Autor Tópico: Inteligência social: explicando o conceito  (Lida 10889 vezes)

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Inteligência social: explicando o conceito
« Online: 10 de Setembro de 2011, 12:47:32 »
Nos últimos anos, a ciência avançou na detecção de regularidades e explicações no campo da inteligência social. Muitas pessoas já têm um entendimento intuitivo dos princípios psicológicos da mesma simplesmente por viver a vida e interagir com os outros, mas sentem dificuldade só em pensar em como defini-la. Assim, eis a pergunta que não quer calar: como pode ser descrito o conceito de inteligência social? 

Em 2006, o renomado autor de Inteligência Emocional, Daniel Goleman, surgiu com mais um trabalho de repercussão mundial. Estou me referindo à obra Inteligência Social: o Poder Oculto das Relações Humanas (Editora Campus). Nela, Goleman defende um novo modelo de inteligência baseado no emergente campo da neurociência social. Pessoalmente, acho que a parte mais interessante do livro foi o capítulo sobre a definição detalhada do conceito de inteligência social, o que permite um roteiro de estudo sobre a mesma. Gostaria de compartilhar essa informação com todos vocês.

Só lembrando que a inteligência social também é chamada de inteligência interpessoal. Ela é uma das duas inteligências pessoais: além da inteligência interpessoal, existe a inteligência intrapessoal.

A inteligência intrapessoal é a habilidade correlativa que nos permite configurar uma imagem exata e verdadeira de nós mesmos e nos faz capazes de utilizar essa imagem para atuar na vida de um modo mais eficaz.

Já a inteligência interpessoal consiste na capacidade de compreender os demais: quais são as coisas que mais os motivam, como trabalham e a melhor forma de cooperar com eles.

Essas foram as definições expostas por Goleman no best-seller Inteligência Emocional. Em Inteligência Social, Goleman define que os ingredientes fundamentais da inteligência interpessoal podem se agrupar em duas grandes categorias, a consciência social (o que sentimos sobre os demais) e a aptidão social (o que fazemos com essa consciência).

A consciência social está composta pelos seguintes itens:

* Empatia primordial: É sentir o que sentem os demais, interpretando adequadamente os sinais emocionais não-verbais, tais como expressões faciais, gestos e tom de voz. É um traço espontâneo e instintivo. Quando, por exemplo, alguém sorrir para nós temos a tendência de mover os músculos faciais como se fossem marionetes. Isso ocorre em consequência da atividade dos neurônios-espelhos. Sua função consiste em reproduzir ações que observamos nos demais e imitar – ou ter o impulso de imitar – as suas ações. Os neurônios-espelho permitem que sintamos o que o outro experimenta, os efeitos de seus sentimentos, de seus movimentos e de suas emoções.

* Sintonia: É o ato de escutar de maneira totalmente receptiva e conectar-se aos demais. É um tipo de atenção que consiste em saber deixar de lado suas preocupações e vaidades para escutar de maneira completa.

* Exatidão empática: É o ato de compreender os pensamentos, sentimentos e intenções dos demais. Ela se constrói a partir da empatia primordial, mas também inclui uma compreensão mais explícita dos motivos subjacentes dos demais que nos permite predizer o que os outros farão.

* Cognição social: Consiste no conhecimento do modo que funciona o mundo social. Essa competência cognitiva permite que os mais hábeis saibam como comportar-se na maioria das situações sociais e que eles sejam destros na decodificação dos sinais sociais que nos permitam saber, por exemplo, qual é a pessoa mais poderosa de um grupo. O nível de compreensão do mundo social depende de nossa forma de pensar, de nossas crenças e do que havemos aprendido sobre as normas e regras implícitas que governam as relações interpessoais.

Uma vez mencionado os quatro itens da consciência social, passemos para a descrição da outra categoria. A aptidão social é um traço que se baseia na consciência social e que possibilita interações sensíveis e eficazes. O espectro de aptidões sociais inclui:

* Sincronia: É relacionar-se facilmente a um nível não-verbal. Para entrar em sincronia, é necessário ser capaz de ler instantaneamente os sinais não-verbais da sincronia e atuar em consequência, sem sequer pensar nisso. Em pessoas que estão em sincronia, seus olhos se cruzam com frequência, seus corpos permanecem próximos, sentem-se próximos, seus narizes permanecem mais próximos do que uma conversa habitual e não se incomodam pela presença de silêncios.  Há ainda os velozes ajustes no ritmo verbal, os gestos mais rápidos da mão e as imitações dos gestos e movimentos (as espontâneas, já as fingidas e mecânicas não favorecem o rapport). A sincronia transmite a mensagem “estou contigo” ou “continua, por favor,”.

* Apresentação de si mesmo: É a capacidade de transmitir a impressão adequada. Um de seus aspectos é o carisma, que se assenta na capacidade de despertar nos demais a própria emoção que experimenta e arrastar-lhes até essa franja do espectro emocional. Abordar cada questão com o tom emocional adequado para conseguir o máximo de impacto em seu grupo ilustra bem essa habilidade. A capacidade de controlar e encobrir as emoções é, segundo alguns modelos, a chave para a apresentação de si mesmo.

* Influência: É a aptidão dos que mais facilmente conseguem que os demais o obedeçam. Gerir adequadamente as ameaças de agressão, reprimindo o impulso de reagir agressivamente ao desacato, e fazer o uso adequado da força são aspectos da rotina de quem é especialista em influência. Para isso, é preciso encontrar a resposta que melhor se adapta as circunstâncias, o que exige autocontrole, empatia e cognição social. Isso permite modular o impulso agressivo e interpretar os sentimentos dos outros, para calibrar assim a força mínima necessária e adaptar-se as normas que operam numa situação.   

* Interesse pelos demais: É a ação que acompanha a empatia que se sente por alguém. Significa tomar o tempo e os recursos necessários para dá uma mão a quem precisa. Para mobilizar a ação, não basta o simples interesse pelos demais, porque também é preciso atuar eficazmente. Por exemplo, Bill e Melinda Gates recorrem às melhores práticas do mundo empresarial para ajudar os doentes da África Subsaariana.

Como vocês devem ter percebido, a psicologia atual emprega a empatia em três sentidos: conhecer os sentimentos de outra pessoa; sentir o que ela está sentindo e agir compassivamente ante os problemas que a afligem.

Também pode ser percebido que o agrupamento das várias habilidades acima descritas traz a sensação social da harmonia que alinha simpatia, em que as pessoas experimentam cordialidade, compreensão e autenticidade. Ela é chamada de rapport. Ela é favorecida por três ingredientes.

O primeiro deles é a atenção compartilhada. Quando duas pessoas atendem o que o outro diz e faz, é gerada uma sensação de interesse compartilhado e alenta a aparição dos mesmos sentimentos. Ter a sensação de que outra pessoa se conectou com nossos sentimentos nos faz bem.

O segundo ingrediente é a sensação positiva, que se manifesta basicamente através do tom de voz e expressão facial. Neste caso, as mensagens não-verbais são mais importantes do que as palavras.

A coordenação ou sincronia constitui o terceiro ingrediente e já foi descrita detalhadamente.

Outra coisa notável é que o contágio emocional social ilustra o funcionamento da via inferior do cérebro. Esta se refere a circuitos cerebrais que operam de maneira automática. A via superior, por sua vez, discorre através de sistemas que operam de um modo mais lento, deliberado e automático. Graças a ele podemos estar consciente do que está acontecendo e dispor de certo controle sobre a nossa vida interna. A via inferior sacrifica a exatidão em detrimento da velocidade e a via superior sacrifica a velocidade em detrimento da exatidão.

Algumas habilidades sociais são realizadas de forma inconsciente, outras de forma inconsciente e consciente. Assim, por exemplo, a sincronia e a empatia primordial são capacidades exclusivas da via inferior, enquanto a exatidão empática e a influência combinam a via superior e a inferior. 

Mesmo as habilidades que utilizam exclusivamente a via inferior podem ser aperfeiçoadas. Um exemplo é o programa de treinamento em microexpressões feito pelo psicólogo americano Paul Ekman, que é exposto em seus livros e cursos. Há décadas ele investiga o impacto da revelação das emoções pelos canais não-verbais, sobretudo as microexpressões faciais. Uma das abordagens é que o próprio controle das microexpressões ajuda no reconhecimento das emoções alheias, além de ser ferramenta para o autocontrole emocional.

Além disso, como já visto, uma importante habilidade suscetível de aperfeiçoamento que está ligada a inteligência interpessoal é a inteligência intrapessoal. A inteligência emocional e a social se entremesclam porque quase todas as emoções são sociais. Devido ao wifi-neural da mente, é muito difícil ter como dissociar os estados mentais internos excitados do mundo social. Portanto, também é importante o aprendizado sobre as habilidades já mencionadas por Goleman em Inteligência Emocional:

* O conhecimento das próprias emoções: significa ser consciente de nossos estados de ânimo e dos pensamentos que temos acerca desses estados de ânimo.
 
* A capacidade de controlar as próprias emoções: aptidão psicológica enraizada na resistência ao impulso, o que gera autodisciplina e capacidade de adiar a satisfação.

* A capacidade de motivar a si mesmo: significa a reunião de sentimentos de entusiasmo, perseverança e confiança que alenta o elevado desempenho em todas as áreas da vida (profissional, pessoal e artística).

Por fim, tem-se a questão da necessidade de aptidão cognitiva. A cognição social é influenciada por ela, e muitos já chegaram a definir a aptidão cognitiva demonstrada na cognição social como a própria inteligência social. Isso não é verdade, uma vez que boa parte da inteligência social não é cognitiva.

Por falar em cognição social, ela tem uma responsabilidade direta e óbvia na influência social. Essa última, por sua vez, é um campo que também traz teorias e prescrições relevantes. Segundo Robert Cialdini, o cientista que ganhou em 2003 o Prêmio Donald T. Campbell pelas suas contribuições a psicologia social, existem seis princípios universais da influência social. São eles: reciprocidade (sentimo-nos obrigados a retornar favores que nos fazem), autoridade (procuramos especialistas que nos ensine o caminho), compromisso/coerência (queremos agir de modo compatível com nossos compromissos e valores), escassez (quanto menos disponível o recurso, mais o queremos), gosto (quanto mais gostamos das pessoas, mais queremos dizer-lhe sim) e a influência social (procuramos saber o que os outros fazem para orientar nosso comportamento).

Assim como Goleman expôs no livro discutido por esse texto, Robert Cialdini também considera que a manipulação não faz parte dos alicerces que sustentam o relacionamento que trata o outro como um fim. Numa entrevista a Exame em que se tratava de negócios, ele falou da diferença entre persuasão e manipulação: “Enquanto a manipulação é voltada para enganar as pessoas, a influência apenas induz a um pensamento e ação mais apropriados, por meio de uma comunicação honesta. Só porque é possível influenciar as pessoas não significa que podemos de fazê-lo. Pela ética é que vamos conseguir manter os negócios no futuro. Se enganarmos pessoas, elas não vão mais confiar em nós. Será um sucesso de curto prazo.” *

Finalizando a descrição dos instrumentos, diz-se que a empatia, o autocontrole e a cognição social são ferramentas da inteligência social que dependem da atenção. Essa última também pode ser treinada, como já foi discutido em livros anteriores de Goleman (e, estranhamente, isso não aparece no seu livro de 2006). Há anos a neurociência consegue detectar o impacto positivo da meditação mindfullness sobre a atenção. Isso foi descrito no capítulo 1 do seu Como Lidar com as Emoções Destrutivas. Esse livro relata as conversas de Dalai Lama com Daniel Goleman, Paul Ekman, Alan Wallace e outros co-autores ligados a filosofia da mente e a psicologia (a budista e a ocidental).

Alguma definição a mais para ser citada? Embora tenha criado seu próprio conceito sobre o assunto, Goleman citou em 1995 (em Inteligência Emocional) a teoria de Thomas Hatch e Howard Gardner para listar as quatro aptidões distintas que identificadas como os componentes da inteligência interpessoal. Vale a pena relembrar quais são elas:

* Organizar grupos: aptidão essencial do líder, que envolve iniciar e coordenar os esforços de uma rede de pessoas. Esse talento é visto em diretores e produtores de teatro, oficiais militares e chefes de organização de toda espécie. 

* Negociar soluções: o talento do mediador, evitando conflitos e resolvendo os que explodem. São exemplos de pessoas destras nisso: diplomatas, árbitros e gerentes de corporações.

* Ligação pessoal: o talento da empatia e ligação; isso facilita entrar num encontro ou reconhecer e reagir adequadamente ante os sentimentos e preocupações das pessoas. São exemplos de pessoas destras nisso: jogadores de equipe, cônjuge e amigos confiáveis.

* Análise social: poder detectar e ter intuições dos sentimentos, motivos e preocupações das pessoas. São exemplos de pessoas destras nisso: terapeutas, romancistas e dramaturgos.

Pode-se perceber claramente ao ver a descrição acima que a ciência da inteligência social beneficia pessoas que atuam nas mais variadas funções sociais. Ela pode estar presente na criação dos filhos, nos relacionamentos amorosos e no trabalho. Assim, a responsabilidade social começa aqui e agora, cada vez que nossas ações contribuem para criar estados ótimos nos demais, tanto em pessoas que casualmente cruzamos como naqueles que cuidamos e amamos.

E o melhor de tudo é que entender o conceito de inteligência social é só o começo. O que não faltam são soluções sugeridas pelos especialistas para os desafios que encontramos nas relações sociais.

NOTA:
         
* Ver a citação na entrevista publicada no site da revista Exame: http://exame.abril.com.br/negocios/gestao/noticias/coca-cola-sabe-influenciar-pessoas-diz-robert-cialdini-598935
« Última modificação: 10 de Setembro de 2011, 13:38:14 por -Huxley- »

Offline Feynman

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Re: Inteligência social: explicando o conceito
« Resposta #1 Online: 10 de Setembro de 2011, 13:09:04 »
Lembro-me de como, depois do livro Inteligência Emocional, veio uma enxurrada de livros sobre "Inteligência alguma coisa" no título. O mercado literário é extremamente auto-aproveitador. Anterior a isso, temos o Inteligências Múltiplas, do Gardner. Para mim (só li este, não aquele), ficou imediatamente claro como a inteligência deveria/poderia abarcar muitas coisas, e todas estas seriam reflexo, de algum modo, de nossa inteligência. De modo que nunca entendi o aparente estardalhaço de se definir este ou aquele tipo de inteligência. Particularmente, minha caracterização de inteligência está diretamente associada à PERCEPÇÃO E DISCERNIMENTO. Em qualquer área. E por vezes fico decepcionado pelas pessoas precisarem ler isto de um cara que tem o apanágio "Ph.D" na frente do nome, para chegar à ideia de que a inteligência abarca inúmeras facetas, e que diferentes pessoas terão diferentes facetas acentuadas por vários motivos. Mas como as pessoas precisam ouvir isto de um Ph.D., que bom que estes autores popularizaram esta ideia (tirando o apelo comercial).
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Offline -Huxley-

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Re: Inteligência social: explicando o conceito
« Resposta #2 Online: 10 de Setembro de 2011, 16:25:14 »
Lembro-me de como, depois do livro Inteligência Emocional, veio uma enxurrada de livros sobre "Inteligência alguma coisa" no título. O mercado literário é extremamente auto-aproveitador. Anterior a isso, temos o Inteligências Múltiplas, do Gardner. Para mim (só li este, não aquele), ficou imediatamente claro como a inteligência deveria/poderia abarcar muitas coisas, e todas estas seriam reflexo, de algum modo, de nossa inteligência.

Perceba que a discussão acerca da Teoria das Inteligências Múltiplas não faz qualquer diferença significativa nesse tópico e no principal livro discutido nele. O propósito central do meu tópico é discutir como as descobertas da psicologia social podem ajudar no dia-a-dia das pessoas. Esteja corroborada ou refutada a Teoria das Inteligências Múltiplas, a importância desse tópico fica intacta. Mas já que você quis tocar no assunto...

De modo que nunca entendi o aparente estardalhaço de se definir este ou aquele tipo de inteligência.

Você diz isso porque provavelmente só viu um lado da discussão. Na psicologia, existe o debate “inteligência geral” versus “múltiplas inteligências” e ele ainda está a pleno vapor.

Para os seguidores da primeira teoria, existe o fator g, onde g representa a inteligência geral, que é uma estatística usada em psicometria em uma tentativa de quantificar os resultados capacidade mental subjacente de vários testes de capacidade cognitiva. Segundo os teóricos da primeira teoria, o suporte empírico para inteligências não-g é inexistente ou muito pobre. De acordo com esta visão, o QI prevê ou se correlaciona com vários resultados de outras áreas da vida além do desempenho acadêmico.

Por outro lado, os teóricos das inteligências múltiplas dizem que o fator g não é uma descrição válida da capacidade intelectual para as pessoas de um modo geral. Haveria assim uma relativa independência entre as distintas inteligências. Um bom exemplo é o estudo de casos de alguns savants, como Kim Peek, o americano que ficou conhecido por ter uma biblioteca mental de 9 mil livros. Quando se submeteu a vários testes psicológicos, o QI geral de Kim foi de 87, mas os subtestes verbais e de desempenho variaram muito, alguns resultados situando-se na faixa superior de inteligência e outros, na dos retardados mentais. (Ver: “O Homem que Não Esquece”  DAROLD A. TREFFERT E DANIEL D. CHRISTENSEN Scientific American Brasil (44) /2006).

Sim, Daniel Goleman discutiu a teoria de Gardner em Inteligência Emocional, mas porque é de extrema importância frisar que pessoas que não se saem bem em testes psicométricos convencionais podem ter desempenhos profissionais notáveis e que pessoas com QI alto podem ser incrivelmente tolas. Além disso, muitos psicólogos educacionais alegam que o sistema educacional dá valor excessivo ao desenvolvimento da inteligência analítica, negligenciando outras formas de inteligência. Esse é o caso, por exemplo, de Robert Sternberg, cuja Teoria da Inteligência Bem-Sucedida inclui a inteligência analítica, a inteligência prática e a inteligência criativa. Assim, acredito que os teóricos pensem que só definindo as múltiplas facetas da inteligência de forma bem específica pode-se encontrar conceitos instrumentais que não negligenciem os pontos fundamentais necessários ao sucesso profissional e pessoal.   
« Última modificação: 10 de Setembro de 2011, 21:43:17 por -Huxley- »

Offline Feynman

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Re: Inteligência social: explicando o conceito
« Resposta #3 Online: 11 de Setembro de 2011, 02:38:52 »
Lembro-me de como, depois do livro Inteligência Emocional, veio uma enxurrada de livros sobre "Inteligência alguma coisa" no título. O mercado literário é extremamente auto-aproveitador. Anterior a isso, temos o Inteligências Múltiplas, do Gardner. Para mim (só li este, não aquele), ficou imediatamente claro como a inteligência deveria/poderia abarcar muitas coisas, e todas estas seriam reflexo, de algum modo, de nossa inteligência.

Perceba que a discussão acerca da Teoria das Inteligências Múltiplas não faz qualquer diferença significativa nesse tópico e no principal livro discutido nele. O propósito central do meu tópico é discutir como as descobertas da psicologia social podem ajudar no dia-a-dia das pessoas. Esteja corroborada ou refutada a Teoria das Inteligências Múltiplas, a importância desse tópico fica intacta. Mas já que você quis tocar no assunto...

Sim, Daniel Goleman discutiu a teoria de Gardner em Inteligência Emocional

Eu vejo que propor uma "inteligência social" tem a ver com a noção de inteligências múltiplas, no sentido de que aquela não faria sentido per si, sem esta lhe dando suporte e, portanto, em uma discussão devidamente preocupada com as bases do que se afirma, faz diferença comentar sobre inteligências múltiplas neste contexto. Afinal, se fosse refutada a teoria de inteligências múltiplas, se tivéssemos uma única inteligência, não haveria coerência alguma em falar de uma inteligência social, não é mesmo? Esta seria tão somente uma classificação um tanto arbitrária e desnecessária (o que pra mim continua sendo o caso, mas deixa pra lá) de uma competência mais geral. Mas fica tranquilo, entendi que esta é uma discussão que PODE ser jogada pela tangente, e o foco seria outro, aqui.
« Última modificação: 11 de Setembro de 2011, 02:43:12 por Feynman »
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Offline Adriano

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Re: Inteligência social: explicando o conceito
« Resposta #4 Online: 11 de Setembro de 2011, 15:20:05 »
 Já postei essa reportagem completa no tópico específico. O título é Lev Vygotsky e o sociointeracionismo, numa ótima série especial elaborada pela revista Nova escola sobre o socioconstrutivismo.

E tem até pesquisa sobre as aproximações entre o interacionismo popperiano e a psicologia de Vygotsky. Porém Piaget já desenvolve uma epistemologia genética, com base no internalismo no desenvolvimento individual.  Já Howard Gardner e Robert Sternberg sempre foram grandes referências dos trabalhos que pesquisei sobre superdotação. O nível das pesquisas americanas sobre altas habilidades é muito alto. Muito surpreendente!
Princípio da descrença.        Nem o idealismo de Goswami e nem o relativismo de Vieira. Realismo monista.

 

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