Quer dizer que só existem governos legítimos a partir de 1776?
Sim, é exatamente isso o que quero dizer.
O governo britânico possui basicamente a mesma estrutura desde o tempo de cromwell, não seria legítimo?
Mas a falta de eleições não significa quebra do contrato social. Um governo pode ser uma teocracia, uma ditadura, uma monarquia esclarecida, uma oligarquia e ainda assim possuir um contrato social que a legitime, porque pode ser a vontade do povo ser governado por um grande pai, por exemplo.
Como você sabe se essa é a vontade do povo se não houverem eleições livres? Havendo-as e o povo decidindo por manter a teocracia, monarquia, etc., o governo é legítimo. E por eleições livres entenda-se eleições com regras justas e sem fraudes.
Todo governo precisa de uma forma de legitimação popular, sem a qual ele não se sustenta. Para tanto o governo investe em benesses para a população em geral, ainda que essas sejam para manter o povo sob controle. Foi assim com Getúlio Vargas, Perón, Hitler, Mussolini e demais ditadores, em todos houve um forte apoio popular. É algo bem antigo (como o pão e circo romano) e quando há a quebra desse contrato acontecem as revoluções e derrubadas de poder. Há outras formas de legitimação como o direito divino dos reis e a religião nas teocracias, mas em todos esse poder é legitimado pelo povo. Apenas quando o país encontra-se em guerra civil ë que essa lógica fica comprometida, mas as facções tentam cooptar a população para o seu lado.
O que também não faz sentido, já que a autodeterminação de um povo não implica em eleições e nem mesmo em existência de um país.
Elabore.
A autodeterminação de um povo implica em ele se ver como nação e ter o direito de esvolher seu destino, mas não significa necessariamente independência completa. Um exemplo é a Escócia em que bem há pouco tempo não timha direito a um parlamento próprio, mas se viam como um povo, a ponto de ter movimentos para uma revitalização do gaélico.
Podem sofrer sanções se quebrarem algum tratado ou se houver alguma ação humanitária (até mesmo uma "guerra justa"), mas isso não significa acabar com a soberania. Questionar a soberania de um país só é possível se aceitar fazer guerra com ele.
Que é o que deveria acontecer idealmente. Na prática, porém, guerras são difíceis demais, caras demais e terríveis demais por si próprias para serem conduzidas com frequência.
Em outras palavras: se você não possui força suficiente então a soberania deve ser respeitada antes que desrespeitem a sua.