Tópico: Minorias se unem contra ensino religioso obrigatório no Rio

[Unknown]

Minorias se unem contra ensino religioso obrigatório no Rio

Projeto de Lei do prefeito Eduardo Paes abre polêmica no Legislativo; religiosos pensam em recorrer ao STF para barrar a proposta

Se tudo sair como planeja o prefeito Eduardo Paes (PMDB), em breve as 1.063 escolas municipais da cidade do Rio de Janeiro passarão a contar com ensino religioso. Para levar à frente a medida, a prefeitura terá de contratar 600 novos professores, o que deve causar um impacto orçamentário anual de aproximadamente R$ 12 milhões. Embora a lei determine a obrigatoriedade do ensino nas escolas públicas, a frequência será facultativa. Na Câmara Municipal o debate pega fogo.

Audiência pública realizada nesta terça-feira (14) mostrou que além de polêmica, a lei pode aumentar as pilhas de processos que tramitam no Supremo Tribunal Federal (STF). Representantes das minorias temem o aumento do preconceito entre estudantes e suas famílias e argumentam que a proposta fere o artigo 19 da Constituição, que garante o Estado laico.

Porém, o ensino religioso também está previsto no artigo 210 da Carta Magna e conta com o respaldo do artigo 33 da lei 9.394 das Diretrizes e Bases da Educação Nacional – cujo conteúdo levou o Ministério Público Federal a entrar com uma ação de inconstitucionalidade que foi acolhida pelo STF, mas ainda aguarda parecer final.

“O ensino religioso já existe nas escolas estaduais do Rio. E nós sabemos que todas as vezes em que os segmentos mais hegemônicos entram na escola, eles começam a fazer a cabeça de alunos para entrarem nas suas religiões e perseguirem as religiões de matrizes africanas”, reclama o babalaô Ivanir dos Santos, interlocutor da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa. Ele afirma que se a pluralidade das diferentes religiões não for respeitada, irá recorrer ao STF. “Se houver cerceamento às religiões de matrizes africanas vamos recorrer ao Judiciário. Ou é para todo mundo ou não é para ninguém”.

Apresentado à Câmara no dia primeiro de abril, o projeto chegou com a recomendação de que fosse votado em caráter de urgência. Porém, depois do escândalo com a compra milionária dos automóveis Jetta para os parlamentares da Casa, os 51 vereadores optaram por não jogar lenha em mais nenhuma fogueira. Assim, foi o próprio líder do governo, Adilson Pires (PT), que retirou a proposta da pauta, para que fosse realizada uma audiência pública. Ainda não foi estabelecida nova data para a votação.

Em fevereiro, o Conselho Municipal de Educação emitiu um parecer contrário à proposta.

No projeto de lei nº 862/2011, o Prefeito Eduardo Paes explica que para cumprir “preceitos constitucional e infraconstitucional” os futuros professores de ensino religioso terão de ter como “formação mínima a licenciatura plena em Sociologia, Filosofia ou História, ou bacharelado em teologia desde que comprovada, também, licenciatura plena em outros campos específicos do conhecimento que constituam disciplinas obrigatórias do ensino fundamental”.


Audiência pública na Câmara Municipal do Rio reuniu representantes de diferentes religiões

Representante do Conselho Nacional de Educação (CNE) no Rio de Janeiro, o professor de Sociologia da Educação da UFRJ Luiz Antônio Cunha recomendou aos edis que aguardem a formação de uma comissão intercameral, que irá estudar a questão e propor normas que orientem a oferta do ensino religioso nas escolas públicas, antes de cabalarem votos a favor ou contra o projeto.

“Pesquisas realizadas por docentes da UFRJ e da USP mostram que o ensino religioso tem sido evocado como um mecanismo de controle individual e social supostamente capaz de acalmar os indisciplinados, de conter o uso de drogas, de evitar a gravidez precoce e as doenças sexualmente transmissíveis”, afirmou Cunha, sem no entanto sinalizar com uma data para a apresentação das normas indicativas.

O vereador Paulo Messina (PV), presidente da Comissão de Educação e Cultura na Câmara de Vereadores do Rio apresentou uma emenda ao projeto. Quer que, além de opcional, o ensino religioso seja oferecido fora do horário mínimo das 800 aulas anuais de aula. "Isso limitaria a proposta a ser aplicada apenas nas escolas que oferecem horário integral o que hoje, no Rio, não passa de 200", disse ele, que é contra o projeto.

http://ultimosegundo.ig.com.br/educacao/minorias+se+unem+contra+ensino+religioso+obrigatorio+no+rio/n1597029427263.html

[Geotecton]

Reparem que há um símbolo religioso que paira sobre a cabeça do presidente da câmara municipal. E adivinhem a qual denominação ele pertence?

[Dr. Manhattan]

“Pesquisas realizadas por docentes da UFRJ e da USP mostram que o ensino religioso tem sido evocado como um mecanismo de controle individual e social supostamente capaz de acalmar os indisciplinados, de conter o uso de drogas, de evitar a gravidez precoce e as doenças sexualmente transmissíveis”, afirmou Cunha, sem no entanto sinalizar com uma data para a apresentação das normas indicativas.

Sinto cheiro de BULLSHIT.

[Buckaroo Banzai]

É nesse tipo de coisa que uma "militância ateísta" deveria se engajar, sem no entanto levantar a bandeira de ateísmo, mas, tal como estão fazendo essas minorias, se juntar a todos os interessados/tocados pelo problema.

[Südenbauer]

Não sei se ainda existe, mas eu tive uma matéria chamada "Estudos sociais" por acho que uns 3 anos na escola, a professora basicamente nos explicava que vivemos em sociedade e então devemos entender sobre seu funcionamento e nosso papel na comunidade. É só expandir essa matéria englobando os temas discutidos nas aulasde religião como espiritualidade, tolerância, respeito.

Aliás, me lembrei agora que tem muita coisa trivial que deveria ser senso comum mas não é ensinado, como o que fazer com o lixo, que deveriam de alguma forma constar nos assuntos obrigatórios do ensino nacional.

[uiliníli]

Estudos Sociais foi dividido há alguns anos em história e geografia. Eu estava no primário quando isso aconteceu, até hoje lembro de um homem e uma mulher que visitaram minha sala de aula para falar sobre isso.

Mas religião realmente é um bom tema para ser tratado tanto na aula de história quanto na de geografia. Eu mostraria um mapa mundi e diria: "Você acredita em Jesus porque, por acaso, você nasceu aqui. Se você tivesse nascido aqui você acreditaria no deus rato e no deus com cabeça de elefante." 

[Cumpadi]

E como você vai incluir coisas que não existem?!?! (espiritualidade princípalmente)

[Südenbauer]

Estudos Sociais foi dividido há alguns anos em história e geografia. Eu estava no primário quando isso aconteceu, até hoje lembro de um homem e uma mulher que visitaram minha sala de aula para falar sobre isso.

Puxa, que triste.Embora muita coisa pudesse ser incluída nas aulas de geografia, acho que os estudos sociais tinham uma abordagem mais prática. Inclusive acho que seria interessante expandir a matéria durante boa parte da vida escolarpara discutir os problemas sociais de sua cidade ao mesmo tempo tentando entender como ela funciona, algo que a gente sempre vai aprendendo.

[Südenbauer]

E como você vai incluir coisas que não existem?!?! (espiritualidade princípalmente)

Não entendi. Poderia ser mais claro?

[Cumpadi]

Quis dizer que não faz sentido discutir coisas que não existem. Discutir de religião é diferente de discutir espiritualidade, a primeira existe, já a segunda não. Ficar discutindo coisas que não existem como coisas que existem na escola é o primeiro passo para deixar tudo ainda mais místico.

[Barata Tenno]

Quis dizer que não faz sentido discutir coisas que não existem. Discutir de religião é diferente de discutir espiritualidade, a primeira existe, já a segunda não. Ficar discutindo coisas que não existem como coisas que existem na escola é o primeiro passo para deixar tudo ainda mais místico.

Espiritos podem não existir mas espiritualidade existe. É simplesmente o modo de viver de um crente em espiritos.

[Unknown]

Não sei se ainda existe, mas eu tive uma matéria chamada "Estudos sociais" por acho que uns 3 anos na escola, a professora basicamente nos explicava que vivemos em sociedade e então devemos entender sobre seu funcionamento e nosso papel na comunidade. É só expandir essa matéria englobando os temas discutidos nas aulasde religião como espiritualidade, tolerância, respeito.

Aliás, me lembrei agora que tem muita coisa trivial que deveria ser senso comum mas não é ensinado, como o que fazer com o lixo, que deveriam de alguma forma constar nos assuntos obrigatórios do ensino nacional.

Isso está me lembrando a antiga Educação Moral e Cívica. Em Estudos Sociais o que tive foi basicamente história e geografia, mas também tinha essas coisas de viver em sociedade e etc nos livros do terceiro ano.

[Südenbauer]

Quis dizer que não faz sentido discutir coisas que não existem. Discutir de religião é diferente de discutir espiritualidade, a primeira existe, já a segunda não. Ficar discutindo coisas que não existem como coisas que existem na escola é o primeiro passo para deixar tudo ainda mais místico.

Estás com uma visão bem superficial da situação. Quando eu falo de espiritualidade eu falo na capacidade de refletir, contemplar, saber se colocar na pele de outra pessoa. Isso é perfeitamente ensinável, e de fato minhas aulas de ensino religioso eram muito boas em relação a isso.

[Geotecton]

[...]
Quando eu falo de espiritualidade eu falo na capacidade de refletir, contemplar, saber se colocar na pele de outra pessoa.
[...]

Mas e isto é (ou precisa ser) chamado de "espiritualidade", Dr. Strangelove?

[Iconoclasta SP]

É aí que entra a iniciativa individual. Instruir seus filhos a ir para escola, assistir as aulas de religião e não acreditar em 1% da merda mental que será basculada na cabeça dos pequenos.

O Governo não é todo poderoso. Se um imbecil quer ensinar que a Terra tem 4.000 anos, cabe aos pais dar o antídoto desde cedo. É bom, ademais, que se aprenda desde cedo que a imbecilidade humana está amplamente disseminada com fins de preparar os moleques / molecas para o que vão encontrar no futuro. Até aula de idiotice pode ser útil, no final das contas.

[uiliníli]

O Governo não é todo poderoso. Se um imbecil quer ensinar que a Terra tem 4.000 anos, cabe aos pais dar o antídoto desde cedo.

Pois é, os pais criacionistas já fazem isso há tanto tempo... "O Governo não é todo poderoso. Se um infiel quer ensinar que a Terra tem 4.000.000.000 anos, cabe aos pais dar o antídoto desde cedo." E infelizmente isso funciona

[Südenbauer]

[...]
Quando eu falo de espiritualidade eu falo na capacidade de refletir, contemplar, saber se colocar na pele de outra pessoa.
[...]

Mas e isto é (ou precisa ser) chamado de "espiritualidade", Dr. Strangelove?

Por que não? De qualquer forma, sou eu quem está falando assim, se vocês quiserem dar outro nome fiquem à vontade.

[Unknown]

[...]
Quando eu falo de espiritualidade eu falo na capacidade de refletir, contemplar, saber se colocar na pele de outra pessoa.
[...]

Mas e isto é (ou precisa ser) chamado de "espiritualidade", Dr. Strangelove?

Por que não? De qualquer forma, sou eu quem está falando assim, se vocês quiserem dar outro nome fiquem à vontade.

Acho que isso está mais para empatia do que espiritualidade.

[Südenbauer]

Espiritualidade consiste na reflexão e contemplação inclusive de si mesmo, como eu escrevi.

[uiliníli]

Eu não gosto de chamar isso de espiritualidade por causa das conotações místicas que essa palavra carrega. Às vezes falo sabedoria, serenidade, equilíbrio...

[André Luiz]

Nao andou tendo um congresso sobre o estado laico esta semana?

[Buckaroo Banzai]

Acho que "espiritualidade" deveria ser a "religiosidade" dos "espirituais, mas não religiosos".

Não me ocorre um termo mais neutro para aquilo que o Strangelove colocou, mas é bem possível que haja.

[Cumpadi]

Acho que "espiritualidade" deveria ser a "religiosidade" dos "espirituais, mas não religiosos".

Não me ocorre um termo mais neutro para aquilo que o Strangelove colocou, mas é bem possível que haja.

Espirituais mas não religiosos se refere àqueles doidos que inventam um mundo mágico à parte que segue leis próprias mas não tem um deus? Isso não se chama esquizofrenia?

[Buckaroo Banzai]

Não necessariamente. Você é ateu "desde sempre",  ou foi criado religiosamente e abandonou tudo subidamente, ou foi gradualmente questionando e modificando/"customizando" essas crenças?

Acho que a maior parte dos ateus e pessoas crentes menos radicais se encontram ou se encontraram no segundo grupo, e não têm nada de esquizofrênicas por isso, nem foram levados até lá por esquizofrenia.

[rizk]

Nao andou tendo um congresso sobre o estado laico esta semana?

Está! Lá em Brasília. Tudo que vi é que o Peluso é favorável ao consumo de entorpecentes em contexto religioso e agora é que eu acho que tem que rolar essa Igreja do Unicórnio Cor de Rosa Invisível