Autor Tópico: "Uma Defesa de Deus"  (Lida 3783 vezes)

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"Uma Defesa de Deus"
« Online: 23 de Dezembro de 2010, 01:14:22 »
"Uma Defesa de Deus"

Na coluna de hoje farei comentários elogiosos a um livro a favor de Deus. É o meu presente de Natal para o eventual leitor cristão. Falo do excelente "The Case for God - What Religion Really Means" (uma defesa de Deus --o que a religião realmente significa), de Karen Armstrong, a ex-freira convertida em estudiosa das religiões.

Com a erudição que lhe é peculiar, Armstrong traça um panorama das mais variadas manifestações de religiosidade desde o Paleolítico até nossos dias e identifica o ateísmo como um fenômeno relativamente recente, que só se tornou possível porque, com o advento da ciência e outras coisinhas mais, o significado de termos como "crença" e "fé" mudou radicalmente.

O ponto central da argumentação da autora é que a esmagadora maioria das culturas pré-modernas sempre operou com duas modalidades de pensamento, às quais os gregos chamavam de "mythos" e "lógos". Ambas eram consideradas essenciais e complementares. O "lógos", que podemos traduzir como "razão", era o modo pragmático. Servia para cuidar dos afazeres cotidianos, construir ferramentas, controlar o ambiente, em suma, para garantir o pão nosso de cada dia. Mas, ele não dava conta de tudo. O "lógos" era incapaz, por exemplo, de nos consolar diante da perda de um ente querido ou mesmo de indicar um sentido último para a vida. Nessas horas de transcendência entravam os "mythoi" (mitos), com suas histórias fantásticas sobre heróis e deuses, dores e esperanças. Eles funcionavam, diz Armstrong, como uma forma primitiva de psicologia. Com sua linguagem cifrada e nem sempre coerente, tocavam aspectos da psique humana que não estavam acessíveis ao "lógos".

Uma característica importante do "mythos" é que ele não serve a seus propósitos se for apenas comunicado como uma informação ordinária. Para cumprir seu papel a contento, esse modo de pensamento exige que o "paciente" se envolva em atividades práticas, que variam bastante conforme as características de cada religião e cultura. É só com o apoio dos rituais, dos cânticos, das danças ou mesmo de meditação e exercícios, como na ioga, que o "mythos" pode atingir sua plenitude.

Detalhe fundamental: os "mythoi" não eram concebidos para ser interpretados ao pé da letra. Funcionavam num registro alegórico. Até o mais pio hebreu da Palestina pré-cristã se espantaria se alguém lhe contasse que, no futuro, os religiosos tomariam as histórias do Gênesis como um relato objetivo da criação. "Lógos" e "mythos" se completavam, mas não se confundiam.

Essa situação perdurou mais ou menos inalterada até o início da idade moderna, quando o "lógos" começa a passar a perna no "mythos". Surpreendentemente, quem verdadeiramente abriu caminho para o ateísmo foram os cientistas mais religiosos e os teólogos mais versados em ciência, como Isaac Newton (1643-1727) e William Paley (1743-1805), que se apressaram em introduzir Deus no reino do "lógos". Ao desenvolver uma espécie de teologia natural, ou seja, ao interpretar cada nova descoberta científica como uma confirmação da suprema inteligência do Criador, eles contribuíram fatalmente para a desvalorização do "mythos" e acabaram preparando a armadilha pela qual a existência de Deus se abriria ao escrutínio da ciência. Nesse jogo, era só uma questão de tempo até que o "corpus" de conhecimentos científicos se tornasse volumoso o bastante para prescindir de um Deus. "Eu não preciso dessa hipótese", afirmaria orgulhosamente o astrônomo e matemático Pierre-Simon marquês de Laplace diante de Napoleão.

O registro aqui é menos o do ateísmo e mais o do deísmo, no qual Deus vai se tornando uma entidade cada vez mais abstrata até confundir-se com a natureza e tornar-se "desnecessário". De acordo com Armstrong, judeus marranos nos haviam dado um "trailer" deste filme já no século 17. Eles foram os primeiros ateus de verdade (até então, o termo "ateu" era usado como um xingamento genérico para todo aquele que professasse posições religiosas diferentes das do "statu quo"). Impedidos de praticar sua religião abertamente, foram caminhando para um Deus tão racionalizado que perdeu todo e qualquer sentido "mitológico". Em pouco tempo, filósofos como Uriel da Costa (1585-1640) e Baruch de Espinoza (1632-1677) seriam excomungados da comunidade judaica de Amsterdã como ateus. (Fujo aqui da polêmica filosófica sobre quão ateu Espinoza realmente era).

Essa tradição antirreligiosa de matriz iluminista continua e se consolida com pensadores como Feuerbach, Marx, Nietzsche e Freud. Falta ainda mostrar a passagem desse ateísmo digamos clássico até o que Armstrong chama de neoateísmo contemporâneo, capitaneado por gente como Richard Dawkins, Christopher Hitchens e Sam Harris. Para a autora, o novo discurso é uma reação aos fundamentalismos religiosos dos séculos 19 e 20. Especialmente nos EUA, a população comum reagiu ao Deus cada vez mais racionalizado das elites (os "founding fathers", vale lembrá-lo, eram quase todos deístas) produzindo uma improvável síntese entre os aspectos mais conservadores da religião e a busca por eficiência típica do capitalismo. Surgiam assim as igrejas evangélicas que abusavam de cantorias, exorcismos, curas e combatiam a escravidão, o alcoolismo e defendiam o sufrágio para mulheres, a erradicação do analfabetismo.

No plano intelectual, abraçavam a teologia natural de Paley e logo se indispuseram com o darwinismo. Antes, porém, se debateram contra a nova crítica alemã, que propunha ler a Bíblia como se lia Homero e outros clássicos. Foi uma linha de pesquisas bastante produtiva, que nos ensinou bastante sobre os diferentes autores do Livro e seus objetivos teológicos. Mas os evangélicos norte-americanos nunca aceitaram bem essa dessacralização das Escrituras e a ela contrapuseram uma leitura literal dos textos. Estava criado o fundamentalismo cristão, ao qual veio somar-se, no final do século 20, seu congênere muçulmano. Veio então o 11 de Setembro, e Dawkins, Hitchens e Harris já podiam invectivar livremente contra esse Deus.

O que Armstrong defende em "The Case for God" é que se redescubram os aspectos esquecidos da religião como "mythos", que os termos "crer" e "ter fé" deixem de ser tomados como valores ultraobjetivos e voltem a fazer referência aos exercícios religiosos. O que ela repreende aos neoateus é o tom excessivamente virulento das críticas, que apenas reforça as convicções fundamentalistas de seus adversários. Para ela, o diálogo entre religiosos e ateus pode ser proveitoso para ambos os lados, como já foi no passado.

De minha parte, gostei do livro porque ele mostra com precisão --e de forma bem documentada-- as diferentes fases do diálogo entre ciência e religião, entre "lógos" e "mythos". Também gostaria de ver um debate mais cordato entre ateus e religiosos. Minha caixa de mensagens em especial o apreciaria.

A autora, contudo, passa ao largo de um ponto fundamental. Por maiores que tenham sido as reviravoltas na hermenêutica religiosa e por mais importante que seja o registro do "mythos", no reino do "lógos" é uma questão perfeitamente válida e até necessária a de tentar responder se existe ou não um Deus pessoal que atende às preces dos humanos. O fato de não sermos capazes de produzir uma resposta definitiva não torna a pergunta menos legítima. E a própria Armstrong chega muito perto de afirmar que um Deus com essas características não existe.

Assim, parece-me que "The Case for God" é menos uma defesa de Deus e mais uma defesa da religião. E, mesmo assim, o que a autora salva da religião é, receio, bem menos do que os fiéis exigem. Ao enfatizar tanto peso ao caráter prático do culto, ela transforma a fé num tipo de ioga ou meditação transcendental. Não tenho nada a opor, mas acredito que os entusiastas da religião não se contentarão só com isso. Eles querem que seja tudo Verdade.

http://www1.folha.uol.com.br/colunas/helioschwartsman/849051-uma-defesa-de-deus.shtml

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Offline _Juca_

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Re: "Uma Defesa de Deus"
« Resposta #1 Online: 23 de Dezembro de 2010, 10:13:38 »
Acho que ela não vai agradar nem gregos, nem troianos, só o Lusitano.   :biglol:

Offline Enio

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Re: "Uma Defesa de Deus"
« Resposta #2 Online: 23 de Dezembro de 2010, 10:22:15 »
É esse o problema dos religiosos em geral, eles querem que todos os dogmas de suas religiões sejam verdadeiros, para com isso manterem a felicidade que eles colocam na confiança de suas religiões, no que tal religião tem como promessa.

Mas eu já saí disso há muito tempo e já contestei alguns dogmas presentes no meio espírita. Apenas não contestei outros só por ainda ver sentido nestes. Mas a partir do momento em que não mais ver sentido, também poderei contestá-los.

Ainda assim a defesa dela não muda em nada a minha convicção de que as religiões em geral são instrumento de manipulação em massa e uma forma imperfeita de se entender a vida e a espiritualidade.

Offline Dr. Manhattan

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Re: "Uma Defesa de Deus"
« Resposta #3 Online: 23 de Dezembro de 2010, 12:12:47 »
Bom texto, como sempre. O Schwartsman poderia ter resumido a postura da autora lembrando a frase do Dennet:
ela acredita na crença.
You and I are all as much continuous with the physical universe as a wave is continuous with the ocean.

Alan Watts

Offline lusitano

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Re: "Uma Defesa de Deus"
« Resposta #4 Online: 23 de Dezembro de 2010, 12:34:12 »
Caro_Juca_

-----------------------------------------------
Se o Pateta é cachorro, porque o Pluto não fala?

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Acho que ela não vai agradar nem gregos, nem troianos, só o Lusitano.

E aos do meu estilo :!: :arrow: :ok:   
Vamos a ver se é desta vez que eu acerto, na compreensão do sistema.

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Offline Pagão

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Re: "Uma Defesa de Deus"
« Resposta #5 Online: 02 de Fevereiro de 2011, 12:28:03 »
 - Essa tradição antirreligiosa de matriz iluminista -

O texto Uma Defesa de Deus é excelente! :ok:

Discordo de que o Iluminismo seja antirreligioso.... A minha discordância baseia-se em que o Iluminismo assenta no mito religioso da luta entre as forças da luz e as das trevas... e no mito de um futuro radioso para a Humanidade... a verdadeira raiz profunda do Iluminismo é de natureza religiosa e as suas esperanças também o são....  :idea:
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Offline Alano

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  • Que é exatamente uma "divindade"(sic)??
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Re: "Uma Defesa de Deus"
« Resposta #6 Online: 26 de Fevereiro de 2011, 08:32:05 »
.
Tá bom, vamos defendê-lo (sic), mas, antes disto, precisa-se saber:

- O que é uma "divindade"(sic)?
- Onde se pode encontrar uma?
- À qual das divindades o autor se refere? (O Yaveh judeu? )

NÃO HÁ CONVERSA ENTRE "LOGOS" e "MYTHOS". Acontecem entre mentes tão distintas e arquinimigas, quanto o azeite e o vinho.

Espera-se que o primeiro aniquile o segundo em umas 4 gerações mais (100 a 200 anos). Não deve passar nunca de 1.000 anos.
« Última modificação: 26 de Fevereiro de 2011, 08:39:21 por Alano »
"Usa-se exércitos para escravizar os d'além fronteira e religião para escravizar os do lado de dentro da fronteira".

Offline Geotecton

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Re: "Uma Defesa de Deus"
« Resposta #7 Online: 26 de Fevereiro de 2011, 08:40:00 »
Espinoza não era ateu e sim panteísta.
Foto USGS

Offline Pagão

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Re: "Uma Defesa de Deus"
« Resposta #8 Online: 26 de Fevereiro de 2011, 10:11:14 »
Para os teístas, a diferença entre ateísmo e panteísmo é irrelevante, porquanto consideram que só há Deus se este for de uma substância diferente da do Universo e transcendente ao mesmo...
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Offline Irracionalista

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Re: "Uma Defesa de Deus"
« Resposta #9 Online: 26 de Fevereiro de 2011, 15:21:30 »
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Discordo de que o Iluminismo seja antirreligioso...

O Iluminismo de fato não era antirreligioso, ao menos não na sua tradição britânica que tendia mais ao deísmo ou a uma versão agnóstica (como posição de conhecimento, não de crença) da crença em divindade. Já a tradição francesa do Iluminismo (a "Ilustração" ou os "Enciclopedistas") que deu origem à Revolução Francesa era sim antirreligiosa e com integrantes claramente ateus.

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NÃO HÁ CONVERSA ENTRE "LOGOS" e "MYTHOS". Acontecem entre mentes tão distintas e arquinimigas, quanto o azeite e o vinho.

A maioria dos cristãos (excluindo os literalistas bíblicos) e mesmo dos pesquisadores não veem muito antagonismo nisso. Talvez seja devido ao "doublethink", talvez seja devido à idéia dos "N.O.M.A" (Non-Overlapping Magisteria) do Stephen Jay Gould e do chamado "Politicamente Correto" ou porque para a maioria das pessoas a Religião não tem mesmo o papel de "Verdade Única, Suficiente e Revelada" (como para Literalistas - grupo na qual os Fundamentalistalistas fazem parte) e a Ciência não inclui o escrutínio de "Verdades da Fé" como seu papel.

Pessoalmente, eu vejo algum antagonismo entre essas idéias, mas estou a quilômetros de distância de achar que são "arquinimigas" e torcer para que os adeptos de crenças sobrenaturais sejam extintos.

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Espera-se que o primeiro aniquile o segundo em umas 4 gerações mais (100 a 200 anos). Não deve passar nunca de 1.000 anos.

Por qual motivo?
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Offline lusitano

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Re: "Uma Defesa de Deus"
« Resposta #10 Online: 27 de Fevereiro de 2011, 07:36:54 »
Caro - Alano

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Tá bom, vamos defendê-lo (sic), mas, antes disto, precisa-se saber:

- O que é uma "divindade"(sic)?

Aquela resposta que eu lhe dei, não lhe bastou?

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- Onde se pode encontrar uma?

Você, meu caro Alano,  é uma divindade :!: :arrow: :idea:

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À qual das divindades o autor se refere? (O Yaveh judeu? )

Estou falando do panteão naturalista, não da bíblia...

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NÃO HÁ CONVERSA ENTRE "LOGOS" e "MYTHOS". Acontecem entre mentes tão distintas e arquinimigas, quanto o azeite e o vinho.

Só se você não quiser. Não se esqueça, que misturando ao vinho e ao azeite, outros ingredientes mais - fazem-se óptimos cozinhados - incluíndo a deliciosa margarina vegetal, mais conhecida como maionese.

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Espera-se que o primeiro aniquile o segundo em umas 4 gerações mais (100 a 200 anos). Não deve passar nunca de 1.000 anos.

Não concordo completamente consigo - porque certos ecléticos - onseguem realizar sínteses diplomáticas, entre "alhos & bugalhos",incrivelmente harmoniosas. :arrow: :idea:


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Offline Alano

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  • Que é exatamente uma "divindade"(sic)??
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Re: "Uma Defesa de Deus"
« Resposta #11 Online: 27 de Fevereiro de 2011, 11:05:54 »
Espinoza não era ateu e sim panteísta.

Minha visão é muito próxima à do Espinosa. Dei-me conta de que, em grande parte, e mesmo que inconsientemente, as pessoas se referem de fato à "mãe-natureza" e o "destino/sorte" quanto usam a palavra "deus".

Mas me dá anjôo ver gente discutir a "existencia do Yaveh". Por isto minha insistencia para esclarecer desde o começo.  Até porque ver gente discutindo "divindades" sem saber o que falam dá uma dó danada! É algo muito primitivo!

Mas, gostei do texto inicial, é bem feito! Apenas penso que a palavra "deus" devia ser banida para sempre.
« Última modificação: 27 de Fevereiro de 2011, 11:08:34 por Alano »
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Offline Alano

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Re: "Uma Defesa de Deus"
« Resposta #12 Online: 27 de Fevereiro de 2011, 11:13:17 »

Lusitano,

Sei tanto sobre "deus" e divindades como poucos. Não pergunto por mim, pergunto para que os que discutem se esclareçam, tenham consciência sorbre aquilo que estão a falar.

Ou acabam, como é costume, discutindo o Yaveh judeu (arghh).
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Offline lusitano

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Re: "Uma Defesa de Deus"
« Resposta #13 Online: 27 de Fevereiro de 2011, 13:04:31 »
Caro - Alano
 
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Lusitano,

Sei tanto sobre "deus" e divindades como poucos. Não pergunto por mim, pergunto para que os que discutem se esclareçam, tenham consciência sorbre aquilo que estão a falar.

Ou acabam, como é costume, discutindo o Yaveh judeu (arghh).

"Entendo"... :arrow: :ok: Você, anda só a sacudir o espírito, aos "cépticos"... :idea:
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Offline Luiz Souto

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Re: "Uma Defesa de Deus"
« Resposta #14 Online: 27 de Fevereiro de 2011, 16:58:28 »
Espinoza não era ateu e sim panteísta.

Spinoza sempre rejeitou ser chamado de ateu mas não é consenso que ele possa ser considerado panteísta e , provavelmente , teria também rejeitado esta definição.
A visão espinozista não é de  uma divinização da Natureza mas a concepção de Deus como imanente , uma substância única com infinitos modos (dos quais apenas a extensão e o pensamento são conhecidos por nós).
Se não queres que riam de teus argumentos , porque usas argumentos risíveis ?

A liberdade só para os que apóiam o governo,só para os membros de um partido (por mais numeroso que este seja) não é liberdade em absoluto.A liberdade é sempre e exclusivamente liberdade para quem pensa de maneira diferente. - Rosa Luxemburgo

Conheça a seção em português do Marxists Internet Archive

Offline lusitano

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Re: "Uma Defesa de Deus"
« Resposta #15 Online: 27 de Fevereiro de 2011, 18:05:55 »
Caro - Luiz Souto

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A visão espinozista não é de  uma divinização da Natureza mas a concepção de Deus como imanente , uma substância única com infinitos modos (dos quais apenas a extensão e o pensamento são conhecidos por nós).

Mas o inverso é verdadeiro, a naturalização de "deus"... :) "Deus", é a natureza :!:
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Offline _Juca_

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Re: "Uma Defesa de Deus"
« Resposta #16 Online: 27 de Fevereiro de 2011, 19:31:17 »
Caro - Luiz Souto

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A visão espinozista não é de  uma divinização da Natureza mas a concepção de Deus como imanente , uma substância única com infinitos modos (dos quais apenas a extensão e o pensamento são conhecidos por nós).

Mas o inverso é verdadeiro, a naturalização de "deus"... :) "Deus", é a natureza :!:


 :enjoo:


Offline lusitano

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Re: "Uma Defesa de Deus"
« Resposta #17 Online: 28 de Fevereiro de 2011, 06:39:08 »
Caro _Juca_

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:enjoo:

:| :arrow: :'(
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Offline Pasteur

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Re: "Uma Defesa de Deus"
« Resposta #18 Online: 30 de Outubro de 2012, 14:44:52 »
Espinoza não era ateu e sim panteísta.

Eu nunca entendi qual é a diferença de crer que Deus é a natureza e não crer em Deus.

Offline Pagão

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Re:"Uma Defesa de Deus"
« Resposta #19 Online: 30 de Outubro de 2012, 15:08:51 »
Espinoza não era ateu e sim panteísta.

Eu nunca entendi qual é a diferença de crer que Deus é a natureza e não crer em Deus.

É a diferença entre ser Tudo e não ser Nada...
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Offline Pasteur

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Re:"Uma Defesa de Deus"
« Resposta #20 Online: 30 de Outubro de 2012, 15:17:04 »
Espinoza não era ateu e sim panteísta.

Eu nunca entendi qual é a diferença de crer que Deus é a natureza e não crer em Deus.

É a diferença entre ser Tudo e não ser Nada...

Sérgio, mas na prática dá na mesma, ele não tem nenhuma intencionalidade, seja pessoal ou não, né?

Offline Gaúcho

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Re:"Uma Defesa de Deus"
« Resposta #21 Online: 30 de Outubro de 2012, 16:39:48 »
Espinoza não era ateu e sim panteísta.

Eu nunca entendi qual é a diferença de crer que Deus é a natureza e não crer em Deus.

Nenhum, exceto que em vez de você chamar a natureza de "natureza", você a chama de "deus", assim, só porque lhe deu na telha.
"— A democracia em uma sociedade livre exige que os governados saibam o que fazem os governantes, mesmo quando estes buscam agir protegidos pelas sombras." Sérgio Moro

Offline Barata Tenno

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Re:"Uma Defesa de Deus"
« Resposta #22 Online: 30 de Outubro de 2012, 17:04:31 »
Ou pode chamar de "bunda do agnóstico". :lol:
He who fights with monsters should look to it that he himself does not become a monster. And when you gaze long into an abyss the abyss also gazes into you. Friedrich Nietzsche

Offline Pasteur

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Re:"Uma Defesa de Deus"
« Resposta #23 Online: 30 de Outubro de 2012, 17:38:59 »
Ou pode chamar de "bunda do agnóstico". :lol:

Eu sei que não é legal explicar a piada, mas é que não entendi... :vergonha:

Offline JohnnyRivers

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Re:"Uma Defesa de Deus"
« Resposta #24 Online: 30 de Outubro de 2012, 17:44:29 »
Ou pode chamar de "bunda do agnóstico". :lol:

Eu sei que não é legal explicar a piada, mas é que não entendi... :vergonha:
Só os fortes entendem... :P
Entretanto, sou fraco e também não entendi   :lol:
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- Skid Row

 

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