Autor Tópico: A trincheira de Jean Wyllys  (Lida 2320 vezes)

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Offline _Juca_

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A trincheira de Jean Wyllys
« Online: 20 de Abril de 2011, 10:13:29 »
http://www.cartacapital.com.br/destaques_carta_capital/a-trincheira-de-jean-wyllys


Jean Wyllys de Matos Santos é um sujeito tranquilo, bem humorado, que defende idéias sem alterar a voz, as mais complexas, as mais simples, baiano, enfim. Ri, como todos os baianos, da pecha da preguiça, como assim nomeiam os sulistas um sentimento que lhes é desconhecido: a ausência de angústia. Homossexual assumido, Jean cerra fileiras no pequeno e combativo PSOL, a única trincheira radical efetivamente ativa na política brasileira. E é justamente no Congresso Nacional que o deputado Jean Wyllys, eleito pelos cidadãos fluminenses, tem se movimentado numa briga dura de direitos civis, a luta contra a homofobia.

Cerca de 200 homossexuais são assassinados no Brasil, anualmente, exclusivamente por serem gays. Entre eles, muitos adolescentes.

Mas o Brasil tem pavor de discutir esse assunto, inclusive no Congresso, onde o discurso machista une sindicalistas a ruralistas, em maior ou menor grau, mas, sobretudo, tem como aliado as bancadas religiosas, unidas em uma cruzada evangélica. Os neopentecostais, como se sabe, acreditam na cura da homossexualidade, uma espécie de praga do demônio capaz de ser extirpada como a um tumor maligno. O mais incrível, no entanto, não é o medievalismo dessa posição, mas o fato de ela conseguir interditar no Parlamento não só a discussão sobre a criminalização da homofobia, mas também o direito ao aborto e a legalização das drogas. Em nome de uma religiosidade tacanha, condenam à morte milhares de brasileiros pobres e, de quebra, mobilizam em torno de si e de suas lideranças o que há de mais lamentável no esgoto da política nacional.

Jean Wyllys se nega a ser refém dessa gente e, por isso mesmo, é odiado por ela. Contra ele, costumam lembrar-lhe a participação no Big Brother Brasil, o inefável programa de massa da TV Globo, onde a debilidade humana, sobretudo a de caráter intelectual, é vendida como entretenimento. Jean venceu uma das edições do BBB, onde foi aceito por ser um homossexual discreto, credenciado, portanto, para plantar a polêmica, mas não de forma a torná-la um escândalo. Dono de um discurso política bem articulado, militante da causa gay e intelectualmente superior a seus pares, não só venceu o programa como ganhou visibilidade nacional. De repórter da Tribuna da Bahia, em Salvador, virou redator do programa Mais Você, de Ana Maria Braga, mas logo percebeu que isso não era, exatamente, uma elevação de status profissional.

Na Câmara dos Deputados, Jean Wyllys, 36 anos, baiano de Alagoinhas, tornou-se a cara da luta contra a homofobia no Brasil, justamente num momento em que se discute até a criminalização do bullying. Como se, nas escolas brasileiras, não fossem os jovens homossexuais o alvo principal das piores e mais violentas “brincadeiras” perpetradas por aprendizes de brucutus alegremente estimulados pelo senso comum. Esses mesmos brucutus que, hoje, ligam para o gabinete do deputado do PSOL para ameaçá-lo de morte.

Abaixo, a íntegra de uma carta escrita por Jean ao Jornal do Brasil, por quem foi acusado, por um colunista do JB Wiki (seja lá o que isso signifique), de “censurar cristãos”. O texto é uma pequena aula de civilidade e História. Vale à pena lê-lo:


Em primeiro lugar, quero lembrar que nós vivemos em um Estado Democrático de Direito e laico. Para quem não sabe o que isso quer dizer, “Estado laico”, esclareço: O Estado, além de separado da Igreja (de qualquer igreja), não tem paixão religiosa, não se pauta nem deve se pautar por dogmas religiosos nem por interpretações fundamentalistas de textos religiosos (quaisquer textos religiosos). Num Estado Laico e Democrático de Direito, a lei maior é a Constituição Federal (e não a Bíblia, ou o Corão, ou a Torá).


Logo, eu, como representante eleito deste Estado Laico e Democrático de Direito, não me pauto pelo que diz A Carta de Paulo aos Romanos, mas sim pela Carta Magna, ou seja, pelo que está na Constituição Federal.  E esta deixa claro, já no Artigo 1º, que um dos fundamentos da República Federativa do Brasil é a dignidade da pessoa humana e em seu artigo 3º coloca como objetivos fundamentais a construção de uma sociedade livre, justa e solidária e a promoção do bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. A república Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos princípios da prevalência dos Direitos Humanos e repúdio ao terrorismo e ao racismo.


Sendo a defesa da Dignidade Humana um princípio soberano da Constituição Federal e norte de todo ordenamento jurídico Brasileiro, ela deve ser tutelada pelo Estado e servir de limite à liberdade de expressão. Ou seja, o limite da liberdade de expressão de quem quer que seja é a dignidade da pessoa humana do outro. O que fanáticos e fundamentalistas religiosos mais têm feito nos últimos anos é violar a dignidade humana de homossexuais.


Seus discursos de ódio têm servido de pano de fundo para brutais assassinatos de homossexuais, numa proporção assustadora de 200 por ano, segundo dados levantados pelo Grupo Gay da Bahia e da Anistia Internacional. Incitar o ódio contra os homossexuais faz, do incitador, um cúmplice dos brutais assassinatos de gays e lésbicas, como o que ocorreu recentemente em Goiânia, em que a adolescente Adriele Camacho de Almeida, 16 anos, que, segundo a mídia, foi brutalmente assassinada por parentes de sua namorada pelo fato de ser lésbica. Ou como o que ocorreu no Rio de Janeiro, em que o adolescente Alexandre Ivo, que foi enforcado, torturado e morto aos 14 anos por ser afeminado.


O PLC 122 , apesar de toda campanha para deturpá-lo junto à opinião pública, é um projeto que busca assegurar para os homossexuais os direitos à dignidade humana e à vida. O PLC 122 não atenta contra a liberdade de expressão de quem quer que seja, apenas assegura a dignidade da pessoa humana de homossexuais, o que necessariamente põe limite aos abusos de liberdade de expressão que fanáticos e fundamentalistas vêm praticando em sua cruzada contra LGBTs.


Assim como o  trecho da Carta de Paulo aos Romanos que diz que o “homossexualismo é uma aberração” [sic] são os trechos da Bíblia em apologia à escravidão e à venda de pessoas (Levítico 25:44-46 – “E, quanto a teu escravo ou a tua escrava que tiveres, serão das gentes que estão ao redor de vós; deles comprareis escravos e escravas…”), e apedrejamento de mulheres adúlteras (Levítico 20:27 – “O homem ou mulher que consultar os mortos ou for feiticeiro, certamente será morto. Serão apedrejados, e o seu sangue será sobre eles…”) e violência em geral (Deuteronômio 20:13:14 – “E o SENHOR, teu Deus, a dará na tua mão; e todo varão que houver nela passarás ao fio da espada, salvo as mulheres, e as crianças, e os animais; e tudo o que houver na cidade, todo o seu despojo, tomarás para ti; e comerás o despojo dos teus inimigos, que te deu o SENHOR, teu Deus…”).


A leitura da Bíblia deve ensejar uma religiosidade sadia e tolerante, livre de fundamentalismos. Ou seja, se não pratica a escravidão e o assassinato de adúlteras como recomenda a Bíblia, então não tem por que perseguir e ofender os homossexuais só por que há nela um trecho que os fundamentalistas interpretam como aval para sua homofobia odiosa.


Não declarei guerra aos cristãos. Declarei meu amor à vida dos injustiçados e oprimidos e ao outro. Se essa postura é interpretada como declaração de guerra aos cristãos, eu já não sei mais o que é o cristianismo. O cristianismo no qual fui formado – e do qual minha mãe, irmãos e muitos amigos fazem parte – valoriza a vida humana, prega o respeito aos diferentes e se dedica à proteção dos fracos e oprimidos. “Eu vim para que TODOS tenham vida; que TODOS tenham vida plenamente”, disse Jesus de Nazaré.


Não, eu não persigo cristãos. Essa é a injúria mais odiosa que se pode fazer em relação à minha atuação parlamentar. Mas os fundamentalistas e fanáticos cristãos vêm perseguindo sistematicamente os adeptos da Umbanda e do Candomblé, inclusive com invasões de terreiros e violências físicas contra lalorixás e babalorixás como denunciaram várias matérias de jornais: é o caso do ataque, por quatro integrantes de uma igreja evangélica, a um centro de Umbanda no Catete, no Rio de Janeiro; ou o de Bernadete Souza Ferreira dos Santos, Ialorixá e líder comunitária, que foi alvo de tortura, em Ilhéus, ao ser arrastada pelo cabelo e colocada em cima de um formigueiro por policiais evangélicos que pretendiam “exorcizá-la” do “demônio”.


O que se tem a dizer? Ou será que a liberdade de crença é um direito só dos cristãos?


Talvez não se saiba, mas quem garantiu, na Constituição Federal, o direito à liberdade de crença foi um ateu Obá de Xangô do Ilê Axé Opô Aforjá, Jorge Amado. Entretanto, fundamentalistas cristãos querem fazer uso dessa liberdade para perseguir religiões minoritárias e ateus.


Repito: eu não declarei guerra aos cristãos. Coloco-me contra o fanatismo e o fundamentalismo religioso – fanatismo que está presente inclusive na carta deixada pelo assassino das 13 crianças em Realengo, no Rio de Janeiro.


Reitero que não vou deixar que inimigos do Estado Democrático de Direito tente destruir minha imagem com injúrias como as que fazem parte da matéria enviada para o Jornal do Brasil. Trata-se de uma ação orquestrada para me impedir de contribuir para uma sociedade justa e solidária. Reitero que  injúria e difamação são crimes previstos no Código Penal. Eu declaro amor à vida, ao bem de todos sem preconceito de cor, raça, sexo, idade e quaisquer outras formas de preconceito. Essa é a minha missão.

Offline uiliníli

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Re: A trincheira de Jean Wyllys
« Resposta #1 Online: 20 de Abril de 2011, 11:54:03 »
Quem diria que sairia uma coisa boa desse lixo de BBB? Parabéns ao Jean Wyllys e espero que ele continue por muitos mandatos no congresso.

Offline Liddell Heart

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Re: A trincheira de Jean Wyllys
« Resposta #2 Online: 20 de Abril de 2011, 14:31:10 »
Duvido que a Carta Capital faria uma matéria elogiando um "Outright Libertarians"(movimento homossexual ligado ao Partido Libertário americano) brasileiro.

Sobre o Jean, espero que ele continue brigando pelos direitos dos gays, mas sem intencionar privilégios:ok:

"Onde mora a liberdade, ali está a minha pátria."
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Offline _Juca_

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Re: A trincheira de Jean Wyllys
« Resposta #3 Online: 20 de Abril de 2011, 14:45:39 »
Duvido que a Carta Capital faria uma matéria elogiando um "Outright Libertarians"(movimento homossexual ligado ao Partido Libertário americano) brasileiro.

Sobre o Jean, espero que ele continue brigando pelos direitos dos gays, mas sem intencionar privilégios:ok:



Existe um movimento no gay entre a direita no país?

Offline Pregador

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Re: A trincheira de Jean Wyllys
« Resposta #4 Online: 20 de Abril de 2011, 15:15:47 »
Sou contra este projeto, mas ele escreveu muito bem a carta. Pena que os fundamentalistas não vão compreender.
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Offline Liddell Heart

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Re: A trincheira de Jean Wyllys
« Resposta #5 Online: 20 de Abril de 2011, 15:25:30 »
Duvido que a Carta Capital faria uma matéria elogiando um "Outright Libertarians"(movimento homossexual ligado ao Partido Libertário americano) brasileiro.

Sobre o Jean, espero que ele continue brigando pelos direitos dos gays, mas sem intencionar privilégios:ok:



Existe um movimento no gay entre a direita no país?

Conheço dois "movimentos":
http://qlibertarios.blogspot.com/
http://gaysdedireita.blogspot.com/
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Offline ByteCode

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Re: A trincheira de Jean Wyllys
« Resposta #6 Online: 20 de Abril de 2011, 16:14:39 »
Nunca imaginei que um participante do BBB conseguisse ser tão articulado, consciente e inteligente.  :o

Offline uiliníli

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Re: A trincheira de Jean Wyllys
« Resposta #7 Online: 20 de Abril de 2011, 16:17:10 »
Nunca imaginei que um participante do BBB conseguisse ser tão articulado, consciente e inteligente.  :o

E ainda por cima ganhar.

Offline ByteCode

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Re: A trincheira de Jean Wyllys
« Resposta #8 Online: 20 de Abril de 2011, 16:20:25 »
Será que foi ele mesmo quem escreveu aquilo? Um ex-participante do BBB???

Offline O Grande Capanga

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Re: A trincheira de Jean Wyllys
« Resposta #9 Online: 20 de Abril de 2011, 16:53:04 »
Se não me engano, ele é/foi professor universitário.

Offline gilberto

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Re: A trincheira de Jean Wyllys
« Resposta #10 Online: 20 de Abril de 2011, 18:35:48 »
Se não me engano, ele é/foi professor universitário.
Sem falar que ele deve ter contribuições de várias pessoas e instituições que apóiam a agenda homossexual. Muitos textos dele deve ter ajuda de várias acessorias. Mas o mérito é dele, claro.
E tb já vi ele falando besteira em relação a preconceito, onde ele malhou o BBB Dourado que estava sendo vítima de discriminação pelos gays do programa. O Jean por militar na causa gay se precipitou e entrou no coro de discriminação de uma pessoa que não participa de alguns hábitos gays. Quem milita mais ativamente corre esses riscos de tb fazer cagada.
Mas no resto, sobre a defesa dos direitos dos gays parece que ele pode vir a fazer um bom trabalho.

Offline Moro

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Re: A trincheira de Jean Wyllys
« Resposta #11 Online: 21 de Abril de 2011, 00:31:44 »
Duvido que a Carta Capital faria uma matéria elogiando um "Outright Libertarians"(movimento homossexual ligado ao Partido Libertário americano) brasileiro.

Sobre o Jean, espero que ele continue brigando pelos direitos dos gays, mas sem intencionar privilégios:ok:



Existe um movimento no gay entre a direita no país?

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Offline _Juca_

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Re: A trincheira de Jean Wyllys
« Resposta #12 Online: 21 de Abril de 2011, 08:49:43 »
Duvido que a Carta Capital faria uma matéria elogiando um "Outright Libertarians"(movimento homossexual ligado ao Partido Libertário americano) brasileiro.

Sobre o Jean, espero que ele continue brigando pelos direitos dos gays, mas sem intencionar privilégios:ok:



Existe um movimento no gay entre a direita no país?

Conheço dois "movimentos":
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http://gaysdedireita.blogspot.com/

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Não, informado. ;P

Offline gilberto

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Re: A trincheira de Jean Wyllys
« Resposta #13 Online: 21 de Abril de 2011, 09:20:16 »
... Jean ... direitos dos gays ...
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Que susto, pensei ter lido gilbertarios ... sou homofóbico

Offline Fabrício

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Re: A trincheira de Jean Wyllys
« Resposta #14 Online: 21 de Abril de 2011, 10:25:39 »
Ótimo texto!

Citar
Que susto, pensei ter lido gilbertarios ... sou homofóbico
   

 :susto:

Sempre me surpreendo por alguém se declarar homofóbico... vá lá, ninguém é obrigado a gostar de homossexuais, mas ter "fobia" a eles é, no mínimo, exagerado.

Praticamente todo os homossexuais que conheço são ótimas pessoas, que procuram viver suas vidas sem encher o saco de ninguém... por que tanta preocupação com a vida sexual deles?

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Offline gilberto

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Re: A trincheira de Jean Wyllys
« Resposta #15 Online: 21 de Abril de 2011, 10:29:55 »
Tem exagero nenhum ... fobia tem de diversas formas ... há os que levam a fobia para um lado mais agressivo ... e tem quem apenas uma fobia em apenas alguns aspectos como eu. A maioria das pessoas tem fobia a alguma coisa. O que não pode é deixar que a sua fobia tome conta e vc cometa exageros.

Offline Fabrício

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Re: A trincheira de Jean Wyllys
« Resposta #16 Online: 21 de Abril de 2011, 10:33:47 »
É que fobia para mim é um medo muito forte, eu por exemplo me borro de medo de altura, se estou em um lugar muito alto e serm proteção na beirada não chego nem perto e nem gosto de ver alguém próximo à beira do abismo...

Não consigo imaginar alguém com este mesmo sentimento em relação a outra pessoa apenas pela sua opção sexual. Ok, se o outro indivíduo é um assassino, estuprador, posso até compreender, mas apenas porque gosta de sexo com pessoas do mesmo gênero? Por que isso incomoda tanto?
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Offline gilberto

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Re: A trincheira de Jean Wyllys
« Resposta #17 Online: 21 de Abril de 2011, 10:45:14 »
Há sim, eu tb já fui amigo de alguns gays e não tenho nenhuma restrição.
Mas o instinto sexual implica em alguns comportamentos de assédio, e os gays tb podem assediar, deixar outras pessoas constrangidas, incomodar e ate ofender. Como há gays que assediam, assim como heteros, é normal que ficamos com um pé atrás.
Mas claro, que isso é um comportamento independente da opção sexual, e talvez de uma minoria, ou dependendo do ambiente ou grupo, da maioria. Só que quem pode ser chateado com uma situação pode ter uma certa fobia da situação específica. Por exemplo uma mulher pode ter medo de ficar em certos ambientes onde ela vai ser assediada muito incisivamente.

Offline Fabrício

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Re: A trincheira de Jean Wyllys
« Resposta #18 Online: 21 de Abril de 2011, 10:58:04 »
Citar
Há sim, eu tb já fui amigo de alguns gays e não tenho nenhuma restrição.

Se você não tem restrição, não é propriamente homofóbico.

Citar
Mas o instinto sexual implica em alguns comportamentos de assédio, e os gays tb podem assediar, deixar outras pessoas constrangidas, incomodar e ate ofender. Como há gays que assediam, assim como heteros, é normal que ficamos com um pé atrás

Se for assediado, basta de declarar hetero e recusar. Além do que, a grande maioria dos gays não é tarada, e vai entender.

Citar
Mas claro, que isso é um comportamento independente da opção sexual, e talvez de uma minoria, ou dependendo do ambiente ou grupo, da maioria. Só que quem pode ser chateado com uma situação pode ter uma certa fobia da situação específica. Por exemplo uma mulher pode ter medo de ficar em certos ambientes onde ela vai ser assediada muito incisivamente.

Então você se declara homofóbico porque pode, algum dia, talvez, ser assediado por algum gay?

A grande maioria dos homossexuais não sai por aí assediando as pessoas, a não ser em ambientes específicos, como boates gays, por exemplo. Mas em boates gays a intenção é justamente ser assediado :hihi:... no dia a dia não há porque temer o 'assédio gay".
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Offline gilberto

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Re: A trincheira de Jean Wyllys
« Resposta #19 Online: 21 de Abril de 2011, 11:05:10 »
Mas se uma pessoa não vai a uma boate gay por que não gosta do assédio ela é homofóbica com relação a esse aspecto.
Eu to tirando um sarro do peso excessivo que o termo homofóbico muitas vezes é abordado.
Ser homofóbico em si, racionalmente ou irracionalmente, como em qualquer outra fobia, não tem problema nenhum em princípio.

Pq assim ocmo vc se "espantou" com alguem que se disse homofóbico, eu tb posso me "espantar" pq vc acha isso um problema.
Mas claro que eu estou mais é trolando mesmo ... hehe

Offline gilberto

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Re: A trincheira de Jean Wyllys
« Resposta #20 Online: 21 de Abril de 2011, 11:11:35 »
Há sim, muita gente é homofóbica em alguns aspectos, mas para tentarem ser "politicamente corretos" ficam com receio de falar. Acho que se eles são assim tudo ok, mas quem tb fala explicitamente dos aspectos que não lhe agrada sem causar maiores problemas eu tb acho que é uma atitude não prejudicial. Acho que é mais sincero e por consequência, mais honesto.

Offline Fabrício

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Re: A trincheira de Jean Wyllys
« Resposta #21 Online: 21 de Abril de 2011, 11:18:38 »
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Mas se uma pessoa não vai a uma boate gay por que não gosta do assédio ela é homofóbica com relação a esse aspecto.
Eu to tirando um sarro do peso excessivo que o termo homofóbico muitas vezes é abordado.
Ser homofóbico em si, racionalmente ou irracionalmente, como em qualquer outra fobia, não tem problema nenhum em princípio.

Acho que a palavra é que é muito forte, "homofóbico" pelo menos para mim significa fobia a gays, de nem poder chegar perto, rejeitar a prori uma pessoa apenas pelo seu comportamento sexual.

Eu não iria a uma boate gay porque sou heterossexual, não porque tenho fobia a gays. Da mesma forma, não iria a um bar de motoqueiros (se é que existe bar exclusivo para motoqueiros) porque não gosto de motocicletas, hehehehe... mas não sou "motoqueirofóbico" :lol:

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Pq assim ocmo vc se "espantou" com alguem que se disse homofóbico, eu tb posso me "espantar" pq vc acha isso um problema´

Claro que pode  :D...estou entendendo o que você quer dizer, na verdade é o significado da palavra "homofobia" que parece ser diferente para mim e você, eu entendo "homofobia" como praticamente um sinonimo de ódio aos homossexuais, você entende mais como um sentimento de preconceito (que eu tambem tenho, confesso, e me esforço para racionalmente evitar).

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Mas claro que eu estou mais é trolando mesmo ... hehe

:P
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Offline Moro

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Re: A trincheira de Jean Wyllys
« Resposta #22 Online: 21 de Abril de 2011, 11:22:54 »
Duvido que a Carta Capital faria uma matéria elogiando um "Outright Libertarians"(movimento homossexual ligado ao Partido Libertário americano) brasileiro.

Sobre o Jean, espero que ele continue brigando pelos direitos dos gays, mas sem intencionar privilégios:ok:



Existe um movimento no gay entre a direita no país?

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Offline uiliníli

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Re: A trincheira de Jean Wyllys
« Resposta #23 Online: 21 de Abril de 2011, 12:23:37 »
Na verdade eu o nome "homofobia" é meio enganador, o preconceito contra homossexuais não é uma fobia da mesma maneira que claustrofobia é uma fobia. O homófobo não tem um pânico incontrolável de homossexuais, ele tem um sentimento que varia entre o ódio e a antipatia. Alguém que tivesse uma legítima fobia de homossexuais não poderia ser amigo de alguns gays, como o gilberto declarou ter sido; ele evitaria contato com gays de qualquer maneira e se forçado a ficar próximo a eles teria reações de pânico profundo e incontrolável. Duas amigas minhas têm fobia de cachorros e eu já testemunhei a reação de uma delas perto de um galgo extremamente manso e inofensivo, é uma reação extremamente forte e irracional com reações físicas inclusive: transpiração excessiva, pupilas dilatadas, alteração no ritmo da respiração, batimentos cardícos acelerados... Então a homofobia não é "uma fobia como qualquer fobia", é uma coisa muito diferente.

A homofobia é um preconceito, como o racismo, a xenofobia e a misoginia, por exemplo. Não estou dizendo que devemos todos ser livres de preconceitos, uma das poucas coisas que o preconceito tem em comum com as fobias de verdade é que ele é irracional, logo você não pode simplesmente se convencer que o preconceito é errado e decidir nunca mais tê-lo. Você não pode se livrar dele completamente. Mas ao contrário da fobia, o preconceito é bastante controlável e você tem o poder de guardá-lo somente para si e nunca demonstrá-lo, e é o que devemos fazer.

Offline Fabrício

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Re: A trincheira de Jean Wyllys
« Resposta #24 Online: 21 de Abril de 2011, 13:06:06 »
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A homofobia é um preconceito, como o racismo, a xenofobia e a misoginia, por exemplo. Não estou dizendo que devemos todos ser livres de preconceitos, uma das poucas coisas que o preconceito tem em comum com as fobias de verdade é que ele é irracional, logo você não pode simplesmente se convencer que o preconceito é errado e decidir nunca mais tê-lo. Você não pode se livrar dele completamente. Mas ao contrário da fobia, o preconceito é bastante controlável e você tem o poder de guardá-lo somente para si e nunca demonstrá-lo, e é o que devemos fazer.

O preconceito realmente é totalmente irracional, difícil não ter um sentimento preconceituoso quando vemos um gay muito afetado, uma pessoa negra com algum comportamento que consideramos reprovavel, uma mulher cometendo algum erro no trânsito. Éuma coisa que não dá para controlar e decidir simplesmente não sentir.

O mais importante mesmo é ter consciência de que é um sentimento totalmente irracional,  incutido em você, e que racionalmente tem que ser controlado.
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