Autor Tópico: Mas afinal, o que querem as mulheres ?(artigo de Hélio Schwartsman)  (Lida 1896 vezes)

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Offline 4 Ton Mantis

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http://www1.folha.uol.com.br/colunas/helioschwartsman/920695-mas-afinal-o-que-querem-as-mulheres.shtml


Excluídas as distinções anatômicas, homens e mulheres são iguais? Passamos a maior parte dos anos 60 e 70 tentando nos convencer de que sim. Nessas duas décadas, vigorou o paradigma segundo o qual todas as diferenças comportamentais entre os sexos eram fruto da educação.

 A mais célebre vítima da teoria da neutralidade dos gêneros foi David Reimer. Ele nasceu em 1965 como um garoto saudável. Mas, depois que teve seu pênis destruído numa canhestra operação para corrigir uma fimose, seus pais procuraram o então papa dos estudos sobre sexualidade, John Money, do Hospital Johns Hopkins, que os convenceu de que o que de melhor poderiam fazer pelo menino era submetê-lo a uma cirurgia para extração dos testículos e educá-lo como mulher. Foi um desastre. Apesar dos estímulos sociais e das injeções de hormônios femininos, ele jamais se sentiu como uma garota. Era frequentemente importunado por seus colegas de escola, em Winnipeg (Canadá). Aos 13, já sofria de depressão severa, com ideações suicidas. Aos 14, depois que seus pais lhe revelaram sua verdadeira história, ele decidiu viver como homem. Trocou os hormônios femininos por masculinos e fez uma mastectomia (retirada dos seios) e uma faloplastia (construção de pênis). Casou-se. Mas a depressão nunca o abandonou. Suicidou-se em 2004.

 O caso só ficou conhecido porque, em 1977, o sexologista Milton Diamond o convenceu a tornar pública sua história, para evitar que outras crianças fossem submetidas ao mesmo tratamento. Os detalhes estão no livro "As Nature Made Him: The Boy Who Was Raised as a Girl" (como a natureza o fez: o menino que foi criado como menina).

 Pela teoria da neutralidade, meninos brincam com carrinhos e armas e meninas optam por bonecas apenas porque são estimulados por seus pais a fazê-lo. Hoje, sabemos que essas preferências são inatas e têm base biológica. Uma elegante prova disso é que chimpanzés selvagens machos também gostam de brincar com paus como se fossem clavas, já as fêmeas carregam os mesmos pedaços de pau para cima e para baixo como se fossem filhotes.

 E a coisa vai muito além das escolhas de brinquedos. Após algumas décadas de pesquisas mais acuradas que as de Money, acumulam-se evidências de que as diferenças de gênero afetam também a cognição, as preferências e a própria noção de propósito da vida. Isso, evidentemente, tem implicações profundas sobre a educação, o mercado de trabalho --e o feminismo.

 Parte da dificuldade está no tabu que ainda cerca o tema, mesmo nos meios acadêmicos. Vale lembrar que uma das razões para a demissão de Larry Summers da reitoria de Harvard, em 2006, foi ele ter sugerido que o baixo número de mulheres em certos ramos da ciência poderia dever-se a diferenças naturais entre os sexos.

 Mas, gostemos ou não, hoje sabemos que os níveis de exposição pré-natal a hormônios sexuais afetam a forma como o cérebro de meninos e meninas se organiza. Algumas características tipicamente masculinas relevantes para a educação são a propensão a correr riscos, que abarca a agressividade e o gosto pela competição, e a facilidade para relacionar-se com objetos e sistemas. Já as meninas se destacam pela maior disciplina e a capacidade de empatia, que inclui o forte interesse por pessoas.

 Nesses casos, as diferenças são marcantes. Pesquisa com crianças entre 10 e 23 meses mostrou que meninos contam histórias agressivas 87% do tempo, contra 17% de meninas. Entre 9 e 10 anos, garotos passam 50% de seu tempo livre em brincadeiras competitivas, contra apenas 1% das garotas.

 Vale aqui o alerta de que esses achados são apenas médias, as quais dizem muito pouco a respeito de indivíduos reais. Lembre-se de que, na média, a humanidade tem um testículo e um seio.

 Na educação, os números não dão margem a dúvida: os garotos estão perdendo feio para as garotas na performance educacional.

 Hoje, nos EUA, meninos têm três vezes mais probabilidade do que meninas de precisar de aulas de recuperação e duas vezes mais de ser reprovados. A chance de eles abandonarem a escola é 30% maior.

 Em 30 países avaliados pela OCDE, as meninas se saem muito melhor do que os meninos em leitura e escrita, e já os alcançam em matemática, área em que eles lideravam incontestavelmente até o início dos anos 80.

 Em todos os países do mundo, exceto a África subsaariana, há mais mulheres que homens cursando a educação superior. Nos EUA, correm rumores, nunca admitidos oficialmente, de que as principais universidades facilitam a entrada de homens, para que a proporção de alunas não exceda 60%.

 Nos últimos anos, surgiram vários livros explorando as diferenças entre gêneros e propondo soluções mais ou menos milagrosas para resolver o que identifiquem como "o problema".

 Um bom exemplar é "Why Gender Matters" (por que o gênero importa), do médico Leonard Sax, no qual o autor faz uma defesa entusiasmada da separação por sexo nas escolas. Não desenvolvo muito o tema porque ele foi objeto de um texto que escrevi algumas semanas atrás para a edição impressa da Folha. O que tenho a dizer é que, embora o título traga alguns "insights" interessantes, ele incorre no grave pecado de ser uma obra militante. Sax, que segue a agenda conservadora, não hesita muito antes de exagerar no peso das evidências científicas, desde que isso sustente sua tese.

 Bem mais equilibrado é "The Sexual Paradox" (o paradoxo sexual), da psicóloga Susan Pinker. Para ela, o sexo masculino é mais extremo do que o feminino. Isso se materializa na maior proporção tanto de gênios como de retardados entre os homens. Eles também têm (na média) um leque menor de interesses, aos quais se dedicam de corpo e alma. Em seu grau superlativo, a mente masculina seria a de um autista.

 Já elas são menos extremas e mais empáticas. Embora Pinker não o afirme, outros autores propõem que o superlativo da mente feminina seja a esquizofrenia. É o excesso de empatia que leva uma pessoa a conversar de igual para igual com uma geladeira.

 Embora não tenham sido detectadas diferenças cognitivas que as tornem menos proficientes em ciências e matemáticas, elas quando podem preferem abraçar profissões que lidem com pessoas (em oposição a objetos e sistemas). É por isso que hoje quase dominam as carreiras médicas, enquanto permanecem minoritárias na engenharia e na física, para não mencionar as oficinas mecânicas.

 Ainda mais interessante, nos países hiperdesenvolvidos, onde elas gozam de maior liberdade para escolher, esse "gap" é maior do que nas nações em desenvolvimento, onde elas são muitas vezes obrigadas a exercer ofícios que não são os de seus sonhos. É isso que explica uma proporção maior de engenheiras na Turquia e na Bulgária do que na Dinamarca e na Suécia.

 Só quem chegou perto do 50-50 foi a extinta União Soviética, e isso porque lá eram as profissões que escolhiam as pessoas e não o contrário.

 Além disso, por operarem com múltiplos interesses, as mulheres não se prendem tanto à carreira. Trocam sem muita hesitação uma posição de comando para ficar mais tempo com a família. Essa é uma das razões por que muitas mulheres sacrificam trajetórias promissoras --e a perspectiva de chegar ao comando de empresas-- em favor de horários mais flexíveis. É esse desejo, mais do que a discriminação que explica a persistente diferença salarial entre homens e mulheres, pelo menos nos países desenvolvidos, onde já não se registram casos muito acintosos de preconceito.

 Para Pinker, as mulheres seriam mais felizes se reconhecessem as diferenças biológicas entre os gêneros e parassem de tentar imitar os homens, buscando sem culpa o que realmente querem. É isso que ela propõe como o novo feminismo.
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Offline Buckaroo Banzai

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Re: Mas afinal, o que querem as mulheres ?(artigo de Hélio Schwartsman)
« Resposta #1 Online: 26 de Maio de 2011, 19:04:58 »
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Pela teoria da neutralidade, meninos brincam com carrinhos e armas e meninas optam por bonecas apenas porque são estimulados por seus pais a fazê-lo. Hoje, sabemos que essas preferências são inatas e têm base biológica. Uma elegante prova disso é que chimpanzés selvagens machos também gostam de brincar com paus como se fossem clavas, já as fêmeas carregam os mesmos pedaços de pau para cima e para baixo como se fossem filhotes.

Isso só seria "prova" disso supondo que chimpanzés selvagens são completamente destituídos de cultura ou aprendizado.

Offline Buckaroo Banzai

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Re: Mas afinal, o que querem as mulheres ?(artigo de Hélio Schwartsman)
« Resposta #2 Online: 26 de Maio de 2011, 19:07:04 »
Debate interessante, desengatado pela infame declaração do Larry Summers por volta de 2005. O debate também se deu por volta daquela época.

Destaque para a contraposição ao Steven Pinker pela Elizabeth Spelke, também do departamento de psicologia de Harvard, uma vez que o lado homens-são-de-Marte-mulheres-são-de-Vênus da coisa é consideravelmente mais batido e mais abordado pela mídia.

http://mbb.harvard.edu/resources/pastnews2005.php

São três as possibilidades de vídeo, mas apenas essas duas valem a pena, a outra tem cerca de 1GB mas não compensa em qualidade.

http://mbb.harvard.edu/content/The_Science_of_Gender_and_Science.rm
(~200MB) - esse pode ser assistido "online", sem baixar, se tiver o plugin do real player ou equivalente, ou colando o link no programa em si.

http://mbb.harvard.edu/videos/spelke384K_Stream.mov
(~400MB)

Os slides das apresentações estão disponíveis aqui:

http://www.edge.org/3rd_culture/debate05/debate05_index.html

Mas os links para os vídeos desse último endereço não estão mais ativos.


Os slides resumem bem a apresentação, mas eles discorreram um pouco mais sobre cada ponto, e depois houve um breve debate.


A posição geral da Spelke não é de que não existam diferenças entre os sexos, mas que elas não parecem ser as causas das diferenças de representação das mulheres em áreas científicas. Outro ponto interessante ressaltado é que as diferenças existentes também não são exatamente como os chavões HSDMMSDV, "homens são sistematizadores, mulheres empatizadoras", "mulheres são verbais, homens são matemáticos", mas coisas mais sutis, como tendências a diferentes "estratégias" de raciocínio matemático.

Mais significativamente que essas diferenças, há as diferenças de percepção, "preconceitos", causando discriminação contra mulheres, mesmo quando as pessoas são totalmente contra esses preconceitos. Ela comenta estudos sobre como os pais, mesmo relatando que não tratam seus filhos bebês de forma diferente de acordo com o sexo, na verdade já o fazem de maneira consistente, de acordo com diversos estudos interessantes. Isso não acaba na infância, como alguns efeitos da influência dos pais na personalidade, mas provavelmente é algo que se mantém por toda a vida. E de fato, CVs idênticos dentro de uma variação média são avaliados diferentemente de acordo com o sexo. Um CV medíocre "é melhor" se for de um homem do que de uma mulher, algo que independe do avaliador ser homem ou mulher, interessantemente. Isso perde o efeito conforme o nível de qualificação aumenta, de qualquer forma; não é como se as pessoas sofressem total "alucinação"; o mesmo vale para reações não-ambiguas dos bebês.

Offline DDV

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Re: Mas afinal, o que querem as mulheres ?(artigo de Hélio Schwartsman)
« Resposta #3 Online: 26 de Maio de 2011, 21:52:14 »
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Pela teoria da neutralidade, meninos brincam com carrinhos e armas e meninas optam por bonecas apenas porque são estimulados por seus pais a fazê-lo. Hoje, sabemos que essas preferências são inatas e têm base biológica. Uma elegante prova disso é que chimpanzés selvagens machos também gostam de brincar com paus como se fossem clavas, já as fêmeas carregam os mesmos pedaços de pau para cima e para baixo como se fossem filhotes.

Isso só seria "prova" disso supondo que chimpanzés selvagens são completamente destituídos de cultura ou aprendizado.

Então você acha possível que os chimpanzés tenham esses conceitos de "coisa de macho" e "coisa de mulherzinha" que as pessoas têm, impondo isso às suas crias???

É uma idéia exótica.  :biglol:
Não acredite em quem lhe disser que a verdade não existe.

"O maior vício do capitalismo é a distribuição desigual das benesses. A maior virtude do socialismo é a distribuição igual da miséria." (W. Churchill)

Offline uiliníli

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Re: Mas afinal, o que querem as mulheres ?(artigo de Hélio Schwartsman)
« Resposta #4 Online: 26 de Maio de 2011, 22:03:34 »
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Pela teoria da neutralidade, meninos brincam com carrinhos e armas e meninas optam por bonecas apenas porque são estimulados por seus pais a fazê-lo. Hoje, sabemos que essas preferências são inatas e têm base biológica. Uma elegante prova disso é que chimpanzés selvagens machos também gostam de brincar com paus como se fossem clavas, já as fêmeas carregam os mesmos pedaços de pau para cima e para baixo como se fossem filhotes.

Isso só seria "prova" disso supondo que chimpanzés selvagens são completamente destituídos de cultura ou aprendizado.

Então você acha possível que os chimpanzés tenham esses conceitos de "coisa de macho" e "coisa de mulherzinha" que as pessoas têm, impondo isso às suas crias???

É uma idéia exótica.  :biglol:

Ainda mais considerando que o brinquedo em questão é o mesmo, o que muda é a forma como é usado.

Mas tem um jeito de resolver a questão: se é cultural, em diferentes grupos de chimpanzés os infantes brincarão de formas diferentes. Se o padrão de comportamento de meninozés e meninazés forem iguais em grupos sem contato isso é um indício contra a cultura.

Offline DDV

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Re: Mas afinal, o que querem as mulheres ?(artigo de Hélio Schwartsman)
« Resposta #5 Online: 26 de Maio de 2011, 22:32:06 »
O forte viés do Buckaroo em alegar que TODO comportamento é cultural e relativo, ou a simples fixação de ser do contra em tudo, produz resultados estranhos às vezes.  :lol:
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Offline Buckaroo Banzai

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Re:Mas afinal, o que querem as mulheres ?(artigo de Hélio Schwartsman)
« Resposta #6 Online: 31 de Dezembro de 2012, 15:42:54 »
Provavelmente do artigo citado por Schwartsman sem referência exata, meus sublinhados:

Citar
Sex differences in chimpanzees’ use of sticks as play objects resemble those of children
Sonya M. Kahlenberg1
and Richard W. Wrangham2,

 [...] Second, unlike other types of stick use, carried sticks were regularly taken into day-nests (on at least 25 occasions; six females, two males) where individuals rested and were sometimes seen to play casually with the stick in a manner that evoked maternal play. Third, the capacity for young chimpanzees to direct care towards objects has been reported in apes raised by humans [2] and is indicated by two detailed reports from the wild of chimpanzees reating sticks like dolls. At Kanyawara, an 8-year-old male carried and played with a small log for four hours and also made a separate nest for it [7]; and an 8-year-old female at Bossou Guinea) carried a log, including patting it like “slapping the back of an infant”, while her mother was carrying her sick infant sibling [8]. Given that regular stick-carrying has not been reported outside Kanyawara, a social learning component appears important. In Gombe, Tanzania, sex differences among juvenile chimpanzees in the frequency and efficacy of termite-fishing tool use resulted from females modeling their mother’s behavior more effectively than males did [9]. A similar effect could possibly account for the sex difference in probing frequency among juveniles at Kanyawara. By contrast, sex differences in juvenile stick-carrying did not result from females observing their mothers carrying sticks, since mothers never carried sticks. Instead, youngsters apparently learned socially from each other. Such juvenile traditions have previously been described only in humans [10]. The sex difference in stick-carrying in juvenile Kanyawara chimpanzees arises without any teaching by adults and is consistent with practice for adult roles [...]

www.ts-si.org/files/doi101016jcub201011024.pdf

Não acho que "todo" comportamento é "cultural e relativo", só calha de muitos terem importantes componentes em socialização. Consigo pensar em diversos fatos biológicos reais bem mais "estranhos" do que primatas sociais aprenderem socialmente. :| Só sou "do contra" se pegar histórias mal contadas e usar como "fábulas científicas".


Mas vamos aguardar para saber as possíveis evidências provenientes da observação do mangá e dos desenhos japoneses para esses fatos. O Donkey Kong é provavelmente muito relevante, como ele protege a princesa do Mario, jogando barris, em vez de abraçá-la e ficar chorando.

Offline AlienígenA

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Re:Mas afinal, o que querem as mulheres ?(artigo de Hélio Schwartsman)
« Resposta #7 Online: 01 de Janeiro de 2013, 13:12:46 »
O que calha nestas questões é o excesso de preocupação com as características do sexo "errado" que muitas, maioria, talvez todas as crianças (e adultos) tem em algum instante. Não é improvável que muitas dessas características que consideramos próprias de um sexo, talvez por influência cultural, sejam comuns aos dois. Pode não ser tão óbvio quanto parece diferenciar características masculinas e femininas das humanas. Querer diferenciar demais pode não ter mais fundamento do que querer fazer parecer que não existem diferenças.

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Mas afinal, o que querem as mulheres ?(artigo de Hélio Schwartsman)
« Resposta #8 Online: 01 de Janeiro de 2013, 13:16:55 »
Citar
The gender similarities hypothesis.
Hyde JS.
Source

University of Wisconsin--Madison, Department of Psychology, Madison, WI 53706, USA. jshyde@wisc.edu
Abstract

The differences model, which argues that males and females are vastly different psychologically, dominates the popular media. Here, the author advances a very different view, the gender similarities hypothesis, which holds that males and females are similar on most, but not all, psychological variables. Results from a review of 46 meta-analyses support the gender similarities hypothesis. Gender differences can vary substantially in magnitude at different ages and depend on the context in which measurement occurs. Overinflated claims of gender differences carry substantial costs in areas such as the workplace and relationships.

Offline uiliníli

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Re:Mas afinal, o que querem as mulheres ?(artigo de Hélio Schwartsman)
« Resposta #9 Online: 01 de Janeiro de 2013, 13:51:57 »
Citar
The gender similarities hypothesis.
(...) males and females are similar on most, but not all, psychological variables.

O problema desses debates fora do ambiente científico é que logo as opiniões escalam até extremos e uma opinião sensata como essa se transforma em "homens e mulheres são similares em tudo" × "homens e mulheres são diferentes em tudo". Acho que é um viés cognitivo, alguém lembra o nome? Sei que tem a ver com inflação.

Offline _tiago

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Re:Mas afinal, o que querem as mulheres ?(artigo de Hélio Schwartsman)
« Resposta #10 Online: 01 de Janeiro de 2013, 13:56:57 »
Viés de tomar tudo como uma dicotomia?

Offline uiliníli

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Re:Mas afinal, o que querem as mulheres ?(artigo de Hélio Schwartsman)
« Resposta #11 Online: 01 de Janeiro de 2013, 13:59:05 »
Viés de tomar tudo como uma dicotomia?

É algo assim, mas a descrição que eu li dele dizia que as opiniões inflacionavam porque as pessoas ficavam cada vez mais agressivas na hora de marcar posição e as ideias moderadas tendiam a divergir para os extremos. E definitivamente tinha a palavra "inflação" no nome.

Offline _tiago

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Re:Mas afinal, o que querem as mulheres ?(artigo de Hélio Schwartsman)
« Resposta #12 Online: 01 de Janeiro de 2013, 14:08:08 »
Eu me recordo do Backfire Effect.

Offline _tiago

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Re:Mas afinal, o que querem as mulheres ?(artigo de Hélio Schwartsman)
« Resposta #13 Online: 01 de Janeiro de 2013, 14:08:49 »


Offline uiliníli

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Re:Mas afinal, o que querem as mulheres ?(artigo de Hélio Schwartsman)
« Resposta #15 Online: 01 de Janeiro de 2013, 16:21:36 »
Acho que tem a ver com a teoria argumentativa do discurso (#5 da lista), nós discutimos para dominar o interlocutor, e não para chegar a um consenso, a inflamação das opiniões é uma consequência disso.

EDIT: tem a ver com viés de confirmação também, segundo o link para o qual o Cracked aponta.
« Última modificação: 01 de Janeiro de 2013, 16:25:21 por uiliníli »

Offline _tiago

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Re:Mas afinal, o que querem as mulheres ?(artigo de Hélio Schwartsman)
« Resposta #16 Online: 01 de Janeiro de 2013, 16:58:00 »
Acho que tem a ver com a teoria argumentativa do discurso (#5 da lista), nós discutimos para dominar o interlocutor, e não para chegar a um consenso, a inflamação das opiniões é uma consequência disso.

EDIT: tem a ver com viés de confirmação também, segundo o link para o qual o Cracked aponta.

Massa.
A do vencer eu conhecia... http://edge.org/conversation/the-argumentative-theory

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Mas afinal, o que querem as mulheres ?(artigo de Hélio Schwartsman)
« Resposta #17 Online: 03 de Janeiro de 2013, 03:45:27 »
Será que achar que tem "inflação" no "nome" do viés não vem de uma tendência a "pegar" palavras que se leu recentemente para tentar descrever algo que está tentando se lembrar? "... Overinflated claims of gender differences..."

Offline uiliníli

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Re:Mas afinal, o que querem as mulheres ?(artigo de Hélio Schwartsman)
« Resposta #18 Online: 03 de Janeiro de 2013, 15:00:51 »
Será que achar que tem "inflação" no "nome" do viés não vem de uma tendência a "pegar" palavras que se leu recentemente para tentar descrever algo que está tentando se lembrar? "... Overinflated claims of gender differences..."

Pode ser. Acho que isso também é um viés cognitivo... não lembro o nome... mas tinha a ver com canguru, abaporu, bucaru...

 

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