Ó. Explico-me.
É aquela velha questão dos papéis sociais. Estabeleceu-se que homens são de um jeito, mulheres são de outro jeito. Isso é diferente, claro, de lugar pra lugar e de época pra época. Exemplo mais-que-clássico é o cor-de-rosa para meninas, que hoje em dia parece mais que óbvio, mas antes da Guerra a maioria dos bebês era vestida de branco mesmo.
Existem, naturalmente, diferenças fisiológicas entre os homens e mulheres. Na sociedade civilizada, porém, em que existem máquinas, pólvora e coisas do tipo, elas praticamente não têm mais lugar. Ainda assim, os papéis de gênero subsistem.
Vemos, por exemplo, que os empregadores insistem em dar preferência à contratação de homens, alegando que as mulheres faltam pra cuidar dos filhos e têm cólica menstrual: esquecem-se eles, porém, do blackberry e do buscopan!
A gente vê, mesmo dentro do meio GLBT, um desgosto pra com o gay afeminado (que eles ficam causando e "desmoralizando" todo o resto etc.) Parece que o problema não é nem gostar de homem! Homem, "bofe", tem que arrotar, coçar o saco, gostar de esporte.
Outro é o fenômeno com a mulher: ela tem um limite de "masculinização" que é admitido e incentivado (hoje em dia, note bem), mas somenta na vida pública. Porque, na vida particular, continha aquela "vocação" de atender a família e o desejo masculino. Aí a gente se encontra numa zona cinzenta entre os dois papéis. Quando a mulher é lésbica, ela CONTINUA à disposição do desejo masculino - são diversos os relatos de "estupros corretivos", mas aí é outro assunto.
A questão toda é não se desviar do papel estabelecido.
Eu entendo que o papel das mulheres é inferior porque é restrito à vida privada, à vida cotidiana, à imanência, mesmo. À vida que não é sua, mas dos seus pais, do seu homem e dos seus filhos. Todo dia ela faz tudo sempre igual. Triste.
MAS DESVIO-ME!!! Que tipo de pesquisa você quer? Vamos procurar!!!
p.s. com as crianças é diferente. Elas vão crescer. E é claro que todos os adultos esperam que as crianças cresçam e párem de dar escândalo, é a PREMISSA mesmo da coisa toda. Todos estamos numa "conspiração" mesmo, pra modelá-las do nosso jeito, isso que chamamos educação. Mas aí é outro assunto, acho.