Ver alguém falando que Deus não existe na televisão em pleno Natal não tem preço
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Pena que o argumento tido como o mais decisivo a favor da não-existência de deus, segundo transparece o documentário, a saber, a impossibilidade de existência de algo antes de o tempo existir, logo a inexistência de deus, seja muito fraco. Parte do pressuposto de que o universo, toda a existência, é algo peremptoriamente finito e relativamente bem conhecido, de forma muito factual. Se assim o fosse, os mesmos grandes pesquisadores que estruturaram a modelo padrão da cosmologia não estariam pesquisando, hoje, situações que pudessem dar origem ao nosso universo ponderável. Por mais conjecturais que sejam, é claro que estas tentativas não depõe a favor de uma plena certeza em relação à existência do cosmos.
Depor contra a existência de deus é muito mais producente a partir de uma argumentação de contingência aliada ao que sabemos sobre a Natureza e sobre a História. O documentário acerta ao tangenciar alguns destes aspectos, mas peca ao sustentar o argumento simples da finitude do tempo.
Mas é claro que também estou contente com as repetidas exibições deste monólogo do Hawking.