Principais argumentos de Craig:
- qualquer coisa que exista tem que ter uma explicação de sua existência. O universo existe. Se o universo tem uma causa da sua existência, tem que ser uma causa externa, transcendente, pessoal. A causa tem que ser externa ou seja anterior à criação do universo;
O batido argumento da causa primeira, que não se sustenta a menos que você recorra a uma falácia de alegação especial para responder a pergunta "se tudo tem uma causa, o que causou Deus?"
Além disso, no modelo cosmológico padrão não faz sentido em falar em algo "externo" ao universo. Mas se Craig insiste em ir por esse caminho, então também abre uma porta para falar de outras hipóteses cosmológicas, como múltiplos universos ou hipóteses derivadas de supercordas. Ou seja, a própria exigência de Craig de que a causa seja "externa" elimina a necessidade de que essa mesma causa seja sobrenatural.
- o ajuste fino das condições iniciais da formação do Big Bang. A probabilidade de que todas as constantes e quantidades se encaixassem, apenas pelo acaso, na faixa infinitesimal de valores que permitissem a vida é quase remota;
Apelo a ignorância. Só porque não sabemos ainda como ocorreu o "ajuste fino" não significa que não haja uma explicação natural. Só para citar o argumento anterior, se existirem de fato infinitos universos, mesmo que as constantes sejam determinadas totalmente ao acaso, ainda assim haverá um número infinito de universos capazes de sustentar a vida.
- valores morais objetivos. Se Deus não existe, esses valores objetivos não existem. Mas valores morais objetivos existem;
Primeiro, o que seriam valores morais objetivos? Cada cultura, sociedade e época tem seu próprio conjunto de valores morais. Depois, mesmo que isso exista, o argumento é uma petição de princípio. De onde ele tirou que se Deus não existir, esses valores objetivos não existem? O argumento todo pode ser reescrito da seguinte forma:
- Chuva. Se duendes não existissem, a chuva não existiria. Mas a chuva existe.
- Valores históricos relacionados a vida, morte e ressurreição de Cristo. A tumba vazia, as aparições pós morte e o convencimento pelos discípulos. tentativas de explicar esses fatos, como os discípulos roubando o corpo de Cristo, ou este não tendo morrido têm sido rejeitados pelos estudiosos contemporâneos;
Quais valores históricos? Não se consegue sequer uma prova histórica real de que Jesus tenha existido, então como ele vem falar de "fatos" de tumba vazia, aparições e convencimento dos discípulos? Aqui ele simplesmente assume uma história do NT, recheada de fenômenos sobrenatuais, como fato real. Ou seja, novamente petição de princípio.
- a experiência pessoal das pessoas com relação a Deus.
Experiências místicas tem sido relatada com os mais diferentes seres e deuses ao longo da história. Serão todos eles reais? Se você for no interior de SP ou MG vai encontrar gente que jura de pé junto que esteve frente a frente com um lobisomem...
Além disso, muitas dessas sensações de "plenitude, união com Deus, etc", tem sido reproduzidas com estimulação direta de certas áreas do cérebro, mostrando que não passam de um subproduto desse.
Isso é o melhor que o tão temido Craig pode fazer?