E para os ocultistas, fantasmistas e esoteróides: antes de mais nada, ceticismo não é o mesmo que teimosia. Se a evidência for convincente
o suficiente (ou, dito de outra forma, extraordinária), a realidade do fenômeno será aceita. Caso contrário (o que, como a experiência nos ensina,
é o mais provável), resta saber se foi um erro sistemático, de análise dos dados ou má fé. Até lá, vamos aguardar.
Você tem alguma dúvida ainda sobre a má fé do trabalho? Ou será simplesmente teimosia da nossa parte?
Adriano, ontem mandei um post aqui que acabou se perdendo no crash que aconteceu ontem. Voltando ao assunto.
Não entendo o que você quis dizer com má fé. Eu veria má fé se o autor se recusasse a mostrar resultados que invalidam
sua proposta, ou se simplesmente fabricasse os resultados. No momento, nós não temos como saber se isso aconteceu.
Podemos desconfiar, mas por enquanto só temos os dados do artigo dele. O que quero deixar claro é que, SE os resultados forem replicados
por grupos independentes, SE forem eliminadas possíveis fontes de erros sistemáticos, SE outros experimentos, usando protocolos
diferentes derem resultados semelhantes e SE esse efeito se repetir de forma consistente com diversos grupos diferentes de
voluntários, então seríamos obrigados a aceitar a possibilidade de se tratar de um fenômeno real. Repito:
acho extremamente
improvável que esses resultados sejam corroborados, mas se forem, teremos que nos render à realidade.
Uma das coisas que escrevi num post que se perdeu foi que um dos vários motivos que me levam a duvidar da existência da pré-cognição
é que essa capacidade, mesmo se manifestando de forma fraca, daria uma óbvia vantagem evolutiva aos indivíduos que a possuem[1].
Portanto, ela seria selecionada e já teria há muito se tornado evidente - o que não acontece.
[1] Partindo do pressuposto que seria uma capacidade natural, presente em outros animais e em nossos ancestrais.
parcus: a peculiaridade deste caso é que o trabalho não foi publicado em um jornal de parapsicologia maluco, mas em uma
publicação "mainstream" de psicologia. As experiências em si são bastante simples e quase iguais a experimentos que são
feitos corriqueiramente por psicólogos. Novamente, acho que esse trabalho será provavelmente falseado.