Autor Tópico: Por que não sou mais um Cético  (Lida 6553 vezes)

0 Membros e 1 Visitante estão vendo este tópico.

Offline Unknown

  • Conselheiros
  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 11.331
  • Sexo: Masculino
  • Sem humor para piada ruim, repetida ou previsível
Por que não sou mais um Cético
« Online: 25 de Fevereiro de 2012, 03:41:06 »
Não concordo com tudo que ele diz mas um pouco de autocrítica é sempre bom

Citar
Por que não sou mais um Cético – Parte 1

Rejeitando o Ceticismo



Essa não é uma história de como eu encontrei Jesus, de como a acupuntura curou minhas hemorroidas ou de como meus abdutores alienígenas revelaram a verdade derradeira sobre o 11 de setembro. Eu ainda não tenho fé em nada sobrenatural, místico, psíquico ou espiritual. Eu ainda considero o método científico a melhor maneira de criar um modelo da realidade e a razão a melhor maneira de descobrir a verdade. Eu não sou mais um cético, mas nenhuma das minhas crenças centrais mudou.

O que mudou é que vim a rejeitar o ceticismo como identidade. Identidades compartilhadas como o ceticismo são, na melhor das hipóteses, problemáticas por inúmeras razões, mas posso aceita-las como maneira de empoderar e dar voz àqueles a quem os direitos políticos são negados. E, de fato, é assim que céticos gostam de retratar a si mesmos: uma minoria preparada para o combate erguendo-se em defesa da ciência, o reduto solitário da razão em um mundo irracional, a vanguarda contra a velha ordem de ignorância e superstição. Como um cético, eu estava feliz em aceitar esta narrativa e acreditar que eu estava fortalecendo as barricadas.

No entanto, esta é uma narrativa que corresponde mal à realidade. No mundo moderno, a ciência, a tecnologia e a razão são centrais e vitais, e isso é largamente reconhecido, inclusive nos níveis mais altos. Em qualquer grande decisão política, o tecnocrata fala mais alto do que o bispo, ou, aliás, que qualquer outra pessoa. Claro, Bush e Blair eram notórios “crentelhos”, mas se você seriamente acha que, digamos, a segunda Guerra do Golfo tenha sido decisão apenas deles, ou de que “assim quer Deus” convenceria qualquer pessoa que eles tivessem de convencer, então você está aceitando uma caricatura da história. Tais decisão são sempre calculadas, refletidas e apoiadas por dúzias de experts científicos acomodados.

A ciência tem alta consideração na mídia e um grupo lobista poderoso: em meio a uma recessão global e grandes cortes governamentais, o financiamento científico geralmente se manteve ou até mesmo aumentou. Corporações de tecnologia de ponta tem influência e riqueza massivas, e seus produtos são onipresentes e cada vez mais vistos como desejáveis. De fato, o mundo hoje seria inimaginável sem os produtos da ciência e da tecnologia, os quais infiltraram-se em quase todo processo econômico, político e social. Vivemos em um mundo criado pela, e cada vez mais dependente da, ciência, tecnologia e razão, no qual cientistas e engenheiros são uma elite estimada e indispensável.

Isso mesmo: os nerds venceram, décadas atrás, e estão agora tão perfeitamente estabelecidos quanto qualquer outra parte do status quo. E enquanto nerds são uma elite relativamente nova, eles são impressionantemente iguais à antiga: ricos, brancos, do sexo masculino e desesperados para se agarrar àquilo que tem. E vim a me dar conta de que o ceticismo, em suas mãos, é apenas mais uma ferramenta para assegurar e avançar sua posição privilegiada, e pisotear seus inferiores. Como um cético, eu não estava levantando as barricadas revolucionárias: em vez disso, eu estava torcendo pela cavalaria do Czar.

A Razão não é apenas para uma elite intelectual

É claro, não há nada inerentemente elitista na razão ou no método científico. Pensamento crítico envolve aplicar algumas regras simples que são acessíveis a todos, ao menos em teoria. E realmente, muitas pessoas tornam-se céticas com a melhor das intenções: para espalhar a palavra da razão e do pensamento crítico, para armar as massas em vez de derruba-las. Ao chamar a atenção para o charlatanismo e enganação onde quer que ocorram, seu objetivo é proteger os vulneráveis dos enganadores, charlatães, políticos e sacerdotes que os exploram.

Mas tal é o caráter do ceticismo que as boas intenções rapidamente atolam-se nas más. Veja além das lágrimas de crocodilo em qualquer fórum online de ceticismo e notará rapidamente que a maior parte dos visitantes não é atraída para lá por uma preocupação pelas vítimas da irracionalidade, mas por menosprezo. Estão lá para rir dos idiotas. Não alegarei inocência aqui: muitas vezes participei das risadas, pelo menos vicariamente; rir de idiotas pode ser divertido. Mas no contexto de um site de céticos, a risada toma um tom nada saudável de bullying. Nunca é agradável ver um grupo de estudantes universitários unindo-se para rir de pessoas que tiveram suas vantagens negadas em suas vidas, principalmente quando para alguns deles trata-se de um hobby de tempo integral. É uma luta injusta entre recursos desiguais, e muito poucos céticos se importam com essa desigualdade ou querem fazer algo a respeito disso.

Aliás, estou convencido de que a maioria deles preferiria manter os recursos desiguais. O cético médio não tem tempo para espalhar a palavra da razão aos que deixam a desejar em termos de educação ou intelecto. Sua razão superior é o que o separa dos patetas ao seu redor, e ele não tem nenhum interesse em fechar esse vão. Para ele, o apelo da panelinha cética é sua exclusividade. É um refúgio das massas estúpidas, e um marcador de seus próprios privilégios especiais. É a Mensa com uma nova marca.



Cerca de dez anos atrás houve um movimento com vida curta que pretendia rotular os céticos como “brights” (brilhantes). Esta proposta foi largamente rejeitada pela comunidade, talvez porque revelasse demais da mentalidade dos céticos. Muitos deles de fato vêem a si mesmos como “brilhantes” em um mundo de “turvos”. E em vez de iluminar o mundo, eles preferem unir-se em fóruns céticos e tentar brilhar mais que os outros.

Fóruns online, de qualquer tema, podem ser lugares proibidos para novatos; com o tempo a maioria deles tende a se tornar dominada por pequenos grupos de sabe-tudos irritadiços que estampam suas personalidades no modo de proceder. Mas fóruns céticos são unicamente projetados para esse tipo de pessoa. Um fórum cético valoriza (e em alguns casos, transforma em fetiche) ‘nerdice’ competitiva, esperteza gratuita, demonstrações machonas de erudição. É uma reunião de homens durões da racionalidade, batendo em seus peitos, exibindo sua lógica muscular, olhando de soslaio para comparar seu dote cético com o do cara ao lado, farejando o ar em busca de sinais de fraqueza. Juntos, criam uma atmosfera opressiva de vestiário suado que ajuda a manter setores demográficos indesejáveis de fora.

http://bulevoador.com.br/2012/02/32190/
Citar
Por que não sou mais um Cético – Parte 2

SEXISTAS MALDITOS



Um setor demográfico com o qual os céticos ficam particularmente desconfortáveis é a fêmea da espécie. É um fato cada vez mais constatado que a comunidade cética está repleta de sexismo — especialmente depois da controvérsia do “cara do elevador”, sobre a qual falarei mais adiante. Mulheres são uma pequena minoria no mundo cético, e as poucas que se envolvem tem bosta atirada sobre elas constantemente por seus colegas céticos. Todo dia elas sofrem toda a gama de atitudes desde escárnio até olhadas maliciosas.

O ceticismo, é claro, é apenas um dos muitos interesses online que atraem sexistas mal-enrustidos. Mas a atração particular do ceticismo é também seu problema em particular: ele permite que o sexista disfarce seu preconceito como racionalidade e “bom senso”. Você pode encontrar caras assim facilmente em fóruns céticos: a palavra “feminismo” faz com que rastejem para fora, como lesmas depois de um aguaceiro. Para eles, o feminismo é uma disciplina não científica (mas como poderia ser de outra forma?), tão sem sentido quanto astrologia ou Catolicismo Romano, e está maduro e perfeito para ser refutado. Eles concordam com a liberação feminina, dentro do bom-senso; mas agora já foi longe demais, e a mão firme da razão deve segurar as rédeas. A razão, de maneira bem estranha, parece nunca perturbar seu próprio agarramento ao poder. Ela está sempre do lado do patriarcado.

Para ser justo, tais sexistas descarados são uma minoria em fóruns céticos, mas para ser ainda mais justo, a atitude geral para com as mulheres não é exatamente saudável. Mulheres estão presentes em fóruns céticos de forma muito parecida com como as mulheres estavam presentes nos episódios mais antigos de Jornada nas Estrelas: enquanto os homens fazem uma variedade de papéis, as mulheres são sempre os personagens sexuais. Seu único atributo é ser sexualizada e objetificada. Inteligência em um cético homem é pouco notada; inteligência em uma mulher cética é excitante. Quando um cientista homem sabe sobre ciência, é algo esperado e passa sem comentários; quando uma mulher cientista sabe sobre ciência, ela é gostosa! E vai ser praticamente impossível vê-la sob a multidão de nerds tentando ‘fapar‘ sobre seu jaleco.



Muitas vezes o nerd cético que tenta exibir suas credenciais de cordialidade para com mulheres acaba se revelando apenas um sexista nojento. Ele é totalmente a favor das mulheres, contanto que elas satisfaçam seu próprio ideal de o que uma mulher deve ser. Esse tipo de atitude é tipificada pelo webcomic voltado para céticos xkcd. “Eu gosto de garotas nerds”, diz Randall Munroe – mas ele tolera as outras? Eu procurei entre centenas de suas tirinhas de homens-de-palito, deus me ajude, e onde seus personagens femininos eram caracterizados, elas inevitavelmente se conformam ao mesmo ideal construído – nerd, desajeitada, sabe-tudo, engraçadinha – um ideal em grande parte construído em torno do próprio Randall, ou sua própria auto-imagem. Este ideal feminino diz muito mais sobre sua vaidade do que sobre seu feminismo; e é um ideal compartilhado por muitos na comunidade cética.

Idealizar as mulheres não é o mesmo que feminismo – na verdade, normalmente é o oposto. Ao longo da história, o conceito da “mulher perfeita” tem sido muito mais uma forma dos homens forçarem suas impressões nas mulheres, restringindo-as, do que de dar-lhes uma voz. A Virgem Maria não era uma figura progressista, e nem a Joana D’Arc, e nem a garota cética dos seus sonhos, caras, quem quer que ela seja. Embrulhar as mulheres em suas pequenas fantasias não é muito diferente de embrulha-las em uma burca.
 
ISLAMOFOBIA



Apenas uma minoria de mulheres muçulmanas usam burcas; algumas usam-nas por escolha, como uma afirmação de sua identidade cultural. Algumas o fazem apenas pela insistência dos homens em sua família. Alguns desses homens são sexistas tradicionais do tipo que você pode encontrar na comunidade cética; muitos outros são guiados pelo mesmo tipo de cavalheirismo torto que faz nerds idealizarem garotas desajeitas da ciência.

Eu não quero encher minha própria bola indevidamente, mas acredito que o parágrafo acima seja uma afirmação mais bem medida e factual sobre o Islã do que as que você encontrará em todo o trabalho do Prof. Richard Dawkins ou de seus co-pensadores. De fato, na comunidade cética é muito mais comum encontrar afirmações insinuando que todos os muçulmanos sejam terroristas suicidas que odeiam mulheres, odeiam a liberdade, cortadores de clitóris, e ainda mais, encontrar essas afirmações sendo aceitas sem comentário. Sob o disfarce do ateísmo, progressismo e racionalidade, a feia islamofobia prospera.

Um exemplo recente chocante aconteceu depois da chamada controvérsia do cara do elevador. Em uma conferência cética em Dublin, a proeminente Rebecca Watson (também conhecida como “Skepchick“) recebeu uma proposta de algum doido em um elevador às 4 da manhã. Ela educadamente recusou e depois fez um vídeo sobre o incidente dizendo que, caras, cantadas de elevador não são uma ideia muito boa. Justo, você pode pensar. Mas previsivelmente para a comunidade cética, suas palavras incitaram a fúria de um grande número de sexistas, inclusive do Prof. Richard Dawkins, que não conseguiu resistir a arrastar para o campo um de seus outros preconceitos. Vale a pena citar suas palavras na íntegra:

Citar
     Querida Muçulima,

    Pare de choramingar, tá bom? Sim, sim, eu sei que seus genitais foram mutilados com uma lâmina, e… bocejo… não me diga de novo, eu sei que não permitem que você dirija um carro, e você não pode sair de casa sem um parente homem, e seu marido tem permissão para bater em você, e você será apedrejada até a morte se cometer adultério. Mas pare de choramingar, tá bom? Pense no que suas irmãs americanas sofredoras tem de aguentar.

    Essa semana mesmo eu fiquei sabendo de uma, ela chama a si mesma de “Skepchick“, e você sabe o que aconteceu com ela? Um homem em um elevador de hotel a convidou para tomar café em seu quarto. Não é exagero meu. Ele convidou mesmo. Ele a convidou para tomar café em seu quarto. Claro que ela disse não, e claro que ele não encostou nem um dedo nela, mas mesmo assim…

    E você, Muçulima, acha que tem misoginia pra reclamar! Pelo amor de deus, cresça, ou pelo menos deixe de ser tão sensível.

Esse comentário não foi feito por um trollzinho qualquer no Youtube, ou por um membro declarado do BNP (British National Party), ou mesmo por um impostor malicioso; como foi posteriormente confirmado por PZ Myers, essas são as palavras do próprio Richard Dawkins. O Richard Dawkins, autor de “Desvendando o arco-íris” e “O relojoeiro cego”, professor emérito pelo entendimento público da ciência na Universidade de Oxford, o cético-mor dos céticos. E suas palavras são discurso de ódio, puro e simples.

Como é típico de fomentadores de ódio, Dawkins toma cuidado para não dar nome a seu alvo diretamente: em vez disso, ele trabalha com insinuação — embora, dito isso, chamar a vítima de “Muçulima” [Muslima no original] seja particularmente grosseiro. Como também é típico de fomentadores de ódio, ele constrói para nós uma imagem generalizada de um número de exemplos isolados e não relacionados. Mutilação genital feminina, por exemplo, não tem nada a ver com o Islã, como Dawkins provavelmente sabe, apesar de ele estar bem satisfeito em enfiar junto e sugerir que seja endêmico. O efeito de sua arenga é retratar o Islã como um tipo de tortura feminina institucionalizada da qual todos os homens muçulmanos são cúmplices, portando caluniando meio bilhão de pessoas, e avançando os objetivos da Fox News e da “guerra contra o terror” (a propósito, a ironia do primeiro parágrafo não disfarça a falta de compaixão de Dawkins pela condição da “Muçulima”. Procurando por um exemplo de lágrimas de crocodilo cético? Não posso pensar em nenhum melhor).

Para seu crédito, muitos céticos renomados (incluindo PZ Myers e Phil Plait) chamaram a atenção de Dawkins para seu óbvio sexismo; mas até onde sei – e corrija-me se estiver errado – nenhum deles disse uma palavra sobre sua islamofobia. Parece que esse lixo racista é aceito dentro da comunidade cética como evidentemente é dentro das salas comuns de Oxbridge.

E lixo racista é o que isso é. Alguns apologistas de Dawkins alegam que ele não é islamofóbico, mas simplesmente um ateu militante combatendo as maldades da religião onde quer que ele as veja; mas Dawkins vê suas maldades de maneira bastante seletiva. De fato, ele é marcadamente complacente com a fé de sua infância, a boa e velha Igreja da Inglaterra – tanto que suspeito que “Deus, uma ilusão”, em si, não seja sua principal preocupação. De seus escritos, imagino que Dawkins ficaria satisfeito em viver em um mundo onde gentis vicários anglicanos presidissem sobre suas congregações civilizadas e entediadas nos vales e montes da Inglaterra, enquanto o Império Britânico faz seu trabalho sujo em outras partes, em lugares como Quênia, Índia e West Cork. Ele salva sua verdadeira ira para os credos dos nativos desordeiros – todos aqueles muçulmanos e católicos e tribalistas nojentos que não sabem o seu lugar. Não que ele queira se associar com o derramamento de sangue feito em seu nome. Como muitos progressistas gentis, ele se declara hipocritamente contra as guerras no Iraque e Afeganistão, enquanto continua a envenenar a atmosfera em seu favor com esse discurso de ódio. Ao menos seu camarada Christopher Hitchens, bronco como ele é, foi consistente o suficiente para seguir sua visão a suas conclusões lógicas e repugnantes. Por outro lado, o Hitchens tem mais consciência do que o ceticismo é.

http://bulevoador.com.br/2012/02/32688/

Ainda faltam algumas partes dessa tradução que o Bule Voador continuará publicando às sextas. O texto integral original (em inglês) pode ser lido aqui: http://plover.net/~bonds/nolongeraskeptic.html

"That's what you like to do
To treat a man like a pig
And when I'm dead and gone
It's an award I've won"
(Russian Roulette - Accept)

Offline Sergiomgbr

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 11.712
  • Sexo: Masculino
  • uê?!
Re:Por que não sou mais um Cético
« Resposta #1 Online: 25 de Fevereiro de 2012, 04:11:25 »
Totalmente de acordo. Assim sou eu também.
Até onde eu sei eu não sei.

Offline genjikhan

  • Nível 18
  • *
  • Mensagens: 508
  • Sexo: Masculino
  • Razão+imparcialidade= espirito livre
Re:Por que não sou mais um Cético
« Resposta #2 Online: 25 de Fevereiro de 2012, 07:29:27 »
O texto integral vale dar uma lida . Uma das coisas que discordo é a confusão que o autor faz com "liberdade de expressão" e "livre pensamento",o que faz ele rotular inadequadamente os céticos como "neoliberais" .

Totalmente de acordo. Assim sou eu também.

Racista,religiosamente intolerante,arrogante e sexista? :lol:
"Não há fatos eternos,assim como não há verdades absolutas" - Friederich Nietzsche

"Os males de que padece o ser humano vêm em seu maior número,vêm dele mesmo" - Plínio

"Quem conhece a sua ignorância revela a mais profunda sapiência. Quem ignora a sua ignorância vive na mais profunda ilusão" - Lao Tsé

Offline Dodo

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 5.304
Re:Por que não sou mais um Cético
« Resposta #3 Online: 25 de Fevereiro de 2012, 07:45:46 »
Citar
Cerca de dez anos atrás houve um movimento com vida curta que pretendia rotular os céticos como “brights” (brilhantes). Esta proposta foi largamente rejeitada pela comunidade, talvez porque revelasse demais da mentalidade dos céticos. Muitos deles de fato vêem a si mesmos como “brilhantes” em um mundo de “turvos”. E em vez de iluminar o mundo, eles preferem unir-se em fóruns céticos e tentar brilhar mais que os outros.

Fóruns online, de qualquer tema, podem ser lugares proibidos para novatos; com o tempo a maioria deles tende a se tornar dominada por pequenos grupos de sabe-tudos irritadiços que estampam suas personalidades no modo de proceder. Mas fóruns céticos são unicamente projetados para esse tipo de pessoa. Um fórum cético valoriza (e em alguns casos, transforma em fetiche) ‘nerdice’ competitiva, esperteza gratuita, demonstrações machonas de erudição. É uma reunião de homens durões da racionalidade, batendo em seus peitos, exibindo sua lógica muscular, olhando de soslaio para comparar seu dote cético com o do cara ao lado, farejando o ar em busca de sinais de fraqueza. Juntos, criam uma atmosfera opressiva de vestiário suado que ajuda a manter setores demográficos indesejáveis de fora.


hehehe
Você é único, assim como todos os outros.
Alfred E. Newman

Offline _tiago

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 6.343
Re:Por que não sou mais um Cético
« Resposta #4 Online: 25 de Fevereiro de 2012, 08:18:37 »
O ceticismo, pra mim, era uma maneira de se pensar. Nunca o pensei como uma corrente política tácita entre nerds e debatedores de fóruns – isso me é até novidade.
Sobre idiotas, penso que existem em qualquer lugar. Entretanto, muito mais comum são as idéias idiotas que todo mundo, sem exceção, inclusive qualquer um que não se considere idiota e mesmo não o seja, repentinamente, por um motivo qualquer, que seja no calor do momento ou por não refletir direito e se deixar levar pelos preconceitos descabidos que habitam o íntimo de todos, expõe das suas. Acho que não há elemento mais humano que a idiotice e não será por ela que desmerecerei qualquer um.

Como diria Jesus,
Quem nunca pecou que atire a primeira pedra! :)

E ele também disse algo sobre perdão que não me recordo.
 

Offline Hold the Door

  • Editores
  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 5.656
  • Sexo: Masculino
Re:Por que não sou mais um Cético
« Resposta #5 Online: 25 de Fevereiro de 2012, 10:32:32 »
Citar
Um exemplo recente chocante aconteceu depois da chamada controvérsia do cara do elevador. Em uma conferência cética em Dublin, a proeminente Rebecca Watson (também conhecida como “Skepchick“) recebeu uma proposta de algum doido em um elevador às 4 da manhã. Ela educadamente recusou e depois fez um vídeo sobre o incidente dizendo que, caras, cantadas de elevador não são uma ideia muito boa. Justo, você pode pensar. Mas previsivelmente para a comunidade cética, suas palavras incitaram a fúria de um grande número de sexistas, inclusive do Prof. Richard Dawkins, que não conseguiu resistir a arrastar para o campo um de seus outros preconceitos. Vale a pena citar suas palavras na íntegra:

Citar
     Querida Muçulima,

    Pare de choramingar, tá bom? Sim, sim, eu sei que seus genitais foram mutilados com uma lâmina, e… bocejo… não me diga de novo, eu sei que não permitem que você dirija um carro, e você não pode sair de casa sem um parente homem, e seu marido tem permissão para bater em você, e você será apedrejada até a morte se cometer adultério. Mas pare de choramingar, tá bom? Pense no que suas irmãs americanas sofredoras tem de aguentar.

    Essa semana mesmo eu fiquei sabendo de uma, ela chama a si mesma de “Skepchick“, e você sabe o que aconteceu com ela? Um homem em um elevador de hotel a convidou para tomar café em seu quarto. Não é exagero meu. Ele convidou mesmo. Ele a convidou para tomar café em seu quarto. Claro que ela disse não, e claro que ele não encostou nem um dedo nela, mas mesmo assim…

    E você, Muçulima, acha que tem misoginia pra reclamar! Pelo amor de deus, cresça, ou pelo menos deixe de ser tão sensível.

Esse comentário não foi feito por um trollzinho qualquer no Youtube, ou por um membro declarado do BNP (British National Party), ou mesmo por um impostor malicioso; como foi posteriormente confirmado por PZ Myers, essas são as palavras do próprio Richard Dawkins. O Richard Dawkins, autor de “Desvendando o arco-íris” e “O relojoeiro cego”, professor emérito pelo entendimento público da ciência na Universidade de Oxford, o cético-mor dos céticos. E suas palavras são discurso de ódio, puro e simples.

Como é típico de fomentadores de ódio, Dawkins toma cuidado para não dar nome a seu alvo diretamente: em vez disso, ele trabalha com insinuação — embora, dito isso, chamar a vítima de “Muçulima” [Muslima no original] seja particularmente grosseiro. Como também é típico de fomentadores de ódio, ele constrói para nós uma imagem generalizada de um número de exemplos isolados e não relacionados. Mutilação genital feminina, por exemplo, não tem nada a ver com o Islã, como Dawkins provavelmente sabe, apesar de ele estar bem satisfeito em enfiar junto e sugerir que seja endêmico. O efeito de sua arenga é retratar o Islã como um tipo de tortura feminina institucionalizada da qual todos os homens muçulmanos são cúmplices, portando caluniando meio bilhão de pessoas, e avançando os objetivos da Fox News e da “guerra contra o terror” (a propósito, a ironia do primeiro parágrafo não disfarça a falta de compaixão de Dawkins pela condição da “Muçulima”. Procurando por um exemplo de lágrimas de crocodilo cético? Não posso pensar em nenhum melhor).

Para seu crédito, muitos céticos renomados (incluindo PZ Myers e Phil Plait) chamaram a atenção de Dawkins para seu óbvio sexismo; mas até onde sei – e corrija-me se estiver errado – nenhum deles disse uma palavra sobre sua islamofobia. Parece que esse lixo racista é aceito dentro da comunidade cética como evidentemente é dentro das salas comuns de Oxbridge.

E lixo racista é o que isso é. Alguns apologistas de Dawkins alegam que ele não é islamofóbico, mas simplesmente um ateu militante combatendo as maldades da religião onde quer que ele as veja; mas Dawkins vê suas maldades de maneira bastante seletiva. De fato, ele é marcadamente complacente com a fé de sua infância, a boa e velha Igreja da Inglaterra – tanto que suspeito que “Deus, uma ilusão”, em si, não seja sua principal preocupação. De seus escritos, imagino que Dawkins ficaria satisfeito em viver em um mundo onde gentis vicários anglicanos presidissem sobre suas congregações civilizadas e entediadas nos vales e montes da Inglaterra, enquanto o Império Britânico faz seu trabalho sujo em outras partes, em lugares como Quênia, Índia e West Cork. Ele salva sua verdadeira ira para os credos dos nativos desordeiros – todos aqueles muçulmanos e católicos e tribalistas nojentos que não sabem o seu lugar. Não que ele queira se associar com o derramamento de sangue feito em seu nome. Como muitos progressistas gentis, ele se declara hipocritamente contra as guerras no Iraque e Afeganistão, enquanto continua a envenenar a atmosfera em seu favor com esse discurso de ódio. Ao menos seu camarada Christopher Hitchens, bronco como ele é, foi consistente o suficiente para seguir sua visão a suas conclusões lógicas e repugnantes. Por outro lado, o Hitchens tem mais consciência do que o ceticismo é.

Aqui parece que o autor do texto foi vítima da Lei de Poe e não entendeu absolutamente nada do texto do Dawkings. Para mim está absolutamente claro que o alvo do texto dele é a Skepchick, não as mulçumanas. Ele simplesmente parodiou um islamofóbico para mostrar o quão exagerado foi, na visão dele, a reação da Skepchick a uma cantada no elevador.
Hold the door! Hold the door! Ho the door! Ho d-door! Ho door! Hodoor! Hodor! Hodor! Hodor... Hodor...

Offline Buckaroo Banzai

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 38.735
  • Sexo: Masculino
Re:Por que não sou mais um Cético
« Resposta #6 Online: 25 de Fevereiro de 2012, 11:32:06 »
O ceticismo, pra mim, era uma maneira de se pensar. Nunca o pensei como uma corrente política tácita entre nerds e debatedores de fóruns – isso me é até novidade.

É a segunda coisa que pensei, antes de ler o texto, só depois de ler o título. A primeira foi, "que título idiota". Poderia muito bem ter colocado "por que agora creio que o melhor é acreditar em qualquer coisa, sem o menor senso crítico".

Ao mesmo tempo era óbvio que em vez de defender a credulidade ingênua ou não ir além de um mínimo de bom senso estivesse ou defendendo alguma hipótese paranrmal qualquer com o clássico "apelo a conversão pessoal" para dar peso, ou fosse uma crítica ao "movimento" cético atual, também mal expressada.

Offline Buckaroo Banzai

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 38.735
  • Sexo: Masculino
Re:Por que não sou mais um Cético
« Resposta #7 Online: 25 de Fevereiro de 2012, 11:45:55 »
Esse trecho citado pelo Angelo Melo também é de uma idiotice sem tamanho.

Até posso concordar que o Dawkins, assim como muitos outros, exageram nas generalizações sobre islamismo mais do que sobre o cristianismo, e que isso é ruim, mas o resto das "intuições" sobre as motivações disso são simplesmente preconceito do mesmo jeito, ou pior.


E o caso do "elevatorgate" então, pelamor dedeus.

Offline LaraAS

  • Contas Excluídas
  • Nível 27
  • *
  • Mensagens: 1.386
  • Sexo: Feminino
Re:Por que não sou mais um Cético
« Resposta #8 Online: 25 de Fevereiro de 2012, 12:29:21 »
           Não existe ou praticamente não existe preconceito contra os muçulmanos, o que realmente exite, ou realmente existe em proporção consideravel é islamo-totalitarismo, com AÍ SIM, preconceito dos islámicos contra as mulheres, os cristãos, os judeus, e os a favor da democracia liberal. Eles fazem um bando de massacres contra esses grupos em seus países enquanto são tratados a pão-de-ló nos países ocidentais.....
           E esse artigo é de um politiqueiro politicamente correto com auto-desprezo como ocidental e pseudo-esquerdista....ou de um tipo caricaturado de esquerdona....(sendo que a esquerda séria não é assim).
           É o mesmo tipo de esquerdona que levou aos massacres comunistas do século XX, sobretudo os maoistas, em que havia essa atitude especialmente irracional, ao tendar fazer metalurgia em fornos de fundo de quintal e depois ainda buscar bodes expiatorios...

Offline Derfel

  • Moderadores Globais
  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 8.887
  • Sexo: Masculino
Re:Por que não sou mais um Cético
« Resposta #9 Online: 25 de Fevereiro de 2012, 12:52:51 »
Excelente artigo.

Offline Sergiomgbr

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 11.712
  • Sexo: Masculino
  • uê?!
Re:Por que não sou mais um Cético
« Resposta #10 Online: 25 de Fevereiro de 2012, 13:51:34 »
O texto integral vale dar uma lida . Uma das coisas que discordo é a confusão que o autor faz com "liberdade de expressão" e "livre pensamento",o que faz ele rotular inadequadamente os céticos como "neoliberais" .

Totalmente de acordo. Assim sou eu também.

Racista,religiosamente intolerante,arrogante e sexista? :lol:
Só faria umas poucas ressalavas como sobre me considerar um nerd. Pra mim, nerd é só uma bolha oca com a única capacidade funcional de adensar informações, porem ser isso se tornar algo paradigmático em qualquer instância do conhecimento humano. E ironicamente, talvez por isso eu seja antes de mais nada um pretencioso arrogante que na verdade nem chegaria a  ser sequer um nerd. Igual a esse humor que mostra o que voce pensa que é em comparação ao que os outros o veem como na verdade é.
Até onde eu sei eu não sei.

Offline Buckaroo Banzai

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 38.735
  • Sexo: Masculino
Re:Por que não sou mais um Cético
« Resposta #11 Online: 25 de Fevereiro de 2012, 13:54:43 »
Resolvi ler. A coisa andava bastante bem até esse trecho:

Citar
enquanto nerds são uma elite relativamente nova, eles são impressionantemente iguais à antiga: ricos, brancos, do sexo masculino e desesperados para se agarrar àquilo que tem. E vim a me dar conta de que o ceticismo, em suas mãos, é apenas mais uma ferramenta para assegurar e avançar sua posição privilegiada, e pisotear seus inferiores. Como um cético, eu não estava levantando as barricadas revolucionárias: em vez disso, eu estava torcendo pela cavalaria do Czar.

E a partir daí intercala comentários triviais com preconceitos e generalizações e psicanálises tapadas babacas, parecendo igualar atração sexual a sexismo, e o tempo todo assumindo a verdade daquilo que deveria tentar demonstrar em vez de dar como certo desde o início.


Offline Buckaroo Banzai

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 38.735
  • Sexo: Masculino
Re:Por que não sou mais um Cético
« Resposta #12 Online: 25 de Fevereiro de 2012, 15:06:56 »


[...]

SKEPTICISM IS NEOLIBERALISM (SIC)

As we have seen, skepticism is a broad and varied church — welcoming, among others, elitist, sexist and racist views. One thing all skeptics have in common, though, is that they support the freedoms they believe to exist in present-day western civilization, and think those freedoms should be spread worldwide. In other words, all skeptics are neoliberals. [...]

All skeptics are neoliberals: if you do not consider yourself a neoliberal, you should not consider yourself a skeptic. I realise this can sound like a contentious claim, so please let me explain. [...]

This is not the place to describe the many problems and hypocrisies of neoliberalism. Suffice it to say that I do not believe that liberal democracy, which condemns the majority of the world's population to varying degrees of slavery, is a perfect system. I do not believe that the metaphors of liberal democracy allow us a perfect view of reality. And therefore I do not believe in the primacy of the scientific method as a source of knowledge. [...]

 :umm:


Se for ler o resto disso, será só para ver se tem algo para dar risadas.

Offline Buckaroo Banzai

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 38.735
  • Sexo: Masculino
Re:Por que não sou mais um Cético
« Resposta #13 Online: 25 de Fevereiro de 2012, 15:25:44 »
Aqui parece que o autor do texto foi vítima da Lei de Poe e não entendeu absolutamente nada do texto do Dawkings. Para mim está absolutamente claro que o alvo do texto dele é a Skepchick, não as mulçumanas. Ele simplesmente parodiou um islamofóbico para mostrar o quão exagerado foi, na visão dele, a reação da Skepchick a uma cantada no elevador.

Acho que você não entendeu, não é que o alvo "direto" fossem as muçulmanas, para ele apenas foi racista meio como seria colocar como contraste com a reclamação de alguém perdido lugar na fila por um branco, algo como "caro branco vivendo em bairros de maioria negra e latina, pare de reclamar do risco iminente de ser assaltado e morto, e sua mulher estuprada por negros e/ou latinos! Você pensa que isso é uma situação terrível mas não sabe o que se passa nos bairros de maioria branca! Coloque-se por exemplo na pele do sr. X, um belo dia na fila da lanchonete, e perdeu um lugar por outro branco que furou a fila!"

Offline LaraAS

  • Contas Excluídas
  • Nível 27
  • *
  • Mensagens: 1.386
  • Sexo: Feminino
Re:Por que não sou mais um Cético
« Resposta #14 Online: 25 de Fevereiro de 2012, 15:38:43 »
       A politiquice dessa pseudo-esquerda me dá nojo. Eles são completamente desumanos. Crueis, desumanos....como a esquerdona sempre foi ao matar decenas de milhões de pessoas no século XX e  a torturar, estuprar e escravizar a centenas de milhões de sobreviventes...eles sempre inventam alguma coisa desuma e cruel para apoiar.....são na verdade psicopatas sádicos....o que importa é que seja alguma crueldade para que eles apoiem.....o que importa é a inquisição de dizer que 2+2 são 5 e que as pessoas ainda sejam obrigadas a concordar se não levam choques eletricos sem anestesia....
       É claro que eles não podem ser céticos, suas idéias são religião no seu pior sentido, no sentido de superstição, de incentivo para a crueldade.
       Eu que não vou ficar batendo palmos para louco dançar....e fingir que dá para dialogar com essa gente....(se é que essas coisas são gente), que da para dialogar com esse lixo....
« Última modificação: 25 de Fevereiro de 2012, 15:41:14 por LaraAS »

Offline Derfel

  • Moderadores Globais
  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 8.887
  • Sexo: Masculino
Re:Por que não sou mais um Cético
« Resposta #15 Online: 25 de Fevereiro de 2012, 16:07:29 »
:hein:

Offline genjikhan

  • Nível 18
  • *
  • Mensagens: 508
  • Sexo: Masculino
  • Razão+imparcialidade= espirito livre
Re:Por que não sou mais um Cético
« Resposta #16 Online: 25 de Fevereiro de 2012, 17:13:43 »
       A politiquice dessa pseudo-esquerda me dá nojo. Eles são completamente desumanos. Crueis, desumanos....como a esquerdona sempre foi ao matar decenas de milhões de pessoas no século XX e  a torturar, estuprar e escravizar a centenas de milhões de sobreviventes...eles sempre inventam alguma coisa desuma e cruel para apoiar.....são na verdade psicopatas sádicos....o que importa é que seja alguma crueldade para que eles apoiem.....o que importa é a inquisição de dizer que 2+2 são 5 e que as pessoas ainda sejam obrigadas a concordar se não levam choques eletricos sem anestesia....
       É claro que eles não podem ser céticos, suas idéias são religião no seu pior sentido, no sentido de superstição, de incentivo para a crueldade.
       Eu que não vou ficar batendo palmos para louco dançar....e fingir que dá para dialogar com essa gente....(se é que essas coisas são gente), que da para dialogar com esse lixo....

Tem certeza que está no tópico(ou no fórum) certo para usar tamanho ad hominem?
"Não há fatos eternos,assim como não há verdades absolutas" - Friederich Nietzsche

"Os males de que padece o ser humano vêm em seu maior número,vêm dele mesmo" - Plínio

"Quem conhece a sua ignorância revela a mais profunda sapiência. Quem ignora a sua ignorância vive na mais profunda ilusão" - Lao Tsé

Offline guicn

  • Nível 16
  • *
  • Mensagens: 407
  • Sexo: Masculino
Re:Por que não sou mais um Cético
« Resposta #17 Online: 25 de Fevereiro de 2012, 18:13:25 »


[...]

SKEPTICISM IS NEOLIBERALISM (SIC)

As we have seen, skepticism is a broad and varied church — welcoming, among others, elitist, sexist and racist views. One thing all skeptics have in common, though, is that they support the freedoms they believe to exist in present-day western civilization, and think those freedoms should be spread worldwide. In other words, all skeptics are neoliberals. [...]

All skeptics are neoliberals: if you do not consider yourself a neoliberal, you should not consider yourself a skeptic. I realise this can sound like a contentious claim, so please let me explain. [...]

This is not the place to describe the many problems and hypocrisies of neoliberalism. Suffice it to say that I do not believe that liberal democracy, which condemns the majority of the world's population to varying degrees of slavery, is a perfect system. I do not believe that the metaphors of liberal democracy allow us a perfect view of reality. And therefore I do not believe in the primacy of the scientific method as a source of knowledge. [...]

 :umm:


Se for ler o resto disso, será só para ver se tem algo para dar risadas.

Putz, mais um maluco que relativiza tudo?

Offline Luiz F.

  • Nível 30
  • *
  • Mensagens: 1.752
  • Sexo: Masculino
Re:Por que não sou mais um Cético
« Resposta #18 Online: 25 de Fevereiro de 2012, 23:34:33 »
Citar
Por que não sou mais um Cético

[...]

Basicamente um ataque de pelanca...
"Você realmente não entende algo se não consegue explicá-lo para sua avó."
Albert Einstein

Offline Buckaroo Banzai

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 38.735
  • Sexo: Masculino
Re:Por que não sou mais um Cético
« Resposta #19 Online: 26 de Fevereiro de 2012, 14:12:07 »
Eu não consigo entender o por que de se darem ao trabalho de traduzir isso. Se há pontos que se salvam, o melhor seria criar um novo texto os elaborando novamente, e descartar toda essa porcaria sem dó. De outra forma o que se salva acaba sendo comprometido em meio a tanta baboseira.

Offline Luiz Souto

  • Nível 33
  • *
  • Mensagens: 2.356
  • Sexo: Masculino
  • Magia é 90% atitude
Re:Por que não sou mais um Cético
« Resposta #20 Online: 26 de Fevereiro de 2012, 14:38:43 »
Fora uma generalização generalizada ( :)) ,  no final das contas o cara deixou de ser cético porque se tornou cético em relação aos céticos...
Se não queres que riam de teus argumentos , porque usas argumentos risíveis ?

A liberdade só para os que apóiam o governo,só para os membros de um partido (por mais numeroso que este seja) não é liberdade em absoluto.A liberdade é sempre e exclusivamente liberdade para quem pensa de maneira diferente. - Rosa Luxemburgo

Conheça a seção em português do Marxists Internet Archive

Offline Osler

  • Nível 25
  • *
  • Mensagens: 1.115
Re:Por que não sou mais um Cético
« Resposta #21 Online: 26 de Fevereiro de 2012, 14:59:11 »
Já tinha lido lá no bule, um monte de besteiras num texto que tem um intuito interessante - criticar a postura da dita "comunidade cética" nos foruns de debate na internet.
No frigir dos ovos espantalhos e mais espantalhos, algumas confusões conceituais, um mistura de sexismo e atração sexual (como bem citou o Bukaroo), enfim uma porcaria.
Melhor era escrever um outro texto...
“Como as massas são inconstantes, presas de desejos rebeldes, apaixonadas e sem temor pelas conseqüências, é preciso incutir-lhes medo para que se mantenham em ordem. Por isso, os antigos fizeram muito bem ao inventar os deuses e a crença no castigo depois da morte”. – Políbio

Offline Dr. Manhattan

  • Moderadores Globais
  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 8.342
  • Sexo: Masculino
  • Malign Hypercognitive since 1973
Re:Por que não sou mais um Cético
« Resposta #22 Online: 26 de Fevereiro de 2012, 15:08:58 »
Não li o texto inteiro, mas queria tecer comentários acerca do seguinte trecho:

Citar
A ciência tem alta consideração na mídia e um grupo lobista poderoso: em meio a uma recessão global e grandes cortes governamentais, o financiamento científico geralmente se manteve ou até mesmo aumentou.

Meu comentário: :histeria: :histeria: :histeria: :histeria:  :'(

You and I are all as much continuous with the physical universe as a wave is continuous with the ocean.

Alan Watts

Offline J Ricardo

  • Nível 26
  • *
  • Mensagens: 1.203
  • Sexo: Masculino
  • trolling mode
Re:Por que não sou mais um Cético
« Resposta #23 Online: 27 de Fevereiro de 2012, 12:02:44 »
Acho normal esse tipo de crítica, é natural após certo tempo de convívio na militância. Já vi críticas semelhantes de colegas aqui na net. Eu mesmo já critiquei estereótipos ateístas, como o cientificismo, aqui no CC em 2008 que gerou uma discussão sadia.

Offline Kubrick

  • Nível 10
  • *
  • Mensagens: 104
  • Sexo: Masculino
  • "O hábito é o grande guia da vida humana"
Re:Por que não sou mais um Cético
« Resposta #24 Online: 04 de Março de 2012, 19:36:30 »
Apesar do artigo conter algumas verdades, em suma ele é bastante tendencioso. O escritor consegue colocar os céticos de certa forma como uma força benigna, preconceituosa e machista, que apenas tem como finalidade debater com outros céticos para se impor como "macho alfa" e assim encantar algumas fêmeas marginalizadas dos debates . Não ficaria surpreso se ele acuse-os também  de pedofilia (pronto para pegar as criancinhas de plantão). Ficou apenas vomitando ad hominem para todos os lados, provavelmente  com base apenas em um fórum que tinha apenas céticos idiotas na maioria, nem tentou criticar os argumentos dos céticos em si. Sinceramente eu não vejo essa atitude de "cético bandido e preconceituoso" aqui no CC*, o cara generalizou legal.


* Apesar de haver algumas exceções , na qual não vou falar quem são  ::)
"Abra a porta HAL".Deixe o medo e o mistério da aventura invadir você.

 

Do NOT follow this link or you will be banned from the site!