http://revistagalileu.globo.com/Revista/Common/0,,EMI237679-17770,00-ORGANIZADA+PELO+FACEBOOK+MARCHA+DAS+VAGABUNDAS+ACONTECE+SABADO.html
Meninas com cara de ingênua não entram. A Avenida Paulista receberá sábado (04/06) às 14 horas mais uma manifestação organizada pela internet: a Marcha das Vagabundas. Apesar da brincadeira do título, o evento é sério luta contra o machismo, diz uma das organizadoras Solange De-Ré. “Não acho que vamos mudar o mundo, mas queremos levantar a poeira desse assunto.”
A origem da manifestação é canadense. A primeira passeata, chamada de “SlutWalk”, reuniu mais de 3 mil pessoas em abril, na cidade de Toronto. A ideia surgiu depois que um policial disse em uma universidade que as mulheres não deveriam se vestir como vagabundas para evitarem a violência sexual. “Sofremos isso todos os dias. É dizer que o estupro pode ser culpa da mulher, e não de um cara louco que gosta de ver mulheres sofrendo”, diz Solange.
Solange, que é escritora de contos e poesias, afirmou já ter sofrido assédio sexual ao ser simpática com um homem e ser interpretada como uma “mulher fácil”. “Muitos homens chamam as mulheres de gostosas na rua, se não olhamos, logo nos chamam de vagabunda. O Brasil é um país machista”, diz. A ideia veio por acaso, Madô Lopez, a idealizadora do evento em São Paulo, viu a notícia da marcha no Canadá e convidou Solange e mais um amigo para organizarem algo semelhante por aqui.
Assim como a Marcha da Liberdade e o Churrascão da Gente Diferenciada, organizados pela internet recentemente, a Marcha das Vagabundas faz barulho no Facebook. Mais de 4 mil pessoas já confirmaram presença no evento pela rede social.
E nem o tempo frio da capital paulista vai espantar as participantes, de acordo com Solange. As mulheres não precisam comparecer vestidas com roupas curtas. “Devem ir como se sentirem melhor. Não é um concurso de miss ou festa à fantasia. O corpo é seu e você faz o que quiser com ele”, diz Solange.