Autor Tópico: O Papa Pio XII e o Big Bang  (Lida 3788 vezes)

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Offline lusitano

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Re: O Papa Pio XII e o Big Bang
« Resposta #25 Online: 04 de Fevereiro de 2011, 18:41:54 »
Reflexos no espelho - Adinoel Motta Maia

O mistério do início: o nascimento do Universo

No início era o Nada, diz a Bíblia, mas nunca houve um espaço que fosse NADA, porque o espaço é consciência. A consciência não surgiu no espaço NADA. Não foi o espaço quem criou a consciência, mas esta quem criou o espaço. Foi a consciência do SOU e em seguida a do ESTOU, que determinou as três direções e a duração do espaço, como já vimos em outros textos deste blog.

Agora, temos de enfrentar a questão maior, que, uma vez respondida, fecha todo o assunto: quando e como foi o início de tudo.

Não há como fugir da evidência de que o ESPAÇO que constitui o Universo Infinito SEMPRE existiu, mas esse SEMPRE significa exatamente isso: desde que tudo começou. Como aceitar que num espaço NADA, que nunca teve início nem jamais terá fim, houve um começo, um início de um espaço TUDO? Ainda evidentemente, só há uma explicação: o espaço, seja o NADA, seja o TUDO, é uma criação da consciência, porque é ela própria.

Se quisermos, podemos dizer que esse início foi um nascimento. O nascimento da consciência.

Um nascimento explosivo.

Não a explosão de algo que já existia e portanto não era início de coisa alguma, como se fala do Big Bang, como um processo de detonação de toda a matéria e energia concentradas num minúsculo corpo de massa extremamente densa. Dizemos “explosivo” porque extremamente rápido, mas não necessariamente “de dentro para fora”, como sugere a etimologia da palavra.

Temos a tendência de associar um processo a um ser ou objeto que o realiza ou onde se realiza e com isso acreditar que é sempre algo, o que explode, a partir do que cresce em velocidade extrema, instantâneamente no início.

Isso tem levado a Física a acreditar na explosão inicial como explosão de alguma coisa extremamente pequena e densa, que vem crescendo continuamente e se espalhando por “um” espaço que também está crescendo, ao qual se chama Universo. Com Einstein, esse espaço incorporou o “tempo” como sua quarta dimensão, indispensável para a ilusão da relatividade, fundamental para o pólo da realidade, da Física.

Um Universo relativo, de ilusão, portanto.

Não podemos considerar um início, jamais, em processo algum, contudo, sem introduzir o outro pólo até hoje desprezado: a atualidade. Todo início ocorre num agora. Um agora em todo o espaço infinito que só existe porque há consciência nele, em todo ele, como já vimos em outros textos deste blog.

O que é explosivo, instantâneo, é o processo de velocidade extrema, da evolução dessa consciência para estruturas sucessivamente mais complexas, em sucessivos agoras, como também já vimos, aqui. O processo e não o ser ou o objeto, porque essa consciência não cresceu nem cresce de dentro para fora.

Essa consciência está em todo o espaço sem dentro e sem fora, sempre esteve e sempre estará ali, mas evolui em estruturas cada vez mais complexas em todo ele. Essa evolução de todo o espaço infinito – não apenas de um “átomo primordial” – é que foi inicialmente explosiva, a partir de então existindo o SEMPRE em velocidade decrescente e complexidade/estabilidade crescente.

Tudo é, portanto, uma questão de velocidade. Essa consciência surgiu e evoluiu a partir de uma velocidade instantânea, tudo acontecendo ao mesmo tempo, daí se poder falar em “explosão”. Repetimos para que não se esqueça. A explosão é uma ocorrência em velocidade extrema. Uma queima lenta é uma queima, uma queima ultra-rápica é uma explosão. Uma população que cresce lentamente é um aumento populacional, mas esse processo muito rápido é uma explosão populacional.

Assim, no início, foi uma explosão de consciência que ocorreu simultaneamente em todos os pontos do espaço infinito e a velocidade desse processo, no domínio da PSÍQUICA, foi diminuindo até que a consciência com a velocidade do pensamento evoluiu para estruturas mais complexas e estáveis, com menores velocidades, até se criar a energia (velocidade da radiação) e finalmente a matéria (velocidade dos corpos), ambos no domínio da FÍSICA, onde o limite superior de velocidade é o da luz.

Na base de tudo isso está a duração da consciência, que os físicos têm chamado de “tempo”. Além dessa duração, a consciência tem três direções ortogonais básicas, a partir das quais, uma infinidade de outras, intermediárias, que constituem o “espaço matemático ou geométrico”, psíquico, absoluto, atual (duração zero). A consciência com essas três direções fundamentais e uma duração maior que zero, forma o “espaço físico”, que é o da ilusão, o da relatividade, que depende da natureza e posição do observador.

A estrutura psíquica com velocidades (do pensamento) decrescentes desde a atualidade até a velocidade da luz, criou a realidade da energia e da matéria, onde a duração crescente de consciência determina maior estabilidade, até se ter estruturas como a das nebulosas (nuvens de gases no espaço cósmico), onde nascem as estrelas, que formam planetas, onde surgem os líquidos e sólidos, como minerais básicos mais estáveis e menos velozes.

A estrutura psíquica de uma pedra é estável por milhões de anos, enquanto um gás se expande e se esgota rapidamente. Antes deste, as partículas que compõem a matéria movem-se com maior velocidade e são menos estáveis. Assim por diante, as partículas livres da quase-matéria e as estruturas ondulatórias ainda são mais velozes e menos estáveis até se chegar à velocidade da luz. Acima desta, só há pensamento, estruturas de consciência da atualidade, do agora, de duração infinitamente próxima de zero, que se sucedem em transformações instantâneas, digamos, explosivas.

Pode-se dizer que o Universo é um campo de explosões, o dos macróbios, os seres que nascem, crescem e morrem, de dimensões macrocósmicas. Um desses seres é o nosso limitado “universo”, este sim, nascendo há cerca de 13 bilhões de anos com o que se chama de “Big Bang”.

A idéia deste texto, agora publicado, ocorreu-me no dia 10 de setembro de 2010, na janela da sala do meu apartamento, às 5:30hs, em frente ao Sol que nascia, quando tive o insight definitivo que completa a visão do ato da auto-criação do Universo Infinito.

Este fenômeno inicial, portanto, que estabeleceu e determinou a existência do espaço em uma duração e três direções infinitas, constituído por uma infinidade de pontos infinitesimais conscientes de sua existência, com intervalos tão pequenos que se fossem menores não existiriam, teve uma duração também infinitesimal (este, o insight acima referido), numa atualidade, um agora tão pequeno que se fosse menor não teria ocorrido, assim saindo do nada – conjunto vazio – para um espaço infinito apenas consciente de suas infinitas posições infinitesimais.

A partir daquele primeiro “agora” criador, em sucessivos “agoras” tão próximos um dos outros que se fossem mais próximos não existiriam, as consciências puntuais se uniram em estruturas de consciência de posição na reta (uma direção), no plano (duas direções) e no sólido (três direções), em sucessivos “agoras” de duração infinitesimal, sempre no sentido de formar estruturas de consciência cada vez mais complexas, a partir da consciência do tetraedro infinitesimal constituído por quatro vértices (pontos) tão próximos que se fossem mais próximos seriam um só ponto.

Tetraedros conscientes, que se ligariam em linha por seus vértices formando ondas conscientes ou em aglomerados quase esféricos, por seus lados justapostos, formando corpúsculos conscientes livres, inicialmente instáveis e posteriormente estáveis, sendo tais ligações resultantes também de consciência própria. Este seria um universo apenas de pensamento – psíquico – que em velocidades instantâneas formavam estruturas de consciência SOU em todo o espaço infinito, logo seguidas de consciência ESTOU em “agoras” sucessivos de consciência do outro.

Tão complexos se tornaram esses aglomerados de consciência, que se tornaram “pesados”, com massa, que assim é quantidade de pensamento, de tal modo que uma sucessão de agoras ganhou dimensão e com isso surgiu a estrutura física.

Com esta, apareceu a realidade em quatro dimensões (uma duração e três direções), mas uma realidade livre, de ondas e corpúsculos (partículas) infinitesimais a se moverem em velocidades quase instantâneas. Tornando-se mais volumosas e complexas, as ondas e partículas perderam velocidade, passando de valores psíquicos para outros, bem menores, físicos, isto é, da atualidade para a realidade.

A atração da consciência que ligava pontos, linhas, planos e sólidos geométricos do universo puramente matemático passou a ter estado de força e assim surgiu aquela que fez a massa (quantidade de consciência) atrair outra massa, submetendo-a ao seu campo e criando a energia e a matéria, em “quantuns” ainda muito pequenos.

Das partículas livres de quase-matéria (quamas) para as que se submeteram a tal força, formando o átomo, ocorreu um processo contínuo de criação que ainda não terminou, obedecendo uma lei de atração e outra, de evolução, na formação de estruturas cada vez mais complexas e mais estáveis de consciência, cujo ápice, para nós, animais humanos intelectuais, é a matéria física – apenas um produto dessa consciência – que também evolui para outros estados de consciência provavelmente já existentes, mas mas ainda não conhecidos, ou sequer percebidos por nossos egos em evolução.

Com esta perspectiva, é evidente que há um crescente acúmulo de massa em todo o processo, que tende para um limite: o total de toda a consciência universal, infinitamente grande.

Nessa evolução do ego, em massa e complexidade, uma estrutura humana, por exemplo, formada por átomos, seria algo desprezível, se comparada a uma outra formada por galáxias ou conjuntos destas.

O ego maior, de toda a consciência assim aglomerada no universo infinito, consciente de toda a existência, seria aquilo ou aquele a quem damos o nome de Deus, que certamente não tem conhecimento especifico de cada um de nós ou de nossa galáxia, do mesmo modo como não temos conhecimento específico de cada átomo de nosso corpo ou muito menos ainda do ser que possa habitar um elétron desse átomo.

Já é muito, portanto, que sejamos iluminados para ver o que está exposto assim objetivamente neste texto, cujo propósito, neste momento, é mostrar que esse Deus existe, sim, porque se o negássemos, negaríamos a existência de todo o Universo.

Parece evidente, também, que ele criou o Universo, porque Ele é o Universo e assim, criou a si próprio, num processo instantâneo, saindo do Nada para o Tudo com a velocidade explosiva do pensamento, isto é, da consciência que sempre existiu em cada ponto, sem início e sem fim, mas em permanente e contínua evolução do Todo e de cada uma de suas partes individualizadas em egos tão primários quanto a consciência do ponto e tão definitivos quanto a consciência total do espaço.

Podemos dizer, assim, que, como nosso Ego, eterno, em contínua evolução, também o Ego de Deus evolui, desde o Nada que foi até onde puder ir o Tudo, em complexidade de consciência.

OBSERVAÇÃO BIBLIOGRÁFICA: Meus primeiros textos sobre este assunto surgiram no Jornal da Bahia, a partir da década de 70, a cada domingo. Em 1981, pela Edições Melhoramentos (São Paulo), foi publicado meu livro “Humanidade – Uma Colônia no Corpo de Deus”.

Seguiram-se artigos também no jornal A Tarde, de Salvador (décadas de 80 e 90). Em 2009, publiquei o artigo “Teoria Unificada do Universo” na Revista do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia (disponível no Google, bastando pesquisar com seu título, o nome do autor e a palavra “consciência”).

Finalmente, neste blog, aos sábados, desde março até maio/2010 e em textos que foram publicados em seguida, até hoje, aqui. Tudo isso será reestruturado num único livro.

Postado por Adinoel Motta Maia às 07:42 
Vamos a ver se é desta vez que eu acerto, na compreensão do sistema.

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Offline Pagão

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Re: O Papa Pio XII e o Big Bang
« Resposta #26 Online: 04 de Fevereiro de 2011, 19:09:00 »
Reflexos no espelho - Adinoel Motta Maia
A estrutura psíquica de uma pedra é estável por milhões de anos
Caro Lusitano,

A estrutura psíquica de uma pedra :umm:...é demais para a minha camioneta.

E a consciência não é um processo mental :?: Não é o cérebro que vai edificando a mente consciente à medida que a criança vai crescendo :?:

Certo, eu sei que Menandro disse que a consciência é um Deus para todos os mortais :ok: e eu aprecio uma boa metáfora :!:

Bem, parei na pedra... mas vou reler com atenção... desde o princípio e bem devagarinho.
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Offline Mr. Mustard

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Re: O Papa Pio XII e o Big Bang
« Resposta #27 Online: 04 de Fevereiro de 2011, 19:45:49 »
É a palavra "bocadinho" que soou estranha.

Pois é, soou um "bocadinho" estranha... :biglol:

Offline Mahul

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Re: O Papa Pio XII e o Big Bang
« Resposta #28 Online: 04 de Fevereiro de 2011, 19:53:10 »
É a palavra "bocadinho" que soou estranha.

Pois é, soou um "bocadinho" estranha... :biglol:
:histeria: Gente, o Lusitano é  :) :arrow: :lol: :arrow: :hihi: :arrow: :idea: :!:
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Offline lusitano

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Re: O Papa Pio XII e o Big Bang
« Resposta #29 Online: 05 de Fevereiro de 2011, 08:43:58 »
Caro - Sérgio Sodré

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«« A quem não tem crenças, até a dúvida é impossível. »»

 
Citar
A estrutura psíquica de uma pedra ...é demais para a minha camioneta.

E a consciência não é um processo mental... Não é o cérebro que vai edificando a mente consciente à medida que a criança vai crescendo :?:

Se na opinião do Adinoel Motta Maia, a consciência é a substância fundamental da natureza, então no contexto da imaginação dele, é lógico que uma pedra tem uma estrutura psíquica; porque os átomos que a compoêm, também a teêm, mesmo que seja uma consciência mais primitiva que um vegetal.

O cérebro humano, é muito mais consciente que uma pedra, porque as pequeninas consciências, que formam os seus neurónios, estão organizadas muito mais sofisticadamente. :arrow: :idea:

Em suma - há que ter em conta - que nessa proposta cósmica, tudo é constituído por consciência... 8-)

Vamos a ver se é desta vez que eu acerto, na compreensão do sistema.

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Offline Pagão

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Re: O Papa Pio XII e o Big Bang
« Resposta #30 Online: 05 de Fevereiro de 2011, 09:27:53 »
Caro Lusitano,

Lendo com mais cuidado, julgo que Adinoel Maia é um seguidor de uma forma de panteísmo idealista. Nesta corrente todas as coisas são unicamente representações do pensamento e do espírito universal. Portanto, o mundo não pode ser entendido como uma realidade distinta da divina, pois o universo não é mais que aparência ou ilusão. A única realidade é o pensamento transcendental, o espírito (Croce), o eu (Fichte), o absoluto (Schelling), a ideia (Hegel)... ou a consciência como diz Adinoel.
O texto é uma variante de panteísmo idealista... o físico, o material decorre do espiritual e não o contrário. :idea: Será isso :?: :umm:

Por mim, a produção do eu e depois da consciência do eu não é um dado, mas um processo altamente complexo que ocorre no interior de um cérebro pensante também altamente complexo. A consciência exige interação entre várias partes do cérebro a funcionarem simultaneamente. :!: Não se pode falar de pequenina consciência do átomo.:o

Assim, a visão de Adinoel, para ser coerente, necessitava de aceitar um Deus que se identificasse com a Mente do Universo, criadora de processos conscientes,... e não com o Universo em si mesmo.:!: Claro que esta opinião é apenas decorrente de uma leitura e da impressão que essa leitura deixou no meu espírito. :|


 
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Offline lusitano

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Re: O Papa Pio XII e o Big Bang
« Resposta #31 Online: 06 de Fevereiro de 2011, 07:20:09 »
Caro - Mahul

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É a palavra "bocadinho" que soou estranha.

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Pois é, soou um "bocadinho" estranha... :biglol:


:histeria: Gente, o Lusitano é  :) :arrow: :lol: :arrow: :hihi: :arrow: :idea: :!:         

:ok: :arrow: :D       
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Re: O Papa Pio XII e o Big Bang
« Resposta #32 Online: 06 de Fevereiro de 2011, 08:14:08 »
Caro - Sérgio Sodré

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«« A quem não tem crenças, até a dúvida é impossível. »»

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Caro Lusitano,

Lendo com mais cuidado, julgo que Adinoel Maia é um seguidor de uma forma de panteísmo idealista. Nesta corrente todas as coisas são unicamente representações do pensamento e do espírito universal.


Também acho :!: :arrow: Tenho um amigo budista, que afirma mais ou menos a mesma coisa, embora numa variante "ateia". A consciência, é o que mais básico e fundamental, existe como algo natural. A incosciência, não pode ser primária, porque os "budas" infinitos, fruem a sua consciência do cosmos universal "absolutamente consciente".

Certos praticantes de "ioga", afirmam a mesma coisa:

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Portanto, o mundo não pode ser entendido como uma realidade distinta da divina, pois o universo não é mais que aparência ou ilusão. A única realidade é o pensamento transcendental, o espírito (Croce), o eu (Fichte), o absoluto (Schelling), a ideia (Hegel)... ou a consciência como diz Adinoel.

O texto é uma variante de panteísmo idealista... o físico, o material decorre do espiritual e não o contrário. :arrow: Será isso :?: :umm:
 

O uno, ou o ser de Parménides e de muitos outros filósofos, sendo pura consciência, através do seu génio conceptivo e construtivo, modela e objectiva a sua imaginação, através da energia da sua vontade: na forma de imagens físicas, que nos sugerem a ideia de materialidade.  8-)

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Por mim, a produção do eu e depois da consciência do eu não é um dado, mas um processo altamente complexo que ocorre no interior de um cérebro pensante também altamente complexo. A consciência exige interação entre várias partes do cérebro a funcionarem simultaneamente. :!: Não se pode falar de pequenina consciência do átomo. :o

Sim :arrow: também pode ser :arrow: mas dado que o universo é muito maior que o nosso cérebro, nunca se sabe, se também não é muitíssimo mais organizado...

Os nossos neurónios, são constuídos por micro-moléculas e micro-átomos... Os neurónios da unidade cósmica, são constituídos por macro-galáxias e macro-universos :!: :arrow: :idea:

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Assim, a visão de Adinoel, para ser coerente, necessitava de aceitar um Deus que se identificasse com a Mente do Universo, criadora de processos conscientes,... e não com o Universo em si mesmo. :!: Claro que esta opinião é apenas decorrente de uma leitura e da impressão que essa leitura deixou no meu espírito. :|

É preciso notar, que o universo em si, já contém a sua própria mente, por isso é que o Adinoel, suponho eu, considera a natureza universal, a divindade em si própria.

Portanto na minha opinião, Adinoel, propõe que "deus", é um ser absolutamente integral e identifica-o, como sendo o universo em evolução. O que implica que a natureza tem um corpo físico e uma mente inteligente e consciente. Ou seja: "deus", é um animal cósmico, racional, em constante aperfeiçoamento:!: :arrow: :idea:   

« Última modificação: 06 de Fevereiro de 2011, 08:17:53 por lusitano »
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Re: O Papa Pio XII e o Big Bang
« Resposta #33 Online: 06 de Fevereiro de 2011, 09:21:55 »
É preciso notar, que o universo em si, já contém a sua própria mente, por isso é que o Adinoel, suponho eu, considera a natureza universal, a divindade em si própria.

Portanto na minha opinião, Adinoel, propõe que "deus", é um ser absolutamente integral e identifica-o, como sendo o universo em evolução. O que implica que a natureza tem um corpo físico e uma mente inteligente e consciente. Ou seja: "deus", é um animal cósmico, racional, em constante aperfeiçoamento:!: :arrow: :idea:   

Aqui a questão seria se a definição de Deus se aplicaria apenas à mente inteligente... ou seria de aplicar ao conjunto corpo físico mais mente inteligente :?:
Deus seria a razão do universo... ou a totalidade do universo :?:
Fazendo um paralelismo grosseiro: o nosso Eu é um processo cerebral ou é todo o nosso corpo por assim dizer :?:

Além disso, a nossa conciência dificilmente estará ligada a átomos das nossas unhas, ou nariz, ou esqueleto... é um processo cerebral. Assim, também parece difícil que uma eventual consciência cósmica esteja ligada a um qualquer átomo de matéria cósmica. Se existe uma Razão universal ela não seria bem mais misteriosa? Repare... eu digo o meu pé... mas não sou o meu pé... tenho consciência da distinção... uma Razão Universal (a existir) não faria uma distinção semelhante relativamente ao mundo fisíco :?:... mesmo estando no mundo físico como a nossa mente está no nosso corpo...

Esta conversa está ficando meio-louca,... talvez só a sua opinião para uma definição de Deus: Universo racional... ou Razão do Universo? o Todo ou uma parte do Todo?
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Offline lusitano

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Re: O Papa Pio XII e o Big Bang
« Resposta #34 Online: 06 de Fevereiro de 2011, 11:21:33 »
Caro - Sérgio Sodré


Citar
É preciso notar, que o universo em si, já contém a sua própria mente, por isso é que o Adinoel, suponho eu, considera a natureza universal, a divindade em si própria.

Portanto na minha opinião, Adinoel, propõe que "deus", é um ser absolutamente integral e identifica-o, como sendo o universo em evolução. O que implica que a natureza tem um corpo físico e uma mente inteligente e consciente. Ou seja: "deus", é um animal cósmico, racional, em constante aperfeiçoamento :!:     

...

Aqui a questão seria se a definição de Deus se aplicaria apenas à mente inteligente... ou seria de aplicar ao conjunto corpo físico mais mente inteligente
Deus seria a razão do universo... ou a totalidade do universo

Fazendo um paralelismo grosseiro: o nosso Eu é um processo cerebral ou é todo o nosso corpo por assim dizer


Ora, aí está: você é o seu cérebro, ou é a totalidade do seu organismo :?:

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Além disso, a nossa consciência dificilmente estará ligada a átomos das nossas unhas, ou nariz, ou esqueleto... é um processo cerebral. Assim, também parece difícil que uma eventual consciência cósmica esteja ligada a um qualquer átomo de matéria cósmica.

Pois é, o facto, é que o seu sistema nervoso, é uma colecção de átomos bem organizados, formando neurónios. E as interacções nervosas são obviamente devidas à forma como os electrões se movimentam de uns átomos para os outros.

E para cúmulo do interessante, os átomos do seu cérebro, também são da mesma natureza, que os átomos, noutro lugar fora do nosso planeta. 

Citar
Se existe uma Razão universal ela não seria bem mais misteriosa? Repare... eu digo o meu pé... mas não sou o meu pé... tenho consciência da distinção... uma Razão Universal (a existir) não faria uma distinção semelhante relativamente ao mundo fisíco ... mesmo estando no mundo físico como a nossa mente está no nosso corpo...

Engraçado: na sua opinião, qual seria o mínimo de orgãos indispensáveis, para você ser o "Sérgio Sodré"?

Conheço a história duma senhora que nasceu sem pernas nem braços. Literalmente, é uma cobra humana. Que lhe parece, ela vendo toda as pessoas do seu ambiente familiar e social, com todos os membros completos, porventura sentir-se-á inteira?
 
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Esta conversa está ficando meio-louca,... talvez só a sua opinião para uma definição de Deus: Universo racional... ou Razão do Universo? o Todo ou uma parte do Todo?

Para a minha experiência e convicção actual, concerteza que o todo, que inclui a meu ver, logicamente a razão :!: :arrow: :) 
« Última modificação: 06 de Fevereiro de 2011, 11:24:31 por lusitano »
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Re: O Papa Pio XII e o Big Bang
« Resposta #35 Online: 06 de Fevereiro de 2011, 11:54:50 »
1 - Ora, aí está: você é o seu cérebro, ou é a totalidade do seu organismo :?:
2 - Engraçado: na sua opinião, qual seria o mínimo de orgãos indispensáveis, para você ser o "Sérgio Sodré"?
3 - Para a minha experiência e convicção actual, concerteza que o todo, que inclui a meu ver, logicamente a razão :!: :arrow: :) 

A 1 realmente eu sou a totalidade do meu organismo e 2 não consigo determinar qual o mínimo de órgãos indispensáveis a ser eu.
Sim, nós somos um ser biocultural integrado (por assim dizer). Tudo isso aparenta ser a verdade. Todavia, eu sei que qualquer órgão ou parte de mim... é minha... e sei que dificilmente eu deixo de ser eu, caso perca posses fisícas exteriores ou partes físicas interiores, desde que o cérebro não seja afetado. Ou seja, para o eu, para ser o Sérgio Sodré, os átomos do cérebro são uma coisa e os mesmos átomos das unhas outra completamente diferente... ou seja o eu é um processo interativo ao nível do cérebro... perco um dente e não me torno menos Eu... nem um pouco.

Ponto 3. Certo, Deus então seria definido pela totalidade do Universo e não por uma suposta parte consciente ou mental. Mas e se houver mais do que o Universo em que estamos inseridos? O Tudo pode ser mais... Ou só é mesmo de aceitar que existe este universo? Se aceitarmos que pode haver mais... onde fica a definição de Deus?

 
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Re: O Papa Pio XII e o Big Bang
« Resposta #36 Online: 06 de Fevereiro de 2011, 13:09:20 »
Caro - Sérgio Sodré

Eis aqui um fragmento, do notável escritor e filósofo, Marcus Valério XR.

«« Entendo por UNIVERSO, toda e qualquer coisa que venha a existir em qualquer plano concebível. Mesmo muito além de nosso Universo conhecido pela Ciência, tudo o mais que existir fará parte deste Supra UNIVERSO, que envolve todo o Espaço, Tempo, Dimensão, Essência, Ser e Devir que existam.

Essa definição de UNIVERSO sempre virá destacada, para que não se confunda com uma idéia de Universo mais limitada, ou mesmo de universo de forma mais coloquial.

Se toda a frase estiver em MAÍSCULAS esse UNIVERSO virá em negrito.

Se toda a frase estiver em MAÍUSCULAS e negrito, esse UNIVERSO virá em MAÍUSCULAS, negrito, e sublinhado.

Se toda a frase estiver em MAÍUSCULAS, negrito, e sublinhado, esse UNIVERSO virá em fonte maior. Na pior das hipóteses, UNIVERSO, para efeito de diferenciação, ou no caso de diálogo oral, UNIVERSO poderá ser representado apenas como UNI.

Portanto o Universo pode ter começado com o Big Bang, mas O UNIVERSO sempre existiu.
 
O UNIVERSO É INFINITO!
 
INFINITO é o que não tem fim, mas não apenas fim, ele não têm limites, é ILIMITADO.

Não há limites de Espaço e nem de Tempo, por isso é PERPÉTUO.
 
É preciso ir a fundo no conceito de INFINITO, e ILIMITADO, o Infinito não tendo fim, não têm limites, e a palavra infinito em si não faz qualquer referência a "o quê" têm esse propriedade de não fim.

Portanto o UNIVERSO é infinito não só em Espaço, mas em Tempo, e em Possibilidades!

Admitir algum limite para o UNIVERSO seria negar sua característica de infinitude.
 
Querer que todo o UNIVERSO esteja submetido às mesmas e imutáveis leis físicas seria limitá-lo, o que é impossível. Sendo assim, muito além do Universo que conhecemos, existem INFINITOS outros Universos dentro do grande UNIVERSO, com infinitas combinações de naturezas e com todas as ilimitadas e infinitas possibilidades manifestadas em algum lugar ao longo de toda a ETERNIDADE.
 
Como seria um Universo limitado? O que haveria além deste limite? O que havia antes do Big Bang? O que haverá depois do Big Crunch? Se houver Big Crunch.
A matéria do Big Bang seria formada do Nada? Se sim, o que a formou? Deus?
Se não, de onde ela veio?
 
Essas questões são aparentemente, inacessíveis à mente humana; actualmente, estão além dos domínios da Ciência, da Religião e mesmo da Filosofia.
 
Vencidos por esta dúvida, admitir um UNIVERSO INFINITO, ILIMITADO e PERPÉTUO me parece a melhor e mais sensata opção. Mas aceitar uma infinitude tentando delimitar limites a ela, é incoerente. »»


Escrito por: Marcus Valério XR. - filósofo brasileiro - professor da universidade de Brasília e criador da filosofia "exeriana". 

Vamos a ver se é desta vez que eu acerto, na compreensão do sistema.

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Re: O Papa Pio XII e o Big Bang
« Resposta #37 Online: 06 de Fevereiro de 2011, 13:18:02 »
Caro - Sérgio Sodré

Continuação do artigo anterior.

O UNIVERSO É AUTO CONSCIENTE

Antes de tudo, não é uma idéia metafísica, não inicialmente.

Se fizermos uma analogia com o nosso corpo, diríamos que nosso estômago é consciente? Que nosso pé é consciente? Que nosso sangue é consciente?

Talvez, mas uma coisa é certa, nós somos seres conscientes, e pelo menos parte desta consciência está no cérebro. Simplificando, é como se nós, Seres Humanos, fossemos a Consciência do Universo, ao mesmo tempo que fazemos parte dele.

Se uma parte do corpo é consciente, então dizemos que aquele ser é Auto Consciente.

Se uma parte do Universo é Consciente, então podemos dizer que o Universo é Autoconsciente.

Mas esse conceito pode ser estendido sim, ao metafísico. Afinal se tudo o que se tornou gradativamente mais complexo aumentou seu nível de Consciência, então é claro que o potencial para desenvolver tal Consciência é inerente a tudo no Universo.

Ou seja, o Universo é no mínimo, potencialmente Consciente.

Agora extrapolando nossa esfera de domínio científico, a esfera terrestre. Não creio haver qualquer motivo razoável para duvidar da existência de outras formas de vida tão ou mais complexas que a nossa em outras partes mesmo do Universo conhecido.

Então teríamos consciências espalhadas em diversas partes do Universo, que estaria recheado de consciências, aumentando mais ainda sua natureza Auto Consciente.

O mesmo valeria para qualquer outro Universo. É o que diríamos do UNIVERSO?

Se os Universos são Auto Conscientes, o UNIVERSO também é!

O OBJETIVO DO UNIVERSO É O AUTOCONHECIMENTO

Esse princípio deriva diretamente do Quinto, e da maior pergunta humana em todos os tempos.

POR QUÊ?!?!?!?

Por que vivemos? Para onde vamos? De onde viemos? Pra quê viver? Por que nascer e morrer?

Qual o significado de tudo? Existe vida após a morte? Por que não queremos morrer?

São as questões que assolam toda a história humana, que sempre perturbaram a todos, que jamais forram plenamente respondidas e que nos acompanharão por toda a vida.

Tudo isso nos leva a uma constatação. Nós queremos conhecer!

Queremos saber das coisas ao nosso redor, saber sobre nós mesmos, sobre o Universo e o real.

Todo o fenômeno da cultural humana obedece a um impulso, o da superação de dificuldades, de expansão do conhecimento, do domínio sobre a natureza.

Tudo isso reflete uma realidade única. A busca pelo conhecimento.

Por que temos essa vontade incessante e implacável?

Por que somos assim?

Por quê?!?!

Não é possível responder satisfatoriamente a essa pergunta, saber de onde vêm esse vontade, esse impulso para o conhecimento. Mas é esse impulso que determina todo o fenômeno humano.

É isso que nos torna Auto Conscientes.

Se a Consciência do Universo, nós, busca o Auto Conhecimento, então o Universo busca o Auto Conhecimento, e consequentemente o UNIVERSO, também.

Esse é o nosso objetivo, por que tudo gira em torno dele, esse ímpeto inexplicável que gerou todo o fenômeno humano, é no fundo, uma busca em si mesma.

É por isso que digo, que no fundo a FILOSOFIA sempre esteve presente de um modo ou de outro na cultura humana, ela pode ter se estruturado na Grécia Antiga, mas no fundo, todos buscam a sabedoria.

Ou seja, a vontade de conhecer, fundamento primário da Filosofia, de conhecer por conhecer, esse fim em si mesmo que leva o Ser Humano a fazer o que quer que seja, é não só nosso impulso, mas nosso objetivo.

É o conhecimento que nos empurra em busca de mais conhecimento, é no fundo, a busca pelo Auto Conhecimento.

O Universo, e consequentemente o UNIVERSO, busca o Auto Conhecimento, e um de seus meios para isso, somos nós.

O Ser Humano é um Veículo para o Auto Conhecimento do Universo.

Vamos a ver se é desta vez que eu acerto, na compreensão do sistema.

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Offline Pagão

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Re: O Papa Pio XII e o Big Bang
« Resposta #38 Online: 06 de Fevereiro de 2011, 13:54:41 »
Caro Lusitano

Em Marcus Valério parece-me existir uma visão diferente de Adinoel Maia. O texto de Marcus parece sugerir que não foi a consciência que gerou o universo, mas sim o universo que gerou a consciência à medida que a evolução produzia seres inteligentes e conscientes capazes de ir compreenderndo e conhecendo o universo. Sendo esses seres (dos quais só conhecemos o homem) parte integrante e constituinte do universo então seria possível aventar que o objetivo do universo é o autoconhecimento... será isso? Se sim, é bem mais aceitável... pois a consciência coincide com o que a ciência julga perceber...
Todavia, reconheço que não tenho a mesma definição de Universo.
Concordo com a valorização da busca do conhecimento de Marcus Valério... até porque:

O conhecimento é a única atividade humana que é um fim em si mesma. - São Tomás de Aquino
Nenhuma argumentação racional exerce efeitos racionais sobre um indivíduo que não deseje adotar uma atitude racional. - K.Popper

Offline lusitano

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Re: O Papa Pio XII e o Big Bang
« Resposta #39 Online: 06 de Fevereiro de 2011, 15:23:57 »
Caro - Sérgio Sodré

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1 - Ora, aí está: você é o seu cérebro, ou é a totalidade do seu organismo?

2 - Engraçado: na sua opinião, qual seria o mínimo de orgãos indispensáveis, para você ser o "Sérgio Sodré"?

3 - Para a minha experiência e convicção actual, concerteza que o todo, que inclui a meu ver, logicamente a razão.     

...

A 1 realmente eu sou a totalidade do meu organismo e 2 não consigo determinar qual o mínimo de órgãos indispensáveis a ser eu.

Sim, nós somos um ser biocultural integrado (por assim dizer). Tudo isso aparenta ser a verdade. Todavia, eu sei que qualquer órgão ou parte de mim... é minha... e sei que dificilmente eu deixo de ser eu, caso perca posses fisícas exteriores ou partes físicas interiores, desde que o cérebro não seja afetado.


A meu ver, você, é o "Sérgio Sodré" - principalmente - porque é um personagem da história social, que exige de si uma identidade. E essa identidade, precisa duma imagem integral, que seja percebida exteriormente.

Por isso, você tem de possuir um documento de cidadão nacional, comportando uma fotografia actualizada, da sua cara e as suas impressões digitais.

Se você apresentar uma radiografia recente do seu cérebro, para se identificar, quando for renovar o seu bilhete de identidade, provavelmente, perguntar-lhe-ão se está de brincadeira. :arrow: :)

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Ou seja, para o eu, para ser o Sérgio Sodré, os átomos do cérebro são uma coisa e os mesmos átomos das unhas outra completamente diferente... Ou seja o eu é um processo interativo ao nível do cérebro... perco um dente e não me torno menos Eu... nem um pouco.

O seu inteligente cérebro, que processa a sua auto-consciência, ou sentimento de si, aparentemente, é um sistema caótico, desprovido de propósito e intenções, como alegam determinados foristas deste clube.

Se assim for de facto, entretanto necessita desesperadamnte, do conjunto de outros orgãos como o coração, para lhe levarem os nutrientes indispensáveis à sua função.

Ora para que o seu coração impulsione, os nutrientes necessários  ao cérebro, também ele precisa de se alimentar convenientemente. Para tal efeito, é necessário que você mastigue bem os ingredientes que coloca na sua boca. E aí começa o trabalho dos dentes.

Quantos dentes você pode dispensar numa boa, sem que isso afecte dramaticamente a sua mastigação, pelo menos enquanto for jovem. Um dente, provavelmente, não tem gravidade nenhuma.

No entanto, se for um dente incisivo, você se calhar, pondera seriamente se não será melhor, ir ao dentista, para consertar a sua preciosa entidade reflectida ao espelho.

Ademais, se for possível extirpar um sistema nervoso completo e colocá-lo num ambiente nutritivo, de forma que ele possa eventualmente funcionar e processar uma identidade, poder-se-ia dizer, que esse cérebro informaria que continuava a ser fulano de tal?

Ou diria simplesmente, à maneira de Descartes: Eu sou, logo existo :!: :arrow: :?:

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Ponto 3. Certo, Deus então seria definido pela totalidade do Universo e não por uma suposta parte consciente ou mental. Mas e se houver mais do que o Universo em que estamos inseridos? O Tudo pode ser mais... Ou só é mesmo de aceitar que existe este universo? Se aceitarmos que pode haver mais... onde fica a definição de Deus?

A mim parece-me, que a palavra "deus" envolve um tremendo sarilho conceptual, justamente, porque existem as mais diversas propostas para o definir.

Mas se por análise comparada, entre as diversas teologias e a filosofia, for possível chegar a um consenso razoável aceitável para todas as pessoas, eu começaria, por listar as seguintes características:

1 - O que existe pura e simplesmente :!: (O que quase todos cépticos, concordam acerca do cosmos universal)

2 -  A natureza absoluta de tudo o que existe. (como terá dito Parménides, há o ser e não pode, deixar de haver)

3 - A inteligência, a consciência e a intenção, manifestadas nos mais diversos níveis da cadeia alimentar, principalmente no Homem.

4 - o génio inventivo e criativo, verificados em todos os níveis da Natureza.

5 - O talento, ético e moral desenvolvido pela Humanidade.

6 - A vontade de poder, de organizar e liderar. 

7 - A capacidade de sonhar e de se aperfeiçoar, principalmente ao nível humano.

Etc.
« Última modificação: 06 de Fevereiro de 2011, 15:32:28 por lusitano »
Vamos a ver se é desta vez que eu acerto, na compreensão do sistema.

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