Autor Tópico: Judeus, Hittler e o Inferno  (Lida 2750 vezes)

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Offline Irracionalista

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Re:Judeus, Hittler e o Inferno
« Resposta #25 Online: 22 de Dezembro de 2011, 03:29:38 »
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Onde está a evidência de que muitas guerras são frutos de fundamentalismo religioso? Ora, em qualquer jornal, em qualquer emissora de televisão.

Por exemplo? Vamos lá, o ônus da prova é todo seu.  :)

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Eu acho que me expressei mal ao falar que a corrupção deriva de instituições religiosas, o que eu quis dizer é que praticamente toda instituição religiosa organizada (como a católica, por exemplo) sofre de uma corrupção incombatível. Você pode argumentar que qualquer governo também sofre de corrupção, e isso não significa nada. Mas quando uma instituição que diz pregar o AMOR, a IGUALDADE, a CORDIALIDADE, a CARIDADE, entre outras qualidades, é absurdamente corrupta, então temos um problema.

Mas que visão mais sacralizada do Catolicismo - que eu me lembre, a própria Igreja, apesar dos pesares, sabe que ela tem seus defeitos e falhas e que cometeu diversos erros no passado.  E quanto a corrupção, ela é inerente de quase todo tipo de Instituição, seja religiosa, seja secular, seja abertamente atéia (vide o evento recente entre Dawkins e Josh Timonen na RDF).

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A Inquisição Católica, mero exemplo, não foi fruto de fundamentalismo religioso? Foi fruto de que então?

Não confunda fanatismo com fundamentalismo. 

E qual das Inquisições? A prática da Inquisição oscilou consideravelmente de acordo com o período de tempo e da nação que ocorreu, sendo que algumas inquisições Algumas foram exemplos sim de zelo religioso extremado, como a Cruzada albigense (a primeira manifestação da Inquisição), ainda mais porque o controle dela não estava nas mãos de Inocêncio, mas numa mistura de "mob rule" com uma mistura de senhores feudais sanguinolenos que não eram capazes de controlar a população. Por outro lado, outras Inquisições, como a Inquisição espanhola, eram manobras da recém instalada Monarquia Absoluta espanhola para estabelecer um controle ainda maior sob a população de "conversos" e "marranos".

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Então você me diz que não se assusta quando milhares de PADRES, pessoas que fizeram um voto PARA COM SEU DEUS, que deveriam acreditar firmemente nos ideais de amor, bondade, justiça divinos, que são conselheiros espirituais de milhares de pessoas, que são vistos como homens dignos, puros, são acusados de PEDOFILIA, porque, 'estatisticamente' eles são tão propensos a isso quanto qualquer profissão? Faça um favor. Então de que está servindo a educação religiosa a que eles são submetidos?Se PADRES estão sujeitos a cometer qualquer 'erro', digamos assim, como qualquer outra pessoa, de que serve a religião então?

Como disse antes, que visão exaltada da Igreja Católica. Vamos a algo básico, Padres não são vistos como "homens dignos e puros" pela Igreja Católica e são tão vulneráveis quanto outros homens a cometerem atos pecaminosos (afinal de contas, eles são homens). A tarefa deles é promover, manter e espalhar a fé católica, não serem pessoas perfeitas (até porque qualquer cristão médio sabe que todo homem é pecaminoso por natureza).

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Não estou confundindo. Até onde vai meu parco conhecimento de Geografia, países desenvolvidos onde a educação é apontada como acima da média tendem a ter uma população menos religiosa e uma condição de vida melhor e mais justa. É meramente estatística. A educação é a causa? Ora, eu não tenho motivos pra dizer que não. Não estou inferindo uma correlação sem evidências. Basta ver que, do outro lado, países sub-desenvolvidos onde a educação não é das melhores apresentam justamente o oposto, um alto índice de religiosidade e condições de vida não tão favoráveis.

Está sim - ao que tudo indica, a descrença religiosa tem emergido naturalmente em estados que tenham melhores condições de vida, não que ela tenha sido a causa da melhoria dessas condições, mas provavelmente foi uma consequência disso. Se descrença fosse uma causa, nações onde a descrença foi imposta (como Albânia de Enver Hoxha e mais ou menos na URSS pré-Segunda Guerra) teriam índices de melhoria similares (e não retornariam á prática religiosa quando as condições de vida apresentaram melhoras consideráveis e não havia mais perseguições a religiosos).

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Isso se torna claro pra mim porque acredito que as religiões atuais são meramente usadas para controle de mentes.

Ah, claro. Vamos reduzir toda a gama de fenômenos religiosos a um único fator que H.L. Mencken descreveria como "neat, plausible, and wrong."  :)

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Não seria mais fácil eliminar o intermediário, ou quem sabe substituir por outras instituições de ajuda humanitária?

Telvez - mas criticar uma instituição de caridade por fazer o que instituições de caridades fazem (vulgo, organizar e redistribuir doações de pessoas) é algo que não faz sentido.

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Dizer que a vale a pena a ICAR existir porque faz caridades não é argumento;

Eu não me importo se a ICAR "vale a pena" ou "não" - quem tem que fazer esse juízo são os fiéis dela. Ao que parecem, eles querem que ela continue, talvez com algumas mudanças que é difícil prever se serão realizadas ou não.
"Make Money, Not War."

Offline D|V

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Re:Judeus, Hittler e o Inferno
« Resposta #26 Online: 22 de Dezembro de 2011, 14:28:36 »
Por exemplo? Vamos lá, o ônus da prova é todo seu.  :)

Que me vem a cabeça no momento foi a ocupação do Afeganistão pelas tropas norte-americanas que teve como estopim o ataque islâmico ao WTC, a guerra que ainda rola entre judeus e árabes pela criação da Palestina, Faixa de Gaza, os conflitos na Irlanda do Norte entre Católicos e Protestantes, Cristãos x Muçulmanos na Costa do Marfim, outros conflitos que rolam no Oriente Médio que tem pano de fundo religioso.

É muito difícil diferenciar política de religião em países teocráticos, como os países islâmicos, portanto qualquer guerra onde um país teocrático participe terá necessariamente motivos políticos E religiosos, já que são indissociáveis.

Estou tratando apenas dos conflitos mais recentes e notórios, mas existem outros conflitos internos (que não envolvem dois ou mais países) que são baseados em xenofobia religiosa (como a queima viva dos cristãos promovida pelos muçulmanos na Costa do Marfim como eu citei lá em cima).
E o que falar da intolerância com fundo puramente religioso? Como na Nigéria, onde os legisladores querem aprovar uma lei que condena a prisão homossexuais que vivam juntos. Aqui no Brasil mesmo temos esse exemplo, bancadas religiosas no Congresso querendo barrar projetos de lei que envolvam criminalizar a homofobia com motivos puramente religiosos.

Isso sem contar o perigo de dar poder à fanáticos religiosos, como para o futuro candidato à presidência dos EUA (basta ver as declarações) ou o perigo de países teocráticos que tem como objetivo espalhar sua ideologia pelo mundo, considerando infiéis todos aqueles que não seguem sua religião específica.

Sei que extendi muito o que eu falei inicialmente, mas são coisas que, na minha opinião, não são possíveis de se ignorar.

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Mas que visão mais sacralizada do Catolicismo - que eu me lembre, a própria Igreja, apesar dos pesares, sabe que ela tem seus defeitos e falhas e que cometeu diversos erros no passado.  E quanto a corrupção, ela é inerente de quase todo tipo de Instituição, seja religiosa, seja secular, seja abertamente atéia (vide o evento recente entre Dawkins e Josh Timonen na RDF).

E eu estou errado em considerar de forma sagrada a ICAR, que deveria ser a sede do poder de Deus (pelo menos o deus que eles acreditam ser verdadeiro) na Terra?
Sim, ela cometeu erros (e muitos) no passado, mas o que é pior, CONTINUA COMETENDO OS MESMO ERROS SEM PARAR.
Amigo, eu vou repetir o que eu já falei, eu sei que homens são corruptíveis e que ninguém e santo, mas existe uma diferença, pelo menos pra mim, em você me falar que o Congresso é corrupto e falar que a Igreja Católica é corrupta. Se o Papa, representante máximo da ICAR, fosse acusado de ter molestado dezenas de criancinhas ao longo de sua vida, estaria tudo tranquilo pra você? 'Ah, o Papa é homem e, portanto, corruptível, então tá tudo bem.' diria você frente a isso? Por favor, isso pra mim só seria mais um exemplo de quão nefasta é essa instituição e como ela deveria ser extirpada o mais cedo possível, afinal, que bem ela faz pro mundo? Me diga, pra que serve a ICAR, além de vender conforto religioso pras pessoas? Estou perguntando qual o papel da Igreja ATUALMENTE, e não se ela foi importante ou não no passado na criação de universidades, blablá, estou querendo saber quais motivos justificam a manutenção de uma instituição que só se prova cada dia mais  perniciosa de uma maneira geral?

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Não confunda fanatismo com fundamentalismo.


Pra mim são sinônimos. Qual a diferença entre os dois?
Me refiro a Inquisição como um todo. Qual a diferença, teve algum período em que ela foi boa?

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Como disse antes, que visão exaltada da Igreja Católica. Vamos a algo básico, Padres não são vistos como "homens dignos e puros" pela Igreja Católica e são tão vulneráveis quanto outros homens a cometerem atos pecaminosos (afinal de contas, eles são homens). A tarefa deles é promover, manter e espalhar a fé católica, não serem pessoas perfeitas (até porque qualquer cristão médio sabe que todo homem é pecaminoso por natureza).

Então me responde, pra que serve a fé católica se ela não vai te impedir de ser tão vulnerável quanto qualquer outra pessoa? Pra mim parece ser algo inútil, se um padre, versado na fé, é tão vulnerável quanto qualquer outra pessoa a cometer qualquer ato pecaminoso, então qual o papel da religião aí? Porque ela precisa ser disseminada, se não serve pra nada?
É claro que eles vão dizer que todo homem é pecaminoso por natureza, afinal, qual a melhor forma de arrebatar fiéis pra sua religião? Espalhando a idéia de um lugar de tortura e sofrimento pra onde você vai após a morte se tiver cometido pecados, dizer que todos, sem exceção são pecaminosos e o único caminho da salvação é comprar a religião que eles vendem. Agora, só não sei pra que né, já que você mesmo diz que até os padres são tão vulneráveis quanto qualquer pessoa, que esperança então tem um mero católico de conseguir salvação.

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Está sim - ao que tudo indica, a descrença religiosa tem emergido naturalmente em estados que tenham melhores condições de vida, não que ela tenha sido a causa da melhoria dessas condições, mas provavelmente foi uma consequência disso. Se descrença fosse uma causa, nações onde a descrença foi imposta (como Albânia de Enver Hoxha e mais ou menos na URSS pré-Segunda Guerra) teriam índices de melhoria similares (e não retornariam á prática religiosa quando as condições de vida apresentaram melhoras consideráveis e não havia mais perseguições a religiosos).

Eu não falei que A DESCRENÇA foi A CAUSA das melhoras de condição de vida. Vou repetir aqui o que eu falei :

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países desenvolvidos onde a educação é apontada como acima da média tendem a ter uma população menos religiosa e uma condição de vida melhor e mais justa.

A CAUSA que eu apontei foi A EDUCAÇÃO, a descrença é mera CONSEQUÊNCIA da educação, bem como a melhora na condição de vida.
Normalmente nações onde a descrença é imposta apenas substituem a religião convencional por outra 'religião', como é o caso da Coréia do Norte, onde a figura do deus ou deuses é substituída pelo culto a Kim Jong-il, que é visto como semi-divindade, 'presidente eterno' do país. Nada muito diferente do que acontece numa teocraria qualquer. E isso é exatamente o oposto do que eu falei.

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Ah, claro. Vamos reduzir toda a gama de fenômenos religiosos a um único fator que H.L. Mencken descreveria como "neat, plausible, and wrong."  :)

Não reduzi, você fez cherrypicking no que eu falei, basta ver o que eu escrevi logo depois disso. Me referi a alta hierarquia das religiões organizadas, como é o caso da ICAR, que estamos falando mais.
Lógico que uma religião que não tenha uma estrutura semelhante, como espiritismo, ou umbanda, por exemplo, não tem uma hierarquia onde os 'cabeças' usam-na pra controle de massa.

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Talvez - mas criticar uma instituição de caridade por fazer o que instituições de caridades fazem (vulgo, organizar e redistribuir doações de pessoas) é algo que não faz sentido.

Eu não critiquei por causa disso, eu falei que isso não é um argumento bom o suficiente pra justificar a manutenção de uma instituição como a ICAR.
Por exemplo, temos a ICAR e o Criança Esperança (primeira coisa que me veio a cabeça). Ambos arrecadam doações das pessoas e a distribuem entre os menos favorecidos. Legal, muito bom. Só que, na ICAR, temos a corrupção característica, temos padres abusando de crianças, temos membros do alto escalão indo totalmente contra o que eles próprios dizem ensinar (como a representante católica na Alemanha sendo sócia majoritária de uma empresa que destribui material pornõ no país), temos figuras católicas falando besteiras como se fossem mandamentos de Deus e temos, obviamente, um grande enriquecimento dessa instituição, transformando sua sede no país mais rico do mundo proporcionalmente ao tamanho. Vale a pena manter tudo isso com o argumento de que 'Oras, mas eles fazem caridade.'? Veja que o problema não é arrecar doações, e sim o fato de toda a estrutura estar comprometida.
Uma analogia seria se o Criança Esperança fosse usado para desviar parte das doações para financiar filmes pedófilos. Valeria a pena continuar doando e mantendo o CE só porque eles fazem doações, mesmo usando parte dessas doações pra fins nefastos?

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Eu não me importo se a ICAR "vale a pena" ou "não" - quem tem que fazer esse juízo são os fiéis dela. Ao que parecem, eles querem que ela continue, talvez com algumas mudanças que é difícil prever se serão realizadas ou não.

Claro que eles querem que ela continue. Se você perguntar pra uma mulher muçulmana que vive com seu corpo coberto, sendo sujeita às vontades do marido, com o risco de, por exemplo, ser apedrejada até a morte ao menor dos deslizes, se ela quer que o regime islâmico continue, lógico que ela vai dizer que sim, afinal, ela foi doutrinada a isso.
Eu acho que quando uma religião, ou qualquer regime governamental, ou qualquer coisa que seja, saia do espectro pessoal e influencie a minha vida de maneira significativa, isso deveria me importar e eu deveria fazer sim um juízo de valor a respeito.
Eu não gosto da idéia de uma bancada evangélica num Congresso de um país laico votando com fundamentos religiosos ridículos. Enquanto os fiéis estão dentro da igreja gritando pra Jesus, é uma coisa, mas quando querem empurrar seus valores a força pra todo mundo, isso me incomoda. Eu não faço isso, tanto que estou num fórum chamado Clube CÉTICO debatendo sobre isso, e não num fórum Clube EVANGÉLICO, tentando convencê-los de que Deus não existe.

Offline Sergiomgbr

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Re:Judeus, Hittler e o Inferno
« Resposta #27 Online: 22 de Dezembro de 2011, 14:47:30 »
A ICAR é uma grande rede social.
Até onde eu sei eu não sei.

 

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