Tópico: Educação sexualmente igualitária para as crianças

[Adriano]

O que vocês pensam desse assunto?

Sobre as brincadeira infantis, por exemplo. O Dr. Manhattan fez um comentário interessante algum tempo atrás, e que recordo mais ou menos assim, de que as mulheres se beneficiam muito nas suas brincadeiras de casinha, onde simulam os relacionamentos adultos, tendo uma vantagem cognitiva por isto, neste aspecto.

[Sergiomgbr]

O que vocês pensam desse assunto?

Sobre as brincadeira infantis, por exemplo. O Dr. Manhattan fez um comentário interessante algum tempo atrás, e que recordo mais ou menos assim, de que as mulheres se beneficiam muito nas suas brincadeiras de casinha, onde simulam os relacionamentos adultos, tendo uma vantagem cognitiva por isto, neste aspecto.

Eu não diria vantagem exatamente, quando o que simulam muitas das vezes é o comportamento dos pais(  e suas indiossicrasias!) mas pode se dizer que tem mais experiência.

[Buckaroo Banzai]

O que vocês pensam desse assunto?

Sobre as brincadeira infantis, por exemplo. O Dr. Manhattan fez um comentário interessante algum tempo atrás, e que recordo mais ou menos assim, de que as mulheres se beneficiam muito nas suas brincadeiras de casinha, onde simulam os relacionamentos adultos, tendo uma vantagem cognitiva por isto, neste aspecto.

Pois eu acho que é mais o contrário. As brincadeiras "de meninos" são mais cognitivamente estimulantes por fugirem mais do banal, do dia-a-dia que é "casinha". Ao passo que brincar de casinha pode não simular os relacionamentos adultos, talvez, acho que mais provavelmente, justamente o contrário, só fantasias e idealizações com pouco a ver com a realidade, criando falsas expectativas e desapontamentos mais tarde. Coincidentemente (ou não) as mulheres são mais insatisfeitas nos relacionamentos e sofrem mais de depressão. Talvez a experiência não fantasiosa dos meninos seja melhor do que a "de mentirinha", sejam mais realistas.

[rizk]

Risk, é muita pedagogia pra colocar Sítio do Pica-pau Amarelo no vermelho no debate das questões raciais(etnicas)!  O que faz qualquer livro ser bom é a interpretação que temos de seu conteúdo, não só a capa.

Há que se lembrar que mesmo a crueldade ou a aspereza de temas espinhosos como racismo são a realidade da vida e não subtraíveis de todo do universo das crianças. Ainda que possamos fazer a comidinha das crianças mais digerível a elas, não seria relevante ponderar o quanto insistimos em oferecer creminho de arroz a um bom carnívoro?

Concordo com você! Veja lá a minha primeira resposta.
Mas expor à questão racial do Lobato, quando a criança é pequena e quando há coisas mais adequadas... acho bobagem.
Acho que é importante os pequeninhos saber que todo mundo é igual, AINDA QUE tenha gente velha que diga diferente. Depois quando a criança cresce a gente fala de raça, de sexo, de dinheiro e problemas diversos.


http://www.snotm.com/2010/06/blog-post.html

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Buckaroo é mesmo um brincalhão, né minha gente.

Toma.

[Nina]

Uso caneta vermelha... os alunos usam lápis ou preta ou azul... só sobra a vermelha para mim!

[Sergiomgbr]

Como eu disse Risk, as crianças pensam sobre suas genitálias serem diferentes, sobre seus tons de pele serem diferentes, pensam que pessoas grandes só querem ensinar, ou só mandar, pensam e fantasiam sobre o que vêem, e interagem. è um dos momentos em que suas cabecinhas mais estão em ebulição e é um tempo que forma suas estruturas psíquicas, até mais que em outras épocas da vida.

A conclusão que se pode chegar evidencia que ao se deparar com uma gritante diferença em que os adultos insistem em rotular de igualdades, as crianças estranhem e acham os grandões uns bobos...
Como papai fala que eu sou igual ao meu irmão, se eu tenho que agachar pra fazer pipi e o meu irmão  mija lonjão??? Perguntaria a garotinha...Daí, tome explicações e lições e satisfações. Ou porque eu não posso assistir o Sítio...E tome justificativas e mais explicações.

Nós sabemos que faz sentido o que dizemos, mas que criança vai concordar com nosso engajamento pelas nossas visões sobre o mundo, e ponto final? No final das contas aquele hiato vai continuar em suas cabecinhas. Uma conversa boa e tudo fica bem!

[Buckaroo Banzai]

Já que a coisa se expandiu para além da parte de igualdade sexual, outra coisa relacionada:


<a href="http://www.youtube.com/v/JCjDxAwfXV0" target="_blank" class="new_win">http://www.youtube.com/v/JCjDxAwfXV0</a>

http://en.wikipedia.org/wiki/Jane_Elliott

[Buckaroo Banzai]

Aqui tem uma versão legendada em pt, ou de algo relacionado:



Inspirada pelo assassinato de ML King, uma professora de algum lugar onde praticamente só tinha alunos brancos nos EUA bola um exercídio de incitar "racismo" pela cor dos olhos para que as crianças possam experimentar racismo na pele (ou... na íris, mais especificamente).

[Buckaroo Banzai]

[quote author=sergiomgbr link=topic=25272.0.html#msg623498 date=13121463
Acho que é importante os pequeninhos saber que todo mundo é igual, AINDA QUE tenha gente velha que diga diferente. Depois quando a criança cresce a gente fala de raça, de sexo, de dinheiro e problemas diversos.

Acho que mais correto seria se esse conceito de "iguais" fosse no sentido de que "somos iguais em sermos todos diferentes", uns mais que outros, na maior parte do tempo essas diferenças merecem respeito. Contanto que não se conte "político ladrão" como uma dessas diferenças e essas ressalvas todas. É muito fácil, automático, respeitar quem é "igual", o problema é mesmo entender e respeitar as diferenças.

[rizk]

[quote author=sergiomgbr link=topic=25272.0.html#msg623498 date=13121463
Acho que é importante os pequeninhos saber que todo mundo é igual, AINDA QUE tenha gente velha que diga diferente. Depois quando a criança cresce a gente fala de raça, de sexo, de dinheiro e problemas diversos.

Acho que mais correto seria se esse conceito de "iguais" fosse no sentido de que "somos iguais em sermos todos diferentes", uns mais que outros, na maior parte do tempo essas diferenças merecem respeito. Contanto que não se conte "político ladrão" como uma dessas diferenças e essas ressalvas todas. É muito fácil, automático, respeitar quem é "igual", o problema é mesmo entender e respeitar as diferenças.

Amores, estamos falando da mesma coisa.

Todos sentimos fome, frio, cansaço, sono, angústia, solidão e medo.

Não tem etnia, classe, gênero, nacionalidade que mude isso.

E se a gente adota uma corrente pedagógica que, em vez de ACENTUAR o caráter da igualdade na diferença, ANULA ele, como a escola que o BB postou inicialmente, estamos pedindo pra dar merda.


Ainda sobre o Lobato. Antes eu achava tempestade em copo d'água, cresci com o Sítio e, vocês são testemunhas, não acabei uma nazista. Mas ó: http://www.idelberavelar.com/archives/2011/02/carta_aberta_ao_ziraldo_por_ana_maria_goncalves.php
Melhor não, melhor não.

[Dr. Manhattan]

Amores, estamos falando da mesma coisa.

Todos sentimos fome, frio, cansaço, sono, angústia, solidão e medo.

Não tem etnia, classe, gênero, nacionalidade que mude isso.

E se a gente adota uma corrente pedagógica que, em vez de ACENTUAR o caráter da igualdade na diferença, ANULA ele, como a escola que o BB postou inicialmente, estamos pedindo pra dar merda.

Acho que existe muita confusão semântica em relação a essa questão da igualdade. O fato é que somos todos diferentes uns dos outros em algum aspecto. Creio que a mensagem que deve ser passada às crianças é que (a) diferenças superficiais não nos permitem julgar o caráter, a inteligência ou o valor de uma pessoa e (b) que o fato de indivíduos de um certo grupo terem uma característica em comum - e diferente de outro grupo, não implica que eles compartilhem outras características (físicas ou de caráter). Isso é algo simples de entender, mas não muito fácil de explicar.