Me lembrei desta passagem do capítulo "O Aprendiz de Feiticeiro" do livro citado abaixo:
"Seguindo cerca de 360 metros a leste de Oxford Street, pegue a Museum Street e então, no final, vire na Great Russel Street, e você chegará aos portões do Museu Britânico. Desvie-se dos turistas, suba os degraus da frente e passe pelos guardas da recepção principal. À sua esquerda está a grande escadaria, um conjunto maciço de pedra em dois lances largos como uma casa. No alto fica a galeria romana, e ao passar por suas salas você atravessará os séculos - início da Idade Média, alta Idade média, final da Idade Média, salas 41, 42, 43...Na sala 46 você encontrará a coleção Tudor e lá, numa vitrine na extrema esquerda, está algo bastante fora do comum. Vá até lá e abaixe-se. Numa prateleira de vidro na altura de sua cintura, sobre um berço de plástico, está a bola de cristal do alquimista e filósofo John Dee. Com menos de 8 cm de diâmetro e perfeitamente polida, parece negra vista de alguns ângulos e transparente de outros. Atrás dela, a alguns centímetros, há um termômetro eletrônico e um higrômetro, com seu mostrador difgital aceso e uma luzinha vermelha piscando discretamente."
"Depois de afastar o olhar das profundezas do cristal e refazer seus passos, voltando do museu para os parelepípedos da rua e as câmeras de vídeo Nikon e Sony, ao caminhar pela névoa exausta da Oxford Street num crepúsculo do século XX você acabou de transpor a divisa entre o mito e a ciência, a metafísica e a física, a magia e a mecânica, John Dee e Isaak Newton."
Whitre, Michael -Isaak Newton, o último feiticeiro - uma biografia, Ed Record, 2000