Autor Tópico: Discurso de Dilma na UE é ‘irreal’ e ‘hipócrita’, diz artigo no ‘FT’  (Lida 2805 vezes)

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Offline Barata Tenno

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A recente fala da presidente Dilma Rousseff perante líderes da União Europeia, oferecendo ajuda para combater a crise e advertindo contra ajustes fiscais muito severos no continente, soou "irreal" e "hipócrita", opina artigo publicado na última terça-feira pelo Financial Times.
O artigo ironiza o fato de um país conhecido por seu "incômodo e pesado" sistema tributário advertir a UE contra "impostos restritivos". E cita a proposta do ministro da Fazenda, Guido Mantega, de propor um "pacote de resgate dos Brics" para a zona do euro.
"O problema é que ele esqueceu de consultar outros países dos Brics, como a China, que detém a maioria das reservas em moeda estrangeira do bloco. Até seus compatriotas se surpreenderam com a ideia de que o Brasil poderia resgatar países como a Itália, que tem um PIB per capita três vezes maior que o seu", diz o artigo.
O texto também diz que Brasília criticou o protecionismo apenas uma semana antes de elevar o IPI para carros importados. Ainda assim, ressalta que a "recém-descoberta voz global" do Brasil é um sinal de "maior estabilidade interna".

FONTE
He who fights with monsters should look to it that he himself does not become a monster. And when you gaze long into an abyss the abyss also gazes into you. Friedrich Nietzsche

Offline uiliníli

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Re:Discurso de Dilma na UE é ‘irreal’ e ‘hipócrita’, diz artigo no ‘FT’
« Resposta #1 Online: 05 de Outubro de 2011, 22:03:18 »
Não é bonitinho ver o Brasil querendo brincar de gente grande? Parece pré-adolescente querendo se barbear  :biglol:

Offline Geotecton

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Re:Discurso de Dilma na UE é ‘irreal’ e ‘hipócrita’, diz artigo no ‘FT’
« Resposta #2 Online: 05 de Outubro de 2011, 22:03:32 »
Será que a Dilma está com o mesmo "vírus" de seu antecessor?
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Offline Sergiomgbr

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Re:Discurso de Dilma na UE é ‘irreal’ e ‘hipócrita’, diz artigo no ‘FT’
« Resposta #3 Online: 05 de Outubro de 2011, 22:17:50 »
Qual é a chance da coisa ser coerente? afinal, há uma possibilidade...Qual a intenção do discurso?
Até onde eu sei eu não sei.

Offline Luiz F.

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Re:Discurso de Dilma na UE é ‘irreal’ e ‘hipócrita’, diz artigo no ‘FT’
« Resposta #4 Online: 05 de Outubro de 2011, 22:23:27 »
É o típico "faça o que eu digo, não faça o que eu faço", mas que não deixa de ser a mais pura verdade. A bem da verdade as coisas que ela disse são tão óbvias que até eu seria capaz de dar esses conselhos.
"Você realmente não entende algo se não consegue explicá-lo para sua avó."
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Offline Arcanjo Lúcifer

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Re:Discurso de Dilma na UE é ‘irreal’ e ‘hipócrita’, diz artigo no ‘FT’
« Resposta #5 Online: 06 de Outubro de 2011, 07:50:43 »
Citar
A recente fala da presidente Dilma Rousseff perante líderes da União Europeia, oferecendo ajuda para combater a crise e advertindo contra ajustes fiscais muito severos no continente, soou "irreal" e "hipócrita", opina artigo publicado na última terça-feira pelo Financial Times.

Lá no exterior não existe a claque de micos amestrados do PT para aplaudir os discursos de palanque, falou uma coisa e fez outra tomou mesmo.

Offline Gaúcho

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Re:Discurso de Dilma na UE é ‘irreal’ e ‘hipócrita’, diz artigo no ‘FT’
« Resposta #6 Online: 06 de Outubro de 2011, 08:35:38 »
LOL!
"— A democracia em uma sociedade livre exige que os governados saibam o que fazem os governantes, mesmo quando estes buscam agir protegidos pelas sombras." Sérgio Moro

Offline Dbohr

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Re:Discurso de Dilma na UE é ‘irreal’ e ‘hipócrita’, diz artigo no ‘FT’
« Resposta #7 Online: 06 de Outubro de 2011, 09:22:16 »
O artigo foi vários tons acima do necessário, típico de quem é orgulhoso demais para tomar lição de moral do porteiro ou zelador -- mas sim, eles têm um ponto muito bom sobre o nosso estado elefantino e ineficiente :)

Offline ByteCode

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Re:Discurso de Dilma na UE é ‘irreal’ e ‘hipócrita’, diz artigo no ‘FT’
« Resposta #8 Online: 06 de Outubro de 2011, 15:37:01 »
O recente passeio da Presidenta Dilma pelo continente Europeu tem mexido com o ego de muito conservador eurocêntrico, isso porque nossa presidenta tem sugerido aos líderes europeus a nossa receita contra crise, aquela mesma que transmutou "tsunami" em "marolinha" na crise de 2008.


Em vez do velho receituário do FMI, de cortes nas áreas sociais, arrocho salarial e privatização, a presidenta tem dito que é preciso aumentar investimento, fortalecer o mercado interno via consumo, e aumentar o nível de crescimento. Dilma lembra ainda que no caso da crise da América Latina nos anos 1980, “medidas fiscais extremamente restritivas apenas aprofundaram o processo de estagnação”. As palavras da Presidenta não agradaram ao conservador Financial Times, que por meio de um de seus blogs, o BeyondBrics, acabou espinafrando a presidenta:


“Sim, você leu direito. O país que está listado em 152º lugar no ranking do Banco Mundial por seu desajeitado e pesado sistema de impostos está dando conselhos sobre impostos restritivos”
E acrescenta:

"Os políticos brasileiros recentemente assumiram para si o papel de resolver a crise financeira global, distribuindo conselhos ao mundo desenvolvido"

E por fim ainda insultam:

“o conselho vindo do Brasil soa de certa forma hipócrita”


Bem, só para constar, os europeus que não gostam dos nossos conselhos são os mesmos que estão afundando suas economias vertiginosamente.


Entre as vinte países mais endividados do mundo 17 estão na Zona do Euro, a grande maioria se hyperendividou apenas para salvar seus bancos da quebradeira de 2008. Países  considerados modelos antes agora estão em frangalhos, como a Irlanda que adotou todas as receitas neoliberais possíveis e agora tem nada menos que uma dívida de incríveis 1.382% do PIB, sendo a pior relação entre dívida/PIB do mundo. O Reino Unido, lar do o Financial Times, vem logo atrás com uma dívida de 413% do PIB, em valores brutos isso dá mais ou menos 9 trilhões de dólares. Não é nem preciso falar da Grécia, tampouco de Espanha, Portugal e Itália, todos estão com os cartões de crédito estourados.


Diante disso eu fico me perguntando, de onde é sai sai tanta soberba? Porque os europeus não admitem que estão quebrados? Será que o ego eurocêntrico resiste até em momento de falência?


Bem, se a soberba eurocêntrica não admite acolher conselho de quem adquiriu know-how durante crise de 2008, a maior desde o crack da bolsa em 29, apenas pelo fato de ser o Brasil um país "terceiromundista", então, é como já dizia o impagável Banksy:


Que comam Crack!!

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Offline Barata Tenno

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Re:Discurso de Dilma na UE é ‘irreal’ e ‘hipócrita’, diz artigo no ‘FT’
« Resposta #9 Online: 06 de Outubro de 2011, 16:01:00 »
Não entendi o seu post Byte, o cara diz que os conselhos da Dilma são bons, o que eu concordo, mas então porque ela não segue os proprios conselhos? Enquanto a Dilma fala para a Europa cortar impostos , o governo brasileiro tenta ressussitar a CPMF, ela fala contra o protecionismo e aumenta o IPI de carros importados. Isso não é hipocrisia?
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Offline Sergiomgbr

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Re:Discurso de Dilma na UE é ‘irreal’ e ‘hipócrita’, diz artigo no ‘FT’
« Resposta #10 Online: 06 de Outubro de 2011, 16:46:20 »
O recente passeio da Presidenta Dilma pelo continente Europeu tem mexido com o ego de muito conservador eurocêntrico, isso porque nossa presidenta tem sugerido aos líderes europeus a nossa receita contra crise, aquela mesma que transmutou "tsunami" em "marolinha" na crise de 2008.


Em vez do velho receituário do FMI, de cortes nas áreas sociais, arrocho salarial e privatização, a presidenta tem dito que é preciso aumentar investimento, fortalecer o mercado interno via consumo, e aumentar o nível de crescimento. Dilma lembra ainda que no caso da crise da América Latina nos anos 1980, “medidas fiscais extremamente restritivas apenas aprofundaram o processo de estagnação”. As palavras da Presidenta não agradaram ao conservador Financial Times, que por meio de um de seus blogs, o BeyondBrics, acabou espinafrando a presidenta:


Isso parece um pouco com o "New Deal" depois do crash de 1929.
Até onde eu sei eu não sei.

Offline Derfel

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Re:Discurso de Dilma na UE é ‘irreal’ e ‘hipócrita’, diz artigo no ‘FT’
« Resposta #11 Online: 06 de Outubro de 2011, 16:49:50 »
O problema também é que o que vale para o Brasil não vale necessariamente para a Europa. Na questão de incentivar o mercado consumidor interno é um exemplo. O Brasil possui um grande mercado interno que está começando a consumir, ou seja, existe um grande potencial para o crescimento. A Europa não conta com isso.

Offline ByteCode

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Re:Discurso de Dilma na UE é ‘irreal’ e ‘hipócrita’, diz artigo no ‘FT’
« Resposta #12 Online: 06 de Outubro de 2011, 17:16:54 »
Não entendi o seu post Byte, o cara diz que os conselhos da Dilma são bons, o que eu concordo, mas então porque ela não segue os proprios conselhos? Enquanto a Dilma fala para a Europa cortar impostos , o governo brasileiro tenta ressussitar a CPMF, ela fala contra o protecionismo e aumenta o IPI de carros importados. Isso não é hipocrisia?

Ocorre que Brasil e Europa estão em momentos diferentes. E o atual momento da Europa já foi vivido pelo Brasil, por isto temos experiencia sobre este assunto. Na verdade o que encomoda os europeus não é a tal hipocrisia da Dilma, mas sim o fato de ter que receber conselhos (corretos) de um país subdesenvolvido, mas Phd em crises e endividamentos gigantes.

As medidas aplicadas por EUA e principalmente Europa para sanar a crise são nitidamente equivocadas.

Offline Barata Tenno

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Re:Discurso de Dilma na UE é ‘irreal’ e ‘hipócrita’, diz artigo no ‘FT’
« Resposta #13 Online: 06 de Outubro de 2011, 17:20:04 »
Não entendi o seu post Byte, o cara diz que os conselhos da Dilma são bons, o que eu concordo, mas então porque ela não segue os proprios conselhos? Enquanto a Dilma fala para a Europa cortar impostos , o governo brasileiro tenta ressussitar a CPMF, ela fala contra o protecionismo e aumenta o IPI de carros importados. Isso não é hipocrisia?

Ocorre que Brasil e Europa estão em momentos diferentes. E o atual momento da Europa já foi vivido pelo Brasil, por isto temos experiencia sobre este assunto. Na verdade o que encomoda os europeus não é a tal hipocrisia da Dilma, mas sim o fato de ter que receber conselhos (corretos) de um país subdesenvolvido, mas Phd em crises e endividamentos gigantes.

As medidas aplicadas por EUA e principalmente Europa para sanar a crise são nitidamente equivocadas.
O atual momento da Europa NUNCA foi vivido pelo Brasil, o mercado consumidor europeu é completamente diferente do brasileiro, com beeem menos capacidade de crescimento.
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Offline Derfel

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Re:Discurso de Dilma na UE é ‘irreal’ e ‘hipócrita’, diz artigo no ‘FT’
« Resposta #14 Online: 06 de Outubro de 2011, 18:17:34 »
Não entendi o seu post Byte, o cara diz que os conselhos da Dilma são bons, o que eu concordo, mas então porque ela não segue os proprios conselhos? Enquanto a Dilma fala para a Europa cortar impostos , o governo brasileiro tenta ressussitar a CPMF, ela fala contra o protecionismo e aumenta o IPI de carros importados. Isso não é hipocrisia?

Ocorre que Brasil e Europa estão em momentos diferentes. E o atual momento da Europa já foi vivido pelo Brasil, por isto temos experiencia sobre este assunto. Na verdade o que encomoda os europeus não é a tal hipocrisia da Dilma, mas sim o fato de ter que receber conselhos (corretos) de um país subdesenvolvido, mas Phd em crises e endividamentos gigantes.

As medidas aplicadas por EUA e principalmente Europa para sanar a crise são nitidamente equivocadas.
O atual momento da Europa NUNCA foi vivido pelo Brasil, o mercado consumidor europeu é completamente diferente do brasileiro, com beeem menos capacidade de crescimento.

Concordo. O momento atual do Brasil pode ter alguma similaridade com com os EUA do início do século XX, mas não com o europeu.

Offline Geotecton

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Re:Discurso de Dilma na UE é ‘irreal’ e ‘hipócrita’, diz artigo no ‘FT’
« Resposta #15 Online: 06 de Outubro de 2011, 18:26:18 »
Eu verifiquei o histórico do autor do blog. Ele é um geógrafo de esquerda, "puxa-saco" do governo federal, ignorante em matéria de economia, como pode ser visto pelas "pérolas" abaixo:

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O recente passeio da Presidenta Dilma pelo continente Europeu tem mexido com o ego de muito conservador eurocêntrico, isso porque nossa presidenta tem sugerido aos líderes europeus a nossa receita contra crise, aquela mesma que transmutou "tsunami" em "marolinha" na crise de 2008.

A despeito de tudo, o blogueiro dublê de economista, começou correto: A presidente foi passear, quando deveria ter ficado por aqui para resolver os problemas criados pela caterva de bolcheviques petistas e pela máfia peemedebista.

E não foi uma "marolinha" p...nenhuma!

O PIB caiu 0,2% e a dívida interna pública está batendo recorde atrás de recorde por causa do nível sempre crescente de despesas do poder público, em grande medida para fins eleitoreiros.


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Em vez do velho receituário do FMI, de cortes nas áreas sociais, arrocho salarial e privatização, a presidenta tem dito que é preciso aumentar investimento, fortalecer o mercado interno via consumo, e aumentar o nível de crescimento.

Do receituário do FMI ela está seguindo as privatizações, como no caso dos aeroportos e das rodovias. Do populismo e apedeutismo de esquerda ela vai continuar a aumentar as despesas, em especial aquelas sob a rubrica de "social" e o crescimento via crédito, cujo reflexo imediato é o aumento perigoso da inflação.


Citar
Dilma lembra ainda que no caso da crise da América Latina nos anos 1980, “medidas fiscais extremamente restritivas apenas aprofundaram o processo de estagnação”.

O apedeuta em História e Economia ignora que as condições eram completamente distintas, pois quase nenhum país da AL tinha feito um ajuste fiscal severo em conjunto com um plano de estabilização da moeda como ocorreu nos anos 90. Quando ocorreu a crise de 2008, a AL como um todo recebeu um impacto menor que os países europeus justamente porque a relação dívida pública/PIB era bem menor que os dos países europeus. O Brasil em particular sentiu menos a crise porque o sistema bancário já estava re-estruturado por causa da legislação implementada pelo governo de FHC durante o período de 1995 a 1999.


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As palavras da Presidenta não agradaram ao conservador Financial Times, que por meio de um de seus blogs, o BeyondBrics, acabou espinafrando a presidenta:

“Sim, você leu direito. O país que está listado em 152º lugar no ranking do Banco Mundial por seu desajeitado e pesado sistema de impostos está dando conselhos sobre impostos restritivos”

E no que é que o Financial Times errou na frase acima?

Por acaso o Brasil não é um dos países com maior carga tributária e o de mais complexa legislação tributária do mundo? Somente um apedeuta em economia, que vive no mundo das ilusões da esquerda (e que provavelmente vive ou "mama" do Estado), não sabe disto.


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E acrescenta:

"Os políticos brasileiros recentemente assumiram para si o papel de resolver a crise financeira global, distribuindo conselhos ao mundo desenvolvido"

E no que foi que eles erraram na frase acima?


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E por fim ainda insultam:

“o conselho vindo do Brasil soa de certa forma hipócrita”

Aqui sim há um certo despeito do jornal inglês, pois boa parte dos conselhos dados pela presidente são bons, mas ela só "esqueceu" que os investimentos brasileiros em infra-estrutura estão muito abaixo do necessário e boa parte do que está ocorrendo, está sendo feito pelo setor público por endividamento via emissão de títulos, o que é muito grave.


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Bem, só para constar, os europeus que não gostam dos nossos conselhos são os mesmos que estão afundando suas economias vertiginosamente. Entre as vinte países mais endividados do mundo 17 estão na Zona do Euro, a grande maioria se hiperendividou apenas para salvar seus bancos da quebradeira de 2008.

E se o governo de FHC não tivesse implementado a legislação bancária nós teríamos que "salvar" o sistema bancário da mesma maneira.


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Países considerados modelos antes agora estão em frangalhos, como a Irlanda que adotou todas as receitas neoliberais possíveis e agora tem nada menos que uma dívida de incríveis 1.382% do PIB, sendo a pior relação entre dívida/PIB do mundo. O Reino Unido, lar do o Financial Times, vem logo atrás com uma dívida de 413% do PIB, em valores brutos isso dá mais ou menos 9 trilhões de dólares. Não é nem preciso falar da Grécia, tampouco de Espanha, Portugal e Itália, todos estão com os cartões de crédito estourados.

Se a Irlanda tivesse seguido todas as "medidas neoliberais" ela não estaria na atual situação, pois o seu estado de insolvência é, em grande medida, o resultado de despesas desenfradas do Estado e não do setor privado. Aliás foi o Estado que também fomentou o forte endividamento da população pela tomada de empréstimos bancários para o setor habitacional e que levou ao crash do setor imobiliário em 2008.


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Diante disso eu fico me perguntando, de onde é sai sai tanta soberba? Porque os europeus não admitem que estão quebrados? Será que o ego eurocêntrico resiste até em momento de falência?

Se os europeus admitirem que o modelo de wellfare state e do intervencionismo estatal em todas as áreas da sociedade está quebrado, nada mais restará para eles do que re-organizar os seus sistemas em termos de "menos direitos" e  "mais deveres". E o Brasil está indo pelo mesmo caminho da 'tragédia', com o "inchaço" (e ineficiência) do setor público e com os gastos crescentes em rubricas que sobrecarregam o setor produtivo da economia.


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Bem, se a soberba eurocêntrica não admite acolher conselho de quem adquiriu know-how durante crise de 2008, a maior desde o crack da bolsa em 29, apenas pelo fato de ser o Brasil um país "terceiromundista", então, é como já dizia o impagável Banksy:

Será que o dublê de economista "puxa-saco" também acredita que a economia do Brasil começou em 2003, como alguns foristas daqui?


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Que comam Crack!!

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E com farofa.

E se não tomarmos os devidos cuidados, nós faremos companhia aos europeus quebrados.
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Offline Geotecton

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Re:Discurso de Dilma na UE é ‘irreal’ e ‘hipócrita’, diz artigo no ‘FT’
« Resposta #16 Online: 06 de Outubro de 2011, 18:26:52 »
[...]
As medidas aplicadas por EUA e principalmente Europa para sanar a crise são nitidamente equivocadas.

Explique!
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Re:Discurso de Dilma na UE é ‘irreal’ e ‘hipócrita’, diz artigo no ‘FT’
« Resposta #17 Online: 06 de Outubro de 2011, 18:37:34 »
[...]
As medidas aplicadas por EUA e principalmente Europa para sanar a crise são nitidamente equivocadas.

Explique!

Deixo o economista, ganhador do premio nobel de economia (não meramente um dublê de economista), Joseph Stiglitz, explicar (muita enfase na parte em negrito):

Alguns anos atrás, uma ideologia poderosa - a crença em mercados livres e irrestritos - levou o mundo à beira da ruína. Mesmo em seu apogeu, do início dos anos 80 até 2007, o capitalismo desregulado ao estilo americano só trouxe um maior bem-estar material para os muito ricos dos países ricos do mundo. Aliás, no curso de sua ascendência ideológica de 30 anos, a maioria dos americanos sofreu um declínio ou estagnação da renda ano após ano.



De mais a mais, o crescimento da produção nos Estados Unidos não foi economicamente sustentável. Com tanta renda nacional americana indo para tão poucos, o crescimento só poderia continuar via o consumo financiado por um endividamento crescente.



Eu estava entre os que esperavam que, de algum modo, a crise financeira ensinaria aos americanos (e a outros) uma lição sobre a necessidade de maior igualdade, de uma regulamentação mais forte, e de um melhor equilíbrio entre mercado e governo. Pobre de mim, não foi o que ocorreu. Ao contrário, o ressurgimento de uma economia de direita, impelida, como sempre, por ideologia e interesses especiais, ameaça uma vez mais a economia global - ou, ao menos, as economias da Europa e dos Estados Unidos onde essas ideias continuam prosperando.



Nos Estados Unidos, esse ressurgimento da direita, cujos adeptos evidentemente tentam refutar as leis básicas da matemática e da economia, ameaça provocar um calote da dívida nacional. Se o Congresso ordenar gastos que excedam as receitas, haverá um déficit, e esse déficit tem de ser financiado. Em vez de pesar cuidadosamente os benefícios de cada programa de gastos do governo contra os custos de elevar impostos para financiar esses benefícios, a direita procura usar um malho - não permitir que a dívida nacional aumente obriga os gastos a se limitarem aos impostos.



Isso deixa em aberto a questão de quais gastos terão prioridade - e se os gastos para pagar juros da dívida nacional não entrarem nessa categoria, um calote será inevitável. De mais a mais, cortar gastos agora, no meio de uma crise acarretada pela ideologia do livre mercado, com certeza prolongará inevitavelmente a recessão.



Uma década atrás, em pleno boom econômico, os Estados Unidos enfrentaram um superávit tão grande que ameaçava eliminar a dívida nacional. Cortes de impostos e guerras insustentáveis, uma grande recessão, e a elevação dos custos do sistema de saúde - alimentados, em parte, pelo compromisso do governo de George W. Bush de dar carta branca para as companhias farmacêuticas estabelecerem seus preços, mesmo com dinheiro do governo em jogo - transformaram rapidamente um superávit enorme em déficits recordes em tempo de paz.



As soluções para o déficit americano decorrem imediatamente desse diagnóstico: colocar os EUA de novo para trabalhar com o estímulo da economia; acabar com as guerras insensatas; frear os custos militares e farmacêuticos; e elevar impostos, ao menos dos muito ricos. Mas a direita não fará nada disso, e está promovendo novos cortes de impostos para corporações e para os ricos, junto com cortes de gastos em investimentos e proteção social que colocam em perigo o futuro da economia americana e os farrapos que restam do contrato social.



Enquanto isso, o setor financeiro americano vem fazendo um lobby duro para se livrar de regulamentos, para poder voltar a seus modos desastrosamente irresponsáveis do passado.



Mas as coisas não estão muito melhores na Europa. No momento em que Grécia e outros enfrentam crises, o remédio da moda se limita a pacotes de austeridade ultrapassados e privatizações que meramente deixarão os países que os adotarem mais pobres e mais vulneráveis. Esse remédio falhou no Leste Asiático, na América Latina, e alhures, falhará na Europa desta vez, também. Aliás, ele já falhou na Irlanda, Letônia e Grécia.



Existe uma alternativa: uma estratégia de crescimento econômico sustentado pela União Europeia e o Fundo Monetário Internacional. O crescimento restauraria a confiança de que a Grécia conseguiria saldar suas dívidas, causando uma queda nas taxas de juros e deixando mais margem de manobra fiscal para investimentos para fomentar o crescimento.



O crescimento em si alimenta a arrecadação de imposto de renda e reduz a necessidade de gastos sociais, como o seguro-desemprego. E a confiança que isso engendra promove ainda mais crescimento.Infelizmente, os mercados financeiros e os economistas de direita consideram o problema exatamente o inverso: eles acreditam que a austeridade produz confiança, e que a confiança produzirá crescimento.



Mas a austeridade mina o crescimento, agravando a situação fiscal do governo ou, ao menos, promovendo menos melhoras do que os defensores da austeridade prometem. Nos dois casos, a confiança é solapada, e uma espiral descendente é acionada.



Será que realmente precisamos de uma nova experiência dispendiosa com ideias que falharam repetidamente? Não precisamos, mas ao que tudo indica teremos de suportar outra mesmo assim. Uma incapacidade de Europa e Estados Unidos voltarem a ter um crescimento vigoroso seria ruim para a economia global. Um fracasso em ambos seria desastroso - mesmo que os principais países de mercado emergente tenham atingido um crescimento autossustentável. Lamentavelmente, a menos que cabeças mais sábias prevaleçam, é esse o rumo que o mundo está tomando.


Offline _Juca_

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Re:Discurso de Dilma na UE é ‘irreal’ e ‘hipócrita’, diz artigo no ‘FT’
« Resposta #18 Online: 06 de Outubro de 2011, 22:02:47 »

Só pra constar,  receita que a Dilma passou por lá, não deu certo por aqui, na última crise? Porque o pessoal do FT magoou tanto? Será porque a receita de corte de despesas, corte de gastos públicos, aumento de impostos, afundou a AL nos anos 80 e vai afundar a Grécia, Portugal, Espanha, Itália e irlanda?  Acho que tem banqueiro muito magoado com os movimentos de controles de capitais com menor grau de liberdade para o capital especulativo e maior força de manobra do Estado indutor que foi aplicada aqui no Brasil e ajudou a nos salvar da crise rapidamente, junto com a diminuição dos impostos, aumento do crédito pelos bancos Estatais e incentivo ao consumo no mercado interno. Será que estão tão magoados porque, se a receita da Dilma for usada, não vai ter leilão de estatais a preço de banana financiadas com dinheiro estatal, tal como teve aqui no Brasil  e em toda a AL?

Offline Geotecton

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Re:Discurso de Dilma na UE é ‘irreal’ e ‘hipócrita’, diz artigo no ‘FT’
« Resposta #19 Online: 06 de Outubro de 2011, 22:25:18 »
Só pra constar,  receita que a Dilma passou por lá, não deu certo por aqui, na última crise? Porque o pessoal do FT magoou tanto? Será porque a receita de corte de despesas, corte de gastos públicos, aumento de impostos, afundou a AL nos anos 80 e vai afundar a Grécia, Portugal, Espanha, Itália e irlanda?

Nem o Chile e nem a Costa Rica afundaram e eles vem bem econômicamente há muito tempo, "obrigado".

E os países europeus supramencionados estão na atual situação por culpa de seus governos gastadores e não ao contrário.


Acho que tem banqueiro muito magoado com os movimentos de controles de capitais com menor grau de liberdade para o capital especulativo e maior força de manobra do Estado indutor que foi aplicada aqui no Brasil...

E cuja regulamentação foi implementada pelo governo de FHC.


...e ajudou a nos salvar da crise rapidamente, junto com a diminuição dos impostos, aumento do crédito pelos bancos Estatais e incentivo ao consumo no mercado interno.

Diminuição dos impostos? Onde é que ocorreu isto? Certamente não no Brasil.

O crédito junto aos bancos estatais foi conseguido com dinheiro vindo do Tesouro Nacional que por sua vez obteve-o pela oferta de títulos públicos, ou seja, com aumento da dívida interna pública, que tem de ser financiada com a segunda maior taxa de juros real do mundo.

E o "incentivo ao consumo interno" (leia-se 'crédito') foi a ante-sala do desastre da bolha imobiliária no EUA e na Irlanda.


Será que estão tão magoados porque, se a receita da Dilma for usada, não vai ter leilão de estatais a preço de banana financiadas com dinheiro estatal, tal como teve aqui no Brasil  e em toda a AL?

A venda das estatais, incluindo os bancos, não foi importante apenas por se obter dinheiro em espécie, mas principalmente para 'quebrar' a prática nefasta de clientelismo que toda estatal brasileira tem, além de alavancar setores que sofriam com a ineficiência do Estado, incluindo as telecomunicações e a mineração.

Além disto a "receita da Dilma" não tem qualquer valor se a inflação voltar, como é o cenário que está se delineando para o Brasil.

E por fim, a relativa prosperidade que hoje se experimenta neste país provem dos mecanismos implantados sob enormes dificuldades na década de 90, incluindo a atração de investimentos estrangeiros no setor industrial.
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Offline _Juca_

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Re:Discurso de Dilma na UE é ‘irreal’ e ‘hipócrita’, diz artigo no ‘FT’
« Resposta #20 Online: 06 de Outubro de 2011, 23:56:19 »
Só pra constar,  receita que a Dilma passou por lá, não deu certo por aqui, na última crise? Porque o pessoal do FT magoou tanto? Será porque a receita de corte de despesas, corte de gastos públicos, aumento de impostos, afundou a AL nos anos 80 e vai afundar a Grécia, Portugal, Espanha, Itália e irlanda?

Nem o Chile e nem a Costa Rica afundaram e eles vem bem econômicamente há muito tempo, "obrigado".

E os países europeus supramencionados estão na atual situação por culpa de seus governos gastadores e não ao contrário.

Da Costa Rica pouco sei, mas do Chile, pouco teve dos problemas macroeconômicos que entretamos no Brasil e na Argentina, por exemplo, e que o receituário do FMI nunca ajudou muito a resolver.

Acho que tem banqueiro muito magoado com os movimentos de controles de capitais com menor grau de liberdade para o capital especulativo e maior força de manobra do Estado indutor que foi aplicada aqui no Brasil...

E cuja regulamentação foi implementada pelo governo de FHC.


...e ajudou a nos salvar da crise rapidamente, junto com a diminuição dos impostos, aumento do crédito pelos bancos Estatais e incentivo ao consumo no mercado interno.

Diminuição dos impostos? Onde é que ocorreu isto? Certamente não no Brasil

E o "incentivo ao consumo interno" (leia-se 'crédito') foi a ante-sala do desastre da bolha imobiliária no EUA e na Irlanda.

O crédito junto aos bancos estatais foi conseguido com dinheiro vindo do Tesouro Nacional que por sua vez obteve-o pela oferta de títulos públicos, ou seja, com aumento da dívida interna pública, que tem de ser financiada com a segunda maior taxa de juros real do mundo.

Sua memória é um pouco curta convenhamos... Não se lembra do pacote de bondades do governo logo após a crise, com a diminuição de impostos sobre veículos, autopeças, linha branca, entre outros...? E a redução não foi pequena, não. De certo, você vai dizer que esse cortes já não existem mais, e é fato, mas o consumo e os empregos foram preservados, não?

A taxa de juros continua sendo o calcanhar de aquiles dos governos brasileiros, todos eles. Só uma pergunta, como você gostaria que fosse enfrentada a crise, sem fomento público  para uma política anticíclica ? Quem poderia bancar o rombo de crédito na economia senão os governos do mundo inteiro?


E o crédito concedido pelos bancos de fomentos estatais foram essenciais para continuar a fazer girar a economia e o caixa de muitas empresas, já que todos os bancos privados colocaram o rabo entre as pernas e guardaram seu capital no cofre, sem emprestar um tostão a ninguém;


Será que estão tão magoados porque, se a receita da Dilma for usada, não vai ter leilão de estatais a preço de banana financiadas com dinheiro estatal, tal como teve aqui no Brasil  e em toda a AL?

A venda das estatais, incluindo os bancos, não foi importante apenas por se obter dinheiro em espécie, mas principalmente para 'quebrar' a prática nefasta de clientelismo que toda estatal brasileira tem, além de alavancar setores que sofriam com a ineficiência do Estado, incluindo as telecomunicações e a mineração.

Além disto a "receita da Dilma" não tem qualquer valor se a inflação voltar, como é o cenário que está se delineando para o Brasil.

E por fim, a relativa prosperidade que hoje se experimenta neste país provem dos mecanismos implantados sob enormes dificuldades na década de 90, incluindo a atração de investimentos estrangeiros no setor industrial.

Bem isso eu já cansei de discutir por aqui. A venda das estatais, sob essa falácia do fim do clientelismo, corporativismo, e ainda do argumento de que era preciso vende-las para fazer caixa, o que acabou por fazer exatamente o contrário, dívidas, foi feita com bases totalmente podres, e pasmem, financiadas com dinheiro público, foi umas das maiores sacanagens que poderiam fazer com o patrimônio público.

 Acho que os mecanismos de controles dos bancos feito no governo FHC, acabou por se mostrar um grande legado desse governo, junto com a estabilização institucional, coisa que os próprios Psdebistas e a direita em sua volta não conseguem enxergar.
« Última modificação: 07 de Outubro de 2011, 00:02:49 por _Juca_ »

Offline Geotecton

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Re:Discurso de Dilma na UE é ‘irreal’ e ‘hipócrita’, diz artigo no ‘FT’
« Resposta #21 Online: 07 de Outubro de 2011, 00:59:25 »
Só pra constar,  receita que a Dilma passou por lá, não deu certo por aqui, na última crise? Porque o pessoal do FT magoou tanto? Será porque a receita de corte de despesas, corte de gastos públicos, aumento de impostos, afundou a AL nos anos 80 e vai afundar a Grécia, Portugal, Espanha, Itália e irlanda?
Nem o Chile e nem a Costa Rica afundaram e eles vem bem econômicamente há muito tempo, "obrigado".

E os países europeus supramencionados estão na atual situação por culpa de seus governos gastadores e não ao contrário.
Da Costa Rica pouco sei, mas do Chile, pouco teve dos problemas macroeconômicos que entretamos no Brasil e na Argentina, por exemplo, e que o receituário do FMI nunca ajudou muito a resolver.

O Chile seguiu a "receita" do FMI com a grande diferença de que lá a classe política foi menos ávida por locupletação pessoal.

E o que tens a dizer sobre os perdulários governos europeus, principalmente da Espanha e da Grécia, que levaram à bancarrota os seus países? Ou a culpa é do "malvado" capitalismo financeiro?


Acho que tem banqueiro muito magoado com os movimentos de controles de capitais com menor grau de liberdade para o capital especulativo e maior força de manobra do Estado indutor que foi aplicada aqui no Brasil...
E cuja regulamentação foi implementada pelo governo de FHC.

Sua ausência de resposta aqui indica que voce concordou comigo.


...e ajudou a nos salvar da crise rapidamente, junto com a diminuição dos impostos, aumento do crédito pelos bancos Estatais e incentivo ao consumo no mercado interno.
Diminuição dos impostos? Onde é que ocorreu isto? Certamente não no Brasil

E o "incentivo ao consumo interno" (leia-se 'crédito') foi a ante-sala do desastre da bolha imobiliária no EUA e na Irlanda.

O crédito junto aos bancos estatais foi conseguido com dinheiro vindo do Tesouro Nacional que por sua vez obteve-o pela oferta de títulos públicos, ou seja, com aumento da dívida interna pública, que tem de ser financiada com a segunda maior taxa de juros real do mundo.
Sua memória é um pouco curta convenhamos... Não se lembra do pacote de bondades do governo logo após a crise, com a diminuição de impostos sobre veículos, autopeças, linha branca, entre outros...? E a redução não foi pequena, não. De certo, você vai dizer que esse cortes já não existem mais, e é fato, mas o consumo e os empregos foram preservados, não?

Não. A minha memória não é curta mesmo porque estou no ramo empresarial há muito mais tempo que voce.

Quando eu citei os impostos elevados, eu quis dizer da situação do dia-a-dia e não em uma situação anormal. A diminuição momentânea foi importante para conter a crise mas uma redução permanente teria um efeito muito salutar, especialmente se viesse acompanhada de uma redução de despesas com custeio e de uma melhoria na gestão dos recursos.


A taxa de juros continua sendo o calcanhar de aquiles dos governos brasileiros, todos eles.

Problema que não será sanado enquanto não houver uma política perene de reformulação do Estado e não estes arremedos populistas e eleitoreiros.


Só uma pergunta, como você gostaria que fosse enfrentada a crise, sem fomento público  para uma política anticíclica ? Quem poderia bancar o rombo de crédito na economia senão os governos do mundo inteiro?

Os governos não bancam b... nenhuma. Quem faz isto é a população brasileira, em especial o setor produtivo, via impostos destinados ao Tesouro Nacional.

E ao emitir títulos o governo federal está preparando a própria cova, pois para alavancar a venda deles somente se as taxas de juros forem atrativas. Se os diferentes governos (União, estados e municípios) fossem realmente sérios, eles fariam uma profunda revisão do Estado e jamais contratariam despesas sem previsão de origem e ou que implicassem em aumento de carga tributária.


E o crédito concedido pelos bancos de fomentos estatais foram essenciais para continuar a fazer girar a economia e o caixa de muitas empresas, já que todos os bancos privados colocaram o rabo entre as pernas e guardaram seu capital no cofre, sem emprestar um tostão a ninguém;

Os bancos fizeram o que qualquer empresa privada faria, pois ao contrário do Estado, uma empresa privada pode quebrar além de que tem que prestar contas aos seus acionistas.

E, como eu já cansei de escrever, o dinheiro dos bancos de fomento não "brotam de árvores". Eles provém da população, via impostos, aquela mesma que depois vai pagar o "pato" dos juros e das falcatruas com mais impostos.


Será que estão tão magoados porque, se a receita da Dilma for usada, não vai ter leilão de estatais a preço de banana financiadas com dinheiro estatal, tal como teve aqui no Brasil  e em toda a AL?
A venda das estatais, incluindo os bancos, não foi importante apenas por se obter dinheiro em espécie, mas principalmente para 'quebrar' a prática nefasta de clientelismo que toda estatal brasileira tem, além de alavancar setores que sofriam com a ineficiência do Estado, incluindo as telecomunicações e a mineração.

Além disto a "receita da Dilma" não tem qualquer valor se a inflação voltar, como é o cenário que está se delineando para o Brasil.

E por fim, a relativa prosperidade que hoje se experimenta neste país provem dos mecanismos implantados sob enormes dificuldades na década de 90, incluindo a atração de investimentos estrangeiros no setor industrial.
Bem isso eu já cansei de discutir por aqui. A venda das estatais, sob essa falácia do fim do clientelismo, corporativismo, e ainda do argumento de que era preciso vende-las para fazer caixa, o que acabou por fazer exatamente o contrário, dívidas, foi feita com bases totalmente podres, e pasmem, financiadas com dinheiro público, foi umas das maiores sacanagens que poderiam fazer com o patrimônio público.

Primeiro. Na situação em que estava, o patrimônio vendido não era público (da população). Era dos seus funcionários e dos políticos. Basta ver o que ocorre hoje com os Correios ou com a Petrobrás.

Segundo. O modo como foram feitas as privatizações não invalida a premissa central de que a privatização foi essencial para acabar com a festa dos que se locupletavam daquelas entidades do Estado.

Terceiro. Se o Estado emite títulos ele tem que aceitá-los de volta, pois a legislação aplicável assim prevê. Então a acusação de que houve má-fé no fato de que algumas estatais foram pagas com títulos "podres" é ridículo, pois reflete um desconhecimento da legislação.

Mas concordo inteiramente com a sua crítica da parte que permitiu a compra de estatais com o uso de dinheiro do Tesouro Nacional, mesmo porque uma versão um pouco diferente e mais refinada de mal-versação de dinheiro público foi implementado pelos governos petistas ao financiarem as fusões e as aquisições de empresas privadas, coincidentemente todas "amigas" dos "reis" atuais, como a Sadia, a Oi, a Aracruz, a Brasil Telecom e a Volkswagen, apenas para citar alguns casos.


Acho que os mecanismos de controles dos bancos feito no governo FHC, acabou por se mostrar um grande legado desse governo, junto com a estabilização institucional, coisa que os próprios Psdebistas e a direita em sua volta não conseguem enxergar.

Eu enxergo. Mas os petistas, não!
« Última modificação: 07 de Outubro de 2011, 08:49:26 por Geotecton »
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Offline DDV

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Re:Discurso de Dilma na UE é ‘irreal’ e ‘hipócrita’, diz artigo no ‘FT’
« Resposta #22 Online: 07 de Outubro de 2011, 08:37:13 »
A atual crise na Europa consiste nas dívidas absurdas de determinados países, no impacto negativo dessas dívidas na confiança dos investidores e nas diversas propostas e tentativas de salvarem estes países da bancarrota total.

 Dívidas públicas gigantescas são causados por estados gastadores, o que é o oposto do "neoliberalismo".

Logo, onde é que entra o "neoliberalismo" nessa história toda, conforme o texto que o ByteCode postou??

Alguém poderia me explicar?
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Offline Pregador

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Re:Discurso de Dilma na UE é ‘irreal’ e ‘hipócrita’, diz artigo no ‘FT’
« Resposta #23 Online: 07 de Outubro de 2011, 10:06:28 »
A recente fala da presidente Dilma Rousseff perante líderes da União Europeia, oferecendo ajuda para combater a crise e advertindo contra ajustes fiscais muito severos no continente, soou "irreal" e "hipócrita", opina artigo publicado na última terça-feira pelo Financial Times.
O artigo ironiza o fato de um país conhecido por seu "incômodo e pesado" sistema tributário advertir a UE contra "impostos restritivos". E cita a proposta do ministro da Fazenda, Guido Mantega, de propor um "pacote de resgate dos Brics" para a zona do euro.
"O problema é que ele esqueceu de consultar outros países dos Brics, como a China, que detém a maioria das reservas em moeda estrangeira do bloco. Até seus compatriotas se surpreenderam com a ideia de que o Brasil poderia resgatar países como a Itália, que tem um PIB per capita três vezes maior que o seu", diz o artigo.
O texto também diz que Brasília criticou o protecionismo apenas uma semana antes de elevar o IPI para carros importados. Ainda assim, ressalta que a "recém-descoberta voz global" do Brasil é um sinal de "maior estabilidade interna".

FONTE

As críticas do Financial Times são justas. Mas é verdade também que eles sempre tiveram esse mesmo discurso besta em relação ao Brasil no passado, mas nunca olhavam para o próprio quintal. É o sujo falando do mal lavado.
"O crime é contagioso. Se o governo quebra a lei, o povo passa a menosprezar a lei". (Lois D. Brandeis).

Offline Fabrício

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Re:Discurso de Dilma na UE é ‘irreal’ e ‘hipócrita’, diz artigo no ‘FT’
« Resposta #24 Online: 07 de Outubro de 2011, 15:10:18 »
A atual crise na Europa consiste nas dívidas absurdas de determinados países, no impacto negativo dessas dívidas na confiança dos investidores e nas diversas propostas e tentativas de salvarem estes países da bancarrota total.

 Dívidas públicas gigantescas são causados por estados gastadores, o que é o oposto do "neoliberalismo".

Logo, onde é que entra o "neoliberalismo" nessa história toda, conforme o texto que o ByteCode postou??

Alguém poderia me explicar?

O que eu acho engraçado é que os países gastam feito doidos. Aí precisam da ajuda do FMI e outro países. Que, claro, pedem redução de gastos e responsabilidade fiscal, sob pena de mais uma montanha de dinheiro ir pelo ralo. Ai vem os criticos esquerdistas de plantão jogando a culpa da cagada no neo-liberalismo, quando a lambança toda foi causada pela gastança desenfreada de governos irresponsáveis...
"Deus prefere os ateus"

 

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