Autor Tópico: Quando fatos não são suficientes para convencer as pessoas de estarem erradas  (Lida 3269 vezes)

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Offline Geotecton

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Re: Quando fatos não são suficientes para convencer as pessoas de estarem erradas
« Resposta #25 Online: 09 de Julho de 2011, 23:42:44 »
A certeza absoluta é uma categoria de certeza...
http://pt.wikipedia.org/wiki/Certeza

Eu não escrevi nada do contrário.
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Trudeau

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Re: Quando fatos não são suficientes para convencer as pessoas de estarem erradas
« Resposta #26 Online: 10 de Julho de 2011, 00:56:29 »
A certeza absoluta é uma categoria de certeza...
http://pt.wikipedia.org/wiki/Certeza
Talvez o conceito convicção se preste mais a salientar questões subjetivas, como por exemplo alguem estar convicto que determinado ritual o faça memorizar melhor alguma informação, ou que determinada roupa seja preferível para tal e tal ocasião.
Do site citado (wikipedia) retirei o seguinte trecho:
Citação de: Wkipedia para Certeza
Entretanto, no meio científico, a certeza absoluta não existe, pois se reconhece diferentes níveis de incerteza em todas as observações e medições até então estabelecidas, dada a complexidade dos fenômenos a que se propõe o estudo, sendo estes constituidos, na maioria das vezes, por conjuntos co-dependentes de variáveis interventivas e intervenientes. Logo, com o reconhecimento que não existem de certezas incontestáveis, visto que elas podem ser corrigidas, aprimoradas ou abandonadas ao longo do tempo. Tal processo se dá em função da descoberta de novas evidências, carcterizando um sistema de replicabilidade e refutabilidade.
Acredito que o próprio site citado reafirma o que o Geotecton quis dizer, se é que entendi o teor da discussão!

Offline Geotecton

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Re: Quando fatos não são suficientes para convencer as pessoas de estarem erradas
« Resposta #27 Online: 10 de Julho de 2011, 01:00:36 »
Acredito que o próprio site citado reafirma o que o Geotecton quis dizer, se é que entendi o teor da discussão!

Sim, foi o que eu quis dizer para o forista sergiomgbr.
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Offline Sergiomgbr

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Re: Quando fatos não são suficientes para convencer as pessoas de estarem erradas
« Resposta #28 Online: 10 de Julho de 2011, 01:08:39 »
A certeza absoluta é uma categoria de certeza...
http://pt.wikipedia.org/wiki/Certeza

Eu não escrevi nada do contrário.
Só para corroborar seu raciocínio se tanto! :D
Mas que fique de bom tamanho frisar o caso de "certeza absoluta" como pleonasmo, quando se diz da "convicção"em relação a algo.
« Última modificação: 10 de Julho de 2011, 02:26:14 por sergiomgbr »
Até onde eu sei eu não sei.

Offline Buckaroo Banzai

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Re: Quando fatos não são suficientes para convencer as pessoas de estarem erradas
« Resposta #29 Online: 10 de Julho de 2011, 13:52:35 »
Temos que ser céticos e, quando desafiados pela evidencia, estar prontos a modificar nossas crenças de acordo com a força dos fatos.
Para as pessoas que não tem o mesmo caráter cético que temos é óbvio que o efeito backfire será mais intenso. Mas sempre vai haver uma parcela, mesmo que pequena, que modficará seu pensamento quando confrontada com evidencias fortes.

A minha questão não é tanto o que "nós", que somos céticos, podemos fazer para não sermos vítimas disso (ainda que seja sempre importante, apesar do ceticismo, que de fato seria por definição uma menor predisposição a isso, ainda que nem sempre seja mesmo o caso), mas, supondo nós estarmos cientes dos fatos, como podemos promovê-los de forma mais eficiente do que sua mera exposição e confrontação, que talvez tendam a ser contraproducentes? Ou no mínimo algo menos eficaz do que aquilo que seria possível se buscarmos um melhor entendimento de como as pessoas vêm a mudar de idéia sobre conceitos errôneos aos quais estão apegadas.
 


Citar
Por isso mesmo o debate é importante. Nào importa se a maioria permancerá acreditando em lendas urbanas. O debate as fará, pelo menos pensar um pouco
Afinal, foi desta forma que a maioria das pessoas deste forum se tornaram céticas, não foi?

Acho que talvez nem tanto o debate em si seja a resposta, mas o "se tornaram". Poucas pessoas, acredito, se "converteram" ao ceticismo por uma exposição singular dos fatos por uma outra pessoa. Geralmente é um processo mais gradual, onde, imagino, o principal componente talvez seja a pessoa não chegar lá levado pela mão, mas encontrar por si própria a conclusão.

Talvez a conscientização sobre certos tipos de coisas* possa ser mais eficiente se não se tentar levar as pessoas diretamente até a conclusão que se têm a partir dos fatos, mas um discurso mais "agnóstico", que forneça aquilo que as pessoas precisam para chegar àquela conclusão por si próprias.



Claro que isso são só linhas gerais extremamente vagas, e há versões menores do problema dentro do problema. Por exemplo, evolução e criacionismo. Poderia se tentar exposições dos fatos pertinentes de forma que deixe a conclusão (evolução) menos explícita, mas ainda haverá problemas com alguns elementos como falar de "intermediários entre os macacos e o homem" de forma vaga, o que poderá fazer soar o alarme "homem de Piltdown", criando uma resistência que não haveria com uma exposição ainda mais cuidadosa que, "sorrateiramente" lidasse com os fatos acerca do homem de Piltdown de forma  a talvez conseguir o efeito "hum... então o homem de Piltdown não foi uma falsificação por uma conspiração de ateus com o intuito de provar a evolução", prevenindo a reação que haveria de outra forma.

Um ponto bastante importante, supondo que tal "esquema" seja realmente superior a uma exposição mais enfocada ou enfática na conclusão comumente rejeitada, seria fazer isso de forma honesta. Não se pode fingir não ter tido a conclusão, ainda que isso não implique em não poder omití-la quando não for estritamente necessário mencioná-la para acrescentar fatos pertinentes que estejam faltando à discussão, ou minimizar tanto quanto for possível a ênfase sobre ela.

Acho que essa idéia segue mais ou menos as mesmas linhas do "discurso socrático" (ou "método socrático"), embora eu não conheça realmente muito sobre isso, só li alguma vez uma descrição há vários anos.





* agora não me lembro se o texto chegou a abordar esse ponto, mas não é apenas com questões às quais as pessoas tenham algum apego ideológico que o efeito ocorre, pode ocorrer também com fatos mais triviais, os quais as pessoas não teriam problema em aceitar uma correção. O problema é simplesmente que, ao refutar um mito, normalmente acabamos repetindo-o em um momento ou outro, o que acaba tendo um efeito de "reforço", não de correção. Acho que especialmente se isso já acontece nos "títulos" de textos ou palestras. Se as pessoas aprendem previamente que "A causa B", então exposições na forma de "O mito de que A causa B" acabam tendo o efeito de reforçar "A causa B"; o ideal supostamente seria alco como (talvez) "as verdadeiras causas de B", ou "Os verdadeiros efeitos de A".

Offline Adriano

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Re: Quando fatos não são suficientes para convencer as pessoas de estarem erradas
« Resposta #30 Online: 10 de Julho de 2011, 15:48:45 »
Temos que ser céticos e, quando desafiados pela evidencia, estar prontos a modificar nossas crenças de acordo com a força dos fatos.
Para as pessoas que não tem o mesmo caráter cético que temos é óbvio que o efeito backfire será mais intenso. Mas sempre vai haver uma parcela, mesmo que pequena, que modficará seu pensamento quando confrontada com evidencias fortes.

A minha questão não é tanto o que "nós", que somos céticos, podemos fazer para não sermos vítimas disso (ainda que seja sempre importante, apesar do ceticismo, que de fato seria por definição uma menor predisposição a isso, ainda que nem sempre seja mesmo o caso), mas, supondo nós estarmos cientes dos fatos, como podemos promovê-los de forma mais eficiente do que sua mera exposição e confrontação, que talvez tendam a ser contraproducentes? Ou no mínimo algo menos eficaz do que aquilo que seria possível se buscarmos um melhor entendimento de como as pessoas vêm a mudar de idéia sobre conceitos errôneos aos quais estão apegadas.
Muito interessante é a teoria da nova retórica de Perelman, através do seu Tratado da argumentação. A sua teoria da argumentação faz distinção entre persuação e convencimento e entre auditórios particulares e auditório universal. E tem as relações entre cada conceito, pois a persuação é mais voltada ao auditório particular e acaba falhando no convencimento, que seria mais voltado ao auditório universal.

No mais, a minha retórica é a cética e contra a dogmática, onde a crença se torna um entrave para o questionamento e a busca da verdade. E de uma forma mais ampla, tenho a memética, em dois usos distintos, sendo a primeira a memética como epistemologia e que validaria a ciência, e a segunda memética, no seu uso mais comum, define a condição virótica ( e doentia) das demais teorias e comportamentos não científicos, que surgem descontextualizadas e de forma marginal ao conhecimento mainstream.

Princípio da descrença.        Nem o idealismo de Goswami e nem o relativismo de Vieira. Realismo monista.

 

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