Sobre a marcha, eu acho que o nome tem sua justificativa, pois como foi colocado, mulheres estupradas são todas vadias e já que toda mulher é estuprável....
Sou favorável à marcha, pois nossa sociedade aprecia se manter acima dos “invisíveis”.
Os deficientes só deixaram de ser aleijados inúteis que deveriam ficar em casa para não incomodar a população com sua deficiência depois que se tornaram “visíveis” e lutaram para serem reconhecidos como capazes.
As mulheres só deixaram de ser acéfalas “boneca-faxineiras infláveis” de carne e sangue quando se reuniram para dar um basta e cobrar participação na sociedade.
Os ateus só começam a deixar sua imagem de amorais, intelectuoides, imorais e egocêntricos por estarem mais visíveis na sociedade.
Os gays só deixaram sua imagem de anormais, mal caráter, abominações e promíscuos com a visibilidade que conquistaram.
Os nerds com as convenções conseguiram passar para a sociedade o gosto por séries, filmes e livros, afastando (ou não) a imagem de anormal sobre quem gosta de ler ou se informar.
E não é por acaso que no Irã o governo e sociedade bate no peito dizendo que “aqui não tem homossexuais” (afinal eles estão invisíveis).
Sempre a população vai fechar os olhos dizendo “não existe nada de errado e está tudo correndo bem com todos na nossa grande nação” a menos que seja forçada a abri os olhos ao diferente.
E “invisíveis” as pessoas (sejam gays, deficientes, nerds, etc) começam realmente a pensar em si depreciativamente, pois nem sabem quem e quantos são.
Por isso sendo uma marcha organizada, acho que só tem a contribuir contra a imagem do “eu não sei porque, mas ela sabe porque foi estuprada” ou que a mulher gosta de apanhar ou da mulher/prostituta que infelizmente muitos ignorantes fazem e cultivam.