Autor Tópico: Confissões de um assassino econômico  (Lida 2991 vezes)

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Offline Roberto

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Confissões de um assassino econômico
« Online: 28 de Julho de 2005, 13:23:49 »
Vi o livro na Siciliano. Alguém já leu? Segue parte de uma resenha que peguei na Net:

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Confissões de um assassino econômico (Confessions of an Economic Hit Man)

Como os Estados Unidos utilizam a globalização para defraudar os países pobres em trilhões de dólares

John Perkins trabalhou como economista-chefe da empresa Chas. T. Main em Boston, Massachusetts, no período de 1971 a 1981. É considerado um especialista internacional no que se convencionou chamar de “macroeconomia” e apresentado como “ex-membro respeitado da comunidade de negócios na banca internacional”. Em seu livro “Confissões de um assassino econômico (Confessions of an Economic Hit Man), descreve como, enquanto profissional altamente bem pago, trabalhou para que os Estados Unidos pudessem defraudar em trilhões de dólares países pobres do globo inteiro, emprestando-lhes mais dinheiro do que eles poderiam pagar para depois se apossar das suas economias.

Trata-se de uma obra inquietante, de um profundo conhecedor do assunto. Em entrevista ao programa “Democracy Now”, declarou acerca de seu livro:

 

“Por várias fui convencido a deixar de escrever este livro. Recomecei-o mais de quatro vezes durante vinte anos. Em todas as ocasiões, a minha decisão de voltar a começar foi influenciada pelos acontecimentos mundiais da época; a invasão do Panamá em 1980, a primeira guerra do Golfo, a Somália e a revolta de Osama Bin Laden. No entanto, as ameaças ou os subornos acabaram sempre por me convencer a parar”

 

            Primeiro a definição, o que seria um assassino econômico? Algumas pessoas devotam a sua vida à construção e preservação do império estadunidense, criando situações que façam voltar a maior parte possível dos recursos internacionais aos cofres estadunidenses, sejam empresas públicas ou privadas, governo ou cidadãos comuns. Inegável o sucesso deste tipo de gente, a quem em última análise, se deve a construção do mais poderoso império que a humanidade já viu.

            Perkins ressalta a deposição de Mossadegh, dirigente constitucional eleito democraticamente no Irã e substituído pelo Xá Reza Pahlevi, mais dócil aos interesses estadunidenses. Aquele episódio, do início dos anos 50, marcou profundamente o Autor, despertando o início de sua percepção política.

            O mundo vivia o período da bipolarização, quando a URSS ainda despontava como uma Superpotência a se contrapor aos interesses estadunidenses. O assassinato econômico mostrava-se mais eficaz que a intervenção armada, porque mantinha o sistema produtivo do país ocupado intacto – o que era vital no período da Guerra Fria – mas o subordinava irremediavelmente aos interesses estadunidenses.

            Perkins informa que a atuação internacional de seus conterrâneos e colegas de profissão primava pelo assassinato econômico, geralmente em sua versão mais simples e grosseira: empréstimos vultuosos a países pobres, muito acima de sua capacidade concreta de pagamento, levando toda a nação a um espiral insolúvel de endividamento. Cita nominalmente o Equador, para onde pessoalmente carreou US$ 1 bilhão. Desse montante, pelo menos 90% foram pagos a empresas dos EUA – como a Halliburton ou a Bechtel – que fizeram obras de infra-estrutura para a classe dominante. Os trabalhadores do Equador eternamente endividados, terão o resto de suas vidas para pagar juros e juros sobre juros. A dívida não existe para ser paga e é mesmo impossível pagá-la. A dívida é criada para manter a nação vitimada eternamente em submissão a interesses estrangeiros. Sempre que ocorre de a nação dominada não conseguir pagar os juros ou a política estadunidense assim o requerer, representantes estadunidenses retiram diretamente do país suas riquezas minerais e naturais. Perkins enfatiza a importância da Amazônia, cujas infinitas riquezas, sempre cobiçadas pelos EUA, vêm sofrendo um processo de rapina em nome da incapacidade das nações latino-americanas de pagar suas dívidas.

            Cometido o assassinato econômico, ou seja, estando a nação definitivamente dominada economicamente pelo centro do império, o assassino econômico passa a trabalhar em empresas particulares e são por elas regiamente remunerados até que a memória de sua proeza se evanesça, quando podem se sentir novamente convocados a atuação similar em qualquer outra nação do mundo, seja uma república russa recém escravizada ao capitalismo, seja uma nação que subitamente encontra uma grande riqueza natural como grandes reservas de petróleo ou carvão mineral.

(...)
Se eu disser ou escrever hoje algo que venha a contradizer o que eu disse ou escrevi ontem, a razão é simples: mudei de idéia.

Poindexter

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Re.: Confissões de um assassino econômico
« Resposta #1 Online: 28 de Julho de 2005, 15:09:42 »
O título é mentiroso, o jargão do livro é marxista e o livro é ridículo.

Problema dos países que receberam os empréstimos se não previram que não poderiam pagá-los.

Offline Marcelo Terra

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Re: Re.: Confissões de um assassino econômico
« Resposta #2 Online: 28 de Julho de 2005, 15:13:01 »
Citação de: Poindexter
O título é mentiroso,


Por que?

Citação de: Poindexter
o jargão do livro é marxista


Por que?

Citação de: Poindexter
e o livro é ridículo


Por que?

Offline n/a

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Re.: Confissões de um assassino econômico
« Resposta #3 Online: 28 de Julho de 2005, 16:57:57 »
Deduzi que sim, mas vou perguntar: você leu, PD?

Poindexter

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Re: Re.: Confissões de um assassino econômico
« Resposta #4 Online: 28 de Julho de 2005, 17:11:30 »
Citação de: Ricardo M
Deduzi que sim, mas vou perguntar: você leu, PD?


Li integralmente o resumo, Mioto.

Se a pergunta é sobre se eu li o livro inteiro, não, não li, mas o resumo abriu seu conteúdo para mim.

Se o resumo, que é para "dar vontade" do leitor ler o livo, é tão sem contundência e permeado de linguajar marxista...

Offline Claudio Loredo

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Re: Re.: Confissões de um assassino econômico
« Resposta #5 Online: 28 de Julho de 2005, 17:50:10 »
Citação de: Poindexter
O título é mentiroso, o jargão do livro é marxista e o livro é ridículo.

Problema dos países que receberam os empréstimos se não previram que não poderiam pagá-los.


Poindexter,

Deixa de ser radical de extrema direita.  :x

A dívida externa é um gigantesco problema dos paises em desenvolvimento, principalmente o Brasil. A maior parte dessa dívida foi feita durante os anos da ditadura militar. Foi sim uma grande falha do FMI ter emprestado dinheiro ao Brasil sabendo que eramos governados por uma ditadura de politicos corruptos.

O FMI agiu como um latifundiário que deixa um lavrador pobre trabalhar em sua terra. Mas, vende fiado ao lavrador a comida que ele come e o aluguel de onde ele mora. Só que cobra por isto um preço mais alto do que o salário que o pobre recebe. Como o pobre nunca tem condições de pagar, vira um eterno devedor e é obrigado a ficar sempre trabalhando para o latifundiário para pagar a dívida.
Claudio Loredo

Offline Roberto

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Re: Re.: Confissões de um assassino econômico
« Resposta #6 Online: 28 de Julho de 2005, 17:53:25 »
Citação de: Claudio Loredo
A dívida externa é um gigantesco problema dos paises em desenvolvimento, principalmente o Brasil.


Há países em situação muito pior que o Brasil. Como proporção do PIB, o Brasil deve bem menos, por exemplo, do que a Bélgica, ou a Itália, ou a Holanda, ou a Suécia, países ricos. E a dívida dos EUA também não é brincadeira.
Se eu disser ou escrever hoje algo que venha a contradizer o que eu disse ou escrevi ontem, a razão é simples: mudei de idéia.

Offline Rodion

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Re.: Confissões de um assassino econômico
« Resposta #7 Online: 28 de Julho de 2005, 19:28:26 »
já começou por aqui:
Citar
emprestando-lhes mais dinheiro do que eles poderiam pagar para depois se apossar das suas economias.


logo concluo que bancos são, também, assassinos econômicos. maquiavelicamente, emprestam às pessoas mais dinheiro do que elas podem pagar para mantê-las sob controle.

Citar
O FMI agiu como um latifundiário que deixa um lavrador pobre trabalhar em sua terra. Mas, vende fiado ao lavrador a comida que ele come e o aluguel de onde ele mora. Só que cobra por isto um preço mais alto do que o salário que o pobre recebe. Como o pobre nunca tem condições de pagar, vira um eterno devedor e é obrigado a ficar sempre trabalhando para o latifundiário para pagar a dívida.

fala-se como se o fmi colocasse uma arma na cabeça e nos obrigasse a pegar.....
"Notai, vós homens de ação orgulhosos, não sois senão os instrumentos inconscientes dos homens de pensamento, que na quietude humilde traçaram freqüentemente vossos planos de ação mais definidos." heinrich heine

Offline Claudio Loredo

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Confissões de um assassino econômico
« Resposta #8 Online: 31 de Julho de 2005, 13:44:33 »
Um tema que ainda tenho que pesquisar. De onde vem a dívida dos países ricos?

Não faz sentido dizer que EUA, Canadá, Países Europeus possuem dívida externa e ao mesmo tempo dizer que Africa, Asia e América Latina também possuem a mesma dívida. A conta não fecha. Afinal, que é que deve para quem?

Pois, para haver devedor tem que haver credores. Quem é o credor de tantos devedores? Não pode só haver devedores.

Dai, ainda não entendi direito quando falam de dívida de países ricos. Mas, vou pesquisar sobre isto. No Brasil a dívida externa bagunça toda a economia e tira as possiblidades de investimento no social e no crescimento econômico. Nos outros países ricos não acontece o mesmo.

De qualquer jeito, a dívida externa brasileiro é injusta, porque foi feita num periodo ditatorial, foi adquirida com juros exorbitantes e o dinheiro foi mal aplicado , quando não desviado.
Claudio Loredo

Offline uiliníli

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Re.: Confissões de um assassino econômico
« Resposta #9 Online: 31 de Julho de 2005, 13:58:50 »
Citar
De qualquer jeito, a dívida externa brasileiro é injusta, porque foi feita num periodo ditatorial, foi adquirida com juros exorbitantes e o dinheiro foi mal aplicado , quando não desviado.


Não culpe os EUA por isso, culpe os governos militares.

Rhyan

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Confissões de um assassino econômico
« Resposta #10 Online: 31 de Julho de 2005, 14:06:04 »
Citação de: Claudio Loredo
De qualquer jeito, a dívida externa brasileiro é injusta, porque foi feita num periodo ditatorial, foi adquirida com juros exorbitantes e o dinheiro foi mal aplicado , quando não desviado.

Injusta? Só por quê o Brasil foi burro de aceitar?

Offline Rodion

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Confissões de um assassino econômico
« Resposta #11 Online: 31 de Julho de 2005, 15:03:57 »
Citação de: Claudio Loredo
Um tema que ainda tenho que pesquisar. De onde vem a dívida dos países ricos?

Não faz sentido dizer que EUA, Canadá, Países Europeus possuem dívida externa e ao mesmo tempo dizer que Africa, Asia e América Latina também possuem a mesma dívida. A conta não fecha. Afinal, que é que deve para quem?

Pois, para haver devedor tem que haver credores. Quem é o credor de tantos devedores? Não pode só haver devedores.

Dai, ainda não entendi direito quando falam de dívida de países ricos. Mas, vou pesquisar sobre isto. No Brasil a dívida externa bagunça toda a economia e tira as possiblidades de investimento no social e no crescimento econômico. Nos outros países ricos não acontece o mesmo.

De qualquer jeito, a dívida externa brasileiro é injusta, porque foi feita num periodo ditatorial, foi adquirida com juros exorbitantes e o dinheiro foi mal aplicado , quando não desviado.


acho que devem em geral para o setor privado. não importa os países serem ricos, se arrecadam muito mas gastam ainda mais.
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Offline Roberto

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Confissões de um assassino econômico
« Resposta #12 Online: 01 de Agosto de 2005, 09:21:22 »
Citação de: Claudio Loredo
Um tema que ainda tenho que pesquisar. De onde vem a dívida dos países ricos?


Principalmente da emissão de títulos no mercado financeiro. No caso dos EUA, pelo que estou informado, os maiores detentores individuais de títulos da dívida pública do país são a China e o Japão.

Citação de: Claudio Loredo
Dai, ainda não entendi direito quando falam de dívida de países ricos. Mas, vou pesquisar sobre isto. No Brasil a dívida externa bagunça toda a economia e tira as possiblidades de investimento no social e no crescimento econômico. Nos outros países ricos não acontece o mesmo.


No Tratado de Maastrich (desculpem, não sei se escreve assim), os países europeus se comprometeram a reduzir o déficit público (que é o que leva ao endividamento). Há países ricos com dívidas bem maiores, como proporção do PIB, que a brasileira. Nossa situação é até, digamos assim, confortável.

Citação de: Claudio Loredo
De qualquer jeito, a dívida externa brasileiro é injusta, porque foi feita num periodo ditatorial, foi adquirida com juros exorbitantes e o dinheiro foi mal aplicado , quando não desviado.


Boa parte da dívida foi adquirida durante o regime militar, mas não toda ela. O Estado brasileiro nunca deixou de ser deficitário.
Se eu disser ou escrever hoje algo que venha a contradizer o que eu disse ou escrevi ontem, a razão é simples: mudei de idéia.

Offline Hugo

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Re: Re.: Confissões de um assassino econômico
« Resposta #13 Online: 01 de Agosto de 2005, 09:43:43 »
Citação de: cínico
logo concluo que bancos são, também, assassinos econômicos. maquiavelicamente, emprestam às pessoas mais dinheiro do que elas podem pagar para mantê-las sob controle.



Parece que voce não conheçe nada de banco. Tente fazer um empréstimo em qualquer banco e verás...
Esse exemplo foi inoportuno...
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Offline Marcelo Terra

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Re.: Confissões de um assassino econômico
« Resposta #14 Online: 01 de Agosto de 2005, 10:42:38 »
Eu vivo entrando no vermelho e o banco queria aumentar meu limite. Se isso não é querer me ver devendo mais, então não sei o que é... deve ser filantropia.

Offline Roberto

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Re: Re.: Confissões de um assassino econômico
« Resposta #15 Online: 01 de Agosto de 2005, 11:25:18 »
Citação de: Marcelo Terra
Eu vivo entrando no vermelho e o banco queria aumentar meu limite. Se isso não é querer me ver devendo mais, então não sei o que é... deve ser filantropia.


Enquanto você estiver entrando no vermelho mas estiver pagando a fatura, vão continuar lhe oferecendo crédito. Mas basta começar a não pagar  :twisted:
Se eu disser ou escrever hoje algo que venha a contradizer o que eu disse ou escrevi ontem, a razão é simples: mudei de idéia.

Offline Rodion

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Re: Re.: Confissões de um assassino econômico
« Resposta #16 Online: 01 de Agosto de 2005, 12:57:47 »
Citação de: Roberto
Citação de: Marcelo Terra
Eu vivo entrando no vermelho e o banco queria aumentar meu limite. Se isso não é querer me ver devendo mais, então não sei o que é... deve ser filantropia.


Enquanto você estiver entrando no vermelho mas estiver pagando a fatura, vão continuar lhe oferecendo crédito. Mas basta começar a não pagar  :twisted:


ora, e não é essa a postura do fmi? não querem nos "dominar segundo o consenso de washington", mas receber de volta o que emprestaram. alguns pensam que suas imposições "neoliberais" são pra dominar-nos, quando são pra garantir que teremos dinheiro pra pagá-los.

aliás, hugo. troque então banco por financeira, sei lá. pelo pouco que conheço de bancos, eles emprestam se tiverem garantias. tem melhor devedor que o estado?
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Offline Claudio Loredo

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Re.: Confissões de um assassino econômico
« Resposta #17 Online: 01 de Agosto de 2005, 17:11:15 »
Fiz uma pesquisa rápida para descobrir a diferenaça entre a dívida  externa de um país pobre, por exemplo o Brasil, e um pais rico, por exemplo os Estados Unidos. Descobri que a diferença é gritante.

Os Estados Unidos podem se endividar porque são eles que produzem a moeda com a qual a dívida será paga. Qualquer problema para pagar a dívida é só emitir mais moeda. Dai, é mais fácil para este país pagar a dívida.

Outros países ricos, como a Itália, também tem uma alta dívida externa. Mas, esses países tem estrutura para pagar a dívida. Eles fazem um planejamento para pagar a dívida com algum recurso que será ganho com o investimento feito com a dívida.

É como se você fizesse uma divida para fazer um curso de especialização. Mas, você sabe que esta especialização te proporcionará um salário maior. Dai, você não se preocupa em fazer a dívida. Pois, sabe que poderá pagá-la. Assim é a dívida dos paises desenvolvidos que se individam junto aos  bancos.

A dívida que o Brasil fez foi para ser gasta não com investimentos, mas sim com obras faraonicas  como a ponte rio-niteroi e a rodovia transamazônica. Grande parte da dívida externa brasileira foi gasta para financiar a  classe média que nos anos 70 podia comprar seus eletrodomesticos com prestações a perder de vista. Por isso, a classe média apladiu de pé o governo da ditadura militar. Hoje, as novas gerações tem que pagar por esta dívida. Portanto, a dívida externa brasileira, diferentemente da dos países desenvolvidos, foi feita sem estrutura, sem planejamento e sem previsão de recursos futuros para pagá-la. Pior ainda, feita por  governos ditatoriais e corruptos com juros exorbitantes e numa moeda extrangeira.
Claudio Loredo

Offline Roberto

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Re: Re.: Confissões de um assassino econômico
« Resposta #18 Online: 01 de Agosto de 2005, 17:32:38 »
Citação de: Claudio Loredo
Fiz uma pesquisa rápida para descobrir a diferenaça entre a dívida  externa de um país pobre, por exemplo o Brasil, e um pais rico, por exemplo os Estados Unidos. Descobri que a diferença é gritante.


Sem dúvida. A dívida pública dos EUA deve ser o equivalente a dez vezes o PIB do Brasil (os EUA devem uns dez Brasis, hehehehe).

Citação de: Claudio Loredo
Os Estados Unidos podem se endividar porque são eles que produzem a moeda com a qual a dívida será paga. Qualquer problema para pagar a dívida é só emitir mais moeda. Dai, é mais fácil para este país pagar a dívida.


Mesmo não sendo economista, posso lhe adiantar que não é bem assim. Não é só sair emitindo moeda adoidado, o que significaria (e, de fato, significa) emitir inflação.

Citação de: Claudio Loredo
Outros países ricos, como a Itália, também tem uma alta dívida externa. Mas, esses países tem estrutura para pagar a dívida. Eles fazem um planejamento para pagar a dívida com algum recurso que será ganho com o investimento feito com a dívida.


Planejamentos que não funcionam, nunca funcionaram e jamais funcionarão. A tendência da dívida é sempre aumentar, visto que o déficit público permanece, mas os ganhos com o crescimento econômico que seriam utilizados para fazer frente a ele são uma mera possibilidade. Assim a Itália deve, hoje, cerca de 120% do PIB. A Bélgica, se não me engano, deve ainda mais.
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Offline n/a

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Re: Re.: Confissões de um assassino econômico
« Resposta #19 Online: 01 de Agosto de 2005, 17:52:54 »
Citação de: Roberto
Citação de: Claudio Loredo
Os Estados Unidos podem se endividar porque são eles que produzem a moeda com a qual a dívida será paga. Qualquer problema para pagar a dívida é só emitir mais moeda. Dai, é mais fácil para este país pagar a dívida.


Mesmo não sendo economista, posso lhe adiantar que não é bem assim. Não é só sair emitindo moeda adoidado, o que significaria (e, de fato, significa) emitir inflação.


Pois é, isso é bem óbvio até...

Offline Rodion

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Re.: Confissões de um assassino econômico
« Resposta #20 Online: 02 de Agosto de 2005, 13:39:12 »
Citar
A dívida que o Brasil fez foi para ser gasta não com investimentos, mas sim com obras faraonicas como a ponte rio-niteroi e a rodovia transamazônica. Grande parte da dívida externa brasileira foi gasta para financiar a classe média que nos anos 70 podia comprar seus eletrodomesticos com prestações a perder de vista. Por isso, a classe média apladiu de pé o governo da ditadura militar. Hoje, as novas gerações tem que pagar por esta dívida. Portanto, a dívida externa brasileira, diferentemente da dos países desenvolvidos, foi feita sem estrutura, sem planejamento e sem previsão de recursos futuros para pagá-la. Pior ainda, feita por governos ditatoriais e corruptos com juros exorbitantes e numa moeda extrangeira.

não sei se as obras faraônicas foram a asneira-mor. claro, não deveríamos nos ter endividado tanto. mas pouco vejo se falar sobre os PIN's (programas de integração nacional) entre outras iniciativas do gênero. a transamazônica, apesar de ter virado o que virou, deu uma puta força pra colonização brasileira da amazônia. os povoados, que antes localizavam-se principalmente nas margens dos rios, então começaram a nascer ao redor das estradas que iam sendo abertas. se a densidade demográfica na amazônia é hoje baixa, imagine antes. por esse prisma, então, já vejo a transamazônica (e outras obras do gênero) por outro ângulo.
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Offline Marcelo Terra

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Re: Re.: Confissões de um assassino econômico
« Resposta #21 Online: 02 de Agosto de 2005, 14:13:17 »
Citação de: cínico
não sei se as obras faraônicas foram a asneira-mor. claro, não deveríamos nos ter endividado tanto. mas pouco vejo se falar sobre os PIN's (programas de integração nacional) entre outras iniciativas do gênero. a transamazônica, apesar de ter virado o que virou, deu uma puta força pra colonização brasileira da amazônia. os povoados, que antes localizavam-se principalmente nas margens dos rios, então começaram a nascer ao redor das estradas que iam sendo abertas. se a densidade demográfica na amazônia é hoje baixa, imagine antes. por esse prisma, então, já vejo a transamazônica (e outras obras do gênero) por outro ângulo.


Eu acho que não devíamos "colonizar" a amazônia. Lá só deveriam ter bases militares pra proteger o território. Não deveríamos querer cidades lá.

Offline Rodion

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Re: Re.: Confissões de um assassino econômico
« Resposta #22 Online: 02 de Agosto de 2005, 14:40:21 »
Citação de: Marcelo Terra
Citação de: cínico
não sei se as obras faraônicas foram a asneira-mor. claro, não deveríamos nos ter endividado tanto. mas pouco vejo se falar sobre os PIN's (programas de integração nacional) entre outras iniciativas do gênero. a transamazônica, apesar de ter virado o que virou, deu uma puta força pra colonização brasileira da amazônia. os povoados, que antes localizavam-se principalmente nas margens dos rios, então começaram a nascer ao redor das estradas que iam sendo abertas. se a densidade demográfica na amazônia é hoje baixa, imagine antes. por esse prisma, então, já vejo a transamazônica (e outras obras do gênero) por outro ângulo.


Eu acho que não devíamos "colonizar" a amazônia. Lá só deveriam ter bases militares pra proteger o território. Não deveríamos querer cidades lá.


acho colonizar uma boa. primeiro porque desestressa um pouco o nordeste (a maior parte do pessoal que foi pra amazônia nesse período foi do nordeste), e logo o sudeste(já que a migração pra cá diminui). e segundo pra manter território mesmo. não sei se bases militares por si sós dariam conta do recado. aliás, bases militares seriam um gasto. o pessoal morando lá, não. pelo contrário, gera riqueza. (aliás, manaus passou belo horizonte em participação no pib brasileiro).

como disse geisel, acho, daremos terras sem homens aos homens sem terra.
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Offline Marcelo Terra

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Re: Re.: Confissões de um assassino econômico
« Resposta #23 Online: 02 de Agosto de 2005, 14:45:54 »
Citação de: cínico
acho colonizar uma boa. primeiro porque desestressa um pouco o nordeste (a maior parte do pessoal que foi pra amazônia nesse período foi do nordeste), e logo o sudeste(já que a migração pra cá diminui). e segundo pra manter território mesmo. não sei se bases militares por si sós dariam conta do recado. aliás, bases militares seriam um gasto. o pessoal morando lá, não. pelo contrário, gera riqueza. (aliás, manaus passou belo horizonte em participação no pib brasileiro).

como disse geisel, acho, daremos terras sem homens aos homens sem terra.


E mandarmos o patrimônio biogenético pro saco? Você acha que dá pra conciliar a longo prazo, evitando as expansões das cidades, caso um programa como esse dê certo, às custas da selva amozônica?

Offline Rodion

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Re: Re.: Confissões de um assassino econômico
« Resposta #24 Online: 02 de Agosto de 2005, 15:01:04 »
Citação de: Marcelo Terra
Citação de: cínico
acho colonizar uma boa. primeiro porque desestressa um pouco o nordeste (a maior parte do pessoal que foi pra amazônia nesse período foi do nordeste), e logo o sudeste(já que a migração pra cá diminui). e segundo pra manter território mesmo. não sei se bases militares por si sós dariam conta do recado. aliás, bases militares seriam um gasto. o pessoal morando lá, não. pelo contrário, gera riqueza. (aliás, manaus passou belo horizonte em participação no pib brasileiro).

como disse geisel, acho, daremos terras sem homens aos homens sem terra.


E mandarmos o patrimônio biogenético pro saco? Você acha que dá pra conciliar a longo prazo, evitando as expansões das cidades, caso um programa como esse dê certo, às custas da selva amozônica?


claro que dá. não vamos perder a biodiversidade, contanto que regulamentemos a exploração. a amazônia não é muito heterogênea, imagino, algumas reservas ecológicas devem resolver o problema.
se nunca tivéssemos feito o que fizemos com a mata atlântica, o brasil seria um enorme suriname. não estou dizendo que devemos cortar fora do mapa a floresta amazônica, mas lá não precisa ser um santuário.
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