Autor Tópico: Existe moralidade sem Deus?  (Lida 4659 vezes)

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Offline Canopus

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Re:Existe moralidade sem Deus?
« Resposta #25 Online: 25 de Novembro de 2012, 14:43:22 »
Ôpa, que bom que é possível haver conversa e, melhor ainda, que as partes ganhem mais conhecimento e consideração recíproca.

Li, sim, os três documentos, e estava achando muito instigante estudos acerca da moral de animais e, com isso, poder se projetar e concluir aspectos relevantes da formação da moral e ética no ser humano. Os documentos em PDF chamaram mais a minha atenção e eu estava na expectativa de uma dissecação mais apurada da sua parte, pois concordo em alguma coisa do que você já comentou.

Longe de mim querer levar para o campo pessoal, Cientista, por favor. Quando eu me referi a regras mínimas de debate foi somente para que todos nós lêssemos todos os argumentos. Mesmo que você detenha muito conhecimento que nós ainda não auferimos, seria bom você poder refutar e argumentar em cima do que foi apresentado e não apenas se baseando pelos títulos.

Falta de tempo para ler o tema da conversa pode ser conveniente e, sem querer (querendo), revelar um pouco de soberba intelectual.

Creio que temos vida longa em mais conversas.
« Última modificação: 25 de Novembro de 2012, 14:46:12 por Canopus »
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Offline Derfel

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Re:Existe moralidade sem Deus?
« Resposta #26 Online: 25 de Novembro de 2012, 16:37:29 »

Offline Pagão

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Re:Existe moralidade sem Deus?
« Resposta #27 Online: 25 de Novembro de 2012, 16:53:46 »
A noção de bem e mal surgiu naturalmente sem necessidade de existir uma qualquer deus sobrenatural...

Qual antiga civilização não possuía a ideia de deus(es)? Baseado em quê você afirma isso?

A ideia de deus(s) surgiu naturalmente no homem com a evolução.

Sérgio, isso não responde nenhuma das perguntas que fiz. Se você não quiser responder, apenas não responda. Mas se quiser, tenho certeza que pode fazer muito melhor do que isso. :)

Só agora reabri este tópico,... daí o atraso na resposta.

Jesse Bering, «O Instinto de Acreditar»

A Temas e Debates edita pela primeira vez entre nós o reputado psicólogo evolucionista Jesse Bering. Director do Instituto de Cognicação e Cultura da Queen's University Belfast, o jovem cientista tem vindo a desenvolver uma investigação pioneira sobre a origem das crenças religiosos. «O Instinto de Acreditar» resulta de uma investigação desenvolvida por um interdisciplinar grupo de cientistas que tentam desmontar o que se esconde por detrás do nosso instinto em acreditar num Deus, num destino.

Tenho e li este livro, mas está emprestado ao meu irmão (julgo que mo devolverá em Dezembro), por isso não posso aprofundar agora a argumentação, centrada na evolução e na "teoria da mente". Recomendo uma olhadela na internet ao título e autor. Julgo que já há algum debate sobre a tese...

Nenhuma argumentação racional exerce efeitos racionais sobre um indivíduo que não deseje adotar uma atitude racional. - K.Popper

Offline Pagão

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Re:Existe moralidade sem Deus?
« Resposta #28 Online: 25 de Novembro de 2012, 16:57:54 »
Sinopse
 
Neste livro espirituoso e magnificamente construído, Jesse Bering revela o motivo psicológico pelo qual acreditamos. Combinando relatos claros de estudos surpreendentes com incursões pela literatura, pela filosofia e até mesmo pela cultura popular, apresenta-nos uma narrativa tão divertida quanto provocadora. O autor lança luz sobre tópicos como a nossa procura de um objetivo de vida predestinado, o nosso desejo de ver mensagens divinas em desastres naturais e outros acontecimentos aleatórios, as nossas visões do outro mundo e a nossa curiosidade em relação à forma como o comportamento moral e imoral é recompensado, ou punido, nesta vida. Ousadamente, defende que o instinto que nos faz acreditar em Deus e em outras forças incognoscíveis deu aos primeiros seres humanos uma vantagem evolutiva. No entanto, agora que estas ilusões psicológicas ultrapassaram o objetivo evolutivo, chamanos a atenção para um novo desafio: fugir delas…

 O Instinto de Acreditar de Jesse Bering
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Offline Laura

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Re:Existe moralidade sem Deus?
« Resposta #29 Online: 25 de Novembro de 2012, 17:20:27 »
A noção de bem e mal surgiu naturalmente sem necessidade de existir uma qualquer deus sobrenatural...

Qual antiga civilização não possuía a ideia de deus(es)? Baseado em quê você afirma isso?

A ideia de deus(s) surgiu naturalmente no homem com a evolução.

Sérgio, isso não responde nenhuma das perguntas que fiz. Se você não quiser responder, apenas não responda. Mas se quiser, tenho certeza que pode fazer muito melhor do que isso. :)

Só agora reabri este tópico,... daí o atraso na resposta.

Jesse Bering, «O Instinto de Acreditar»

A Temas e Debates edita pela primeira vez entre nós o reputado psicólogo evolucionista Jesse Bering. Director do Instituto de Cognicação e Cultura da Queen's University Belfast, o jovem cientista tem vindo a desenvolver uma investigação pioneira sobre a origem das crenças religiosos. «O Instinto de Acreditar» resulta de uma investigação desenvolvida por um interdisciplinar grupo de cientistas que tentam desmontar o que se esconde por detrás do nosso instinto em acreditar num Deus, num destino.

Tenho e li este livro, mas está emprestado ao meu irmão (julgo que mo devolverá em Dezembro), por isso não posso aprofundar agora a argumentação, centrada na evolução e na "teoria da mente". Recomendo uma olhadela na internet ao título e autor. Julgo que já há algum debate sobre a tese...

Sem problemas, se for para responder como fez agora, leve sempre o tempo que precisar. :)

Lerei o título recomendado. Muito obrigada, Sérgio.

Offline Cientista

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Re:Existe moralidade sem Deus?
« Resposta #30 Online: 27 de Novembro de 2012, 01:23:15 »
Canopus, francamente, com o que acabo de ver fica muito difícil. É disso que se constituem seus conceitos de "consideração recíproca", "debate sadio", seriedade, vontade de progredir e de "trocar experiências"...?

Não te ocorreu que eu poderia, assim, só por curiosidade, abrir os links para dar só uma olhada?

Mais uma vez, francamente, até vou fazer o que eu disse que tentaria (de fato, acabo de dar uma olhada): ler um dos artigos. Por seu turno, você simplesmente não atendeu minha solicitação, coisa que te seria possível em uma palavra, tivesse realmente feito o que afirma. É claro que não é obrigado, e não seria mesmo que eu tivesse poder para tal, mas, é só o que pergunto. Você pretende ou não, vai ou não fazer a pequenina e simples coisa que te pedi? Só isso, por favor.

Offline Cientista

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Re:Existe moralidade sem Deus?
« Resposta #31 Online: 27 de Novembro de 2012, 02:39:27 »
Quanto ao pdf que me propus a ler, nem mesmo é um ensaio sobre um estudo sequer, tão só mais um artigo com um apanhado das "pesquisas" da mesma turma que já é declarada logo no (sub)título: "neurobiologistas, filósofos, psicólogos..." Em suma, como eu já previa, nada mais que mais do mesmo.

Já nesse subtítulo, a premissa se destaca na "sutileza": "**natureza** da moralidade humana...". Essa premissa não tem qualquer sustentação física. A moralidade humana é um fenômeno comportamental, e não natural (no sentido de que possua uma própria natureza intrínseca, como se fosse uma substância etérea com propriedades etéreas). Além disso, ainda nesse mesmo subtítulo, já se confessa a total falta de originalidade: "variedade de técnicas experimentais (que, ao longo do texto pode-se verificar serem as mesmas bobagens infantis de sempre) e *desafios morais*." Diante de tal subtítulo, nem se deve ir além.

Tenho mesmo que passar por isso? Para que? Para atender aos caprichos de "debatedores" ritualísticos? Para, depois, ter que dizer nada mais que o que eu, exatamente, já disse?

Depois, se possível, vou tentar deixar clara a diferença entre aprender a manusear um dispositivo eletrônico e saber como ele funciona. É a diferença entre acreditar que se conhece um "cérebro moral", como está na última página do gibi e conhecer, de fato, como um cérebro funciona.

Por hoje, chega para mim.

Offline Canopus

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Re:Existe moralidade sem Deus?
« Resposta #32 Online: 27 de Novembro de 2012, 09:05:13 »
Tenho mesmo que passar por isso? Para que? Para atender aos caprichos de "debatedores" ritualísticos? Para, depois, ter que dizer nada mais que o que eu, exatamente, já disse?

Mas que pena. Alguém que parecia mais experiente e mais maduro está se revelando um típico adolescente magoado. Adolescente no sentido de que ainda está na fase de autoafirmação, brandindo pseudoconhecimento e tentando passar que "você não sabe mais do que eu".

Cientista, da forma como você está direcionando o debate, insinuando que eu aprecio argumento alheio, perguntando se eu sou arguto o suficiente, me pedindo o obséquio, que não dá a mínima para o meu comentário, se dirigindo a mim com expressões como "francamente", que está atendendo caprichos de debatedores  ritualísticos e ainda chamadas em outro tópico, sempre numa conotação provocativa. Veja que colocar aspas em debatedores, se referindo a mim, é uma provocação. Nunca me dirigi a você de forma desrespeitosa. O adolescente que eu me referi no parágrafo acima é um comportamento típico de como você agiu, fato comprovado com a correspondente analogia, e não uma insinuação ou desrespeito.

Não frequento esse maravilhoso fórum com o objetivo de ser mais arguto do que ninguém, nem interessado em fazer saber aos quatro ventos que sou muito bom, que sei isso, que sei aquilo, nem coloco num megafone frases como "Disto resulta que quaisquer "estudos" "humanos" não valem de nada para mim", como você brandiu no outro tópico.

Já não sou mais adolescente e nem pretendo me comportar com tal, em meio a colegas de elevadíssimo nível cultural, pessoas mais maduras e ponderadas, que, de fato, alcançaram a sabedoria no comportamento e nas palavras, principalmente conduzidas num fórum público.

Lamento muito que a nossa conversa, que julguei inicialmente teria vida longa, tenha tido um aborto tão precoce. Pensei, ingenuamente, que você poderia trazer muito do conhecimento que adquiriu na sua caminhada de vida para um debate sadio (sem aspas, por favor) e proveitoso, não só para ambos os lados como para todos que acompanham o tópico.

Com todo o respeito, sugiro que você reflita, pense um pouco no que já disse nos seus comentários, na sua atitude claramente beligerante, na sua arrogância em emitir opiniões e conceitos "donos de verdade", na sua postura perante um fórum público, sério e muito bem frequentado, no seu tratamento com os colegas, que nada mais são do que companheiros na jornada do conhecimento e, finalmente, na sua crença de que já viveu muito e que, por isso, sabe de tudo.
(Repito: digo e sugiro isso com todo o respeito. Não tome nem julgue como ofensa ou provocação, mas apenas um pequeno incentivo, se me for permitido. Senão, por favor, me desculpe.)

Você não sabe, Cientista. Eu não sei, ninguém sabe ou saberá de tudo.

Sou humilde para afirmar com todas as letras de que sou um analfabeto do conhecimento, sou um neófito na estrada da sabedoria, sou um aprendiz de aprendiz na maravilhosa caminhada da vida. E, contrariamente ao que você afirma, dizendo "Eu não acredito que haja nada belo por que lutar. Luto por simples sobrevivência instintiva", pelo meu lado, eu luto por valores tidos como belos, eu, sim, encontro muita coisa pelas quais valem a pena empregar toda a minha energia e empenho, eu enxergo muita coisa boa misturada no meio de muita lama, e por elas eu me comprazo em investir minhas energias.

Apesar das agruras da caminhada, não me sinto pessimista, cansado nem amargurado, como muitas vezes você demonstra transparecer nas suas falas. Sou partidário dos bons sentimentos, apesar de ateu e cético (acho que essa ressalva nem seria necessária, mas entra também como ênfase). Sou do time dos que gostam mais do bom-humor e da alegria do que aquele outro time escuro, das ofensas, provocações, exibicionismos intelectuais e "não vou me dar ao trabalho disso ou daquilo" ou "não tenho que passar por isso". E, acima de tudo, também, como você, luto por instinto.

Pois eu não me canso de aprender. Principalmente com os colegas daqui. E tenho que passar quantas vezes for necessária por isso e por aquilo. Minha paciência não se esgotou com a vida, com o aprendizado, com o que de bom pode vir de meus colegas do fórum. E são muitos, e são muitas coisas. Todos os dias eu aprendo bastante com todos eles e vou passar por isso e aquilo infinitas vezes.

Minhas paciência esgotou-se unicamente com você, prezado Cientista.

Por hoje, chega para mim.

Pois é. Chega mesmo. Vou lá me juntar a Laura e dar esse capítulo por encerrado.
Boa sorte, caríssimo Cientista. E reitero as minhas boas vindas ao fórum.  :ok:
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Offline Derfel

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Re:Existe moralidade sem Deus?
« Resposta #33 Online: 27 de Novembro de 2012, 09:36:57 »
Continuo assistindo e me divertindo muito. :hihi:

Offline JohnnyRivers

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Re:Existe moralidade sem Deus?
« Resposta #34 Online: 27 de Novembro de 2012, 10:00:59 »
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Offline Feynman

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Re:Existe moralidade sem Deus?
« Resposta #35 Online: 28 de Novembro de 2012, 22:39:01 »
"Poetas dizem que a Ciência tira toda a beleza das estrelas - meros globos de átomos de gases. Eu também posso ver estrelas em uma noite limpa e sentí-las. Mas eu vejo mais ou menos que eles?" - Richard Feynman

Offline Cientista

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Re:Existe moralidade sem Deus?
« Resposta #36 Online: 01 de Dezembro de 2012, 19:54:54 »
Eu estava para colocar, de cara:

Responder à coisa simples que perguntei    :    NA-DA!

Mas...

Diante desse despejo todo de tão pertinentes apreciações sobre minhas supostas características pessoais (...isso...    hmmmmmmmmm... não seria algo, como dizem aqui, ad homniano?...  ...não importa, vamos em frente -- ou para trás, a seguir seu caminho) e declaração pública sobre supostas suas eu posso ter me perdido. Talvez, cansado, desconcentrado, desatento. Talvez eu esteja assim e posso não ter localizado nisso tudo a resposta que pedi. Se estiver, por favor, destaque-a para mim. Foi só o que pedi, e ainda peço.

Offline West

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Re:Existe moralidade sem Deus?
« Resposta #37 Online: 05 de Dezembro de 2012, 00:13:18 »
A nossa visão de deus nem sempre foi a que temos hoje. Como a religião mais antiga, o xamanismo apenas atribuía consciência aos processos naturais, nada de divindades ditando comportamentos morais, etc. O mesmo pode ser dito da religião grega onde os deuses eram psicologicamente muito semelhantes aos humanos, com alguns mais ou menos morais do que outros, e por aí vai. A noção de um deus legislador que dita regras morais e mais ainda, como uma espécie de programador responsável por implantar a noção de moral nos seres humanos, só surge bem recentemente com o cristianismo.
"Houve um tempo em que os anjos perambulavam na terra.
Agora não se acham nem no céu."
__________
Provérbio Iídiche.

"Acerca dos deuses não tenho como saber nem se eles existem nem se eles não
existem, nem qual sua aparência. Muitas coisas impedem meu conhecimento.
Entres elas, o fato de que eles nunca aparecem."
__________
Protágoras.Ensaio sobre os deuses. Séc. V a.C.

Offline bylex

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Re:Existe moralidade sem Deus?
« Resposta #38 Online: 05 de Dezembro de 2012, 12:22:31 »
Estamos falando sempre sobre algum tipo de pré-história e evolução da moralidade antes/durante do surgimento dos deuses. Seria válido analisar a questão sob uma perspectiva mais moderna?

Por exemplo: hoje em dia encontramos muitas pessoas que não acreditam em nenhum ente sobrenatural e que são claramente pessoas com noções morais absolutamente impecáveis no que diz respeito ao discernimento de 'certo' e 'errado' dentro do contexto social em que se encontram.

Matam-se os deuses e o misticismo, mas a moral persiste. Não seria isso prova suficiente de que a moralidade não depende de deuses?

Offline _tiago

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Re:Existe moralidade sem Deus?
« Resposta #39 Online: 05 de Dezembro de 2012, 22:17:14 »
A noção de bem e mal surgiu naturalmente sem necessidade de existir uma qualquer deus sobrenatural...
Qual antiga civilização não possuía a ideia de deus(es)? Baseado em quê você afirma isso?

Não entendi. A moral dependeu de toda uma mitologia?

Offline M4dM4x

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Re:Existe moralidade sem Deus?
« Resposta #40 Online: 06 de Dezembro de 2012, 18:12:07 »
Vou focar no texto:

Citar
O que o Dr. Craig defende é que, se Deus não existe “os valores que apreciamos e guiam nossas vidas são meras convenções sociais assim como guiar do lado direito versus do lado esquerdo da rua ou meras expressões de preferência pessoal assim como ter um gosto por certas comidas ou não”
Praticamento isso...e são mesmo, vamos mais a frente no texto.
Citar
Não há nenhuma justificativa racional do porque de certas ações serem boas ou más na ética teológica. É inútil dizer que, por exemplo, matar é errado porque Deus assim o postulou.
O que o autor faz aqui e em outras partes do texto é simplesmente deixar de lado as premissas do oponente de lado e conduzir seu discurso. A coisa é simples, para quem crê: deus estipula regras, e não precisa se comprovar, como sempre existiu e sempre foi bom e tudo que faz é bom e o sentido de bondade vem dele, os valores vindos tem objetividade, o que é bom é bom e o que é mal é mal. Isso é racional partindo das premissas deles.
Citar
Dessa forma, ações e normas morais são coisas totalmente arbitrárias, apesar de o Dr. Craig afirmar inutilmente o contrário
Reitero: Não são arbitrarias por que vem de deus. Baseado no que deus representa.
Citar
“Platão refutou afirmação semelhante há mais de dois milênios, argumentando que, se os deuses aprovam algumas ações, isso deve ocorrer pelo fato de tais ações serem boas, e que, portanto, não é pela aprovação dos deuses que se tornam boas”. Em outra parte do mesmo parágrafo, a fim de evitar a famosa tréplica “Deus quer o bom porque ele é bom em si mesmo”, Singer pergunta  “o que estarão querendo dizer (os teístas) ao afirmarem que Deus é bom? Que Deus aprova a si mesmo?”, mostrando que o conceito de bondade divina não passa de um círculo vicioso.
A comparação com a frase do Platão é irrelevante. Quer colocar ao lado deus dos cristãos com os do Platão na época, que são de categorias diferentes.
Ainda usa "Circulo vicioso" para dar mais efeito a frase inútil.
Citar
Ela se mostra superficial e insuficiente para sustentar um sistema ético, pois não é capaz de responder às questões que lhe são inerentes.
Até agora só deu pra notar que ela não responde suficientemente para os critérios do autor, que são pessoais, o que em nada mostra incoerência da "moral teológica"
Citar
Não creio que o Dr. Craig omitiu esse ponto de vista por ignorância, mas por má fé mesmo. Se ele não conhecia o consequencialismo, não vejo porque ele deveria ter alguma autoridade para falar sobre ética.
A ilusão do autor do texto é que o consequencialismo vai trazer o objetivismo moral, pelo menos foi isso que entendi, que até o momento só existe através da figura de um deus.
Citar
Assim, matar será moralmente correto numa situação, teórica ou prática, em que seus resultados sejam melhores que não matar.
Aqui o texto não só mostra minha posição, pessoal, de afirmar que não existem valores morais objetivos, afinal não creio em deuses, como confirma o que o Craig já havia dito^^
Citar
Porém, nesse contexto surge um Serial Killer...A única coisa que poderíamos fazer é nos esconder...
Exemplo ridículo que não traz nada ao argumento e cria uma situação, na mente dele, absurda...pra que?
Citar
Isso geraria menos infelicidade, pois nesse caso, apenas uma pessoa morre. No caso contrário, as mortes são incalculáveis.
Usa a situação que ele criou, para justificar o que seria mais moral, afirmando que a decisão traria menos infelicidade. Baseado em que? Como se chega a essa conclusão. Tem que somar os que ficam felizes e depois ver os infelizes, como é? Preciso comentar que felicidade é subjetivo.
Citar
É uma postura flexível, mas também complexa, pois exige que façamos constantes cálculos mentais para saber qual ação produz um melhor efeito.
Quem faz o calculo? Melhor efeito baseado na felicidade ou menos infelicidade que vai gerar esse é o critério. Para o autor isso é mais "racional" que o que os religiosos defendem? Tá de brincadeira...
Citar
Uma ação é boa se produz um bom efeito, e má se produz um mau efeito,
Hehe, o que é bom e o que é mal mesmo?
Citar
bem é tão somente o prazer, e mal é tão somente o sofrimento.
Só pergunto como será que ele chegou a essa conclusão...
Citar
Em situações de conflito ele deve parar de fingir aceitá-la como possuidora de algum valor moral e começar a fazer o cálculo utilitarista,
O calculo que continua sendo relativo...
Citar
Kant já havia antes demonstrado a fragilidade desse argumento, alegando que alguém que agisse de acordo com as normas morais simplesmente por medo da punição ou visando uma recompensa estaria agindo por interesses próprios, sendo, em suma, um egoísta e um imoral.
Quem considerava a pessoa "imoral" o Kant?! Porque se deus não considera então...
Citar
Agimos moralmente porque é melhor para todos nós. Como já foi dito, conhecemos o bem e o mal, que são independentes das opiniões de uma suposta divindade.
Dito e repetido, mas em nenhum momento embasado em argumentos sólidos.
Citar
“se cremos que valores morais objetivos existem, então somos guiados logicamente à conclusão de que Deus existe. E pode haver algo mais óbvio do que a existência de valores morais objetivos?”
Pulei o resto do texto, afinal até agora deu pra notar o nível de argumentação Para finalizar:
O erro de Craig e de muitos ateus é defender a objetividade dos valores morais. Craig até tem o subterfúgio da fé, mas os ateus não. Quando um ateu tenta defender isso, como o autor do texto sai esse tipo de aberração.
A questão pros ateus é simples: Não há valores morais objetivos. Não importa se vai usar o relativismo total, o consequencialismo o utilitarismo, isso não vai tornar nossos valores objetivos.
Citar
este artigo pretendeu desmentir todos esses mitos, mas o Dr. William L. Craig foi intencionalmente escolhido, não para formar espantalhos, mas para exibir um resumo da ética teológica,
Desmentiu nada, ainda utilizou de espantalhos.
"A loucura é algo raro em indivíduos – mas em grupos, partidos, povos e épocas é a norma".

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Existe moralidade sem Deus?
« Resposta #41 Online: 20 de Maio de 2019, 19:12:11 »
Citar
<a href="https://www.youtube.com/v/hOtUDQe4p5Y" target="_blank" class="new_win">https://www.youtube.com/v/hOtUDQe4p5Y</a>

PragerU posted a video called "Why God is a He," hosted by Dennis Prager himself. He argues that the biblical god is considered male for practical reasons. Prager asks, "Is God a man, a woman, or a genderless force that cannot be identified by masculine or feminine traits?" Dr. Hector Garcia, a clinical and evolutionary psychologist, author of Alpha God, joins me here to debunk Prager's claims, and show how evolutionary psychology explains the biblical god's gender. That god is a typical alpha male primate, which in the old and new testaments, acts with jealousy and aggression, like any male ape would. Thanks for working with me on this PragerU response, Doc!


O psicólogo evolutivo Hector Garcia destrincha a argumentação de Dennis Prager sobre o papel "Deus" como guia moral e a "vantagem estratégica" dessa entidade ser descrita como masculina apesar de não ser homem e nem mulher.

Offline Fernando Silva

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Re:Existe moralidade sem Deus?
« Resposta #42 Online: 21 de Maio de 2019, 07:43:08 »
Muitas civilizações faziam sacrifícios humanos. Para eles, isto era perfeitamente moral e necessário à sobrevivência da tribo ou até da espécie humana.

Offline -Huxley-

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Re:Existe moralidade sem Deus?
« Resposta #43 Online: 21 de Maio de 2019, 11:00:31 »
Muitas civilizações faziam sacrifícios humanos. Para eles, isto era perfeitamente moral e necessário à sobrevivência da tribo ou até da espécie humana.

A realidade biológica da aptidão e as crenças humanas pré-darwinianas sobre aptidão sempre foram conceitos totalmente distintos. Portanto, a aptidão dessas crenças religiosas de sacrifícios não podem ser detectadas por meio das próprias crenças declaradas.

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Existe moralidade sem Deus?
« Resposta #44 Online: 21 de Maio de 2019, 16:19:12 »
A proliferação da crença só precisa que ela não mate os hospedeiros em quantidade suficiente para extinguir a si mesma, excluído isso, pode ser tão detrimental quanto for possível.

Offline -Huxley-

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Re:Existe moralidade sem Deus?
« Resposta #45 Online: 21 de Maio de 2019, 20:19:46 »
Os consensos morais dos cristãos da época da invenção do Velho e Novo Testamento são claramente diferentes dos consensos morais dos cristãos atuais. A maioria dos cristãos atuais agem de forma parecida aos ateus em situações médicas, éticas e de tomada de decisão. Isso mostra que as crenças podem ser epistêmicas ou simplesmente processuais (ou metafóricas) e a distribuição desses dois tipos de crenças também evolui.
« Última modificação: 21 de Maio de 2019, 20:34:34 por -Huxley- »

Offline Cinzu

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Re:Existe moralidade sem Deus?
« Resposta #46 Online: 21 de Maio de 2019, 22:37:29 »
Os consensos morais dos cristãos da época da invenção do Velho e Novo Testamento são claramente diferentes dos consensos morais dos cristãos atuais. A maioria dos cristãos atuais agem de forma parecida aos ateus em situações médicas, éticas e de tomada de decisão. Isso mostra que as crenças podem ser epistêmicas ou simplesmente processuais (ou metafóricas) e a distribuição desses dois tipos de crenças também evolui.

Chega a ser contraditório cristãos usarem a bíblia como moral absoluta ao mesmo tempo em que justificam atrocidades bíblicas com o argumento de que "eram culturas diferentes".

Ou seja, no fim das contas não é a bíblia o guia de moral absoluto, mas os próprios cristãos de cada época e lugar que extraem a moral que melhor se encaixa em seu contexto.
« Última modificação: 21 de Maio de 2019, 22:40:09 por Cinzu »
"Não é possível convencer um crente de coisa alguma, pois suas crenças não se baseiam em evidências; baseiam-se numa profunda necessidade de acreditar"

Offline -Huxley-

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Re:Existe moralidade sem Deus?
« Resposta #47 Online: 21 de Maio de 2019, 22:46:22 »
Os consensos morais dos cristãos da época da invenção do Velho e Novo Testamento são claramente diferentes dos consensos morais dos cristãos atuais. A maioria dos cristãos atuais agem de forma parecida aos ateus em situações médicas, éticas e de tomada de decisão. Isso mostra que as crenças podem ser epistêmicas ou simplesmente processuais (ou metafóricas) e a distribuição desses dois tipos de crenças também evolui.

Chega a ser contraditório cristãos usarem a bíblia como moral absoluta ao mesmo tempo em que justificam atrocidades bíblicas com o argumento de que "eram culturas diferentes".

Ou seja, no fim das contas não é a bíblia o guia de moral absoluto, mas os próprios cristãos de cada época e lugar que extraem a moral que melhor se encaixa em seu contexto.

A maioria dos cristãos não usam a Bíblia como guia moral absoluto; essa maioria sequer a leva minimamente a sério em crenças epistêmicas. A maioria dos cristãos não são religiosos nas ações, diferentemente dos salafistas e homens-bomba.

Não pergunte o que as pessoas preferem. Apenas observe o que elas fazem.

 

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