Bom, historicamente o cristianimos surgiu com Paulo de Tarso quando houve a separação do cristianismo em relação ao judaísmo. O cristianismo é caracterizado, tem como ponto central, a idéia de que há o pecado original, e que Cristo nos salvou dele ao ser crucificado e relacionado a isso, há a idéia de que é essencial a graça de Deus para "se salvar" (ter um bom destino espiritual) e também que junto com isso, é essencial se converter ao cristianismo para isso, mas do que fazer qualquer bom comportamento, e mais do que fazer qualquer ajuda aos outros.
Já no caso, do próprio Cristo do velho testamento, na verdade ele não rompeu em nada com o judaísmo. No máximo era contra certos exageros de ritualismo, mas não contra o ritualismo em si, tanto que muitas vezes, ele mesmo mandava as pessoas a quem ele tinha ajudado, fazer as ofertas oficiais religiosas de agradecimento por isso. Se fosse só isso, seria apenas mais um profeta do judaísmo, e um pouco menos humanista (compassivo) do que Isaias, pois Isaias não ficava falando aquelas histórias que Cristo falava de que não veio trazer a paz mas a espada, que era necessario que filhos e pais, irmãos, pessoas amigas até pouco tempo etc....se odiassem em nome dele, e que a pior coisa são as pessoas "mornas" que o melhor são as pessoas "frias" ou "quentes", e que ele Jesus ia levar uma fogueira ao mundo, e que ele estava ansioso que ela se acendesse. E Isaias também não falava essas historias de que "haveria choros e ranger de dentes" no post-mortem para os que não fizessem as coisas direito, seguindo as regras....Quer dizer, dentro do judaísmo mesmo, Isaias era bem mais humanista do que Jesus.
Na verdade, inclusive no paganismo, no tártaro greco-romano (o inferno greco-romano) , só os 2 ou 3% mais mostruosos da humanidade iriam para ele, e não haveria necessidade de nenhuma conversão a nenhuma fé especifica para evitar ir para ele, era só não ser mostruoso. Já no cristianismo, era preciso não só ser cristão, como ser da facção certa do cristianismo, e ainda que dentro da facção certa, seria necessario estar entre os 10% mais perfeitos dentro da propria facção certa. Quer dizer, 90% dos fiéis da propria facção certa iriam para o inferno. Até cerca de 1750, a teologia cristã era assim.....