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Você já teve/tem depressão clínica?

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Autor Tópico: Depressão  (Lida 4279 vezes)

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Offline -Huxley-

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Re:Depressão
« Resposta #25 Online: 09 de Agosto de 2012, 21:34:27 »
Aqui vai um texto meu baseado na vasta literatura sobre Psicologia que já tive acesso (não sou psicólogo, mas sou um autodidata muito interessado nos assuntos de Psicologia)...

Distúrbios emocionais e ajuda psicológica e médica

Ao contrário do que muitos acreditam, muitas resoluções de problemas psicológicos não dependem de consultas a psicoterapeutas ou uso de medicamentos. A presença de emoções disfuncionais não torna a pessoa incapaz de aprender sobre as habilidades emocionais básicas com a ajuda da literatura psicológica dedicada ao público em geral. Todavia, apesar disso, quando o ensino dessas habilidades parece insuficiente talvez haja aí um sinal de que se atingiu o patamar de distúrbio emocional. Nesse caso, a consulta profissional de um especialista em saúde mental se faz necessária. Como será demonstrado nesta exposição, existem providências específicas e observações a se levar em conta antes de buscar a ajuda especializada.

Comecemos pela observação de que tipos de terapias devemos evitar. Ao contrário do que muitos imaginam, não é verdade a afirmação de que “A terapia só pode fazer bem, jamais pode fazer mal para um paciente psicológico”. No livro Os 50 maiores mitos populares da psicologia, Scott Lilienfeld e outros (1) expõe essa assertiva como um dos mitos da psicologia popular. O argumento que os autores oferecem é que, às vezes, pode-se piorar a situação do paciente dependendo de que terapia está sendo aplicada. Um exemplo é o do uso do debrief psicológico no caso do tratamento do transtorno do estresse pós-traumático.

Apesar disso, existem psicoterapias com eficácia confirmada através de estudos empíricos sérios, assim como medicamentos recomendados para cada enfermidade. Um trabalho em que se fala das psicoterapias e medicamentos adequados para cada distúrbio emocional é o livro O que você pode e o que você não pode mudar do psicólogo Martin Seligman (2), ex-presidente da American Psychological Association. O interessante do livro é que ele faz um ranking das intervenções psicológicas, mostrando os prós e contras de cada uma delas. Por exemplo, um exemplo de um “pró” de um medicamento antidepressivo é a relativa rapidez de resultados, enquanto um exemplo de um “contra” seria os efeitos colaterais do mesmo. Também é mostrada a porcentagem dos casos em que o tratamento é bem-sucedido.

Outro livro que trata do assunto é o livro Psicologia (9ª edição) de David Myers (3). Esse livro tem a vantagem de indicar as terapias que não se mostraram eficazes de acordo com os estudos publicados em periódicos da área. É o melhor que achei que abordou esse tópico específico. 

O que se pode dizer em relação às psicoterapias é que não existe uma única opção eficaz e muito menos que existe uma que sirva igualmente para todos os tipos de distúrbios. No meio acadêmico, há debates intermináveis sobre estes temas. Todavia, existe uma terapia que é utilizada em uma variedade imensa de distúrbios e talvez seja a mais influente entre os grandes acadêmicos. Trata-se da Terapia Cognitivo-Comportamental, que uma fusão dos conceitos da Terapia Cognitiva e da Terapia Comportamental. A terapeuta americana Judith Beck o descreve assim em uma entrevista (4):

“Terapia Cognitiva baseia-se na idéia que pessoas com estresse têm freqüentemente o pensamento distorcido e/ou disfuncional. Este pensamento negativo tem um impacto negativo em seu humor, em seu comportamento e, freqüentemente, em sua fisiologia. As sessões de terapia cognitiva são habitualmente estruturadas e direcionadas para auxiliar o paciente a solucionar seus problemas atuais. Neste contexto, o paciente aprende habilidades de solução de problemas, pensamento e comportamento que ele utiliza não só durante o tratamento, mas também no futuro, para permanecer bem. Uma importante parte do tratamento é auxiliar pacientes a aprender como avaliar a validade e a utilidade de seus pensamentos negativos e como responder a eles de uma forma realista. Os pacientes, quando aprendem a fazer isso, se sentem melhor e tornam-se capazes de comportar-se mais funcionalmente. O tratamento é sensível em relação ao tempo de duração e é freqüentemente mais curto do que outras psicoterapias, devido ao fato de que um dos objetivos principais do tratamento é ensinar os pacientes a serem seus próprios terapeutas. Esta é a razão pela qual a Terapia Cognitiva não só ajuda os pacientes a ficarem melhor, mas também a permanecerem melhores.

A Terapia Comportamental é baseada nos princípios de condicionamento clássico e operante. Ela assume que comportamentos são respostas apreendidas a estímulos e que novas respostas podem ser aprendidas.

Terapia Cognitivo Comportamental é um termo abrangente para uma variedade de terapias que utilizam algumas combinações de técnicas cognitivas e comportamentais.”

A partir de estudos comparativos, Aaron Beck, da Universidade da Pensilvânia, conseguiu comprovar a eficácia da Terapia Cognitivo-Comportamental. Inicialmente Aaron Beck constatou que isso tratava bem a depressão e a ansiedade; posteriormente ficou claro para ele que aquela tratava adequadamente transtorno do estresse pós-traumático, transtorno obsessivo-compulsivo, fobias de todos os tipos e transtornos alimentares (4). Ademais, descobriu-se que a terapia também serve para aliviar a dor na coluna lombar, colite, hipertensão e síndrome da fadiga crônica.

A Terapia Cognitiva também pode ser ensinada num contexto de prevenção de pessimismo e de depressão, e não só para vítimas de psicopatologia atendidas por psicoterapeutas. Alguns, como Martin Seligman, usam uma versão do modelo chamado ACCCE para esse fim (6). Outros fazem a distinção entre a Terapia Cognitivo-Comportamental, que deve ser usada apenas por terapeutas, e a Terapia Cognitivo-Construtiva, que pode ser aprendida e usada pelo público em geral (7). Esse último é o caso de Jesse Wright e Monica Basco, que usam esse modelo para trabalhar com o significado pessoal e o crescimento.

É interessante notar que as psicoterapias e medicamentos que os psicólogos recomendam e que causam intervenções psicológicas benéficas nem sempre estão relacionadas a distúrbios emocionais, e às vezes, nem mesmo a problemas estritamente psicológicos. Algumas desordens sexuais, problemas de perda de peso, fadiga, insônia e dores são exemplos em que a ajuda especializada se mostra útil. O que você pode e o que você não pode mudar, do psicólogo Martin Seligman, trata de alguns dos problemas mencionados acima.   

Dito isso, uma vez que se dominou as habilidades emocionais básicas e se adquiriu as informações necessárias para proceder em caso da aparição de um distúrbio emocional (ou algo que pode gerar um), então o trabalho com as emoções destrutivas foi concluído. É hora de passar para o próximo passo da aptidão emocional, que é saber como lidar com as emoções positivas e criar a motivação. Mas isso fica para um próximo artigo...


(1) LILIENFELD, Scott O. et al. Os 50 maiores mitos populares da psicologia. São Paulo: Editora Gente, 2010. 

(2) SELIGMAN, Martin E. P. O que você pode e o que você não pode mudar. São Paulo: Editora Objetiva, 1995.

(3) MYERS, David G. Psicologia. 9. ed. Rio de Janeiro: Editora LTC, 2012.

(4) http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?pid=S1808-56872006000200011&script=sci_arttext

(5) BECK, Judith S. Terapia Cognitiva: teoria e prática. Porto Alegre: Editora Artmed, 1997.

(6) SELIGMAN, Martin E. P. Aprenda a ser otimista. Rio de Janeiro: Editora Nova Era, 2005.

(7) WRIGHT, Jesse H. et al. Aprendendo a terapia cognitivo-comportamental. Porto Alegre, Editora Artmed, 2008.
« Última modificação: 09 de Agosto de 2012, 21:54:43 por -Huxley- »

Offline Moro

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Re:Depressão
« Resposta #26 Online: 03 de Maio de 2013, 18:50:38 »
Bom, conheci em junho passado, profundamente, o que Churchill chamava de Black Dog.
Antes disso, meio que pensava igual ao Gaucho, "Bah.. que frescura, arruma algo para fazer"

Assim como para mim era inexplicável e injustificável o que uma pessoa deprimida enfrentava, não dá para explicar ao Gaúcho o que é isso. Só quem teve, só quem passou.

O que me causou foi uma série de fatores como stress acumulado, pressão, uma interpretação equivocada de algumas questões, e uma cagada básica para terminar.

KCT, é foda. Domingo de sol, você enfurnado em uma cama, e para terminar ouve teus filhos dizerem "mamão, porque o papai só dorme??"

4 meses de cão.
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"To claim that someone is not motivated by what they say is motivating them, means you know what motivates them better than they do."

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Offline Cumpadi

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Re:Depressão
« Resposta #27 Online: 03 de Maio de 2013, 20:36:23 »
Hmmm, não acho que exercícios físicos me tornaram mais "feliz", mas sem dúvidas me ajudaram a melhorar meus horários de ir dormir. Na época em que era viciado em computador, não tinha vontade de fazer exercícios físicos, agora que faço exercícios físicos, não tenho vontade de jogar pc.
http://tomwoods.com . Venezuela, pode ir que estamos logo atrás.

Offline Moro

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Re:Depressão
« Resposta #28 Online: 03 de Maio de 2013, 20:49:13 »
Exercício físico é fundamental.
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Offline Donatello

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Re:Depressão
« Resposta #29 Online: 03 de Maio de 2013, 21:11:09 »
Minhas deprês nuca dura(ra)m mais do que 24 horas, digo, frequentemente fico deprimido (muitas vezes sem motivo (re)conhecido) por pouco tempo mas nunca fico por muito tempo. Minha mãe tinha depressões em ciclo altamente tensas e auxiliadas por pensamentos místicos em que ela acreditava e era brabo, chorava pelos cantos durante meses, implorava o perdão de deus o tempo todo, era brabo :|

Como a pergunta é sobre depressão clínica, marquei "não tenho certeza".


Offline Donatello

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Re:Depressão
« Resposta #30 Online: 03 de Maio de 2013, 21:14:46 »
Cachaça (ou gin ou rum ou cerveja ou whisky ou vinho ou tequila) é fundamental :P

Offline Cumpadi

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Re:Depressão
« Resposta #31 Online: 03 de Maio de 2013, 21:20:03 »
Cachaça (ou gin ou rum ou cerveja ou whisky ou vinho ou tequila) é fundamental :P
:tintin:

Sinceramente não entendo como pessoas podem gostar de beber sozinhas, imagino que deixe tudo pior. Isso sem contar que acho que todas as bebidas tem gosto meio ruim (exeto alguns vinhos).
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Offline Moro

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Re:Depressão
« Resposta #32 Online: 03 de Maio de 2013, 21:22:03 »
Uma familiar próximo meu sofreu de depressão e a mistura com álcool foi quase fatal. Hoje ele não bebe nem um bombom de licor.

Dona, depressão de um dia não é depressão.
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Offline Dodo

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Re:Depressão
« Resposta #33 Online: 03 de Maio de 2013, 22:04:11 »
Tenho depressão desde que me conheço por gente (7... 8... 9 anos). A tríade: VONTADE DE VENCER (você tem que querer, mas a primeira coisa que ela destrói é a vontade) + PSIQUIATRA (medicação) + PSICOTERAPIA (a empatia com seu terapeuta é fundamental) tem me ajudado nos últimos anos, agora tenho 42, mas não é fácil.
Só um adendo, no meu caso existe uma comorbidade associada, eu tenho TDA (déficit de atenção) e provavelmente a dificuldade em levar as coisas a sério (estudo, trabalho, etc...) fizeram com que os episódios depressivos aumentassem de intensidade, frequência e duração.
dá pra ir levando, mas às vezes é foda.. eu preciso me concentrar e meu cérebro vai passear. eheheh
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Offline Moro

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Re:Depressão
« Resposta #34 Online: 03 de Maio de 2013, 22:49:20 »
Dodo, tem certeza que é depressão?

Para mim depressão é um terrível sentimento que pode tirar o qualquer sentido em sua vida, capaz de te deixar um fim de semana largado na cama e ter que lutar para ir trabalhar, não conseguir sorrir nem ser otimista e ter pensamentos obsessivos (mesmo) a ponto de não conseguir pensar em nada que não seja um determinado evento.

Força monumental para se conectar com as outras pessoas, inclusive familiares.
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Offline _Juca_

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Re:Depressão
« Resposta #35 Online: 03 de Maio de 2013, 23:33:03 »
O Agnóstico sei que não tem muito haver com nosso desentendimento corriqueiro, mas desculpe por insinuar ou dizer diretamente que você precisava de "tratamento" no calor da discussão. Já tive um grande amigo nessa situação e também um primo que na combinação com drogas acabou por se matar. Realmente é dureza, já vi de perto, e destrói as famílias.

Offline Moro

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Re:Depressão
« Resposta #36 Online: 03 de Maio de 2013, 23:34:28 »
Juca, na verdade o que você viu foi pré depressão. Foi o pico do stress, antes do processo depressivo, que ocorreu a partir de junho.
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Offline Dodo

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Re:Depressão
« Resposta #37 Online: 03 de Maio de 2013, 23:44:17 »
Dodo, tem certeza que é depressão?

Para mim depressão é um terrível sentimento que pode tirar o qualquer sentido em sua vida, capaz de te deixar um fim de semana largado na cama e ter que lutar para ir trabalhar, não conseguir sorrir nem ser otimista e ter pensamentos obsessivos (mesmo) a ponto de não conseguir pensar em nada que não seja um determinado evento.

Força monumental para se conectar com as outras pessoas, inclusive familiares.

Sim, tenho, sem sombra de dúvidas é depressão. Já tentei até me matar, fui me enforcar, mas caí da cadeira e fiquei pensando em quanto eu era incompetente até pra isso. Nunca conseguia me divertir e onde os outros encontravam prazer eu não encontrava nada.
Não sei o que veio antes: o TDA ou a depressão. É bem possível que eu tivesse o primeiro e depois, como eu mesmo relatei, o fato do TDA ter levado as pessoas a me rotular como avoado, sonhador, irresponsável, tenha desencadeado a primeira crise quando eu ainda era criança. O fato das crises terem se tornado mais frequentes (imagine depressão na adolescência.. você é rotulado de boiola, fresco e por aí vai... então eu fazia de tudo pra esconder, fingia ser o palhaço da turma, mas não conseguia sentir alegria de verdade, apenas fingir) e intensas fizeram com que eu tivesse mutos problemas na vida adulta.
Certos estudos dizem que um quadro agudo e longo de depressão ou vários quadros ao longo de anos podem (muito cuidado aqui, como eu disse são ESTUDOS) afetar a bioquímica do cérebro, como se o seu corpo acostumasse com a doença e sempre a desencadeasse.
Ano passado perdi meu pai, depois de um câncer, logo após a minha vó também faleceu (ela era uma mãe pra mim), minha filha teve problemas de saúde. Foi somente neste momento em que eu realmente pude verificar que a junção dos tratamentos citados anteriormente estavam funcionando. Eu sempre temia uma recaída, mas perder meu pai me fez ver o quanto a doença tirou de mim; minha cultura, minha inteligência, podiam ter feito com que eu e ele tivéssemos tido uma convivência muito melhor, mas o meu egoísmo e coitadismo oriundos dos anos com depressão não me fizeram enxergar isso. Hoje eu tenho como objetivo de vida JAMAIS sucumbir a doença de novo, seja por mim ou pelas pessoas que dependem de mim. Foi a mais dura lição que aprendi na vida.


Enfim, recomendo o livro O Demônio do Meio-dia, de Andrew Solomon.

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Offline Gaúcho

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Re:Depressão
« Resposta #38 Online: 04 de Maio de 2013, 01:40:44 »
Ei, eu reconheço depressão como doença. A não ser que tu me digas que entrou em "depressão" porque tua namorada terminou contigo, daí eu recomendo arranjar o que fazer. :P
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Offline Gigaview

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Re:Depressão
« Resposta #39 Online: 04 de Maio de 2013, 04:48:19 »
Ei, eu reconheço depressão como doença. A não ser que tu me digas que entrou em "depressão" porque tua namorada terminou contigo, daí eu recomendo arranjar o que fazer. :P

Muita gente já se matou por causa da namorada, até por questões menores que o rompimento ou mesmo outras bobagens infantis. A questão aqui é que essas pequenas coisas podem servir de gatilho para um estado depressivo grave como se essas coisas dessem um empurrãozinho para o cara deslizar ladeira abaixo e, quanto mais cai, menos a pessoa sente vontade de se segurar. Por isso é preciso ficar atento para perceber se existe uma pré-disposição depressiva e avaliar o grau do empurrãozinho para segurar a pessoa antes que seja tarde demais. A coisa é séria.

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Offline Fabrício

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Re:Depressão
« Resposta #40 Online: 04 de Maio de 2013, 15:57:19 »
Se tem uma coisa que tenho medo, lendo relatos como os deste tópico, é de algum dia ter depressão.

Mas entendo o Gaúcho, infelizmente o termo depressão está muito banalizado, qualquer frescurinha o povo já se diz "deprimido". É até uma puta falta de respeito com quem realmente tem a doença.
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Offline Luiz F.

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Re:Depressão
« Resposta #41 Online: 04 de Maio de 2013, 22:21:42 »
Eu luto contra a depressão desde os meus 12 anos (quando ela foi diagnosticada, mas desde os 9 eu me lembro de já ter crises), logo depois da minha primeira tentativa de suicídio. O auge foi por volta dos 15 quando eu lembro de ter ficado meses em crise e pela segunda vez tentei suicídio (essa foi quase).

Desde então os altos e baixos vem se sucedendo, mas hoje a doença é controlável por mim apenas com disciplina mental, pratica de algum hobby, o apoio da minha mulher e um estilo de vida que me trás prazer.

Em tempo, o relato do Dodo lembra muito a história da minha vida, menos a parte das perdas das pessoas amadas. Essa doença é foda.
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Offline Liddell Heart

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Re:Depressão
« Resposta #42 Online: 05 de Maio de 2013, 15:27:50 »
Li o tópico dxs linds do Fórum concordando com o Lobão e, bem, tô na vibe do tópico.  :'(

Enfim, tenho algumas tendências depressivas (acho que estou na média, sei lá), mas sempre consegui contornar elas com álcool e amigos. No meu caso fico confuso entre "Estou na dúvida" e "É apenas frescura". Reflitam!  :?
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Offline Liddell Heart

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Re:Depressão
« Resposta #43 Online: 05 de Maio de 2013, 15:31:15 »
Cachaça (ou gin ou rum ou cerveja ou whisky ou vinho ou tequila) é fundamental :P
:tintin:

Sinceramente não entendo como pessoas podem gostar de beber sozinhas, imagino que deixe tudo pior. Isso sem contar que acho que todas as bebidas tem gosto meio ruim (exeto alguns vinhos).

Depois que inventaram a internet, acho mais perigoso ficar bêbado em casa do que na Augusta.
(aplicativos "anti-bêbado" foram uma invenção de Alá!)
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Offline Moro

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Re:Depressão
« Resposta #44 Online: 05 de Maio de 2013, 18:26:34 »
Li o tópico dxs linds do Fórum concordando com o Lobão e, bem, tô na vibe do tópico.  :'(

Enfim, tenho algumas tendências depressivas (acho que estou na média, sei lá), mas sempre consegui contornar elas com álcool e amigos. No meu caso fico confuso entre "Estou na dúvida" e "É apenas frescura". Reflitam!  :?

se está na dúvida não é depressão.
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Re:Depressão
« Resposta #45 Online: 06 de Maio de 2013, 15:21:41 »
Li o tópico dxs linds do Fórum concordando com o Lobão e, bem, tô na vibe do tópico.  :'(

Enfim, tenho algumas tendências depressivas (acho que estou na média, sei lá), mas sempre consegui contornar elas com álcool e amigos. No meu caso fico confuso entre "Estou na dúvida" e "É apenas frescura". Reflitam!  :?

se está na dúvida não é depressão.

É frescura?  :?

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Re:Depressão
« Resposta #46 Online: 06 de Maio de 2013, 15:23:29 »
Não diria isso. Você pode estar com um desconforto mas que não chegue a caracterizar o estado de depressão.
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Re:Depressão
« Resposta #47 Online: 06 de Maio de 2013, 15:31:58 »
Não diria isso. Você pode estar com um desconforto mas que não chegue a caracterizar o estado de depressão.

Tem uma linha muito tênue entre desconforto emocional e depressão. Não acho que o primeiro deva, necessariamente, ser medicado, por exemplo.

Fico pensando no caso das crianças depressivas, se isso é realmente possível na atual proporção que vem surgindo. Ou a depressão infantil sempre existiu e só agora passou a ser tratada ou esse surto é mais construção social do que um problema psicológico sério.
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Offline Contini

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« Resposta #48 Online: 06 de Maio de 2013, 15:48:41 »
Já tive depressão, uma vida atrás... Foi um período em que perdi o emprego e o primeiro casamento numa tacada só! Tomava remédio tarja preta!

Um dia fui comprar o remédio, entreguei uma das vias da receita ao farmaceutico, que olhou com aquela cara! Chamou um funcionario e sussurrou pra ele pegar o remédio, deu uma chave pra ele abrir um armario de metal trancado... Me veio a sensação de que parecia mais que eu estava comprando uma arma que um remédio! Daí achei que tinha que sair dessa!

O mais difícil é que voce tem que QUERER sair desse estado, mas nesse estado a vontade de mudar qualquer coisa é nula!

Procurei outros médicos, achei um que me ajudou... Uma das coisas que ele fez, entre tantas: Pegou uma guia de receita e escreveu uma coisa nela, me disse que eu tinha que seguir aquilo religiosamente! Na receita estava escrito: "sair com amigos para um bar pelo menos uma vez por semana" !! Ele disse que era uma recomendação médica séria! Só recomendou não encher a cara!

Bom, demorou, mas sai daquele estado.
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Offline Gaúcho

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Re:Depressão
« Resposta #49 Online: 06 de Maio de 2013, 15:53:58 »
Até o depoimento do Luiz, eu nunca tinha ouvido falar de uma criança com depressão. Eu acho que tem muito mais relação com a sociedade de hoje do que com doença.

É muito parecido com bullying: hoje qualquer coisinha que aconteça na escola é bullying. Enquanto eu crescia ninguém conhecia essa palavra. Crianças se provocavam, se colocavam apelidos, se pegavam no mata-cobra, se entendiam, se desentendiam de novo, mais mata-cobra, depois já eram maiores e a vida seguia com boas risadas dessas lembranças.

Hoje isso é caso de aconselhamento, psicologo, e causa de depressão, e eu culpo os pais superprotetores que não sabem por limites e dizer não para seus filhos e que correm para para defendê-los de qualquer coisinha que aconteça, passando assim a impressão para suas crianças de que elas não são capazes de suportarem absolutamente nada, desde uma provocação até um apelido que tire sarro.

Eu ainda farei um estudo de como esse comportamento e essa criação fresca é culpada por essa geração de emos que nasceram do meio dos anos noventa ao início dos anos dois mil. :lol:
"— A democracia em uma sociedade livre exige que os governados saibam o que fazem os governantes, mesmo quando estes buscam agir protegidos pelas sombras." Sérgio Moro

 

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