genjikahn,
Eu devo ter me expressado muito mal, porque você não entendeu absolutamente nada.
O tópico é sobre o artigo que um cara escreveu dizendo, basicamente, o seguinte: "Pô, num quero mais pertencer a este grupinho de "céticos" porque no fundo eles não passam de uns pedantes que se reúnem para fazer pouco daqueles que consideram ignorantes e inferiores. Eles não querem difundir o senso crítico e defender a razão, só querem achar que são superiores e especiais."
Por isto comecei meu comentário dizendo "só posso falar por mim." Porque eu não tenho como saber o que vai na cabeça e no âmago de cada frequentador do CC e similares, ao contrário do autor do artigo, que parece ter a certeza de que apenas o esnobismo e a presunção os motivam.
O meu ponto é que difundir o senso crítico seria, na minha opinião, uma forma de melhorar tremendamente o mundo. Porque, em última análise, todos "pagamos a conta" de viver em uma sociedade de ingênuos, facilmente manipuláveis. Um ponto de vista contrário ao do autor do artigo, que sustenta que a satisfação inconfessável de todo "cético" é viver em um mundo onde reina a ignorância, pois só assim ele se sente especial e inteligente, reunindo-se com seus pares em clubinhos fechados para debochar da nesciedade alheia.
Sacou?
Quando eu digo que "os céticos sempre controlaram o mundo" não estou sendo ingênuo. É óbvio que não estava me referindo simplesmente àquelas raras pessoas que costumam esperar que alegações excepcionais sejam corroboradas por evidências igualmente excepcionais. Na verdade estava me referindo ao fato que em geral os que sempre detiveram o poder estavam bastante conscientes de suas próprias fraudes e mentiras.
Ingênuo é quem acha que o Sumo Sacerdote realmente pensava que uma múmia ressuscitaria em outra vida. Só quem acreditava nisso era o coitado carregando pedras na pirâmide. Ingenuidade é achar que a elite do partido nazista acreditava na ideologia que pregavam, da mesma forma que o povo alemão. É achar que a "junta Bush" e a CIA algum dia esperaram encontrar as temíveis armas de destruição em massa de Saddam Husseim.
O atual Santo Papa, quando bispo, acobertou durante anos os crimes de um depravado que abusou de mais de 200 crianças surdas. Mesmo sabendo que agindo assim o pervertido faria novas vítimas. Não é o que se deveria esperar de um homem que acredita em Deus e teme o inferno.
Porque ele realmente NÃO ACREDITA! O homem é um cético, e por isto mesmo se tornou Papa. Pois há interesses demais em jogo para colocarem um idiota no Vaticano, um pateta que acredita em Jeová e nas superstições da bíblia.
O que eu quero dizer é que se as pessoas não se permitissem enganar tão facilmente as coisas seriam mais complicadas para os "céticos cínicos" que se valem da ingenuidade geral. Acredito mesmo que estaríamos todos desfrutando de uma sociedade mais organizada e progressista se as pessoas estivessem mais preparadas para fazer julgamentos criteriosos, e mesmo eu não sendo louco de comprar a tolhinha sagrada do Valdomiro para sanar minhas dívidas, indiretamente mesmo a minha vida é afetada por viver em uma sociedade em que tantas pessoas são capazes de cair neste logro.
( Imagine, por exemplo, que "ótimos" candidatos estas pessoas estão elegendo... )
Portanto, pelo menos para mim, empunhar a bandeira do ceticismo tem a ver com um desejo ( este sim, talvez ingênuo ) de melhorar o mundo, e não com uma necessidade neurótica de massagear meu ego como quer o autor do artigo.
Agradeço suas observações, mas infelizmente nenhuma delas tem p... nenhuma a ver com nada do que eu escrevi.