Autor Tópico: A polêmica do blog de Satoshi Kanazawa na Psychology Today  (Lida 7594 vezes)

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Offline LoucoIdealista

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Re: A polêmica do blog de Satoshi Kanazawa na Psychology Today
« Resposta #25 Online: 05 de Julho de 2011, 17:58:36 »
Estimando que os caucasianos se separaram dos negróides há 50 mil anos, sendo que o homo sapiens existiria há 200 mil anos, poderíamos dizer que caucasianos e negróides poderiam sim ter diferenças inatas de aptidão intelectual consideráveis.

Pois é, dá até para fazer contas: se os humanos se separaram dos chimpanzés há 5 milhões de anos, progredindo em inteligência uniformemente ao longo do tempo desde então, enquanto a linhagem dos chimpanzés permaneceu igual nesse quesito, e se desde que os eurasiáticos se separaram dos africanos os primeiros continuaram progredindo em inteligência no mesmo ritmo enquanto os africanos estacionaram,  os africanos estariam então um centésimo da inteligência eurasiática mais próximos da inteligência dos chimpanzés.  ::)
Ou não, talvez os africanos continuassem a tendência evolutiva da inteligência, mais do que os caucasianos que se separaram...

A verdade é que o tempo de separação das linhagens, ao meu ver, não é tão pequeno ao ponto de dizer que a hipótese de diferenças cognitivas seja improvável.

E há diversas hipóteses apontando para uma espécie de "aceleração" das pressões seletivas (tanto de sobrevivência quanto de sedução do sexo oposto) cognitivas e até mesmo de "saltos" evolutivos no caminho de cérebros maiores.

Qualquer afirmação para uma CERTEZA, seja da inexistência quanto da existência de diferenças, me pareceria precipitado.

Se para o bem social é melhor dizer que provavelmente não há diferenças até que se prove o contrário, tudo bem... No passado a regra de interpretação era inversa, e os povos com cultura atrasada é que precisavam "provar" que as teorias racialistas estavam incorretas. Já sabemos que esta última regra não é das mais "humanas".

Mas, no debate científico, AFIRMAR que as diferenças existem (ou que não existem), ao meu ver, são muito precipitadas.

Offline LoucoIdealista

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Re: A polêmica do blog de Satoshi Kanazawa na Psychology Today
« Resposta #26 Online: 05 de Julho de 2011, 18:17:38 »
Sim, a sociedade científica está preparada para tudo (a de verdade, não a brasileira, que é (mais) cheia do politicamente correto).
Espero que sim...

O que eu pergunto é: inteligente em que sentido, no de "contas" por segundo? No sentido da memória? No sentido da abstração (este último já é abstrato por si só)? No sentido de capacidade escrever groselha (como nas redações de vestibulares)? No sentido de velocidade de leitura?
A questão é complexa, exigiria até mesmo um longo debate de conclusão incerta. No entanto, porque consideramos que o homem é muito mais inteligente do que o gorila? Os critérios poderiam existir mas, tendo em vista que na espécie humana a cultura é um fator muito importante, acho pouco provável estabelecer critérios precisos no momento.

A princípio tendo a achar que o raciocínio lógico e uma memória razoável costumam formar o conjunto "carro-chefe" da inteligência. Esta inteligência seria a inteligência responsável por ajudar os povos a construir culturas mais avançadas tecnologicamente.

Só acho que não existe essas diferenças na ciência. Qualquer um que não seja influenciado por pensamentos misticóides pode compensar por qualquer possível desvantagem dita acima utilizando-se de artimanhas (por exemplo, programas de computadores).
Concordo, em partes... Uma pessoa dotada de bom raciocínio lógico e uma memória suficientemente boa seria mais apta a CRIAR essas "artimanhas", como também a USÁ-LAS da melhor forma possível para resolver problemas complexos. No entanto, há fatores emocionais envolvidos, que poderiam atrapalhar os mais aptos como: soberba, resistência, doutrinações etc.

Offline Buckaroo Banzai

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Re: A polêmica do blog de Satoshi Kanazawa na Psychology Today
« Resposta #27 Online: 05 de Julho de 2011, 18:53:09 »
Eu acho que toda essa polêmica da discussão em torno de inteligência e raças é vazia porque, ainda que hajam pontos pendentes, conforme as coisas avançaram, ficou cada vez mais claro que a realidade não é tal como idealizavam os racistas, com "degraus" claros de inteligência e "nobreza" para cada raça, mas uma intersecção de todas as pessoas em todo o espectro, apenas restando variações de distribuição para cada grupo que se resolver dividir.

Variações essas cuja origem exata ainda não pôde e muito dificilmente poderá ser conclusivamente atribuída em sua totalidade à diferenças genéticas (ainda que a hipótese seja também de dificilima refutação "total"), ao mesmo tempo em que conhecidamente a maior parte da variação possível nestes atributos não é de origem genética.

A coisa é tal que, poderia eventualmente de alguma forma se concluir que sim, africanos ou quem quer que seja tivessem, por determinação genética, uma inteligência média mais baixa do que europeus ou outro grupo, mas isso não seria nada mais dramático do que, digamos, italianos diferem geneticamente de romenos no mesmo atributo -- algo que quase inevitavelmente também existirá.

Ao mesmo tempo, como estamos falando de médias, as curvas de distribuição da genética da inteligência poderiam ser diferentes em cada população (e subpopulações), o que deixaria a coisa ainda mais insignificante, como brancos terem uma média mais alta mas não poderem se gabar muito pela "inteligência genética" modal ser igual ou mais baixa, ou seja, sua inteligência média maior poderia se dar às custas de algumas subpopulações com inteligência excepcionalmente elevada.

Não que o assunto não seja interessante, e é, principalmente no que resulta de possíveis aplicações para melhorar a vida das pessoas, como se discernir fatores, principalmente não genéticos, como um estilo de "paternidade" que dá maiores estímulos intelectuais ou dieta, que podem contribuir para as pessoas nesse sentido. Mesmo que nunca se iguale todas as médias e que se desapareça com as curvas de distribuição em cada subgrupo ou ao todo. Isso é impossível, ou muito próximo disso. Isso não é um problema, por pior que pudesse ser ser uma conclusão definitiva, hoje em dia sabemos o suficiente para saber que poderia ser nada tão drástico, realmente significativo (no sentido "humano"/social, não meramente "estatisticamente significativo"), de implicações dramáticas para a sociedade. Isso é mais uma perspectiva à qual os racistas (bem, não necessriamente) se apegam, como uma "última esperança". Aliás, as piores conseqüências de qualquer conclusão, definitiva ou não, continuam não sendo os resultados diretos delas em si, mas ainda sejam suficientes para alimentar alguma propaganda nazistóide e isso resulte em algo prático contra algum grupo, seja racial ou uma outra possível divisão qualquer.

Offline Sergiomgbr

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Re: A polêmica do blog de Satoshi Kanazawa na Psychology Today
« Resposta #28 Online: 05 de Julho de 2011, 20:40:33 »
A busca de respostas para perguntas sobre quanto inteligente esse é em relação a aquele certamente passa pela nescessidade de se provar cientificamente a convição de certos grupos que se consideram predestinados a serem líderes e provedores pelas suas condutas em detrimento das de outrem. Não foi senão isso que a eugenia nazista buscava auferir?
Até onde eu sei eu não sei.

Offline Buckaroo Banzai

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Re: A polêmica do blog de Satoshi Kanazawa na Psychology Today
« Resposta #29 Online: 05 de Julho de 2011, 20:50:08 »
Eugenia não busca auferir nada, busca produzir, eliminar ou cultivar o que se supõe já ser suficientemente certo.


Não sei se a pesquisa necessariamente implica nessa intenção não. Você pode pesquisar por fatores não-genéticos influenciando a inteligência ou o que for, mas para fazê-lo direito você não pode desprezar a genética, nem que apenas como controle. Mas realmente boa parte do tempo não deixa de ter sentido e embasamento as suspeitas de motivos menos nobres por trás deles, a menos que se seja muito ingênuo ou otimista.

Offline Sergiomgbr

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Re: A polêmica do blog de Satoshi Kanazawa na Psychology Today
« Resposta #30 Online: 05 de Julho de 2011, 21:38:40 »
Eugenia não busca auferir nada, busca produzir, eliminar ou cultivar o que se supõe já ser suficientemente certo.


Não sei se a pesquisa necessariamente implica nessa intenção não. Você pode pesquisar por fatores não-genéticos influenciando a inteligência ou o que for, mas para fazê-lo direito você não pode desprezar a genética, nem que apenas como controle. Mas realmente boa parte do tempo não deixa de ter sentido e embasamento as suspeitas de motivos menos nobres por trás deles, a menos que se seja muito ingênuo ou otimista.
Antes de buscar, eliminar ou cultivar algo, parte-se de uma premissa para faze-lo, que é auferir. Para buscar, direção, para eliminar, conjuntura, para, cultivar estrutura. E se selecionam as raças pela auferição de suas características desde as mais superficiais como particularidades físicas até avaliações psicológicas etc. Todo esse processo é eugenia. Se seleciona auferindo, ou mais claramente praticando eugenia.
E se voce tem uma argumentação ad hominem essa passa pela abordagem explícita da questão da eugenia inevitavelmente.
Até onde eu sei eu não sei.

 

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