Tópico: Como obter renda com produtos intelectuais caso a pirataria seja liberada?

[Diegojaf]

Documentário MUITO BOM sobre o tema. Achei muito bacana o remix que o cara fez do remix do brasileiro no finalzinho...

<a href="http://www.youtube.com/v/Ez1rYlVoges" target="_blank" class="new_win">http://www.youtube.com/v/Ez1rYlVoges</a>

[Buckaroo Banzai]

Acho curioso que, apesar da pirataria provavelmente não ter diminuído muito, ou mesmo aumentado, há essa tendência de superproduções de séries de TV.

Achava que o cenário de pirataria favoreceria mais a um barateamento/fim dessas produções (imagino que "reality" shows sejam mais baratas para produzir e proporcionalmente muito mais rentáveis), em primeiro lugar, e em menor lugar, até do cinema, por ter perdas proporcionalmente menores (imagino) para a pirataria.

Talvez seja o efeito de netflix e variantes, que acabam competindo com a pirataria efetivamente, a ponto até de produzir as próprias séries.

Mas ao mesmo tempo acho que coisas na linha de "kickstarter"+torrent/youtube, ou deixar baixar livros grátis esperando aumentar vendas dos "físicos", não têm sido parte muito significativa disso, apesar de haver quem pratique. Só me lembro de uma série dessas financiada na base de investimentos pessoais e doações, e empacou lá pelo nono episódio, apesar de nem ser nenhuma super-produção.


Para jogos (com talvez alguma possibilidade de adaptar para outros tipos de software, e talvez até, ou até mais, para livros), parece que a melhor estratégia é o "freemium". Não acharia extremamente surpreendente se algum netflix da vida lançasse algo como um pacote básico "grátis", com mais anúncios, uma TV aberta online, essencialmente. Como o youtube meio que faz.

[DDV]

O que parece, a pirataria deve continuar proibida e combatida, com o aumento da renda média da população e a maior facilidade, praticidade e "customização" dos produtos oferecidos garantindo uma manutenção ou aumento da renda dos autores.

[Buckaroo Banzai]

Bem como essas estratégias de barateamento, uma vez que a tecnologia praticamente zera o custo da reprodução, e se isso não é aproveitado para uma distribuição legal acessível, sem dúvida será aproveitado para distribuição "por fora".

O preço para o consumidor idealmente é baixo a ponto de fazer pensar que não vale a pena perder tempo pirateando para economizar -- o Steve Jobs uma vez fez a comparação de pirataria com emprego de salário mínimo.

[Rocky Joe]

Para jogos (com talvez alguma possibilidade de adaptar para outros tipos de software, e talvez até, ou até mais, para livros), parece que a melhor estratégia é o "freemium". Não acharia extremamente surpreendente se algum netflix da vida lançasse algo como um pacote básico "grátis", com mais anúncios, uma TV aberta online, essencialmente. Como o youtube meio que faz.

Para jogos, para mim a única coisa razoável de se pagar são roupas extras, capítulos extras... Qualquer benefício no jogo em si é prenúncio de design abusivo, como é o caso de Candy Crush. É engraçado como o mundo dá voltas, os jogos de fliperama também tinham muito design abusivo, para você perder a vida e colocar mais uma moeda. Não era divertido antigamente, não é divertido agora.

A Sony está tentando criar um esquema para jogos tipo Netflix, o Playstation Now. Coisas como kickstarter só servem para projetos pequenos, apesar de até agora isso ter rendido coisa boa (Shovel Knight por ex). Mas não acredito que os problemas da indústria de games seja devido a pirataria.

Acho curioso que, apesar da pirataria provavelmente não ter diminuído muito, ou mesmo aumentado, há essa tendência de superproduções de séries de TV.

Como as pessoas gostam de tuitar, de comentar no facebook, etc, elas provavelmente querem assistir a série sem ter que esperar, e a pirataria ainda é um pouco trabalhosa. Como a maior parte das pessoas já tem TV, é mais fácil assistir nela. É um chute.

[Brienne of Tarth]

Complicado.
Sou a favor da liberação da informação e não de sua elitização...
Já sofremos muito em termos de perda de dados valiosos, seja no incêndio da Biblioteca de Alexandria, seja nos arroubos dos "santos" em seus bibliocídios...
Muitos artistas já dsponibilizaram suas obras na Net, como o "coxinha"  do Lobão. Ele diz que músico tem que ganhar dinheiro com shows, não com venda de CDs.
O Torrent é meu pastor, nada não baixará...
Mas, na boa? Detesto E-books. Ainda sou da velha guarda que aprecia o tato, o olfato, a visão e porque não dizer o paladar de um livrinho básico com apenas 500 páginas...

[Buckaroo Banzai]

Não acho que alguém seja a favor de "elitização". A questão é apenas viabilizar renda/subisistência do autor a partir de obras intelectuais, facilmente pirateáveis.

Alguns podem considerar pessoalmente viável ou até preferível abdicar de ganhos provenientes de licenciamento do direito de cópia/reprodução, e são livres para fazer como queiram, todos são. Mas "fazer shows" não é opção para todos os tipos de autor, e pode não ser algo que compense o investimento da criação original. Vai ser geralmente mais o caso para estilos como o "funk" carioca, que requerem apenas algumas rimas pornográficas, padrões pré-programados de teclados eletrônicos, e "scratches"/"samples" em um disco de algum músico.

Essas coisas de "copyleft" e "creative commons" não são novidades legais, apenas licenças padronizadas escritas e popularizadas recentemente, mas sempre foram possibilidade legal. Apenas não parecem ser as melhores opções para a maioria dos autores, ou muitos deles, uma vez que não são as mais usadas. Alguns arriscam, outros usam coisas parecidas, como faz o Paulo Coelho.

[Rhyan]

"Propriedade" intelectual é uma aberração econômica. Só pode ser propriedade o que é um bem escasso. E ficar defendendo escassez artificial na era das impressoras 3D é burrice.

Como seriam financiados, bom, o mercado vai dizer, mas sem pensar muito eu respondo:

1- Shows, produtos

2- propagandas dentro dos filmes, produtos

3- Palestras, ensino

4- Propagandas e palestras

[Geotecton]

[...]
Só pode ser propriedade o que é um bem escasso.
[...]

Então é possível dizer que imóveis, como terrenos e áreas nuas não são propriedades?

[Lorentz]

Pra mim, o que mais vem facilitando o acesso a produtos intelectuais são canais de distribuição que liga o consumidor diretamente com o autor, como é o caso do Steam, iTunes, MercadoLivre, YouTube etc.

O fato de não haver um atravessador que tenta maximizar ganhos nivelando tudo por baixo (TV aberta ou paga) faz com que cada nicho possa ser preenchido por autores de conteúdo. Se um programa sobre física e química na TV não daria audiência o suficiente e por isso não seria viável, no YouTube é perfeitamente possível, e aqueles poucos consumidores são o suficiente para trazer lucro diretamente pra quem produziu, tornando o empreendimento mais barato e mais viável.

Isso vale para os games também, onde hoje é possível termos um game como Minecraft ou Bastion vendendo bem porque são facilmente distribuídos. Se dependêssemos da boa vontade das grandes publishers como EA ou Actvision, nunca teríamos esses games.

[Rhyan]

[...]
Só pode ser propriedade o que é um bem escasso.
[...]

Então é possível dizer que imóveis, como terrenos e áreas nuas não são propriedades?

Hã? Não são bens escassos?

[Buckaroo Banzai]

Escassez fabricada na canetada, uma vez que há uma série de latifúndios e imóveis desocupados.

[Rhyan]

Escassez fabricada na canetada, uma vez que há uma série de latifúndios e imóveis desocupados.

Homesteading neles!