Sim , o cristianismo foi um retrocesso para o ocidente, enquanto era uma seita exotica com qual as legioes tiveram contato até que nao incomodava ninguem. A putaria comecou com Constantino, instaurou reino de terror do clero. O ocidente so se livrou destas amarras quando se reinventou ao ter contato com os arabes e os chineses
O Ocidente até hoje é majoritariamente cristão - e as regiões onde o Cristianismo foi "expurgado à força" por meio dos regimes socialistas (notavelmente a Albânia de Enver Hoxha e a União Soviética Leninista e Stalinista até a "Grande Guerra Patriótica", onde havia até mesmo um grupo consideravelmente grandes de membros do Partido, da Komsomol e trabalhadores "livres" chamada de "Society of the Godless/The Union of Belligerent Atheists " ) são os rincões mais atrasados daquilo que se chama de Ocidente.
No caso da ex-URSS há erro de análise seu Irracionalista.
Os países ocidentais que compunham este extinto país eram todos cristão e atrasados, tanto é que a Rússia de 1917 possuía ainda uma estrutura feudal, de tal modo que os regimes socialistas não foram os responsáveis por tal descompasso com o Ocidente, naquele contexto histórico. Pelo contrário. Sob o ponto de vista científico e tecnológico, a ex-URSS igualou (e, em alguns casos, ultrapassou) o Ocidente, especialmente em Ciência básica, fazendo-o sob condições sociais e históricas muito mais desfavoráveis.
Não lembro muito da história da Albânia, mas eles também eram majoritariamente muçulmanos e cristãos, e atrasados, quando estavam sob o jugo do império otomano, antes da implantação do regime socialista em 1945. Porque que é que eu não posso atribuir tal atraso às vicissitudes das duas religiões?
Aliás, é bizarro ver o Cristianismo como um "retrocesso", já que o próprio "Ocidente Atrasado" foi o responsável por disseminar diversas descobertas e avanços que ocorreram em seu meio (através dos Jesuítas) na China quando o contato entre ambos se intensificou durante a "Era das Navegações" e salvo o domínio de Al-Andalus (que foi retomado durante a chamada "Reconquista" - uma série de conflitos que ocorreu desde o fim da invasão Omíada e surgimento do Emirado de Córdoba até a coroação dos Reis Católicos e a queda de Granada na Batalha de Granada) eram os Cristãos que estavam invadindo as terras árabes (que não eram necessariamente islâmicas).
Opsss!
Muito antes da formação da Companhia de Jesus (1534), outros povos forneceram conhecimento científico e tecnológico ao Ocidente cristão, incluindo a própria China, via Marco Polo cerca de 200 anos antes; embora os árabes tenham sido os maiores provedores disto. Também é importante ressaltar que o conhecimento filosófico grego pré-cristianismo foi reintroduzido no Ocidente por filósofos árabes por volta do século IX.
A concepção de respeito e igualdade individual perante um poder maior é, sem dúvida alguma, de origem grega do período clássico, ainda que ela fosse limitada. Sem negar a contribuição e a influência do cristianismo para a formação do que se chama "Mundo Ocidental", eu entendo que a igualdade e o individualismo somente chegaram nas sociedades modernas pelo Iluminismo.
No período de máxima influência cristã na Europa (entre os séculos V a XVI) os indivíduos eram claramente divididos em classes (reis, clero, demais nobres, senhores feudais, funcionários públicos, "povo" e escravos), sendo que algumas delas não existiram de forma simultânea. Então a tão propalada "igualdade" promovida pelo cristianismo nunca foi efetiva.
Eu não estou negando de forma alguma que os passos decisivos para igualdade (agora em forma legal/jurídica, não só como um preceito religioso) e o individualismo (esse em menor escala) foram tomados e efetivados no Iluminismo - só quero lembrar que é muito comum reduzirem a importância do pensamento cristão na formação do Ocidente - algo que foi feito notavelmente pelos membros da Ilustração, que quizeram dar a impressão que nada que preste surgiu entre a Queda de Roma e a Renascença (a ponto de chamar a Idade Média de "Idade das Trevas" - algo que felizmente tem sido mostrado como falso pela historiografia moderna).
Que fique claro. O desenvolvimento da sociedade européia ocorreu "também pelo" e "apesar de" o cristianismo, de maneira alternada ao longo da Idade Média e da Idade Moderna. "Também pelo" cristianismo porque foi ele o responsável por uma certa unidade da Europa frente às diversas ameaças de outros povos e religiões principamente entre os séculos V e XII. O "apesar de" se deu, como eu já havia mencionado, pela total subordinação do cotidiano secular às demandas religiosas - e político/econômicas - da Igreja Católica, de tal modo que esta foi a responsável direta, ou indireta, pela maioria dos casos de massacres e genocídios por pelo menos doze séculos, incluindo Cruzadas, Inquisição e Missionarismo Americano.
Agora, igualdade individual perante um poder maior é de origem grega? Eu sinceramente não me lembro disso. Poderia ser mais longo nessa parte?
A democracia ateniense é o caso conspícuo de "igualdade individual" (cidadãos) "perante um poder maior" (Estado). E como eu escrevi, antes, ela ocorreu de forma limitada, pois eram muito restritivos os critérios que definiam um "cidadão".
A estruturação e a difusão do método científico realmente ocorreu na Europa cristã da Idade Média Clássica (século XII). Mas é importante ressaltar que isto ocorreu em um contexto no qual o conhecimento da natureza ("científico") era considerado como muito inferior ao filosófico e, é claro, ao teológico (Sapientia Dei. Sapientia mundi).
Sim, era - mas isso não impediu que a "Teologia Natural" e a "História Natural" fossem práticas nenhum pouco incomuns entre o clero católico (e anglicano) e aqueles que passaram pela Academia (que era um "poço de heresias" surgidas devido a relativa liberdade acadêmica concedida a tal local - muitas vezes pelos próprios Papas).
A "Teologia Natural" e depois a "História Natural" eram práticas difundidas com uma certa restrição entre os cleros supramencionados, mas sempre o foram sob a condição de inferioridade deste conhecimento frente ao filosófico e ao teológico. E isto somente foi mudado no Iluminismo e com a separação entre igreja e Estado.
A Igreja Católica não incentivava o conhecimento científico (mundano) e sim o tolerava, pois este começava a trazer benefícios políticos e econômicos. Ela sabia que e via nele uma ameaça e por isto manteve-o sob o seu rígido controle por mais de 500 anos.
Uma faceta muito negativa da "habilidade de domar a natureza" foi a devastação ambiental realizada pela humanidade européia, ocidental, branca e cristã, sob a desculpa de que agia por um "desígnio divino". Este modus operandi permaneceu assim ao longo de toda a Idade Média e Moderna, somente vindo a ser questionado a partir do final do século XIX, com a formação do primeiro parque nacional nos EUA.
Na verdade, o "direito do homem sobre a natureza" já era consideravelmente questionado na Inglaterra durante os século XVII (e posteriormente, em 1824 já existia a Royal Society for the Prevention of Cruelty to Animals) e tal idéia teve sempre uma aceitação mista em tal nação. Caso você se interesse por isso, há o clássico "O Homem e o Mundo Natural" de Keith Thomas (que está sumido nessas paragens ).
Em outras sociedades religiosas, como a chinesa e a indiana, o respeito à Natureza, animais inclusos, sempre foi muito maior que as sociedades cristãs européias e americanas.
E nunca foi preciso a justificação do "desígnio divino" para qualquer grupo humano causar devastação ambiental - basta ter acesso à ferramentas que permitam isso que isso será feito.
Mas não é esta a questão. A extração de recursos do meio-ambiente para a sobrevivência é parte do processo natural de todas as espécies.
Mas a extração foi elevada a um patamar insustentável nas sociedades cristãs porque a Igreja, por meio de seu "texto sagrado", passou a justificar, com a ideologia religiosa, o domínio absoluto do homem sobre a natureza por "desígnio divino". A Natureza deixou de ser "sagrada", porque o panteísmo era uma forma de heresia e de ameaça ao culto do deus personalista e "invisível" cristão.