A questão sobre o problema do cálculo econômico começa quando economistas, como Ludwig von Mises, começaram a observar os problemas práticos do planejamento econômico na primitiva União Soviética. Quando os socialistas foram colocar a "mão na massa" é que os problemas começaram a se mostrar evidentes.
Na antiga URSS, cada pessoa recebia uma determinada quantidade de dinheiro, o qual eles poderiam trocar por produtos nas lojas, ou centros de distribuição. Ou seja, havia um limite para o que cada um poderia consumir, e também havia preços calculados matematicamente para os diversos produtos.
Os economistas soviéticos - ou planejadores - mantinham uma central de dados com as estatísticas de consumo de cada produto. Eles podiam ver que no verão as pessoas tendiam a comprar certas coisas, no inverno tendiam a comprar outras, e assim eles iam alocando os recursos para produzir o que eles achavam que a população iria precisar para aquele período. Só que no momento em que se mostrava ser impossível fazer uma previsão coerente do consumo de cada um dos bens ofertados na economia, começaram a acontecer aberrações, como escassez de certos produtos e excesso de outros. Sobravam alguns produtos nas prateleiras enquanto faltavam outros.
Os preços então eram refeitos. Aumentava-se o preço do produto escasso e diminuía o preço do produto em excesso, para fazer a demanda entrar em equilíbrio com a oferta. O que ajudou, no decorrer dos anos, a tornar a economia soviética instável e sem controle.
Porém, atualmente este problema tem solução: a tecnologia. Mais precisamente a Tecnologia da Informação (TI). Já possuímos os meios para fazer um controle muito mais eficiente da demanda e da produção em uma economia planificada. Existe uma tecnologia chamada RFID - RADIO FREQUENCY IDENTIFICATION (Identificação por Radiofreqüência) ou simplesmente “etiquetas inteligentes”.
Tal tecnologia, aliada a um amplo sistema informatizado de gerenciamento, tanto da produção como do atacado e do varejo, possibilitaria um acompanhamento praticamente em “tempo real” do consumo da população, tornando desnecessários longos planejamentos em planos qüinqüenais e coisas do tipo. O planejamento mais amplo e geral para o investimento em produção poderia ser anual, com revisões mensais. Os técnicos poderiam ter relatórios diários e atualizados, a cada hora ou meia hora, sobre a produção e o consumo da população, refazendo suas metas de produção conforme se mostrar necessário.
A completa automação da produção por meio da robótica, aliado a sistemas bem integrados e rápidos de transporte, principalmente trens de alta velocidade (trens bala), e um sistema de controle e de logística totalmente informatizado, tornaria pequeno o lapso temporal entre demanda e produção, semelhante ao que temos no atual sistema de livre mercado. Com centros de distribuições centralizados, não haveria a complexidade de ter que abastecer milhares de atacados, supermercados, mercados, mercearias, distribuidoras, espalhados por uma vasta área geográfica dentro das cidades.
A atual fase da TI, munida de Inteligência Artificial (sistemas especialistas e redes neurais), certamente dariam conta do recado. Além do fato de que esta área do conhecimento humano é das que mais evoluem, com perspectivas muito promissoras de novas tecnologias como o processamento quântico e a fotonica.
Os soviéticos (e o resto da humanidade) simplesmente ainda não tinham acesso a este tipo de tecnologia que temos atualmente. Quem sabe, se a URSS tivesse resistido por mais uns vinte anos, tivesse se salvado do colapso econômico utilizando tais tecnologias (TI, robótica e transportes de altíssima velocidade). Poderia até ter ganho a guerra fria e se tornado a maior potência do mundo na atualidade, QUEM SABE.
Tecnologia RFID – Etiquetas inteligentes
As longas filas no mercado são a maior reclamação de quem faz compras. Em breve, elas podem desaparecer, quando o código de barras UPC (Código de Produto Universal), encontrado por toda parte, for substituído por etiquetas inteligentes, também chamadas de etiquetas de identificação por rádio freqüência (RFID). Essas etiquetas são códigos de barras inteligentes, que podem se comunicar com um sistema de rede para rastrear todos os produtos que você colocou no carrinho.
Imagine ir a um mercado, encher o carrinho e sair direto pela porta, sem nunca mais ter que esperar enquanto alguém registra item por item da compra. As etiquetas RFID se comunicarão com um leitor eletrônico, que vai detectar todos os itens no carrinho e registrá-los quase que instantaneamente. O leitor será conectado a uma ampla rede, que mandará informações sobre os produtos aos varejistas e aos fabricantes. Seu banco será informado e o total será debitado da sua conta. Sem filas, sem espera.
As etiquetas RFID, tecnologia até então limitada a rastrear gado, farão em breve a mesma coisa com trilhões de produtos de consumo pelo mundo. Os fabricantes saberão a localização de cada produto do momento em que é feito, até quando for usado e jogado fora.
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Quando os cientistas forem capazes de aumentar o alcance e baixar os custos das etiquetas RFID, isso levará a uma rede generalizada de pacotes inteligentes, que rastreiam cada fase da cadeia de abastecimento. As lojas estarão cheias de produtos com etiquetas inteligentes, que podem ser rastreados desde a compra até a lata de lixo. As próprias prateleiras se comunicarão com a rede sem o uso de fios. As etiquetas serão apenas um componente da ampla rede de rastreamento de produtos para coletar informações.
As outras duas partes dessa rede serão leitores que se comunicam diretamente com as etiquetas inteligentes e com a Internet, que servirá de linha de comunicação para a rede. Os leitores poderiam estar em todos os lugares, incluindo ferramentas para casa e equipamentos. Na realidade, esses leitores poderiam ser colocados diretamente nas paredes durante a construção de um prédio, tornando-se uma parte invisível do ambiente.
Vejamos um cenário do mundo real onde esse sistema poderia funcionar.
* Em uma típica visita ao mercado, um dos itens da sua lista é o leite. As embalagens terão uma etiqueta inteligente que armazena a data de validade e o preço. Quando você pega o leite na prateleira, ela pode mostrar a data de validade específica daquele produto ou a informação poderia ser enviada sem fio para o seu assistente eletrônico particular ou telefone celular.
* O leite e todos os outros itens que você pegou na loja são calculados automaticamente quando você passar pela porta, que possui um leitor de etiquetas embutido. As informações da compra são mandadas para o seu banco, que deduz o total da compra da sua conta. Os fabricantes dos produtos saberão que você os comprou e os computadores da loja saberão exatamente quanto de cada produto precisa ser pedido.
* Uma vez em casa, você coloca o leite na geladeira, que também é equipada com um leitor. Essa geladeira inteligente é capaz de rastrear todas as mercadorias nela guardadas. Pode também rastrear os alimentos que você usa, com que freqüência você os repõe e pode avisar quando aquele leite e outros alimentos perderem a validade.
* Os produtos também são rastreados quando forem jogados no lixo ou colocados para reciclagem. Quando isso acontecer, sua geladeira pode colocar leite na sua lista de compras, ou você pode programá-la para fazer o pedido desses itens automaticamente.
Para esse sistema funcionar, cada produto precisará de um número exclusivo. O MIT's Auto-ID Center (Centro de Auto-identidades do MIT), criado há alguns anos, está trabalhando em um identificador de Código Eletrônico de Produto (EPC) que pudesse substituir o UPC. Cada etiqueta inteligente poderia conter 96 bits de informação, incluindo o nome do fabricante, o nome do produto e um número em série de 40 bits. Usando esse sistema, uma etiqueta inteligente iria se comunicar com uma rede, chamada de Object Naming Service (Serviço de Títulos de Objetos). Esse banco de dados devolveria a informação sobre o produto e, então, a direcionaria para o computador do fabricante.
As informações armazenadas nas etiquetas inteligentes seriam escritas em uma Product Markup Language - PML (Linguagem de Marcação do Produto), que é baseada na Extensible Markup Language - XML (Linguagem de Marcação Extensível). A PML permitiria que todos os computadores se comunicassem com qualquer sistema de computador de forma similar a que os servidores Web lêem Hyper Text Markup Language - HTML (Linguagem de Marcação de Hipertexto), a linguagem comum usada para criar páginas na Web.
Os pesquisadores acreditam que as etiquetas inteligentes podem ser seus produtos de consumo favoritos em breve.
http://www.wirelessbrasil.org/wirelessbr/secoes/blog_rfid/rfid_set_08.html
Outras fontes sobre a tecnologia RFID:
http://unimestre.unibes.com.br/rica//rica/article/viewFile/379/333http://ww.aedb.br/seget/artigos09/233_233_A_Logistica.pdf