A historinha da Carochinha  de que as pessoas deveriam gostar/amar o seu trabalho de forma incondicional/de forma independente  de  que este lhes dê prazer suficiente (diretamente e/ou indiretamente),  é uma das táticas utilizadas  por muitos  proprietários para se obter  empregados obedientes/cordeirinhos.
Mas é uma tática facilmente desmascarada por quem entende pelo menos um pouco  de psicologia/e sociologia.
Este é um dos motivos  pelos quais muitos proprietários de propriedades privadas  (e de seus fãs/bajuladores) não gostam e até detestam Ciências Sociais.
As Ciências Sociais e a psicologia desmascaram as relações de poder/jogos de poder  que existem na sociedade. 
Daí a raiva e/ou desprezo...
Relações de poder são anteriores ao homem, por efeito, anterior aos terríveis capitalistas (vide qualquer grupo de primatas, por exemplo) e nem por isso são danosas ou prejudiciais (vide uma família, empresas, uma orquestra ou qualquer nação) a quem nela encontra-se submetida. É o diabo que assopra na sua orelha fantasias de utopias. 
Li, não me recordo onde, que relações de poder evoluem em contextos onde alguma liderança é melhor que qualquer anarquia, pois um grupo que não se entende tende a se desintegrar mais fácil que um grupo sob a batuta de um líder. Por isso, ainda que eu não me recorde da fonte, exemplo prático é o que não sobra.
Outra, o proprietário não é um ente malévolo que se utiliza de táticas conscientes pra manter seus funcionários como cordeiros. Capitalistas são pessoas e, como tais, existem nas suas mais diversas formas. Pra isso existe a legislação trabalhista: pra proteger qualquer funcionário de arbitrariedades. Veja: outra relação de poder: entra o estado e o proprietário! A meu ver, é exageradamente pró trabalhador, o que prejudica o proprietário e, por efeito talvez somente na minha imaginação, prejudica ainda mais o funcionário, mas... Não vem ao caso. 

Por fim, e por incrível que pareça, existe gente que gosta do próprio trabalho. Não existe um único emprego no mundo, existem diversos. Tem gente que se encontra, tem gente que se habitua, e tem gente que odeia o que faz pela vida inteira. Ou você acha que sair pra caçar mamutes é mais interessante? Quem sabe cultivar uma hortinha, isolar-se do mundo e viver do que se planta? Eu prefiro qualquer trabalho: 8 horas, comida do mercado, TV, livros, transporte público.
PS: o capitalismo é só a forma natural das pessoas se relacionarem. Eu tenho uma coisa que você gostaria, vamos trocar? Obviamente, como qualquer sistema, pode ser danoso: como foi a Revolução Industrial nos seus primórdios em muitos locais. Mas isso não decorre do capitalismo em si, mas das pessoas. Tanto que hoje, a história é outra.