqüências.

 

[Südenbauer]

Eu acho que tenho uma dívida com os romanos, provavelmente tenho algo de alguma tribo bárbara que deve ter lutado com eles, e talvez algum antepassado meu tenha matadao alguns...

 

[Südenbauer]

28/07/2005  - 09h57
USP frustra as expectativas pelas cotas
da Folha de S.Paulo

A USP não adotará o sistema que ela classifica como simples reserva de vagas, apesar de movimentos sociais terem visto na criação de um mestrado da Faculdade de Direito um indício de que a universidade iria implementar as cotas tanto na graduação quanto na pós-graduação. É o que afirma a pró-reitora de pós-graduação, Suely Vilela, integrante do Conselho Universitário (órgão máximo da instituição).

Nesse mestrado, em direitos humanos, um terço das cadeiras será destinado a negros, indígenas, deficientes físicos ou candidatos com dificuldade socioeconômica. É a primeira vez que a universidade adota esse método.

"A reserva de vagas que não considera o mérito acadêmico não será introduzida na USP", disse a pró-reitora. A universidade entende que o sistema pode diminuir a qualidade do ensino.

Para Vilela, nem mesmo o sistema adotado no novo mestrado pode ser chamado de cotas, pois os beneficiados terão de passar pelas mesmas avaliações que os demais --as provas de língua estrangeira e de conhecimentos específicos são eliminatórias. Já para o jurista Fábio Comparato, um dos coordenadores do curso, ele pode ser chamado de cotas.

"Falta reflexão à diretoria da USP", afirmou o coordenador da ONG Educafro, frei Davi Santos. "Não vamos nos contentar com migalhas", disse o coordenador do MSU (Movimento dos Sem Universidade), Sérgio Custódio. Apesar das críticas à USP, os dois elogiaram o sistema do mestrado.

Há também reclamação quanto aos R$ 150 da inscrição e sobre a prova de língua estrangeira, que exige 70% de acerto.

O presidente da comissão de pós-graduação da Faculdade de Direito, Ignácio Maria Poveda Velasco, afirma que haverá cerca de 30 isenções da taxa e que o conhecimento em língua estrangeira é necessário, pois há literatura de outros países no programa. As inscrições vão até 5 de agosto.

Fonte: Folha On-line

[Carlos Capuchinho]

Eu acho que tenho uma dívida com os romanos, provavelmente tenho algo de alguma tribo bárbara que deve ter lutado com eles, e talvez algum antepassado meu tenha matadao alguns...

 

A unica divida que eu sei que tenho é com o banco e ele insiste em me cobrar sempre.  :cry:

[uiliníli]

Nesse mestrado, em direitos humanos, um terço das cadeiras será destinado a negros, indígenas, deficientes físicos ou candidatos com dificuldade socioeconômica. É a primeira vez que a universidade adota esse método.

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Para Vilela, nem mesmo o sistema adotado no novo mestrado pode ser chamado de cotas, pois os beneficiados terão de passar pelas mesmas avaliações que os demais --as provas de língua estrangeira e de conhecimentos específicos são eliminatórias. Já para o jurista Fábio Comparato, um dos coordenadores do curso, ele pode ser chamado de cotas.

Espera aí, um terço das vagas estará reservado para alguns grupos e os beneficiados vão passar pelas mesmas avaliações - igualzinho ao vestibular, onde a diferença está na concorrência e não na avaliação propriamente. Para mim isso é cota.

A primeira coisa que me veio à cabeça quando li essas justificativas de que o que a USP vai fazer não são cotas foi uma palavrinha: Novilíngua.

[Roberto]

Espera aí, um terço das vagas estará reservado para alguns grupos e os beneficiados vão passar pelas mesmas avaliações - igualzinho ao vestibular, onde a diferença está na concorrência e não na avaliação propriamente. Para mim isso é cota.

A primeira coisa que me veio à cabeça quando li essas justificativas de que o que a USP vai fazer não são cotas foi uma palavrinha: Novilíngua.

Vivemos no país da Novilíngua. Quer ver um bom exemplo? Quando um grupo de empresários se reúne para pressionar o governo para obter vantagens em detrimento do resto da sociedade, temos um "lobby". Agora, quando são sem-terra, sem-teto, estudantes, ou, no caso, negros, eis um "movimento social".

Como eu disse lá no tópico "Universidade pública x privada", ê Brasilzão onde só o corporativismo e o patrimonialismo prosperam!

[n/a]

http://www.releituras.com/arsant_brasileiro.asp