Cresci na ala esquerdista da ICAR, mais voltada para a Teologia da Libertação. Meus pais adoravam o Frei Betto, Leonardo Boff... Falava-se muito da conciliação entre o marxismo e a religião. Participei de treinamentos voltados para isso, inclusive.
Yeahhhh! Eu vivia metida nas Campanhas da Fraternidade, arrecadava alimento e roupa e todas as coisas, era fodástico.
Lá no colégio em que eu estudei eles davam a maior importância pra isso de caridade e tal. Mesmo as crianças mais pequenas trabalhavam, colocavam as coisas nas caixas para os mais velhos levarem para as comunidades carentes.
Inclusive, isso é a coisa que eu mais sinto falta da igreja: desde que eu saí, nunca mais foi a mesma coisa.
Nos meios seculares, o povo não liga muito pra caridade. Eu posso ser atéia e do capeta, mas disso eu não abro mão.
Viviam me chamando para os cursos de líderes, eu nunca fui. Meu amigo que foi acabou virando um bundão. Mas os encontros de jovens eram bacanas, tinha bolo de chocolate e fogueiras e coisas da hora.