"Existe um ciclo lunar que é chamado precessão da órbita lunar ou dos nodos lunares. À medida que a Lua revolve em torno da Terra, o plano de sua órbita vai girando no espaço e completa 360° em 18,6 anos. A Lua tem seu eixo de rotação inclinado em 5,1° em relação à eclíptica – plano em que se encontram o Sol e os planetas – e a inclinação do eixo de rotação da Terra é 23,5° em relação à mesma elíptica. Quando os dois eixos apontam em direções opostas, eles fazem um ângulo de 28,6° (23,5° + 5,1°) e a Lua, relativamente à superfície terrestre, se desloca na faixa entre 28,6° N e 28,6° S de latitude. Quando os eixos estão na mesma direção, a área varrida está entre 18,4°N e 18,4°S (23,5° – 5,1°). Considerando que 1° de latitude equivale a 110 km nas regiões tropicais, vê-se que a distância percorrida no ângulo máximo é de cerca de 12 mil km (4 x 28,6° x 110 km), enquanto, no mínimo, é cerca de 8 mil km, ou seja, 4 mil km de diferença nos mesmos 28 dias do ciclo das fases da Lua, amplamente conhecido. Assim, a velocidade relativa da Lua é muito maior no máximo do ciclo e sua atração gravitacional agita os mares fora dos trópicos. Quando a Lua atinge o máximo do ciclo nodal, como ocorreu entre 2006-2007, ela levanta (atrai) a superfície do mar fora dos trópicos. Esse desnível ou gradiente hidráulico aumenta ligeiramente a velocidade das correntes marinhas que transportam mais calor dos trópicos para os polos. No caso do Atlântico Norte, essa água mais aquecida, cerca de 0,7°C, entra no Ártico por debaixo do gelo flutuante e derrete, parcialmente, sua parte submersa que, como é sabido, constitui 90% do volume total. Parcialmente derretida, a parte submersa não consegue suportar o peso da parte aérea, e esta colapsa. Note: “colapsa”, “desmorona” e não, “derrete”, pois, mesmo no verão, as temperaturas do ar nessa região são negativas. E o colapso pode ser visto nos filmes que aparecem na mídia e na web.
Na Figura 2, vemos a variação das anomalias padronizadas da temperatura da superfície do mar (TSM) com relação à média do período 1948-2010 ao sul da Groenlândia, no domínio geográfico 50°N-60°N e 40°W-50°W. Observa-se, claramente, o aumento da TSM ocorrido a partir de 1995, confirmando que o Atlântico Norte se aqueceu após aquela data. Nota-se, também, que o intervalo entre o início do resfriamento (1977/78) e o aquecimento (1995/96) é cerca de 19 anos (setas), muito próximo do ciclo nodal lunar. A variação da cobertura de gelo no Ártico é mostrada na Figura 3. O decréscimo do gelo começou em 1995/96, atingiu o máximo em 2007 (máximo nodal) com 2,7 e agora está com 1,6 milhões de km², de acordo com o site The Cryosphere Today [2]. O maior derretimento do gelo do Ártico, que já ocorreu inúmeras vezes no passado, está sendo atribuído ao aquecimento global antropogênico e seria uma das causas do aumento do nível do mar observado. O outro aspecto, decorrente do máximo do ciclo nodal lunar, é que o nível do mar se eleva, em média, até 50° de latitude, aumento registrado por satélites e os marégrafos. Note, na Figura 1, que os níveis começaram a decrescer após o máximo de 2006/07, mesmo nos satélites americanos JASON 1 e 2. Ainda, a reta indica elevação a uma taxa de variação de + 2,66 mm/ano. Um período de 18,6 anos (período do ciclo nodal) multiplicado por 2,66 mm/ano dá um total de cerca de 5 a 6 cm no ciclo, considerando o erro nas medições, que é a variação aparente no eixo vertical da Figura 1 (entre -1 e 5 cm). É muito provável, portanto, que a elevação do nível detectada pelos satélites esteja relacionada ao ciclo nodal lunar.
![](http://agfdag.files.wordpress.com/2012/06/molion-fig_2.jpg?w=500)
Foram usadas taxas de elevação do nível do mar atuais para projetar seu nível para o ano 2100, afirmando que o aumento é devido à sua expansão volumétrica e ao derretimento das geleiras causados pelo aquecimento global antropogênico. O IPCC, no AR 4 (2007), foi “modesto” e previu um aumento de até 60 cm. Porém, Al Gore, em “Uma Verdade Inconveniente”, afirmou que subirá de 6 metros (20 pés). Em ciência, tem-se uma hipótese de trabalho e usam-se os dados observados para comprovar a validade da hipótese. Na “ciência” das “mudanças climáticas”, os dados são “corrigidos” para se ajustarem à hipótese formulada. Se os dados dos satélites altimétricos não forem “ajustados”, existe grande chance de que eles venham a comprovar, nos próximos 10 anos, que a variabilidade do nível do mar é natural e, muito provavelmente, está associada ao ciclo da precessão da órbita lunar em torno da Terra. E que a projeção do aumento do nível do mar para 2100 não passa de uma afirmação sem fundamentação científica alguma.
Referências:
[1]
http://sealevel.colorado.edu/content/what-glacial-isostatic-adjustment-gia-and-why-do-you-correct-it[2]
http://arctic.atmos.uiuc.edu/cryosphere/[3] Maksimov I.V., Smirnov N.P., 1965. A contribution to the study of causes of long-period variations in the activity of the Gulf Stream. Oceanology 5:15-24 (versão do original russo publicado em 1956).
[4]Yndestad, H., 2006. The influence of the nodal cycle on Arctic climate. ICES Journal of Marine Science 63: 401-420.
Artigo do Prof. Luiz Carlos Baldicero Molion, ICAT/UFAL, Maceió – AL
http://agfdag.wordpress.com/2012/06/27/o-nivel-do-mar-e-o-degelo-no-artico/