Autor Tópico: A Ética Secular  (Lida 5325 vezes)

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Rhyan

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A Ética Secular
« Online: 11 de Junho de 2011, 10:57:03 »
A Ética Secular

A teoria da Ética Secular afirma que existe uma ética absoluta e inerente à natureza humana, sendo que o único modo de encontrá-la é através da razão e da lógica. Ela pretende determinar quais ações humanas são legítimas e quais são ilegítimas. Se não existisse tal ética absoluta, não faria sentido algum falar que um ato de estupro é um ato errado. Todos os massacres, as torturas, os assassinatos e quaisquer outras atrocidades já cometidas pelo ser humano ao longo da história seriam apenas eventos aleatórios ocorridos e não poderiam ser julgados objetivamente. O religioso alega que de fato existe uma ética absoluta, mas que ela pode ser encontrada nos escritos supostamente “divinos” de sua própria religião e não através da razão humana. Mas como saber em qual das milhares de religiões existentes e incompatíveis entre si nós deveríamos crer? Não precisamos cair no misticismo, a ética faz parte da natureza humana assim como a força gravidade faz parte da natureza dos astros. Faria sentido se um crente dissesse que deveríamos desconsiderar os estudos de Isac Newton e ir procurar pelas leis da física na Bíblia? Só a razão humana pode explicar a realidade.

A Ética Secular não é um assunto novo, ela já foi objeto de estudo de diversos filósofos antigos tais como Aristóteles, São Tomás de Aquino e John Locke, mas somente no século passado ela e as suas implicações foram formuladas de uma maneira realmente consistente e clara por Murray N. Rothbard.

Se a ética é um princípio natural que diz respeito à natureza humana, ela deve ser igualmente válida para todos os seres humanos e em qualquer momento histórico ou circunstância que envolva o ser humano. As leis da física, por exemplo, são universais e não se alteram com o nível de complexidade do caso analisado. Peguemos então o exemplo de Robinson Crusoé sozinho em sua ilha, para que assim possamos analisar o ser humano em sua ocorrência mais simples possível.

Sozinho em sua ilha, Crusoé controla o próprio corpo, é ele quem comanda os movimentos de seu corpo e os seus próprios pensamentos. Estando na condição de animal racional e não sendo ele dotado de instintos automáticos tais como os outros animais, Crusoé precisa de fato controlar o próprio corpo e mente para aprender sobre mundo à sua volta. Só assim ele pode sobreviver e prosperar. Podemos dizer então que Crusoé é o dono do próprio corpo, já que ele é quem toma as decisões finais sobre o uso de seu próprio corpo. Mas Crusoé não é uma entidade auto-sufiente, ele também precisa controlar outros recursos (comida, ferramentas, abrigo, etc...) além de seu próprio corpo para poder sobreviver e prosperar. Todos aqueles recursos que ele coloca em uso por intermédio de seu corpo se tornam bens controlados por ele. Podemos também dizer então que Crusoé é o dono daqueles recursos que ele coloca em uso por intermédio de seu corpo.

Analisemos agora o segundo caso mais simples de ocorrência humana, colocando uma segunda pessoa, Sexta-Feira, na ilha. Para que a condição da universalidade seja satisfeita, devemos dar a Sexta-Feira os mesmos direitos de Crusoé encontrados na análise anterior. Desta forma, Sexta-Feira também deve ser o dono do próprio corpo e daqueles recursos naturais apropriados por ele originalmente. Ele poderá fazer o que quiser com o próprio corpo e com tais recursos, desde que não invada o corpo e os bens apropriados por Crusoé, pois estaria ferindo o direito de propriedade de Crusoé sobre o próprio corpo e sobre os recursos que ele se apropriou originalmente. A mesma condição seria também válida para Crusoé. Se pensarmos bem, ambos poderiam se beneficiar muito se respeitassem estas regras. Eles poderiam voluntariamente fazer trocas de recursos e criar divisões de tarefas, maximizando assim o bem- estar de ambos. Mas dificilmente ocorreriam tais acordos se, por exemplo, Sexta-Feira chegasse roubando a vara de pescar de Crusoé, ferramenta esta que Crusoé havia gasto seu tempo e esforço para construir. Tendo feito esta breve análise, podemos enunciar a seguinte hipótese de uma fórmula geral da Ética Secular:

“Todo homem é dono do próprio corpo e daqueles recursos naturais que ele coloca em uso por intermédio de seu corpo”

As implicações desta fórmula são inúmeras, mas algumas são claramente evidentes. Se o homem é o dono – isto é, o proprietário ou aquele que pode exercer o controle – do próprio corpo e daqueles recursos naturais que ele coloca em uso por intermédio de seu corpo (o que significa ser o primeiro a se apropriar diretamente de algo que nunca foi apropriado por mais ninguém), então ele pode fazer o que bem entender com o próprio corpo e com os seus recursos, desde que não inicie o uso ou a ameaça de violência física (agressão/invasão) contra o corpo ou os recursos de outro homem, pois estaria ferindo o direito de propriedade deste outro homem sobre seu próprio corpo e sobre os seus recursos. Então o homem é livre para pegar os seus recursos e criar recursos novos através da produção, criando bens de maior valor. O homem é livre para fazer trocas mutuamente voluntárias de seus bens com os bens de outros homens, mas ele não é livre para roubar. Ele é livre para trocar voluntariamente os seus bens ou o tempo e esforço de seu corpo (trabalho) pelos bens ou pelo trabalho de outros homens, mas ele não é livre para forçar outros homens a servi-lo. Ele é livre para dar voluntariamente seus bens a outros homens, mas ele não pode obrigar que outros homens dêem seus bens. Bens legitimamente adquiridos são definidos como propriedades. Isto nos faz chegar a uma segunda fórmula mais simplificada, também chamada de “princípio da não-agressão”:

“Nenhum homem tem o direito de iniciar o uso ou a ameaça de violência física contra o corpo ou propriedade de outro homem”

Estas fórmulas são altamente intuitivas. Uma criança, por exemplo, aprende muito cedo que não se deve bater em outras crianças ou pegar à força o que está sob a posse delas, pois, caso contrário, elas irão revidar. De fato, a grande maioria das pessoas já age de acordo com estas regras em suas vidas pessoais, porém a intuição moral não é prova de nada. Existem diferentes formas de se provar estas fórmulas, mas vejamos brevemente aqui uma delas desenvolvida por Rothbard:

Primeiramente nós devemos lembrar que, sendo a ética um princípio natural que diz respeito à natureza humana, ela deve ser universalmente e igualmente válida para todos os seres humanos. Tendo sido enunciada a nossa hipótese de uma fórmula geral da Ética Secular, através da intuição ou de uma simples investigação da natureza humana, podemos tentar negar a sua validade. Ao fazermos isso, nos deparamos com apenas duas possíveis hipóteses. Se cada homem não puder ser o dono do próprio corpo e daqueles bens adquiridos por ele através da apropriação original, da produção ou da troca voluntária, então:

1. Certa classe de pessoas, A, deve ter um direito de propriedade sobre os corpos e os bens adquiridos por outra classe de pessoas, B.
2. Todos têm o direito de possuir uma parcela igual de todas as outras pessoas e bens existentes.


A primeira alternativa claramente implica que a classe A deve ter direitos superiores à classe B, ela implica que a classe A pode explorar e, logo, viver parasiticamente da classe B. Desta forma, esta alternativa não cumpre o critério de universalidade, pré-requisito de qualquer teoria ética. O segundo caso parece cumprir tal condição de universalidade, porém, é logicamente impossível. Se todos têm o direito de possuir uma parcela igual de todas as outras pessoas e bens existentes, então nenhum ser humano poderia executar nenhuma ação (nem mesmo utilizar suas cordas vocais) sem antes ter a aprovação de todos os outros seres humanos. Mas como conseguir tal aprovação de bilhões de pessoas sem poder sequer iniciar qualquer ação? A humanidade iria obviamente se extinguir quase que instantaneamente. Tal alternativa é fisicamente impossível, pois é impossível que todos os homens mantenham registros contínuos sobre todos os outros homens e bens existentes para que assim possam exercer suas propriedades parciais sobre eles. Na prática, o controle e a posse dos homens necessariamente recairia sobre um grupo especializado, o qual, deste modo, se tornaria a classe dominante. Assim, de qualquer forma, estaríamos de volta à nossa primeira alternativa.

Temos então que a única alternativa correta é dar ao homem o direito absoluto de se possuir (também chamado de direito de auto-propriedade) e de possuir aqueles bens adquiridos por ele legitimamente (também chamado de direito de propriedade).

Autor: Eric P. Duarte

Fonte: Indisponível

Offline uiliníli

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Re: A Ética Secular
« Resposta #1 Online: 11 de Junho de 2011, 11:21:17 »
Para mim, toda ética verdadeira é necessariamente secular, não existe ética religiosa. Ética é o que diz o que você deve fazer quando não há ninguém olhando. Se há alguém mais forte vendo o que você está fazendo, você não precisa de ética, mas de cálculo. Fazer o que o alguém mais forte exige não é do seu interesse e agir conforme o seu melhor interesse não é ética, ética é fazer o que é certo, mesmo que isso te prejudique.
« Última modificação: 11 de Junho de 2011, 12:16:42 por uiliníli »

Offline Geotecton

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Re: A Ética Secular
« Resposta #2 Online: 11 de Junho de 2011, 11:35:21 »
A Ética Secular
[...]
Temos então que a única alternativa correta é dar ao homem o direito absoluto de se possuir (também chamado de direito de auto-propriedade) e de possuir aqueles bens adquiridos por ele legitimamente (também chamado de direito de propriedade).

Autor: Eric P. Duarte

Fonte: Indisponível

Perfeito. Só falta avisar a Natureza sobre isto.
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Rhyan

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Re: A Ética Secular
« Resposta #3 Online: 11 de Junho de 2011, 12:09:25 »
Willy, sobre a ética cristã, li recentemente esse texto aqui: http://www.cacp.org.br/estudos/artigo.aspx?lng=PT-BR&article=907&menu=7&submenu=3

Aquele mesmo blablabla...

"Nosso deus é o único verdadeiro, nossas escrituras sagradas são as únicas verdadeiras, nosso semi-deus é o único verdadeiro."

"O mundo está mal porque as pessoas se afastaram de deus."

Rhyan

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Re: A Ética Secular
« Resposta #4 Online: 11 de Junho de 2011, 12:14:33 »
Esse texto é bem útil para refutar a idéia comum de que o direito natural é algo estritamente religioso.

Offline Geotecton

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Re: A Ética Secular
« Resposta #5 Online: 11 de Junho de 2011, 23:40:56 »
Willy, sobre a ética cristã, li recentemente esse texto aqui: http://www.cacp.org.br/estudos/artigo.aspx?lng=PT-BR&article=907&menu=7&submenu=3

Aquele mesmo blablabla...

"Nosso deus é o único verdadeiro, nossas escrituras sagradas são as únicas verdadeiras, nosso semi-deus é o único verdadeiro."

"O mundo está mal porque as pessoas se afastaram de deus."

Além disto, o autor do site considera que a ética cristã é a melhor, senão a única, porque provém das palavras do deus cristão contidas no compêndio-mor deles, a Bíblia.

Raciocínio mais circular que isto é impossível.
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Offline uiliníli

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Re: A Ética Secular
« Resposta #6 Online: 11 de Junho de 2011, 23:48:05 »
Além disto, o autor do site considera que a ética cristã é a melhor, senão a única, porque provém das palavras do deus cristão contidas no compêndio-mor deles, a Bíblia.

Raciocínio mais circular que isto é impossível.


E sua análise é bem incompleta também. Como diabos alguém pode querer falar em ética secular e não citar Kant? Ou o Estoicismo? E sua análise de outras éticas religiosas não cristãs também foi paupérrima, ele falou um pouco da religião grega clássica e entre as religiões modernas, a única coisa que ele achou interessante mencionar foi os hindus não matarem vacas.

Offline Geotecton

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Re: A Ética Secular
« Resposta #7 Online: 11 de Junho de 2011, 23:59:12 »
Além disto, o autor do site considera que a ética cristã é a melhor, senão a única, porque provém das palavras do deus cristão contidas no compêndio-mor deles, a Bíblia.

Raciocínio mais circular que isto é impossível.


E sua análise é bem incompleta também. Como diabos alguém pode querer falar em ética secular e não citar Kant? Ou o Estoicismo? E sua análise de outras éticas religiosas não cristãs também foi paupérrima, ele falou um pouco da religião grega clássica e entre as religiões modernas, a única coisa que ele achou interessante mencionar foi os hindus não matarem vacas.

Para mim está claro que ele fez propositalmente uma análise comparativa precária, pois o objetivo primário dele era, desde sempre, o de "mostrar" a superioridade da "ética cristã".
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Offline Liddell Heart

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Re: A Ética Secular
« Resposta #8 Online: 12 de Junho de 2011, 00:15:07 »
Citação de: CACP
Entretanto, é perigosamente relativista: quem vai determinar o que é o bem da maioria? Os nazistas dizimaram milhões de judeus em nome do bem da humanidade. Antes deles, já era popular o adágio "o fim justifica os meios". O perigo do utilitarismo é que ele transforma a ética simplesmente num pragmatismo frio e impessoal: decisões certas são aquelas que produzem soluções, resultados e números.

É muito comum fazer esses julgamentos precipitados sobre o utilitarismo(eu o fazia até pouco tempo atrás). A ética utilitarista defende que algo deve ser justo e, só depois, ser útil.

Citação de: CACP
Assim a ética cristã considera que a Bíblia traz todo o conhecimento de que precisamos para servir a Deus de forma agradável e para vivermos alegres e satisfeitos no mundo presente.

Estupro, assassinato, escravidão, enfim, tudo isso é moral.  :ok:
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Offline uiliníli

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Re: A Ética Secular
« Resposta #9 Online: 12 de Junho de 2011, 00:16:27 »
O utilitarismo está sendo discutido neste interessante tópico: ../forum/topic=24395.0.html

Offline Pagão

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Re: A Ética Secular
« Resposta #10 Online: 16 de Junho de 2011, 10:02:56 »
A Ética Secular

A teoria da Ética Secular afirma que existe uma ética absoluta e inerente à natureza humana, (....). Se não existisse tal ética absoluta, não faria sentido algum falar que um ato de estupro é um ato errado. Todos os massacres, as torturas, os assassinatos e quaisquer outras atrocidades já cometidas pelo ser humano ao longo da história seriam apenas eventos aleatórios ocorridos e não poderiam ser julgados objetivamente.

Tal ética absoluta não existe, mas daí não decorrem as conclusões referidas.

A raiz dos valores e do dever de os promover são as preferências dos indivíduos e estas nem sempre são compatíveis entre si. O raciocínio humano tem de refletir sobre as diferentes preferências antes de tomar uma decisão de ação. Essa ação, para ser éticamente correta, tem de ter em consideração os interesses relevantes de todos os envolvidos... Julgo que não se pode pedir mais.
Como é evidente, a consideração dos interesses relevantes de todos os envolvidos leva a considerar as violências referidas no texto como atos eticamente errados... sem precisar de haver uma qualquer ética absoluta inerente à natureza humana.
É o que me parece.   

Nenhuma argumentação racional exerce efeitos racionais sobre um indivíduo que não deseje adotar uma atitude racional. - K.Popper

Offline uiliníli

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Re: A Ética Secular
« Resposta #11 Online: 16 de Junho de 2011, 11:13:46 »
Para mim isso não é incompatível com uma ética absoluta, pelo contrário, é uma variação dela. Em que consistem esses interesses do cada indivíduo? Por mais diferentes que eles sejam, é cabível que esses interesses não incluam o direito à propriedade de seu próprio corpo e à sua inviolabilidade?

Offline Geotecton

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Re: A Ética Secular
« Resposta #12 Online: 16 de Junho de 2011, 11:33:27 »
[...]
Essa ação, para ser éticamente correta, tem de ter em consideração os interesses relevantes de todos os envolvidos... Julgo que não se pode pedir mais.
[...]

A ética individual não é necessariamente excludente com a ética coletiva.
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Offline gilberto

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Re: A Ética Secular
« Resposta #13 Online: 16 de Junho de 2011, 11:49:23 »
A ética individual não é necessariamente excludente com a ética coletiva.
Concordo,
e pra mim a ética (individual e coletiva) são basicamente instintos.

Offline uiliníli

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Re: A Ética Secular
« Resposta #14 Online: 16 de Junho de 2011, 12:07:09 »
Mas todos os debates a respeito de eutanásia, aborto, drogas, casamento gay, etc., não são conflitos entre a "ética coletiva" a individual? Nesse ponto eu sou bem randiano: "direito coletivo" é uma contradição em termos, cada grupo é um conjunto de indivíduos e os indivíduos em conjunto não podem ter mais direitos que os próprios direitos de seus indivíduos membros, ou aqueles que não fazem parte do grupo serão menos respeitados do que eles. Os direitos existem justamente para proteger o mais fraco do mais forte, para proteger as minorias, e a menor minoria que existe é o indivíduo. Segundo Ayn Rand, e eu concordo, você não pode ganhar nem perder direitos por entrar em um grupo e qualquer grupo que não reconhece isso como verdade é uma gangue, uma quadrilha ou uma máfia.

Offline Pagão

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Re: A Ética Secular
« Resposta #15 Online: 16 de Junho de 2011, 12:15:15 »
Em que consistem esses interesses do cada indivíduo? Por mais diferentes que eles sejam, é cabível que esses interesses não incluam o direito à propriedade de seu próprio corpo e à sua inviolabilidade?

Esses interesses são aquilo que cada indivíduo valoriza, são as suas preferências... e os interesses relevantes são o que prefere e valoriza mais. Todavia, se um indivíduo valorizar mais algo de somenos importância, o comportamento éticos dos demais não precisa de respeitar essa escolha por ser, ou se for, contrário aos interesses relevantes de todos.
Parece-me. 
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Offline uiliníli

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Re: A Ética Secular
« Resposta #16 Online: 16 de Junho de 2011, 12:23:08 »
Os interesses humanos são complexos e podem ser conflitantes, mas acho que todos podemos concordar que há um grupo de interesses que são universais e podem ser aplicados a todos os humanos sem exceção. Direitos como o de viver, de respirar, de comer, de beber, de pensar, de não ter seus movimentos restringidos... são o que chamamos de direitos fundamentais do ser humano. Quanto aos conflitos que decorrem de interesses menos fundamentais, a questão está resolvida desde o iluminismo com a máxima de que o direito de um acaba onde começa o de outro.

Offline Pagão

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Re: A Ética Secular
« Resposta #17 Online: 16 de Junho de 2011, 13:38:13 »
Quanto aos conflitos que decorrem de interesses menos fundamentais, a questão está resolvida desde o iluminismo com a máxima de que o direito de um acaba onde começa o de outro.

Só que os conflitos são precisamente para empurrar a fronteira dos direitos de cada um, fazendo com que os direitos dos outros comecem "o mais longe possível".
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