Autor Tópico: Aos 31, PT encara distância de Dilma  (Lida 489 vezes)

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Offline Adriano

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Aos 31, PT encara distância de Dilma
« Online: 13 de Fevereiro de 2011, 22:28:02 »
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Aos 31, PT encara distância de Dilma

BRASÍLIA - Depois de 31 anos de predomínio total do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em qualquer assunto que se referisse ao PT, os militantes do partido começam agora a perceber que vivem uma realidade diferente com a presidente Dilma Rousseff.

Ao contrário de Lula, que tinha uma relação de amizade e de informalidade com os petistas próximos, com Dilma o tratamento é quase protocolar. Ambos são aguardados hoje na festa pelo aniversário dos 31 anos do partido, em Brasília.

De acordo com informação de auxiliares da presidente, ela procura não fazer distinção entre um ministro petista e um de outro partido e procura se ater mais aos objetivos traçados para as pastas do que se inteirar das últimas "fofocas" partidárias.

Na seara política, o primeiro embate de Dilma ocorreu com seu próprio partido, o PT, antes mesmo da posse dela no Planalto e muito antes das suas rusgas com o deputado peemedebista Eduardo Cunha (RJ).

Na ocasião, havia pressão de todas as partes para que Dilma escolhesse um petista para comandar o Ministério do Meio Ambiente. Entre os nomes citados pelas diversas correntes estavam o do paulista José Machado, de Marilene Ramos, do Rio, e de Hamilton Pereira, ex-presidente da Fundação Perseu Abramo. Dilma rejeitou todos os apelos feitos pelos correligionários e confirmou Izabella Teixeira, titular do posto desde março de 2010. Izabella não é filiada ao PT.

Ao contrário de Lula, que fazia festa toda a vez que se encontrava com velhos militantes petistas, Dilma não age assim. Até porque não teve origem no PT, mas no PDT de Leonel Brizola. Lula gostava de falar de pescarias, futebol e do tempo de sindicato. Dilma prefere falar de artes, literatura e música. Gosta um pouco de futebol, mas não a ponto de gastar o tempo nas intermináveis e acaloradas discussões que o assunto costuma gerar.

Para o contato com o mundo além do Palácio do Planalto - pelo menos por enquanto -, Dilma Rousseff nomeou o ministro Antonio Palocci (Casa Civil). Ele é sua referência no PT sobre todos os assuntos, as negociações sobre cargos, as relações com o Congresso. Quando se encontra com políticos, como o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), a formalidade impera.

"Claro que há diferença de perfil e do histórico de cada um. Lula personifica o PT, a Dilma não", diz o presidente do partido, José Eduardo Dutra. Para ele, a relação dos petistas com a presidente não deve mudar muito. "Na Presidência, o peso deles é igual", diz. "A diferença está no estilo, na personalidade".

O senador Cristovam Buarque (PDT-DF), que era do PT e foi ministro da Educação no primeiro governo de Lula, acha que Dilma não se deixará levar por amizades e sim por resultados. "Lula prestigiava os que estavam próximos, que o elogiavam a todo instante. Acredito que isso será diferente com Dilma".

Ele avalia que Dilma saberá fazer a diferença entre os "bajuladores" e os "alertadores". O senador diz ter sido um "alertador" de Lula e foi isso que levou à sua demissão. "Na primeira semana eu disse que não era preciso fazer o Fome Zero; bastava aumentar a Bolsa Escola. Meu erro foi ter dito isso na televisão, porque o Fome Zero era a grande aposta de Lula e o Bolsa Escola era um programa que lembrava a gestão de Fernando Henrique Cardoso. Fiquei marcado".

Para piorar a situação, segundo Cristovam, um dia Lula perguntou a ele se a política de cotas nas escolas resolveria o problema da educação.

"O ideal é termos uma boa escola, respondi". Segundo Cristovam, Lula então lhe indagou: "E quanto tempo é necessário para se fazer essa boa escola?". Cristovam respondeu: "Uns vinte anos, presidente, se cumprirmos o dever de casa". Lula não gostou do que ouviu.

"Acho que se fosse a Dilma, ela me diria: ‘Você é o ministro. Dê um jeito de fazer o dever de casa ou então não tem motivo para estar aqui’".
Para uma discussão mais adequada da realidade política nacional e distanciando-se do militantismo ideológico blogueiro da internet. Por mais PIG que seja a imprensa brasileira, não chega a tanto radicalismo anti-petista. E se você nem sabe o que é PIG, então é *melhor nem participar deste tópico  :P


*Brincadeirinha
« Última modificação: 13 de Fevereiro de 2011, 22:36:20 por Adriano »
Princípio da descrença.        Nem o idealismo de Goswami e nem o relativismo de Vieira. Realismo monista.

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Re: Aos 31, PT encara distância de Dilma
« Resposta #1 Online: 13 de Fevereiro de 2011, 23:17:18 »
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Para Wall Street, Dilma age como Thatcher

Enquanto o corte de 50 bilhões de reais no orçamento derrubou ontem a Bovespa e as negociações sobre o salário mínimo deixam os sindicatos enfurecidos, em Wall Street o governo Dilma Rousseff colhe aplausos.

“Dilma está demonstrando a mesma determinação e o ímpeto de uma Margareth Thatcher, enfrentando lobbies no Congresso e interesses dos sindicatos em favor do contribuinte brasileiro”, disse ao blog o gestor de um grande fundo de investimento americano com forte presença no Brasil.

Segundo essa fonte, “o governo Fernando Henrique Cardoso teve o mérito de inaugurar uma era de estabilidade macroeconômica e o governo Lula conseguiu quebrar o velho tabu de que a esquerda era um bicho de sete cabeças que afugentaria os investidores.”

“Agora, Dilma inicia o governo como uma gestora de mão forte, trabalhando por mais racionalidade e eficiência no governo.”

De fato, o governo Dilma tem surpreendido positivamente em questões como o salário mínimo e o orçamento.

A questão é saber como o Congresso reagirá à “dama de ferro” do Planalto e se o governo vai entregar o superávit primário prometido de 3,1% do PIB.
O pulso firme da presidente já sendo reconhecido pela imprensa internacional  :ok:
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Offline Adriano

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Re: Aos 31, PT encara distância de Dilma
« Resposta #2 Online: 13 de Fevereiro de 2011, 23:32:38 »
Adriano conteudo acadêmico para discutir a aplicabilidade do comunismo é tão útil quanto teologia para discutir a aplicabilidade da religião.

Pode postar lá se você tem algo novo.
Eu tenho duas teses de doutorado que vejo como importante para o meu posicionamento:

A sociedade aberta e seus amigos.

É um excelente trabalho e demonstra como a escola austríaca fundou essa ideologia anticomunista (no seu sentido atual) através de uma caricatura da sociedade soviética e apontando esta como sendo o Marxismo. Porém este é o grande engodo. O marxismo é esse grande potencial teórico produzido por Karl Marx e que influenciou o mundo de maneira ímpar. Tanto é, que a escola austríaca dialoga com Marx, devido a forva viva de suas idéias.

A outra tese é de história econômica e que aponta, com melhor propriedade, as reais causas do: Colapso da URSS: Um estudo das causas

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Investiga as causas históricas, políticas, sociais e econômicas que mais contribuíram para o colapso e desaparecimento da União Soviética em 1991. Como um esforço de reinterpretação do fenômeno, desde a gênese até o esgotamento da URSS, apóia-se em análises e dados de alguns dos mais conhecidos especialistas no assunto. Considera que um conjunto de elementos se combinou para tal desfecho. Aponta como causas principais: a) o atraso material e cultural da velha Rússia para iniciar a construção do socialismo; b) o isolamento da Revolução Russa, fruto, entre outros fatores, do reformismo político que paralisou a classe operária no Ocidente; c) as agressões militares que a URSS sofreu, com suas imensas perdas humanas e os custos insuportáveis de defesa, derivados da ameaça permanente que vinha do exterior, que contribuíram para exauri-la economicamente; d) a natureza ditatorial do sistema político, como elemento central, que se pôde acelerar a industrialização e a modernização em uma primeira fase, trouxe imensos prejuízos humanos por outro e funcionou a partir de certo ponto no tempo como uma trava à continuidade do desenvolvimento da economia e da sociedade; e) o esgotamento do modelo extensivo de crescimento na virada para os anos 70, a desaceleração econômica que chega à estagnação no início dos anos 80 e o acentuado atraso tecnológico em relação ao mundo capitalista, verificado já na década de 70; f) As grandes transformações sociais, culturais e comportamentais ocorridas no mundo e na URSS, a Revolução da Informação e as mobilizações democráticas em todo Leste Europeu, que erodiram as fundações do sistema soviético; g) A Perestroika, que como programa de reformas acelerou a democratização do regime político, levando à desagregação do velho mecanismo burocrático de planejamento e gestão estatais da economia, o que por sua vez gerou caos; h) As mobilizações nacionalistas e a ofensiva restauracionista selaram a desagregação do sistema soviético. O processo final que levou ao colapso da URSS parece mais uma combinação de progressivas revoluções ou mobilizações democráticas - que em muito se assemelham às revoluções burguesas, já que suas bandeiras e demandas não diferem muito daquelas levantadas nas revoluções de 1789 e 1848 - com a implosão de um sistema político debilitado e ultrapassado, onde já não cabiam as forças produtivas e sociais que dentro dele se desenvolviam

Tenho também o livro Economia Socialista, que analisa o caso brasileiro recente, bem contextualizado a este tópico:


Demonstra o nosso (Brasil) verdadeiro entendimento de socialismo parece ser muito bom e bem atualizado.


Seria interessante trazer para este tópico as discussões ocorridas como respostas desta minha postagem.
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