Não sei se é necessariamente "esforço para parecer politicamente correto". Se eu hipotetizasse que criminosos teriam talvez características fisionômicas em comum, e que as pessoas pudessem detectar isso meio inconscientemente, acho que o adequado para testar isso seria dentro de um grupo mais fisionômicamente homogêneo, tanto para não ter a avaliação comprometida por outros estereótipos, quanto para poder talvez isolar melhor os caracteres. Por exemplo, talvez criminosos tivessem rostos mais largos ou olhos menores, mas isso só valesse dentro de um espectro mais limitado de variação facial, se você introduz rostos que normalmente já são mais largos ou têm olhos menores, atrapalha a perceber isso.
Mas qual seria a crítica quanto a metodologia? O meu palpite (ainda não li o artigo) é que talvez esse tipo de "teste" tenha um certo viés. Você já coloca uma dicotomia entre criminoso e não-criminoso, o resultado deveria ser drasticamente diferente se pedissem para você olhar para as pessoas e descrever sua personalidade em mais dimensões, talvez mesmo se com um formulário onde um dos ítens fosse quanto a ter cometido crimes.
Por outro lado, por essa lógica, talvez fosse igualmente provável que o resultado desse errado, supondo não haver realmente nada nos rostos que denuncie. Quanto a isso eu imagino que talvez estejam na verdade classificando os rostos quanto a serem mais ou menos masculinos, mas usando isso como "proxy" de criminalidade. O que não refuta totalmente a perspectiva lombrosiana, acaba sendo mais um nuance, ainda que talvez consideravelmente drástico.