Bom, já que muitos se manifestaram e 'desabafaram', também acho interessante comentar um pouco sobre minha vida errante.
Fazendo uma breve recapitulação em alguns parágrafos:
Lembro-me bem dos tempos de ir na igreja e passar os 45-50 minutos mais aborrecedores da(s) minha(s) semana(s). Ainda recordo bem, onde acho ter sido o princípio de toda a dúvida.... naquela tal de confissão. Tinha um colega que disse ter "sentido-se mais leve" após falar com o padre, mas eu sabia que pelo riso dele, que ele só falara isso para alegrar os coordenadores. Na minha vez, fui sincero comigo mesmo.... e admiti que isso não havia feito a menor diferença. Por 'incentivo' parental, até participei de grupos de jovens, mas logo me afastei.
Nunca havia gostado de ler, porém, por alguns motivos, começei a ler... até chegar ao ponto desenfreado de ler por mais de 13horas seguidas (breve pausa de 15minutos para almoço). Com o tempo evolui. Na faculdade, perguntaram-me, se com tudo o que eu lia, tinha me tornado ateu. Respondi que não, apenas havia mudado/aprofundado algumas concepções filosóficas. Mas novamente, o mundo evolui, e é imperioso que o ser humano evolua.
Finalmente fui convidado a grupos esotéricos/gnósticos/filosóficos, os quais contribuiram de maneira positiva. Cheguei à conclusão (e mantenho a mesma opinião) de que essas pessoas tinham muitos conhecimentos, mesmo descontando tudo o que era qualificável como "crenças-vãs". Novamente fui evoluindo e cheguei a agnóstico. Relato, mesmo com todo o nonsense que ali presenciei, deu para ter uma real noção de politeísmo e uma mistureba de crenças, rituais e símbolos. Nestes grupos, pessoas de várias hierarquias sociais e faixas etárias se encontravam e discutiam como se todos tivessem uma opinião válida. Ainda hoje sinto falta e lembro dos bons tempos que foram essas discussões. Não haviam agressões verbais ou forçada superioridade intelectual. [felizmente, alguns tópicos e discussões que li neste fórum, estão me lembrando daqueles bons tempos e fazendo revive-los)
No final das contas, saí por não conseguir aguentar mais tantas 'crenças-vãs'. Ainda hoje me pergunto, porque pessoas tão inteligentes se ligam a tanta coisa sem fundamentos/evidências/ provas. Conheci uma pessoa, que no leito de morte tornou-se atéia.... e depois acabou se recuperando (obviamente não por ter tornado-se atéia, mas por ter convalescido biológicamente), e nessa época já era uma pessoa sem deus(es).
Em minha evolução final, que já perdura por anos, adoto uma postura ateu-cética: ateísmo não é religião e não se comporta como tal, e é admissão do óbvio/certo/evidenciado/provado (não meramente um 'acreditar no não acreditar', como li em algum comentário). Se não existem provas/evidências... admito o óbvio científico/lógico e não o improvável. E não sinto-me constrangido em descartar algo que era tido como óbvio científico e que passa para improvável, pois a ciência é uma arte em contínua evolução e muitas vezes um erro pode nos levar a novas e maiores descobertas.