Autor Tópico: Tecnocracia  (Lida 8339 vezes)

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Offline Enio

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Re: Tecnocracia
« Resposta #25 Online: 20 de Agosto de 2011, 17:43:51 »
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Eu certamente aceitaria um sistema deste, com algumas condições:
1 – haver democracia para assuntos que não sejam de natureza técnica, principalmente os relativos à ética e a moral.
2 – democracia exercida de forma mais direta possível, sem a necessidade de representantes. A tecnologia da informação pode ser utilizada e aperfeiçoada para este fim.
3 – total liberdade de expressão e de circulação de informação. Total liberdade de reunião e manifestação popular.
4 – Estado totalmente laico
5 – liberdade de crença religiosa, mas sem privilégios como isenção de impostos e afins.

Não vejo motivo para a suspensão de direitos democráticos com a instalação de uma sociedade automatizada e funcional aos moldes tecnocratas. Esqueça esta visão de Big Brother owreliano. Certamente deve haver uma constituição resguardando todos os direitos, inclusive o direito à educação e saúde de qualidade para todos.

Não proponho simplesmente aceitarmos sermos controlados por um cartão tecnocrata, assim como atualmente não aceitamos ter as vidas controladas pelo simples fato de existirem cartões de crédito, CPFs e celulares. O acesso e o uso de tais informações devem, assim como no sistema vigente, ser reguladas por leis. A diferença é que haveriam muito menos leis, pois haveriam muito menos instituições a serem controladas e, também, devido a ausência do dinheiro.

E sobre “benefícios dúbios”, tenho certeza que não são. Os benefícios seriam maravilhosos para a sociedade: acesso universal e irrestrito a coisas como saúde de qualidade, educação, informação, comida... enfim uma qualidade de vida realmente boa para toda a população e livre de problemas ambientais.

É mais ou menos isso o que eu desejo para uma nova ordem mundial, e não uma tirania planetária como se prevê.

Offline Fabrício

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Re: Tecnocracia
« Resposta #26 Online: 20 de Agosto de 2011, 20:23:56 »
Citação de: Enio
É mais ou menos isso o que eu desejo para uma nova ordem mundial, e não uma tirania planetária como se prevê.

É muito provavel que eu me arrependa de perguntar, mas... Enio, quem prevê isso (além de você)?

"Deus prefere os ateus"

Offline Geotecton

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Re: Tecnocracia
« Resposta #27 Online: 20 de Agosto de 2011, 22:19:42 »
Citação de: Enio
É mais ou menos isso o que eu desejo para uma nova ordem mundial, e não uma tirania planetária como se prevê.
É muito provavel que eu me arrependa de perguntar, mas... Enio, quem prevê isso (além de você)?

Acabou de abrir a Caixa de Pandora...
Foto USGS

Offline Fabrício

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Re: Tecnocracia
« Resposta #28 Online: 20 de Agosto de 2011, 22:23:04 »
Citação de: Enio
É mais ou menos isso o que eu desejo para uma nova ordem mundial, e não uma tirania planetária como se prevê.
É muito provavel que eu me arrependa de perguntar, mas... Enio, quem prevê isso (além de você)?

Acabou de abrir a Caixa de Pandora...

 :(
"Deus prefere os ateus"

Offline ByteCode

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Re: Tecnocracia
« Resposta #29 Online: 22 de Agosto de 2011, 12:21:33 »
Muitos adeptos de uma teoria chamada Nova Ordem Mundial, muitos evangélicos entre eles, é que preveem a instalação, ou ao menos a tentativa de instalação, de um totalitarismo global hitech, onde todos serão controlados em tudo, tipo o livro 1984. No caso dos crentes, o líder de tal totalistarismo seria o anticristo a mando do diabo. Para a ala não cristã de tal teoria, os totalitaristas seriam os donos do mundo, tipo os banqueiros e donos de grandes corporações. Para outra ala, isto já é a tentativa (de novo) de implantação do comunismo no mundo.

E para este pessoal aí, eu e quem mais defenda a instalação de um sistema aos moldes tecnocratas, é um agente Illuminati tentando infiltrar estes pensamentos na mente da população para que torne a idéia mais facilmente aceita.

Pra mim, tal sistema jamais poderá ser imposto desta forma, por meio de conspiração e um golpe. Ele somente poderá ser colocado em prática acaso o atual sistema falir e levar o mundo pro buraco. E mesmo assim, ainda seria TALVEZ. Sem falar que eu não sou a favor de um totalitarismo hitech, já que a democracia e liberdade de expressão irrestrita fazem parte dos pontos necessários para que eu viesse a aceitar tal sistema social baseado na automação em massa da economia.
« Última modificação: 22 de Agosto de 2011, 13:19:58 por ByteCode »

Offline ByteCode

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Re: Tecnocracia
« Resposta #30 Online: 22 de Agosto de 2011, 12:31:51 »
Mas lhe pergunto: hoje em dia já não somos controlados e rastreados por meio de nossos cartões de crédito e celulares? Alguém pode estar tendo acesso a estes dados com objetivos inescrupulosos neste exato momento. Quem garante que não?
ByteCode, instituições comercias visam o lucro e não pode se dar o luxo de praticar certas coisas contra o freguês, em caso de governo a conversa é totalmente diferente.

Mas este tipo de coisa não acontece formalmente, com uma CI da diretoria pedindo para utilizar informações pessoais de outros em benefício do presidente da corporação. Isto pode ser feito por alguns funcionários, com acesso privilegiado, a mando de algum figurão aí, tipo um político ou um mafioso qualquer, provavelmente movido por um poupudo pagamento. As vezes o próprio político ou mafioso é o presidente ou diretor da emrpesa.

E se isto não acontece ou acontece raramente, é porque existem leis regulando tal acesso a informações. E numa tecnocracia não seria diferente.

Offline ByteCode

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Re: Tecnocracia
« Resposta #31 Online: 22 de Agosto de 2011, 12:41:36 »
Byte Code, leis estatais sempre beneficiam o estado, tentar pensar em ua tecnocracia de forma não totalitária é ingenuidade, da esma fora que tentar teorizar socialismo, nazismo, fascismo e afins de forma não totalitária.

Não entendi a correlação aí entre tecnocracia e totalitarismo, jogando no mesmo saco de socialismo, nazismo etc. E, afinal, as leis não são estatais sempre?
 
O poder não estaria centralizado nas mãos de um ou de um único grupo social. Além disto, haveria votação direta, sem representantes (políticos) para assuntos não técnicos e concurso público para os técnicos (poderia-se adotar aí alguns mecanismo na escolha de tais tecnicos, tipo classificar uns cinco candidatos por concurso público e escolher de forma mais subjetiva qual dos cinco ocuparia a vaga, tipo por eleição e análise de antecedentes médicos e criminais). A lberdade total de expressão de idéias e liberdade artistica também fariam com que tal sistema não se tornasse totalitário.
« Última modificação: 22 de Agosto de 2011, 13:05:32 por ByteCode »

Offline ByteCode

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Re: Tecnocracia
« Resposta #32 Online: 22 de Agosto de 2011, 14:44:02 »
Se formos utilizar o conceito de totalitarismo assim sem muito compromisso com delimitadores conceituais, até países tidos como exemplos de democracia podem ser considerados totalitários:

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Em texto dedicado a Noam Chomsky, Jean Ziegler escreve: “Existem três totalitarismos: o totalitarismo stalinista, o totalitarismo nazista, e, agora, o "tina" (palavra formada com as iniciais da expressão inglesa “there is no alternative” (não há alternativa), utilizada por Margaret Thatcher para proclamar o caráter inelutável do capitalismo neoliberal). A "tina", em sua concepção de integração global, trabalharia para a integração econômica planetária, mas somente em prol dos interesses das altas financeiras, dos bancos e dos fundos de pensão, potências que controlariam também as mídias. Assim, aqueles que se opõe a essa política são chamados de "anti-globalização", sendo sua crítica colocada à margem da mídia[14].

Considerando que a finalidade da democracia é que as pessoas possam decidir suas próprias vidas e fazer as escolhas políticas que lhes concernem, e que ela se sustenta na Liberdade de expressão, mesmo os EUA, país símbolo da democracia, estariam sujeitos em dados momentos a um grau maior ou menor de totalitarismo, sustentado pela propaganda e pela pressão econômica sobre a livre expressão do pensamento. Considera ainda o pensador americano que, a liberdade de expressão somente começou a ser exercida de forma mais plena nos Estados Unidos na década de 1960.

Considera, apesar disso, que uma "construção intelectual ... não pode ser comparada aos campos de concentração ou ao gulag", sendo, portanto, este tipo de opressão pela massificação, mais branda do que as formas de Estado totalitário stalinistas e nazi-fascistas.

Prossegue o pensador dizendo que, a partir da década de 1920, em países como EUA e Grã-Bretanha "o desejo de liberdade não podia mais ser contido somente pela violência estatal", tendo, por isto, a propaganda ideológica assumido o seu lugar, tendo se produzido uma espécie de “fábrica do consentimento”, produzindo a aceitação e a submissão, como o mesmo objetivo totalitário de "controlar as idéias, os pensamentos, os espíritos"[15].

Se a propaganda é o método de controle ideológico mais eficaz e, portanto, o mais usado pelos modernos governos liberais, por outro lado, não devemos nos esquecer que, eventualmente, em situações consideradas extremas, lançou-se mão de outros daqueles mecanismos que Louis Althusser chamou de Aparelhos Ideológicos do Estado, tal como a interpretação das leis[16], ou dos chamados Aparelhos repressivos do Estado, tal como a própria polícia, para controlar os protestos dos manifestantes da chamada Anti-globalização[17].

http://pt.wikipedia.org/wiki/Totalitarismo

« Última modificação: 22 de Agosto de 2011, 14:47:21 por ByteCode »

Offline jpsouzamatos

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Re: Tecnocracia
« Resposta #33 Online: 22 de Agosto de 2011, 15:19:50 »
Não entendi a correlação aí entre tecnocracia e totalitarismo, jogando no mesmo saco de socialismo, nazismo etc.
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Eu considero a tecnocracia totalitária porque o governo ganharia total controle sobe a população e a economia, citei o socialismo e o nazismo porque são outras formas de totalitarismo.
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E, afinal, as leis não são estatais sempre?
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Geralmente, na Islândia medieval havia sistemas de leis privados (fora extintos de que a noruega conquistou a ilha após meio seculo de guerra).
 
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O poder não estaria centralizado nas mãos de um ou de um único grupo social. Além disto, haveria votação direta, sem representantes (políticos) para assuntos não técnicos
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Isso não impediria o extremo poder do governo e diante do conhecimento do governo, as eleições seriam facilmente manipuladas.
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e concurso público para os técnicos (poderia-se adotar aí alguns mecanismo na escolha de tais tecnicos, tipo classificar uns cinco candidatos por concurso público e escolher de forma mais subjetiva qual dos cinco ocuparia a vaga, tipo por eleição e análise de antecedentes médicos e criminais).
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isso além de não resolver o problema, poderia se tornar uma ferramenta para perseguir inimigos políticos.
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A lberdade total de expressão de idéias e liberdade artistica também fariam com que tal sistema não se tornasse totalitário.
se vc acha que em um sistema assim haveria total liberdade de expressão, sinto muito, a tecnologia seria usada para perseguir os adversarias, ciência na mão do governo é uma ameaça para a sociedade.

Offline ByteCode

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Re: Tecnocracia
« Resposta #34 Online: 22 de Agosto de 2011, 17:41:54 »
Não entendi a correlação aí entre tecnocracia e totalitarismo, jogando no mesmo saco de socialismo, nazismo etc.
Eu considero a tecnocracia totalitária porque o governo ganharia total controle sobe a população e a economia, citei o socialismo e o nazismo porque são outras formas de totalitarismo.

Mas o totalitarismo envolve muitas outras características, tal como proibir a liberdade de expressão, propaganda exaustiva pró-estado e restringir o poder apenas a um individuo ou um grupo fechado, entre outras. Além disso, o governo já nos controla por meio de coisas como o CPF, por exemplo.

E o que a proposta tecnocrata aborda é controlar o consumo das pessoas, de forma que se possa produzir e distribuir o necessário para todos sem haver desperdício ou má utilização, não o “total controle” de todos os itens da vida pessoal de cada cidadão. Não haverão “teletelas” (1984) em cada residência monitorando passo a passo o que cada um faz ou deixa de fazer em sua vida particular.

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E, afinal, as leis não são estatais sempre?

Geralmente, na Islândia medieval havia sistemas de leis privados (fora extintos de que a noruega conquistou a ilha após meio seculo de guerra).

Ou seja, as leis tendem sempre a emanarem do Estado, mesmo quando podem ser aplicadas contra ele mesmo.
 
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O poder não estaria centralizado nas mãos de um ou de um único grupo social. Além disto, haveria votação direta, sem representantes (políticos) para assuntos não técnicos
Isso não impediria o extremo poder do governo e diante do conhecimento do governo, as eleições seriam facilmente manipuladas.

O que impede, hoje em dia, dos nossos votos na urna eletrônica serem manipulados de forma a produzir resultados diferentes?
E o que impediria de mecanismos semelhantes serem adotados numa tecnocracia com voto direto?

Por exemplo, o atual sistema não impede aberrações como aquela ocorrida nos EUA, onde Bush foi eleito, mesmo a maioria do povo querendo o Algor. Seja qual for o sistema, ele pode ser manipulado (ou não), o que pode impedir isto são mecanismos eficazes para evitar que se burle o sistema. E o melhor mecanismo para isto na tecnocracia é a ausência do dinheiro e de políticos, respectivamente, ausência de interesses econômicos e políticos envolvidos. Se não for pra ter privilégios deste tipo, qual seria o objetivo de ser burlar o sistema ou mesmo dominá-lo? Só pra poder dizer pra si mesmo diante do espelho: “eu sou o máximo”?

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e concurso público para os técnicos (poderia-se adotar aí alguns mecanismo na escolha de tais tecnicos, tipo classificar uns cinco candidatos por concurso público e escolher de forma mais subjetiva qual dos cinco ocuparia a vaga, tipo por eleição e análise de antecedentes médicos e criminais).
isso além de não resolver o problema, poderia se tornar uma ferramenta para perseguir inimigos políticos.

Por que acha isto?

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A lberdade total de expressão de idéias e liberdade artistica também fariam com que tal sistema não se tornasse totalitário.
se vc acha que em um sistema assim haveria total liberdade de expressão, sinto muito, a tecnologia seria usada para perseguir os adversarias, ciência na mão do governo é uma ameaça para a sociedade.

Por que tem tanta certeza assim? Atualmente não se persegue adversários também? Pra isto basta colocar um detetive atrás da pessoa e uma escuta nos seus telefones, depois é só usar algum podre encontrado para fazer chantagem ou mesmo destruir publicamente a pessoa.

Certamente, a má utilização da ciência pelos governantes (ou qualquer um) é muito ruim, mas não precisamos deixar que seja assim. E temos muitas demonstrações de coisas boas advindas do cruzamento entre governo e tecnologia, não é só coisa ruim não.

Offline ByteCode

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O PROBLEMA DO CÁLCULO ECONÔMICO E A TECNOCRACIA
« Resposta #35 Online: 14 de Setembro de 2011, 11:53:01 »
A questão sobre o problema do cálculo econômico começa quando economistas, como Ludwig von Mises, começaram a observar os problemas práticos do planejamento econômico na primitiva União Soviética. Quando os socialistas foram colocar a "mão na massa" é que os problemas começaram a se mostrar evidentes.
Na antiga URSS, cada pessoa recebia uma determinada quantidade de dinheiro, o qual eles poderiam trocar por produtos nas lojas, ou centros de distribuição. Ou seja, havia um limite para o que cada um poderia consumir, e também havia preços calculados matematicamente para os diversos produtos.

Os economistas soviéticos - ou planejadores - mantinham uma central de dados com as estatísticas de consumo de cada produto. Eles podiam ver que no verão as pessoas tendiam a comprar certas coisas, no inverno tendiam a comprar outras, e assim eles iam alocando os recursos para produzir o que eles achavam que a população iria precisar para aquele período. Só que no momento em que se mostrava ser impossível fazer uma previsão coerente do consumo de cada um dos bens ofertados na economia, começaram a acontecer aberrações, como escassez de certos produtos e excesso de outros. Sobravam alguns produtos nas prateleiras enquanto faltavam outros.
Os preços então eram refeitos. Aumentava-se o preço do produto escasso e diminuía o preço do produto em excesso, para fazer a demanda entrar em equilíbrio com a oferta. O que ajudou, no decorrer dos anos, a tornar a economia soviética instável e sem controle.

Porém, atualmente este problema tem solução: a tecnologia. Mais precisamente a Tecnologia da Informação (TI). Já possuímos os meios para fazer um controle muito mais eficiente da demanda e da produção em uma economia planificada. Existe uma tecnologia chamada RFID - RADIO FREQUENCY IDENTIFICATION (Identificação por Radiofreqüência) ou simplesmente “etiquetas inteligentes”.
Tal tecnologia, aliada a um amplo sistema informatizado de gerenciamento, tanto da produção como do atacado e do varejo, possibilitaria um acompanhamento praticamente em “tempo real” do consumo da população, tornando desnecessários longos planejamentos em planos qüinqüenais e coisas do tipo. O planejamento mais amplo e geral para o investimento em produção poderia ser anual, com revisões mensais. Os técnicos poderiam ter relatórios diários e atualizados, a cada hora ou meia hora, sobre a produção e o consumo da população, refazendo suas metas de produção conforme se mostrar necessário.

A completa automação da produção por meio da robótica, aliado a sistemas bem integrados e rápidos de transporte, principalmente trens de alta velocidade (trens bala), e um sistema de controle e de logística totalmente informatizado, tornaria pequeno o lapso temporal entre demanda e produção, semelhante ao que temos no atual sistema de livre mercado. Com centros de distribuições centralizados, não haveria a complexidade de ter que abastecer milhares de atacados, supermercados, mercados, mercearias, distribuidoras, espalhados por uma vasta área geográfica dentro das cidades.
A atual fase da TI, munida de Inteligência Artificial (sistemas especialistas e redes neurais), certamente dariam conta do recado. Além do fato de que esta área do conhecimento humano é das que mais evoluem, com perspectivas muito promissoras de novas tecnologias como o processamento quântico e a fotonica.

Os soviéticos (e o resto da humanidade) simplesmente ainda não tinham acesso a este tipo de tecnologia que temos atualmente. Quem sabe, se a URSS tivesse resistido por mais uns vinte anos, tivesse se salvado do colapso econômico utilizando tais tecnologias (TI, robótica e transportes de altíssima velocidade). Poderia até ter ganho a guerra fria e se tornado a maior potência do mundo na atualidade, QUEM SABE.

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Tecnologia RFID – Etiquetas inteligentes

As longas filas no mercado são a maior reclamação de quem faz compras. Em breve, elas podem desaparecer, quando o código de barras UPC (Código de Produto Universal), encontrado por toda parte, for substituído por etiquetas inteligentes, também chamadas de etiquetas de identificação por rádio freqüência (RFID). Essas etiquetas são códigos de barras inteligentes, que podem se comunicar com um sistema de rede para rastrear todos os produtos que você colocou no carrinho.
 
Imagine ir a um mercado, encher o carrinho e sair direto pela porta, sem nunca mais ter que esperar enquanto alguém registra item por item da compra. As etiquetas RFID se comunicarão com um leitor eletrônico, que vai detectar todos os itens no carrinho e registrá-los quase que instantaneamente. O leitor será conectado a uma ampla rede, que mandará informações sobre os produtos aos varejistas e aos fabricantes. Seu banco será informado e o total será debitado da sua conta. Sem filas, sem espera.
 
As etiquetas RFID, tecnologia até então limitada a rastrear gado, farão em breve a mesma coisa com trilhões de produtos de consumo pelo mundo. Os fabricantes saberão a localização de cada produto do momento em que é feito, até quando for usado e jogado fora.
(...)
Quando os cientistas forem capazes de aumentar o alcance e baixar os custos das etiquetas RFID, isso levará a uma rede generalizada de pacotes inteligentes, que rastreiam cada fase da cadeia de abastecimento. As lojas estarão cheias de produtos com etiquetas inteligentes, que podem ser rastreados desde a compra até a lata de lixo. As próprias prateleiras se comunicarão com a rede sem o uso de fios. As etiquetas serão apenas um componente da ampla rede de rastreamento de produtos para coletar informações.
 
As outras duas partes dessa rede serão leitores que se comunicam diretamente com as etiquetas inteligentes e com a Internet, que servirá de linha de comunicação para a rede. Os leitores poderiam estar em todos os lugares, incluindo ferramentas para casa e equipamentos. Na realidade, esses leitores poderiam ser colocados diretamente nas paredes durante a construção de um prédio, tornando-se uma parte invisível do ambiente.
 
Vejamos um cenário do mundo real onde esse sistema poderia funcionar.
* Em uma típica visita ao mercado, um dos itens da sua lista é o leite. As embalagens terão uma etiqueta inteligente que armazena a data de validade e o preço. Quando você pega o leite na prateleira, ela pode mostrar a data de validade específica daquele produto ou a informação poderia ser enviada sem fio para o seu assistente eletrônico particular ou telefone celular.
* O leite e todos os outros itens que você pegou na loja são calculados automaticamente quando você passar pela porta, que possui um leitor de etiquetas embutido. As informações da compra são mandadas para o seu banco, que deduz o total da compra da sua conta. Os fabricantes dos produtos saberão que você os comprou e os computadores da loja saberão exatamente quanto de cada produto precisa ser pedido.
* Uma vez em casa, você coloca o leite na geladeira, que também é equipada com um leitor. Essa geladeira inteligente é capaz de rastrear todas as mercadorias nela guardadas. Pode também rastrear os alimentos que você usa, com que freqüência você os repõe e pode avisar quando aquele leite e outros alimentos perderem a validade.
* Os produtos também são rastreados quando forem jogados no lixo ou colocados para reciclagem. Quando isso acontecer, sua geladeira pode colocar leite na sua lista de compras, ou você pode programá-la para fazer o pedido desses itens automaticamente.
 
Para esse sistema funcionar, cada produto precisará de um número exclusivo. O MIT's Auto-ID Center (Centro de Auto-identidades do MIT), criado há alguns anos, está trabalhando em um identificador de Código Eletrônico de Produto (EPC) que pudesse substituir o UPC. Cada etiqueta inteligente poderia conter 96 bits de informação, incluindo o nome do fabricante, o nome do produto e um número em série de 40 bits. Usando esse sistema, uma etiqueta inteligente iria se comunicar com uma rede, chamada de Object Naming Service (Serviço de Títulos de Objetos). Esse banco de dados devolveria a informação sobre o produto e, então, a direcionaria para o computador do fabricante.
 
As informações armazenadas nas etiquetas inteligentes seriam escritas em uma Product Markup Language - PML (Linguagem de Marcação do Produto), que é baseada na Extensible Markup Language - XML (Linguagem de Marcação Extensível). A PML permitiria que todos os computadores se comunicassem com qualquer sistema de computador de forma similar a que os servidores Web lêem Hyper Text Markup Language - HTML (Linguagem de Marcação de Hipertexto), a linguagem comum usada para criar páginas na Web.
 
Os pesquisadores acreditam que as etiquetas inteligentes podem ser seus produtos de consumo favoritos em breve.

http://www.wirelessbrasil.org/wirelessbr/secoes/blog_rfid/rfid_set_08.html

Outras fontes sobre a tecnologia RFID:

http://unimestre.unibes.com.br/rica//rica/article/viewFile/379/333

http://ww.aedb.br/seget/artigos09/233_233_A_Logistica.pdf

Offline ByteCode

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Re: Tecnocracia
« Resposta #36 Online: 14 de Setembro de 2011, 12:07:32 »
Redes como as Casas Bahia e Pão de Açucar já utilizam a tecnologia de "etiquetas inteligentes".

Offline Adriano

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Re: Tecnocracia
« Resposta #37 Online: 14 de Setembro de 2011, 12:19:31 »
Os soviéticos (e o resto da humanidade) simplesmente ainda não tinham acesso a este tipo de tecnologia que temos atualmente. Quem sabe, se a URSS tivesse resistido por mais uns vinte anos, tivesse se salvado do colapso econômico utilizando tais tecnologias (TI, robótica e transportes de altíssima velocidade). Poderia até ter ganho a guerra fria e se tornado a maior potência do mundo na atualidade, QUEM SABE.
Quem domina a tecnologia da informação é os Estados Unidos. O que vem a público, seja na mídia ou no mercado, é apenas o que é permitido, para a segurança interna.

Um vídeo do Ted sobre o assunto:

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Ralph Langner: Decifrando o Stuxnet, uma arma cibernética do século XXI

Quando foi descoberto pela primeira vez em 2010, o verme de computador Stuxnet apresentou um quebra-cabeças estonteante. Além de seu extraordinário nível de sofisticação pairava um mistério ainda mais perturbador: seu propósito. Ralph Langner e sua equipe ajudaram a decifrar o código que revelou o alvo final dessa bomba digital -- e suas origens ocultas. Numa visão fascinante das entranhas da cibernética legal, ele explica como fez isso.
http://www.ted.com/talks/lang/eng/ralph_langner_cracking_stuxnet_a_21st_century_cyberweapon.html
« Última modificação: 14 de Setembro de 2011, 12:42:49 por Adriano »
Princípio da descrença.        Nem o idealismo de Goswami e nem o relativismo de Vieira. Realismo monista.

Offline ByteCode

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Re: Tecnocracia
« Resposta #38 Online: 14 de Setembro de 2011, 14:28:21 »
Interessante! Mas não entendi exatamente o que vocês quis dizer com isto.
Você estaria afirmando que já existia uma tecnologia da informação aprimorada o suficiente já lá nos anos 80 para se realizar este tipo de controle de produção/demanda em economias planificadas, porém não revelada pelos EUA aos demais países do mundo? Ou esta querendo dizer que não adianta utilizar os recursos da TI para viabilizar uma economia planificada pois os EUA sempre terão a capacidade de sabotar todo o sistema informatizado responsavel por isto?
« Última modificação: 14 de Setembro de 2011, 14:39:25 por ByteCode »

Offline Adriano

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Re: Tecnocracia
« Resposta #39 Online: 15 de Setembro de 2011, 08:56:34 »
Boas questões. Mas eu entendo que já vivemos no capitalismo informacional, onde a tecnologia é o instrumento de dominação atual desta ideologia. E o controle americano, via bomba informática e através de uso de ciência espacial demonstra bem essa verdadeira arma cibernética, que toma conta do arsenal nuclear iraniano. Sendo mais uma faceta da industria bélica, agora utilizando uma avançada ciência da informação  :chorao:

Não é a toa que a discussão na filosofia da informação se divide em pessimismo e otimismo. E o autor mais centrado, que tem um alinhamento com o ceticismo, aborda a questão da ética com a informação.
Princípio da descrença.        Nem o idealismo de Goswami e nem o relativismo de Vieira. Realismo monista.

 

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