Em todas as religiões que eu conheço, a morte é tratada ora com medo, ora com deferência, mas todos acham que ela é uma "divisora-de-águas" e que reforça a necessidade de crer em algo pós-mortem. E este "algo pós-mortem" pode ser o encontro com uma divindade.
E por "falar" em divindade, cabe aqui salientar a necessidade de especificar sobre qual tipo de "deus" nós estamos nos referindo. Pelo pouco que sei, todas as concepções iniciais de sobrenatural eram animistas e tinham a morte como o final de um ciclo. Assim, elas 'pavimentaram o caminho' que permitiu a criação mitológica de diversos deuses incluindo o judaico-cristão e o deus metafísico aristotélico/escolástico.
É deste modo, simplificadamente exposto, que vejo uma relação íntima entre o medo da morte e o desenvolvimento do conceito de deus.
Um abraço,
Geotecton
Olá Geotecton,
Só para lembrar: o conceito abrâmico de vida após a morte - inclusive com julgamentos de ações em vida e compartimentalização de almas "boas" e "ruins" - (distinção que poucas religiões animistas fazem) foi devidamente plagiado da religião egípcia.