Autor Tópico: A questão dos 100%  (Lida 4414 vezes)

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Offline Max, o Fiscal

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Re:A questão dos 100%
« Resposta #25 Online: 12 de Abril de 2012, 22:41:26 »
Sagan também disse que para cada aforismo há um outro que lhe contradiz. No caso do aforismo da evidência, acho que cabe bem a Navalha de Hitchens.
Traga rótulos e lhe darei subversão.

Offline Feliperj

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Re:A questão dos 100%
« Resposta #26 Online: 12 de Abril de 2012, 23:00:58 »
Ola Max,

Bom, a própria navalha é apresentada sem argumentos de sua eficácia, ou de pq usá-la. Creio que, nesse caso, ela acaba fazendo uma auto-referencia  eliminando a si mesma.

Ademais, existem problemas em todos os argumentos prós e contras a existência de um deus (não estou entrando na questão de personficação deste deus; somente em um criador inteligente para o universo).

Qto a navalha de Occam, eu escrevi um tópico analisando a sua aplicação para o caso de um criador para o nosso universo (acho que o texto era : A Logica e o Criador - Encontro Improvável). Se quiser passar la para comentar....

Abs
Felipe

Offline West

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Re:A questão dos 100%
« Resposta #27 Online: 12 de Abril de 2012, 23:35:41 »
Se entendi direito, o argumento dos apologistas é que se você começa a dar "superatributos" (como omnipotência, omnisciência, criador de tudo, ...) ao MEV, p. exemplo, ele deixaria de ser MEV e passaria automaticamente a ser o deus judaico-islâmico-cristão, mesmo que continuássemos a chamá-Lo de MEV. É como se esses superatributos fossem exclusividade do deus judaico-islâmico-cristão, quando nós sabemos que uma infinidade de outras divindades, não só hoje mas no passado também, compartilham ou compartilharam esses mesmos atributos. Logo, faz sentido sim comparar qualquer outra divindade, inclusive o MEV, com o deus judaico-islâmico-cristão.
« Última modificação: 12 de Abril de 2012, 23:38:12 por West »
"Houve um tempo em que os anjos perambulavam na terra.
Agora não se acham nem no céu."
__________
Provérbio Iídiche.

"Acerca dos deuses não tenho como saber nem se eles existem nem se eles não
existem, nem qual sua aparência. Muitas coisas impedem meu conhecimento.
Entres elas, o fato de que eles nunca aparecem."
__________
Protágoras.Ensaio sobre os deuses. Séc. V a.C.

Offline Geotecton

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Re:A questão dos 100%
« Resposta #28 Online: 12 de Abril de 2012, 23:50:34 »
Se entendi direito, o argumento dos apologistas é que se você começa a dar "superatributos" (como omnipotência, omnisciência, criador de tudo, ...) ao MEV, p. exemplo, ele deixaria de ser MEV e passaria automaticamente a ser o deus judaico-islâmico-cristão, mesmo que continuássemos a chamá-Lo de MEV. É como se esses superatributos fossem exclusividade do deus judaico-islâmico-cristão, quando nós sabemos que uma infinidade de outras divindades, não só hoje mas no passado também, compartilham ou compartilharam esses mesmos atributos. Logo, faz sentido sim comparar qualquer outra divindade, inclusive o MEV, com o deus judaico-islâmico-cristão.

A linha de pensamento do Feliperj está mais para o "deus lógico aristotélico" do que para o deus judaico-cristão.
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Offline Pagão

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Re:A questão dos 100%
« Resposta #29 Online: 08 de Junho de 2012, 13:25:53 »
No primeiro encontro entre um ateu e um agnóstico, a assertiva infalível:

- Mas você não pode afirmar com 100% de certeza que deus não existe!

Daí descrente ou incréu melhor que ateu ou agnóstico... relativamente a um Deus pessoal.

Ou então afirmativamente panteísta quanto a uma única substância universal... à qual tanto se pode chamar Deus como Natureza ou o que se quiser...
Nenhuma argumentação racional exerce efeitos racionais sobre um indivíduo que não deseje adotar uma atitude racional. - K.Popper

Offline Edu

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Re:A questão dos 100%
« Resposta #30 Online: 13 de Outubro de 2012, 15:05:51 »
As pessoas tem a tendência a achar que você não acreditar em alguma coisa é igual a afirmar que essa coisa não existe, que você a descarta sem nenhuma reflexão, que você não tem a humildade de admitir que pode, sim, estar errado.

Nunca debati com um agnóstico, até porque não acho que o agnosticismo seja uma alternativa entre o teísmo e o ateísmo. Sempre quando alguém vem me falar de agnóstico, eu deixo clara a minha posição, de que agnosticismo, na minha concepção, se refere a ideia de chegarmos a uma conclusão sobre se existe alguma divindade ou não, e não sobre se acreditamos ou não em alguma. Mas enfim, em qualquer discussão com alguém que não seja ateu, o "argumento" preferido é sempre esse "Você não tem provas de que Deus não existe", ou sua variante (que me dá mais raiva) "Mas você acredita na não-existência de Deus, então você também é um crente".

Sempre tento, pacientemente, explicar que não estou afirmando de maneira inquestionável a não existência de Deus, e não preciso de provas para não acreditar em sua existência, da mesma forma que não tenho provas da inexistência de unicórnios mágicos, mas nem por isso acredito que eles existam, rezo pra eles e espero que um dia eles vão entrar pela janela do meu quarto pra fazermos um passeio pelos campos mágicos verdejantes, e o mesmo se aplica a outra pessoa (a menos que um dia eu dê o azar de debater com alguém que também acredita em unicórnios mágicos :P).

Antigamente eu tinha mais saco pra isso, mas ultimamente não tenho mais achado ninguém que valesse a pena o tempo despendido pro debate.

So não concordo com essa tentativa de equivalência lógica entre papai-noel, bule em marte, MEV, etc com um possível criador. São coisas com origens e características totalmente distintas. Como já dizia Carl Segan : ausencia de evidencia não é evidencia de ausencia.

Abs
Felipe

Eu não vejo problema em comparar deus com bule em marte, Papai Noel ou coisas do tipo. Aliás, acho mais válido que muito argumento já ouvi por aí. Ausência de evidência não é evidência de ausência, mas é sugestivo pra caralho!

 

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