A idéia de viver um romance de novela é só uma reedição de outros tipos de aventuras amorosas, como "Príncipe Encantado", "Romeu e Julieta" ou mesmo "Abelardo e Heloísa". A visão idealizada (ou trágica ou casta) do amor e paixão faz parte da tradição folhetinesca, na qual as novelas são descendentes televisivas.
Tá, mas isso não muda em nada o que eu falei, esses romances impossíveis parecem contaminar, na minha opinião, mulheres que tem cabeça fraca e ficam usando esse tipo de coisa como um ideal. Mas óbvio que isso não é exclusividade de novelas, filmes também estão cheios disso, só que as novelas, principalmente as da Globo, sei lá, parecem que SÓ TEM isso, misturado com um outro monte de bobagens.
Você reclamou pouco acima de quão ficcionais e idealizadas são as novelas, agora acha errôneo que elas mostrem algo que é não só verdadeiro, como comum e praticado desde o alvorecer da humanidade?
Eu não reclamei de quão ficcionais são as novelas, porque senão seria contraditório, já que as séries que eu citei são puramente ficcionais. Eu falei dos ROMANCES IMPOSSÍVEIS que são retratados nas novelas. Isso não seria problema nenhum, se o PÚBLICO não fosse tão facilmente influenciável, o que, infelizmente, não é o que acontece. Mas essa não é a única ressalva que eu fiz a respeito das novelas da Globo, misture aí falta de criatividade, já que todos os roteiros são simplesmente o mesmo, só mudam o nome dos personagens e o local onde a 'história' se passa, uma hora é no Egito, outra é na Arábia, sei lá, narrativa pobre, é sempre a mesma historinha em todas as novelas, sempre os mesmo personagens, sempre as mesmas situações, entre outras coisas que citei lá em cima.
Não, eu não acho errado que mostrem isso, não teria nenhum problema em mostrarem isso SE o público não fosse tão influenciável quanto é. Lembro da época que passava uma novela que não lembro o nome agora, que tinha uma personagem que tinha um bordão que era 'Não é brinquedo não'. Foi instantâneo a adoção dessa frase ridícula por praticamente toda a população. Lembro também que o nome de umas das personagens foi dado às crianças por uma quantidade enorme de pais.
Eu acho que se o público fosse um pouco mais crítico, talvez novelas não influenciassem tanto a nossa cultura, embora com uma população mais crítica, o número de telespectadores desse tipo de entretenimento provavelmente cairia.
Se Supernatural não é entretenimento barato, eu não faço idéia do que é (o que não quer dizer que eu não goste, mas jamais eu citaria essa série como algo de qualidade). Segue o padrão "Monstro da Semana" de X-Files (com um enredo de fundo do tipo "O Vilão do Ano", seja o Olhos Amarelos, seja Satã, seja os Leviatãs), tem fanservice (masculino e feminino) de sobra e tem o extra de trivializar a morte, como é feito em quadrinhos vagabundos (Sam e Dean morrerram e renasceram quantas vezes, umas duas ou três vezes cada?).
Nas suas primeiras temporadas, SN realmente seguia esse modelo, que eu costumo chamar de série Power Rangers (mesma coisa em todo episódio, como era nos Power Rangers, aparecia o monstro, eles derrotavam, o monstro cresciam, chamavam o Megazord e acabou), tanto que eu só comecei a acompanhar após a quinta temporada (nem assisti às anteriores, apenas alguns episódios isolados), justamente por causa da inserção dos temas religiosos. O único problema que eu acho de SN é a falta de efeitos mais caprichados, pra uma série que deve ter um orçamento considerável.
Eu julgo como algo de qualidade sim, tem a quantidade certa de drama, na minha opinião (que se concentra mais entre os irmãos), algumas pitadas de humor e um tema que é interessante. Não vejo 'trivializar' a morte como um ponto negativo, que quadrinhos vagabundos são esses que você citou? Eu desconheço. Dentro do tema que é tratado em SN, eu encaro a ressureição dos personagens principais como algo perfeitamente cabível. Estranho seria depois de 7 temporadas enfrentando Deus e o Diabo nenhum dos dois ter sofrido qualquer arranhão.
Eu não vi (ou não me interessei por mais que 3 episódios) de tais séries, mas eu tenho que perguntar: Qual o enredo de Big Bang Theory? É um típico sitcom, só que ao invés de piadas com relacionamentos (como é a regra de sitcoms), faz com cultura nerd ou geek (e isso ainda tem se esgotado, o que vi da quarta temporada dá um foco maior a "relacionamentos").
BBT é realmente um sitcom, e como você bem citou, seu humor central gira em torno da cultura nerd. É um seriado muito engraçado, a falta de habilidades sociais dos personagens, o humor sarcástico do Sheldon, a cara de pau do Howard. A quinta temporada agora retornou mais ao tema central, abandonando um pouco a temática de relacionamento das duas temporadas anteriores.
Mas o que exatamente você quis dizer com isso? Que BBT se equipara ao enredo de novelas da Globo?